http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/mundo/2396001-2396500/2396055/2396055_1.xmlNa Internet, Zarqawi pede que sunitas do Iraque rejeite xiitas 23:18 01/06
DUBAI (Reuters) - Abu Musab Al Zarqawi, o "representante" da Al Qaeda no Iraque, pediu aos demais sunitas do país que rejeitem qualquer reconciliação com os "infiéis" xiitas, segundo gravação de áudio divulgada na quinta-feira pela Internet. "Oh, sunitas! Preparem-se para se livrarem das serpentes infiéis e do seu veneno, e não dêem ouvidos aos que advogam o fim do sectarismo e pedem a unidade nacional. Esta é uma arma para que vocês se rendam", disse a voz, que se parece de fato com a de Zarqawi.
O novo governo de unidade nacional prometeu no mês passado conter a violência e curar as feridas sectárias do país.
Não foi possível comprovar a autenticidade da gravação, divulgada em um site frequentemente usado por insurgentes iraquianos.
O autor criticou o principal clérigo xiita do Iraque, aiatolá Ali Al Sistani, por ser "líder da infidelidade e do ateísmo", e disse que seus seguidores estavam mais preocupados em cultuar seus próprios santos do que protestar contra as caricaturas, publicadas há alguns meses na Europa, que ridicularizavam o profeta Maomé.
"Não os vimos se erguerem com o mesmo fervor quando as imagens blasfemas do Profeta foram publicadas, porque eles preferem seus próprios líderes a Deus e ao Seu Profeta", disse ele.
A gravação também responsabilizava grupos xiitas e forças do governo por numerosos ataques contra sunitas e seus locais de culto. Sugere que os próprios xiitas estavam por trás da explosão de fevereiro contra uma importante mesquita xiita, entre outros ataques que deixaram o país à beira de uma guerra civil.
"Os ataques foram uma charada que revelou o ódio (dos xiitas) contra os sunitas", disse a voz.
A gravação, que foi divulgada em três partes e soma cerca de quatro horas, menciona exemplos de suposta inimizade dos xiitas com os demais muçulmanos ao longo da história.
A voz também critica uma milícia ligada ao clérigo xiita Moqtada Al Sadr por deixar de lutar contra os EUA após as rebeliões de 2004 contra as tropas norte-americanas.
Há também ataques à milícia xiita Hizbollah e menções ao suposto fato de que o Irã, um país xiita, ajudou os EUA no Afeganistão e está em contato com Washington a respeito do Iraque.