Imagine dois irmãos gêmeos idênticos. Um consegue emprego como astronauta e pega um foguete rumo ao espaço profundo. O outro fica na Terra. Quando o gêmeo viajante retorna para casa, ele descobre que é mais jovem do que seu irmão.
Este é o Paradoxo dos Gêmeos, uma teoria de Einstein, e embora soe estranho, é absolutamente verdadeiro. A Teoria da Relatividade nos diz que quanto mais rápido você viajar pelo espaço, mais lentamente você viajará pelo tempo. Pegar um foguete para Alfa Centauro - warp 9, por favor - é uma boa forma de permanecer jovem.
Será mesmo?
Alguns cientistas estão começando a acreditar que a viagem espacial possa ter o efeito oposto. Elas poderiam deixá-lo velho prematuramente."O problema com o paradoxo de Einstein é que ele não leva em conta a biologia - especificamente a radiação espacial e a biologia do envelhecimento," diz Frank Cucinotta, cientista-chefe da NASA para estudos sobre radiação, do Centro Espacial Johnson.
Enquanto o gêmeo astronauta está zunindo pelo espaço, explica Cucinotta, seus cromossomos estão expostos aos raios cósmicos. Isso pode danificar seus telômeros - pequenas "tampas" moleculares localizadas nas extremidades do seu DNA. Aqui na Terra, a perda de telômeros foi associada ao envelhecimento.
Até agora, o risco não tem sido uma grande preocupação: o efeito sobre os astronautas dos ônibus espaciais e da Estação Espacial Internacional, se aconteceram, foram muito pequenos. Esses astronautas ficam em órbita dentro do campo magnético protetor da Terra, que desvia a maioria dos raios cósmicos.
Mas, por volta de 2018, a NASA planeja enviar humanos para fora desta bolha protetora e voltar à Lua e eventualmente viajar até Marte. Os astronautas serão expostos aos raios cósmicos por semanas ou meses. Naturalmente, a NASA está cuidando de descobrir se o perigo do "envelhecimento pela radiação" realmente existe ou não e, se existir, como contorná-lo.
Somente agora a ciência está começando a olhar para esta questão. "A realidade é - nós temos pouca informação sobre [a ligação entre] a radiação e a perda de telômeros," diz Jerry Shay, um especialista em biologia celular da Universidade do Texas, em Dallas. Com financiamento da NASA, Shay e outros cientistas estão estudando o problema. O que eles aprenderem sobre o envelhecimento poderá ajudar a todos, na Terra ou no espaço.
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