
continuação:
Armas Atômicas e Vírus Assassinos
"... extremamente resplendente como um carro celestial, [...] na batalha entre os deuses e os asuras nos velhos tempos, ele executava um movimento circular, para frente, para trás, e diversas outras espécies de movimento... depois disparou a arma chamada Tashtva... capaz de matar grandes formações de inimigos de uma só vez."
Do livro sagrado hindu Samsaptakabadha Parva
"Antigamente os valentes asuras tinham no céu três cidades. Cada uma dessas cidades era excelente e grande [...] Quando, entretanto, as três cidades se encontraram no firmamento, o Senhor Mahâ-deva atravessou-as com aquele seu terrível dardo que consistia em três nós. Os danavas eram incapazes de olhar para aquele dardo inspirado pelo fogo Yuga e composto de Vishnu e Soma."
Do livro sagrado Drona Parva
Os lldamans atacaram com armas atômicas e químicas terríveis, com poderes destrutivos espantosos. Também criaram vírus letais que agiriam como "bombas de tempo", debilitando ainda mais a nossa espécie. O planejado era que ainda que nossa espécie sobrevivesse, esses vírus ficariam prontos para serem reativados em qualquer época futura, bastando para isso o mais leve erro de contato humano, garantindo assim o seu controle em caso de possíveis rebeliões. Vi que esta é a causa das inúmeras vítimas que, ao longo da nossa história, foram mortas por doenças massivas de origem desconhecida, que até hoje nos assolam. Foi-me revelado que outros desses mortais vírus estão por "despertar", como resultado de sua ativação acidental devido à manipulação genética e desmatamento das grandes florestas.
Observei angustiado como o ecoequilíbrio planetário começou a ficar comprometido com a longa Guerra.
Os sábios advertiram que a continuidade do uso das terríveis armas "nucleares" levaria, em poucos meses, a uma aterrorizante catástrofe planetária que mudaria, uma vez mais, toda a face da Terra.
Resignada e pensando, erroneamente, que os Ildamans não se atreveriam a destruir totalmente o planeta, a União Atlante decidiu realizar uma operação de emergência para salvar nossa espécie e o Código de Thot, que deveria que ser preservado a qualquer custo, juntamente com o acervo científico e cultural até então conseguido. Centenas de jovens atlantes Iniciados foram deliberadamente escolhidos para essa missão. Divididos em 144 grupos e acompanhados de sábios conhecedores do Código, eles foram enviados para setores de segurança máxima localizados em vários pontos do planeta. Esperava-se que conseguissem sobreviver, garantindo assim a continuação do progresso humano após a Guerra.
A Confederação Intergaláctica Chega Tarde. Uma Ecocatástrofe Provocada. Os Dias de Caos e Fuga.
A Primeira Atlântida Destruída.
"O valente Ashwatthaman... invocou a arma Agneya a que os próprios deuses não podiam resistir. Apontando contra todos os seus inimigos... despediu-a para todos os lados, cheio de raiva. Densas nuvens de setas partiram então dela no céu. Dotadas de chamas ardentes... caíram [como] meteoros em fogo do firmamento... Uma espessa escuridão envolveu subitamente a hoste... o próprio Sol não dava mais calor... parecia girar no seu eixo..." Drona Parva
A Confederação Intergaláctica decidiu intervir com todas as suas forças. Um ataque relâmpago seria iniciado em favor do nosso planeta em poucos dias.
E uma terrível e inesperada notícia abalou de vez os nossos antepassados e os seus aliados alienígenas: o inimigo tinha ativado um "acelerador matenergial atômico", que adiantaria a temida catástrofe que os sábios-cientistas atlantes calcularam que aconteceria caso a guerra continuasse.
Faltavam apenas 5 dias para que o desastre acontecesse.
A única coisa que restava era escapar, fugir, refugiar-se. O pânico foi geral. O caos total. Sofri tanto com estas visões!
