acho que o assunto nesse sentido foi abordado justamente num tópico sobre a Varig.
Eu não sou a favor ou contra qualquer investimento de dinheiro público, acho que tanto em empresas tanto "no social" podem haver bons e maus investimentos. Em teoria, todos são bons, deixam as crianças na escola, capacitam famílias mais necessitadas a cuidarem melhor de si próprias e fazerem a máquina capitalista girar enquanto teoricamente as crianças estão estudando e pavimentando um modo para futuramente serem autônomas, estando inseridas de forma mais funcional, participativa no mercado de trabalho, consumindo mais, e etc. No caso de investimento em empresas, teoricamente ocorre mais ou menos o mesmo, só que de forma mais indireta, o investimento pode manter uma empresa viva ou torná-la mais ativa, e conseqüentemente ajuda a quem ela emprega direta e indiretamente, o que pode aumentar ou no mínimo não diminuir.
Em ambos os casos, há o problema do investimento desvidado, indo para cachaça ou carrões; pode não ser aplicado da melhor maneira possível, ou simplesmente, não resolver o problema por causa de uma situação maior, seja a economia em geral, ou a qualidade de ensino.
No caso dos investimentos mais diretamente sociais, acho que há um risco maior de apelar para o populismo simplesmente pelo poder, e investir de forma a simplesmente ser o suficiente para exibir que prestou tal ajuda, que "trabalhou pelo social", mesmo que seja feito de modo que não o mais eficiente, mesmo que outras peças fundamentais estejam sendo esquecidas para que o todo funcionasse como devia.
Outra vantagem do investimento em empresas, acho que é que o retorno é potencialmente muito maior, ao menos imediatamente, mas potencialmente também em longo prazo. Enquanto que os investimentos sociais simplesmente sustentam um pouco melhor as pessoas que não têm ainda como se sustentar ou nâo tem como se sustentar adequadamente, sem gerar outra coisa mais imediatamente além de um nível um pouco melhor de qualidade de vida, os investimentos em empresas acabam sendo mais rentáveis (acho) no sentido de que haverão mais pessoas, não só os empresários "fazendo" dinheiro (em vez de só receber, como se fosse um acréscimo ao salário já pago pela empresa sem terem que fazer qualquer coisa a mais). Em tese, na pior das hipóteses (das boas, em que dá certo) a empresa é salva e continua a sustentar de forma autônoma seus empregados (e tanto a empresa quanto os empregados por sua vez acabam pagando um pouco de volta em impostos, o que não fariam se a empresa falisse); na melhor, a empresa cresce e pode empregar mais pessoas que também estão produzindo riqueza. Enquanto as pessoas ajudadas por programas de ajuda estão representando um retorno imediato muito menor em em impostos, só pelo pouco a mais que podem comprar com o que ganham a mais, praticamente, imagino.
Ou, em outras palavras, acho que é mais ou menos (bem "menos", no sentido de impostos e etc, mas suficientemente boa quanto a produção de riquezas, acho) a diferença que há entre investir uma quantia em ações de empresas, ou fracionar essa quantia enormemente e simplesmente doar para um monte de pessoas, mais ou menos aleatoriamente....