Sabemos que as teorias são, por definição, incompletas e vulneráveis e não podem ser apresentadas como se dispusessem de um valor absoluto. Por isso, é imposto que novas teorias sejam permanentemente criadas, esse é o caráter revolucionário da ciência.
Entretanto, hoje em dia uma parcela da população que tem acesso ao conhecimento, lida com a ciência como se ela já estivesse dada, e ignoram que a produção do conhecimento científico também faz parte do movimento histórico da humanidade, e isso leva muitos a incorrerem no erro de considerarem algumas teorias como se fossem verdades absolutas, acreditando que estão operando de modo estritamente científico, quando na verdade estão sendo dogmáticos.
Isso é muito comum em discussões entre os que se autodeclaram céticos e os religiosos. Muitas vezes, aqueles nem tomam uma postura "cética" propriamente dita, na verdade, eles tomam um atitude desnecessariamente negativa acerca dos motivos que levam os religiosos a admitirem as suas crenças. Nem é preciso dizer que muitas dessas pessoas nem possuem qualquer comprometimento com a ciência, e muito menos possuem alguma ligação com a pesquisa científica.
Desse modo, eu sempre fico preocupado com o que observo no discurso de algumas pessoas que se autodeclaram céticas, porque na verdade, o que estão difundindo é algo muito aquém do que se espera de uma postura científica. E como sou novo aqui, espero encontrar debates bem enriquecedores e que fujam completamente do que disse acima, embora eu não represente a figura do cético padronizado por esses discursos equívocados.
Até!
Tópico: Onde está o ceticismo? (Lida 2072 vezes)