Experimentos físicos revolucionam internet, dizem cientistas da France Presse, em Galápagos
Os próximos experimentos físicos exigirão um processamento de informação mais avançado e isso levará a um revolucionário desenvolvimento da computação e da internet, segundo cientistas reunidos em um encontro mundial nas ilhas Galápagos encerrado neste domingo.
No fechamento do encontro de quatro dias, os físicos disseram que os testes de laboratório estimularão "mudanças extraordinárias" na rede, que caminharão paralelamente aos descobrimentos sobre a composição da matéria e da energia.
"Os processadores conectados a uma rede serviram para baixar mensagens, depois para compartilhar informação e o passo seguinte será unificar a capacidade de cálculo de todos os computadores", afirmou Antonio Dobado, secretário-geral da Sociedade Espanhola de Física.
O experimento que indiretamente revolucionará a internet começará em 2007, quando os cientistas recriarem em um laboratório europeu os instantes posteriores ao Big Bang, a explosão que deu origem ao universo, utilizando um potente acelerador de partículas.
O teste poderia significar um novo passo no conhecimento da matéria e da energia escuras que integram o universo, e da qual se conhece uma porcentagem muito pequena, segundo os especialistas.
"Os testes vão exigir uma computação formidável e de alta eficiência. Isso está motivando o desenvolvimento de sistemas conhecidos como 'grid computing', que permitirão unificar a capacidade de processamento de todos os computadores", afirmou o americano Frank Wilseck, prêmio Nobel de Física em 2004.
A tecnologia atual permite que os computadores transportem e compartilhem informação através do disco rígido. Com o novo modelo, também será possível unificar a capacidade de cálculo, explicou Dobado.
"Há uns poucos laboratórios que estão processando informação conjuntamente mediante os 'grid computings', mas é muito provável que a prática se estenda, como já ocorreu com a web e, em algum tempo, teremos um grande computador mundial", continuou.
Dobado e Wilcsek consideram que, com esse tipo de estímulo, a ciência se aproximará cada vez mais das pessoas comuns, derrubando o preconceito de que os físicos vivem "desconectados da realidade e que seu conhecimento escapa do entendimento da maioria".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20251.shtml[/list]