Milhares de extraterrestres receberam ordens de voltar a seus mundos acompanhados de familiares e amigos terrestres. Algumas dessas famílias não obedeceram à ordem. Por amor a este mundo, ficaram e se ocultaram em locais seguros. A Confederação concluiu que não poderia atacar sem comprometer ainda mais o nosso mundo. Todos os laços entre a Terra e os mundos superiores foram cortados como medida de segurança. Apenas se realizariam os resgates e translados urgentes dos que estavam em condições de voltar a seus mundos de origem. Foi uma dramática escolha. Os portadores de vírus não poderiam viajar. Seres queridos e parentes foram separados. Foram dias de angústia e dor inimagináveis.
Avisados da iminente destruição final, outros milhões de atlantes foram direcionados a setores do planeta onde, segundo cálculos, poderiam sobreviver. Ao mesmo tempo, os 144 grupos de escolhidos já se encontravam momentaneamente a salvo nos locais designados.
Milhares de famílias doentes, atingidas psicológica e fisicamente e incapazes de comunicar-se entre si verbalmente, refugiavam-se em grutas e cavernas das montanhas para sobreviver.
Centenas de dementes vagavam com olhares perdidos pelas avenidas vazias das outras prósperas megalópoles e cidades atlantes. Desesperados, enlouquecidos e alienados, aqueles seres abandonados à própria sorte, sem compreender-se uns aos outros, se matavam entre si com desenfreada violência, enquanto centenas se suicidavam num último, desesperado e desvairado intento de fugir da horrível situação. Tudo aconteceu da noite para o dia. O mecanismo de destruição foi ativado pelos invasores, que não calcularam os danos planetários possíveis ou, talvez, não se importaram. Nosso planeta, já desequilibrado ecologicamente, não resistiu e o desastre foi total.
Chorei perante o dantesco espetáculo daquele apocalipse atlante. Anthor e Tanaim compreendiam minha dor consolando-me naqueles momentos em que testemunhava as nefastas imagens do passado na Dimensão das Memórias Cósmicas.
A segunda megacatástrofe planetária destruiu totalmente aquela civilização. Lembro que o resultado foi tão espantoso que atingiu os próprios invasores. A fúria da natureza que eles tinham ativado, cegos pelos sentimentos de uma vingança suicida, foi paradoxalmente a causa de sua parcial destruição e derrota.
Sim, foram poucos os Ildamans que conseguiram fugir a tempo do desastre e do castigo aplicado pela Confederação Intergaláctica. Com efeito, muitos foram capturados pelos representantes do Alto Conselho Protetor da Unidade de Todas as Coisas e submetidos a uma imediata desintegração. Os que conseguiram escapar se ocultaram em "dimensões-espaço-temporais alternativas" de difícil e arriscado acesso esperando o momento certo para voltar a atacar.
Quanto ao nosso planeta, ele sofreu fortes mudanças climáticas e geográficas. Onde antes fervilhava vida, vi, angustiado, surgirem grandes desertos. Parte do mar atlante "desapareceu" e não ouvi mais o som das suas ondas batendo perto das praias localizadas nas regiões costeiras onde existiam até bem pouco algumas das mais belas cidades daquela civilização.
Vi tribos de seres humanos traumatizados vagando pelas terras áridas, outrora férteis, cansados e temerosos, brigando entre si, ora pela água, ora por um lugar seguro nas obscuras cavernas. Vi que do enorme continente Atlante apenas sobrou o que mais tarde seria considerada apenas uma lendária e Grande Ilha, a Segunda Atlântida, sobre a qual escreveriam alguns sábios antigos, entre eles Platão. Ali, entre os restos daquela grande civilização, os sobreviventes tentariam, sem sucesso, recomeçar tudo de novo. A outra, a grande e poderosa primeira Atlântida, já não existia mais.
Era o início de novos ciclos e a continuação de nossa proto-história humana, tão absurda, tão fragmentada, tão paradoxal e tão desconhecida... Como sempre. Era o início da Quinta Raça, a atual... Samsâra, novamente, Samsâra.