Autor Tópico: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?  (Lida 2669 vezes)

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Offline Renan

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Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Online: 05 de Junho de 2006, 22:24:48 »
Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra (1Cr 5.22), dar instruções sobre como ela deve ser travada (Dt 20) e ser aclamado pelo seu povo como o “SENHOR é guerreiro” (Êx 15.3)?

O elemento-chave em 1 Crônicas 5.22 (que nos fala das conquistas das tribos de Rúben, Gade e Manassés sobre os povos pagãos da Trans-jordânia) é o seguinte: “E muitos foram inimigos mortos, pois a batalha era de Deus”.

Certas suposições sublinham essa pergunta, as quais requerem exame cuidadoso quanto à sua justeza. Não fazer qualquer oposição ao mal é, realmente, manifestação de bondade?

Podemos dizer que um cirurgião não deve cortar e jogar fora o tecido canceroso de seu paciente, e sim deixá-lo sofrer até morrer? Podemos elogiar um destacamento policial que repousa preguiçosamente e nenhuma resistência opõe ao ladrão armado, ao seqüestrador, ao incendiário ou a qualquer outro tipo de criminoso que espreita a sociedade?

Como poderia Deus ser chamado de “bondoso” se ele proibisse seu povo de proteger as esposas contra o rapto e estrangulamento da parte de bandidos bêbados ou de resistir aos invasores que viessem roubar seus filhos e matá-los cruelmente?

Nenhum procedimento legal daria maior liberdade à perversidade e ao crime que a desistência do direito de defesa da parte dos cidadãos honestos e cumpridores de seus deveres. Não existe um modo mais eficaz de promover a causa de Satanás e os poderes do inferno que privar as pessoas honestas e que guardam a lei, de seus direitos de autodefesa. É difícil imaginar uma Divindade a que se poderia chamar “bondosa”, se sua política de combate ao crime se resumisse à total entrega ao mal, sob a alegação de pacifismo.

Toda possibilidade de se ter uma sociedade bem organizada se desfaria caso fosse abolido todo tipo de força policial. Nenhuma nação poderia conservar sua liberdade nem preservar a vida de seus cidadãos se lhe fosse impedido manter qualquer tipo de força armada que a defendesse.

Portanto, é necessário que o “bom Deus” inclua o direito de autodefesa como prerrogativa do povo. Deus de modo algum seria bom se entregasse o mundo à crueldade desenfreada perpetrada por criminosos sanguinários ou à livre agressão de exércitos inimigos.

A política sadia, apropriada e responsável da autodefesa não só é ensinada nas Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse, como também há exemplos em que Deus ordena a seu povo que exerça o julgamento sobre nações pagãs corruptas, degeneradas, e até mesmo a extinção total de cidades como Jericó (cf. o artigo “Teria Josué justificativa para o exterminio da população de Jericó?” em conexão com Josué 6.21).

As leis de guerra estabelecidas em Deuteronômio 20 representavam o controle da justiça, da retidão e da bondade no uso da espada e, por isso, representavam verdadeiramente a vontade de Deus. Algumas condições especiais foram definidas como motivo justo para que alguns soldados fossem dispensados do serviço militar até que tais empecilhos desaparecessem (Dt 20.5-7).

Até mesmo os que não pudessem apresentar tais desculpas, mas tinham medo e não queriam lutar, tinham permissão de ir embora (v. 8). Diferentemente dos exércitos pagãos, que podiam atacar uma cidade sem primeiro dar-lhe a oportunidade de entregar-se condicionalmente (cf. 1Sm 11.2,3; 30.1,2), os exércitos de Israel concediam ao inimigo a chance de entregar-se sem derramamento de sangue e aceitar a vassalagem aos hebreus antes que se procedesse ao cerco e à conseqüente destruição. Ainda assim, as mulheres e crianças eram poupadas, e seus captores tinham o dever de cuidar delas (Dt 20.14). Só no caso dos habitantes de Canaã, a Terra Prometida, que eram degenerados e depravados, deveria haver destruição total; desobedecer a tais ordens com toda certeza traria a corrupção moral e espiritual e a quebra dos padrões da sociedade israelita, de acordo com os versículos de 16 a 18. (Essa influência corruptora tornar-se-ia aparente mais tarde, no período dos juízes [Jz 2.2,3,11-15]).

