Amanhã, 16 de agosto, a sonda espacial Voyager 1, depois de 29 anos de viagem, se converterá no
primeiro engenho humano a alcançar a marca das 100 (cem) Unidades Astronômicas, ou seja, 15.000.000.000 (quinze bilhões: 15 x 10^9) de quilômetros de distância da Terra (a Unidade Astronômica equivale a distancia média Terra-Sol: cerca de cento cinqüenta milhões de quilômetros.

Nave espacial Voyager
© NASA
As sondas Voyager 1 e 2 são gêmeas, foram lançadas com 15 dias de intervalo (a Voyager 2 primeiro, em 20 de agosto e a Voyager 1 em 5 de setembro do 1977) e começaram seu longo caminho espacial que as levou a visitar os dois gigantes gasosos Júpiter e Saturno.
Diante do sucesso inicial, e aproveitando uma posição favorável de Urano e Netuno, que se dá cada 175 anos, se decidiu enviar a Voyager 2 a visitá-los, completando deste modo uma visita ao quarteto de gigantes gasosos.
A Voyager I, depois de passar por Saturno, se desviou, tal como estava previsto, a 35º norte do plano da eclíptica (o plano de órbita dos planetas em torno do Sol).
Atualmente se encontra cruzando a fronteira do Sistema Solar, o limite entre a ação do vento solar que se expande e o vento interestelar que o comprime. Isto se confirma graças aos três instrumentos que ainda funcionam a bordo das Voyager, que entre outras coisas, mostram uma leve desaceleração.

O famoso disco com a mensagem da Voyager
© NASA
As Voyager são mais conhecidas popularmente pelos famosos “discos” banhados em ouro que levam a bordo contendo saudações e uma elaborada mensagem com dados do planeta Terra e equações científicas, projetados por Frank. Drake e Carl Sagan, dirigido a hipotéticos seres que alguma vez, eventualmente, possam encontrar-se com estas naves e escutar sons ambientes da Terra, fragmentos musicais, saudações em 55 idiomas e ver 115 imagens, tudo escolhido por um comitê especial presidido pelo próprio Sagan.

© NASA
Estima-se que as Voyager têm energia para continuar enviando informações até 2020, momento em que se silenciariam para sempre. Calcula-se que nesse momento a Voyager 1 estará a quase 20 bilhões de quilômetros de casa.
Em 40.000 anos aproximadamente, passará nas proximidades (se é que dá para chamar 1,3 anos-luz de proximidade) da estrela AC+79 3888 que pertence à constelação da Girafa.
Ambas Voyager continuarão depois sua viagem, ninguém sabe até onde, ninguém sabe até quando.
Como disse Sagan:
“Pode ser que a humanidade se extinga, que a Terra seja tragada pelo Sol em expansão, e que chegue o dia em que todo o nosso sistema solar desapareça… porém, em algum lugar do espaço haverá um par de viajantes silenciosos atestando que alguma vez, em algum lugar da Via Láctea, floresceu a vida e evoluiu ao ponto tal de construir artefatos que evidenciem sua existência ante quem possa encontrá-los.” 