http://br.news.yahoo.com/060601/5/15cma.htmlQui, 01 Jun - 18h39
Cientistas do Vaticano contemplam estrelas no Arizona Por Alan Elsner
MT GRAHAM, Arizona (Reuters) - De seu posto de observação no mais alto pico do sul do Arizona, o padre José Funes está alinhando o telescópio do Vaticano para uma noite de observação e de estudo dos processos que levam à formação de galáxias e ao nascimento de estrelas.
Funes, astrônomo e padre jesuíta, é um dos 12 cientistas, a maioria dos quais jesuítas, associados ao Grupo de Pesquisa do Observatório Vaticano, que opera o telescópio no Arizona e conduz pesquisas avançadas de astrofísica, cosmologia e observação galáctica e extragaláctica.
Poucos católicos e ainda menos norte-americanos sabem que o Vaticano opera um telescópio no Arizona, ou que a Igreja Católica se envolve em projetos de pesquisa científica. Mas os padres consideram que sua missão é servir como ponte para superar a distância que separa ciência e religião.
No processo, se tornaram uma das mais poderosas vozes de oposição à teoria "criacionista" e ao conceito do "projeto inteligente", segundo os quais determinadas formas existentes na natureza são complexas demais para ter se desenvolvido por meio da seleção natural, e portanto devem ter sido criadas por um "projetista", a quem se poderia denominar Deus.
Como todos os padres-cientistas, Funes diz que manteve sua astronomia e sua religião separadas.
"Quando leciono na Universidade do Arizona, digo aos alunos que sou padre e jesuíta, mas que minha aula é de ciência ... e a ciência trata de causas naturais, e não de causas sobrenaturais", disse.
Funes, que descobriu sua vocação religiosa quando estudante de Astronomia, em sua Argentina natal, está mapeando a formação e evolução de galáxias em um raio de 100 milhões de anos-luz da Terra. Quando seu projeto estiver concluído, ele terá observado por volta de 400 galáxias.
A despeito do conhecido confronto entre Galileu e a Inquisição no século 17, sobre a teoria de que a Terra gira em torno do Sol, a Igreja Católica tem uma longa história de apoio à ciência, especialmente à astronomia, disse o padre Chris Corbally, nascido no Reino Unido e vice-diretor do Observatório do Vaticano.