Nos tempos do NT, a convocação de um soldado era considerada uma honra, quando exercida com responsabilidade. (Mt 8.5; Lc 3.14; At 10.1-6, 34,35). Paulo chega a fazer uma analogia entre o serviço militar e o compromisso cristão (2Tm 2.4), sem apresentar a mínima restrição àquela atividade. A descrição que ele estabelece, em Efésios 6.11-17, da armadura espiritual que o guerreiro de Cristo deve usar quando a serviço de seu Senhor segue o mesmo princípio. Parece que não existe a mínima base nas Escrituras, seja no AT, seja no NT, para o conceito de um Deus “bom” que exige pacifismo incondicional da parte de seus seguidores.

(Para um estudo mais profundo acerca das evidências bíblicas sobre desse ponto, v. G. L. Archer: “Teria o pacifismo alguma base bíblica?” The Evangelical Beacon, 28 de dezembro de 1971: 4-6.)

Bye
Gênesis

Offline Stéfano

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #1 Online: 05 de Junho de 2006, 23:58:24 »
Essa não é uma defesa à Segunda Emenda ?
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Offline PauloCesar

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #2 Online: 12 de Junho de 2006, 15:05:31 »
Hum... não sei. Acho que é mais uma desculpa esfarrapada para tentar justificar os genocídios bíblicos.
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Offline Diegojaf

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #3 Online: 12 de Junho de 2006, 16:12:35 »
Hn... escravidão ou lutar até a morte pela liberdade? Nossa, com tantas opções fica até difícil...

Mulheres e crianças poupadas e cuidadas por seus captores?

Eufemismo para escrava sexual e escravidão infantil...
« Última modificação: 12 de Junho de 2006, 16:14:27 por DiegoJaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline N3RD

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #4 Online: 12 de Junho de 2006, 18:40:05 »
deus é bizarro  :?
Não deseje.

Offline Josilene

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #5 Online: 17 de Junho de 2006, 15:28:48 »
Ele é umaq criança grande com uma fazenda de formigas, ele não planeja nada.
"Adoro tudo que eu não conheço."

Offline Leandro Faia

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #6 Online: 21 de Junho de 2006, 04:25:02 »
Uma mão lava a outra. Você me adora e eu justifico a sua matança.

Offline Hrrr

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #7 Online: 21 de Junho de 2006, 19:23:39 »
num seria melhor mover esse topico pra Religioes, Crenças e Mitos?
so num te dou outra pq

Offline Dark Angel

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #8 Online: 21 de Junho de 2006, 21:13:04 »
Simples. Ele não apóia nem discorda de nada. Ele não existe. :lol:

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Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #9 Online: 22 de Junho de 2006, 11:56:49 »
É, esse é um dos dilemas que enfrento  :(

De acordo com a minha visão, a existência de Deus é um axioma, mas a questão fundamental é com relação a possibilidade de atribuir a ele qualquer moral.

Offline Guinevere

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #10 Online: 22 de Junho de 2006, 12:19:52 »
Como assim, MIla?

Offline Dark Angel

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #11 Online: 22 de Junho de 2006, 16:51:32 »
 
É, esse é um dos dilemas que enfrento :(

De acordo com a minha visão, a existência de Deus é um axioma, mas a questão fundamental é com relação a possibilidade de atribuir a ele qualquer moral.

Axioma=Valor. Portanto ateístas não têm como avaliar um ser que não consideram como ser.

Valores morais de deus. Quais seriam? Qual o conceito que ele teria de bem e mal, qual o jeito de pensar de deus.
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Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #12 Online: 22 de Junho de 2006, 18:44:27 »
Como assim, MIla?

Assim: Eu penso que a existência de Deus seja uma verdade evidente por si mesma, entretanto, não acredito que se  possa fazer qualquer consideração ética sobre este ser, pois os critérios de apreciação da sua conduta partiria do ponto de vista humano, e como os conceitos de bem e de mal são relativos, no máximo, poderíamos concluir que este ser é responsável por atitudes morais ambíguas, o que acaba de vez com o argumento de que ele seja absolutamente bom.

Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #13 Online: 22 de Junho de 2006, 18:47:03 »
Axioma=Valor. Portanto ateístas não têm como avaliar um ser que não consideram como ser.

Valores morais de deus. Quais seriam? Qual o conceito que ele teria de bem e mal, qual o jeito de pensar de deus.


Não. Axioma não é igual a um valor, um axioma é uma sentença. E com relação aos supostos valores morais de Deus, leia a minha resposta dada a Guinevere.

