0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.
20 DE JUNHO DE 2006 - 12h05Bolívia vai estatizar energia, ferrovias e telecomunicaçãoO governo boliviano anunciou ontem que vai assumir o controle de empresas dos setores de energia, telecomunicações e ferroviário no país, assim como fez no setor de gás e petróleo. A medida integra o Plano Nacional de Desenvolvimento 2006-2010, divulgado na última sexta-feira pelo governo do presidente Evo Morales.O processo, chamado de "bolivianização" pelo ministro do Planejamento, Carlos Villegas, está sendo analisado pelo governo que tem como meta encampar as ações necessárias para assumir o controle das empresas que foram privatizadas nos anos 90.A decisão envolve grupos da Itália, do Chile e dos EUA, que controlam as empresas, além de investidores bolivianos. No setor de telecomunicações, será estatizada a maior empresa do país, a Entel (Empresa Nacional de Telecomunicaciones), controlada pela Telecom Italia. No setor elétrico, a Corani, controlada pela norte-americana Duke, a Guaracachi, de capital britânico, e a Valle Hermoso, controlada por investidores bolivianos. Essas três empresas respondem por 60% da geração de eletricidade no país.No setor de ferrovias, serão estatizadas a Andina, controlada por capital chileno, e a Oriental, da norte-americana Genesee & Wyoming, o que inclui a linha ferroviária que liga Santa Cruz, a principal cidade boliviana, ao Brasil. Essas empresas terão 48% de suas ações, atualmente administradas por fundos de pensão locais revertidas para o Estado. "Vamos comprar mais ações, 2% ou 3%, para que tenhamos 51% de todas as empresas", disse o ministro. Entretanto, ele garantiu que essa compra será feita de modo a não criar "uma carga onerosa" ao Tesouro boliviano. Villegas afirmou ainda que o mesmo método usado para nacionalizar as empresas petrolíferas Andina, Chaco e Transredes deve ser usado. Nenhuma das empresas envolvidas quis se manifestar antes de "tomar conhecimento dos detalhes do plano do governo", segundo porta-vozes. O governo afirmou que o plano de "bolivianização" dos setores estratégicos não inclui o Lloyd Aéreo Boliviano (LAB), empresa que tem dívidas de mais de US$ 170 milhões e que atravessa atualmente uma grave crise financeira.Todas as medidas anunciadas fazem parte do Plano Nacional de Desenvolvimento 2006-2010, apresentado em linhas gerais na sexta-feira pelas autoridades bolivianas. Com o plano, o governo do presidente Evo Morales se compromete a criar 100 mil novos empregos por ano, a alfabetizar 1,3 milhão de bolivianos também por ano e a lançar o programa hambre cero (fome zero).Da RedaçãoCom agências.http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=4075