Offline Guinevere

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #14 Online: 22 de Junho de 2006, 19:45:53 »
Como assim, MIla?

Assim: Eu penso que a existência de Deus seja uma verdade evidente por si mesma, entretanto, não acredito que se  possa fazer qualquer consideração ética sobre este ser, pois os critérios de apreciação da sua conduta partiria do ponto de vista humano, e como os conceitos de bem e de mal são relativos, no máximo, poderíamos concluir que este ser é responsável por atitudes morais ambíguas, o que acaba de vez com o argumento de que ele seja absolutamente bom.
Ah, eu tô meio lenta hoje, mas acho que se entendi, concordo. E o Maykon, nosso forista futuro pastor presbiteriano, também!

Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #15 Online: 22 de Junho de 2006, 20:28:01 »
Puxa... um pastor que acredita num Deus a-moral? E logo presbiteriano? É... ele precisará de sorte!  :?

Offline Guinevere

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #16 Online: 22 de Junho de 2006, 20:40:14 »
Não "amoral" nesse sentido de não ter moral, mas no sentido "ele faz o que Ele quer, Ele é Deus!", meio que ele quem manda no que é moral.

Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #17 Online: 23 de Junho de 2006, 20:25:16 »
Mas cá pra nós, esse conceito é pra lá de arbitrário, não?  :P

Offline Agnostic

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #18 Online: 26 de Junho de 2006, 14:11:32 »
Mas cá pra nós, esse conceito é pra lá de arbitrário, não? :P

Obviamente. É um bom escape para justificar as incoerências no modelo abraâmico de deus.
Who cares?

Offline Hades

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #19 Online: 26 de Junho de 2006, 22:01:48 »
Cara a bíblia é replta de crueldades, absurdos e contradições.
Não tem como haver racionalidade num deus que se diz único, se compara a outros(espera!ele não é único?), e muda de uma hora pra outra, mesmo dizendo não mudar, e se arrepende de uma hora pra outra dizendo que não se arrepende, sem contar que se ele não mente como fez tudo isso e disse o contrário?
Para mim a bíblia já era.
Pode ser um bom guia para um pscicótico!

Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #20 Online: 28 de Junho de 2006, 09:18:27 »
Um tanto quanto parcial, e por que não diria... cômodo?

A Bíblia não é só isso. Ela também é o norteador moral de muitas pessoas que ao contrário do que você, estão muito longe de serem comparados a qualquer pessoa que apresente um quadro de psicose.

Offline Josilene

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #21 Online: 28 de Junho de 2006, 10:20:35 »
Se eu bem entendi você faz parte do Cristianismo. Eu também acreditava piamente que Deus existia. Até ler um livro de história. Me mundo desabou. É dificil você acreditar aquilo que você adorava e rezava..., não exista. Mas se você tiver algum a prova do contrario..,dê a nós.
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Offline Mila

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #22 Online: 28 de Junho de 2006, 22:20:57 »
Eu não sou cristã, sou deísta, e pouco me importa como ou se você deixou de acreditar em Deus. Não é preciso ser cristão para perceber que o rapaz exagerou na dose.

Offline Agnostic

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #23 Online: 29 de Junho de 2006, 15:58:48 »
Mila, excetuando o trecho "Pode ser um bom guia para um pscicótico!", e que mesmo assim ainda tem um fundo de verdade, pois o cristianismo se assemelha a um quadro de psicose, dependendo do jeito que é praticado, não vejo nada inverossímil no resto da mensagem do hades.

O modelo bíblico de deus não é nada racional, além de ser um tipo divino que sofre, no mínimo, de distúrbio bipolar de humor. É um deus muito esquisito, que varia em extremos desde num momento ordenar matar até bebês, enquanto em outro manda perdoar os inimigos, mas brincando de jogar almas para queimarem eternamente no inferno.
Who cares?

Atheist

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Re: Como um Deus bondoso, de paz, pode permitir e apoiar a guerra?
« Resposta #24 Online: 30 de Junho de 2006, 00:32:12 »
Um tanto quanto parcial, e por que não diria... cômodo?

A Bíblia não é só isso. Ela também é o norteador moral de muitas pessoas que ao contrário do que você, estão muito longe de serem comparados a qualquer pessoa que apresente um quadro de psicose.

Norteador moral?

Pena que é ineficiente... O jeitinho brasileiro que o diga...

 

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