Autor Tópico: Assistencialismo  (Lida 583 vezes)

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Offline Donatello

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Assistencialismo
« Online: 05 de Julho de 2006, 18:09:55 »
Citação de: OESP
Volks: metalúrgicos discutem financiamento aprovado com o BNDES


Financiamento foi de R$ 497,1 milhões para a Volkswagen em abril deste ano, mas o dinheiro ainda não foi liberado
Renata Stuani



 
SÃO PAULO - Em reunião realizada nesta quarta-feira em Brasília, dirigentes sindicais conversaram com o presidente do BNDES, Demian Fiocca, sobre o empréstimo autorizado para a Volkswagen do Brasil. O BNDES aprovou financiamento de R$ 497,1 milhões para a Volks em abril deste ano, mas o dinheiro ainda não foi liberado.Os recursos correspondem a 54% dos investimentos de um total de R$ 920,9 milhões realizados pela empresa nos últimos tempos. A montadora não comentou o caso.

Leia a continuação aqui:http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2006/jun/28/334.htm


Citação de: O Globo
BNDES financiará fornecedor brasileiro que fornecer bens e serviços para gasoduto na Argentina

Agência Brasil

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de empréstimo de US$ 279 milhões para financiar o exportador brasileiro de bens e serviços de engenharia e construção que ganhar a licitação, em curso na Argentina, para ampliação de gasodutos nos sistemas operados pela Transportadora de Gás do Norte (TGN) e Transportadora de Gás Del Sur(TGS), naquele país.

De acordo com a assessoria da instituição, os bens e serviços brasileiros que forem financiados se destinarão a investimentos realizados pela empresa Albanesi, uma das maiores comercializadoras de gás natural da Argentina. Ela responde por 12% do total de gás consumido naquele país, por 18% do mercado de grandes clientes e por 4,5% do transporte. Leia +:http://oglobo.globo.com/petroleo/materias/2006/06/26/284435336.asp


Citação de: Folha
Ministério negociará ajuda do BNDES à PUC-SP
FÁBIO TAKAHASHI
enviado especial da Folha de S.Paulo a Brasília

O governo federal e a PUC de São Paulo começaram ontem a negociar uma ajuda à PUC-SP, que vive sua pior crise financeira. O Ministério da Educação se dispôs a intermediar um pedido de empréstimo ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas a possível verba não deve reverter nenhuma das demissões dos professores e funcionários.

A reitora da PUC, Maura Véras, foi ontem a Brasília para apresentar a situação da universidade, que deve R$ 82 milhões para os bancos Bradesco e ABN Amro.

"A PUC é uma universidade muito boa e tem papel simbólico na história do país. Na época da ditadura, permitiu que os intelectuais não saíssem do Brasil. Temos uma dívida com a PUC", disse o secretário da Educação Superior do MEC, Nelson Maculan. Tirei de cá:http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18457.shtml


Citação de: Fernando
O fato é que por enquanto, as classes que se preocupam com educação, que fazem controle de natalidade (não tem mais filhos do que podem criar), são penalizadas com as medidas assistencialistas do governo... E elas não melhoram a situação dos pobres que querem aprender e precisam conviver com marginais, nem dos que estão efetivamente pagando pelas "bolsas-esmola" do governo. Elas podem fazer uma diferença imediata pra quem recebe, mas não resolvem o problema cultural que o país tem../forum//topic,758.msg15449/topicseen.html#msg15449
.

Citação de: O encposto
O dinheiro para o governo torrar com assistencialismo tem origem nos impostos dos contribuintes.  Se não existir mais contribuinte, o caipira que depende do assistencialismo estatal irá morrer de qualquer forma.

Há um quase consenso aqui no fórum acerca de medidas de distribuiçao de renda feitas através de dinheiro público.Seja em relação ao bolsa-família, ao prouni ou a qualquer meio que ise redistribuir riquezas sempre vem por aqui acompanhado de comentários do tipo:quem não quisesse colaborar deveria ter o direito de não doar a esses pobretões.Interessante observar porém que nunca se critíca qualquer um dos inúmeros "empréstimos" que são doados às grandes empresas.

Não vou fazer nenhuma consideração sobre uma ou outra prática por enquanto, exceto de que também discordo do método utilizado em grandissíssima parte dos meios de distribuição de renda e oportunidades, métodos estes que possibilitam ,por exemplo, que indivíduos da classe média alta se beneficiem do PROUNI, que igrejas beneficiem seus crédulos na distribuição de cestas, dos programas de fomentos de bolsas anteriores ao PROUNI que pagavam com diheiro público as mensalidades dos ricos alunos da PUC e deixavam os mais pobres com as piores instituições...

Mas gostaria muito de, inicialmente, conhecer os motivos pelos quais Bruno, Roberto, Fernando... são tão desfavoráveis a um tipo de assistencialismo( o que é direcionado aos pobres) e tão , no mínimo, conformados com o outro(o que é direcionado aos capitalistas multinacionais e os tais).

P.s.:L.Duran, agora é on-topic  :)
P.s.2:As letras comidas são culpa do teclado, que tá véinho, véinho.Sorry...
« Última modificação: 05 de Julho de 2006, 18:17:42 por Daniel Reynaldo »

Offline Rodion

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Re: Assistencialismo
« Resposta #1 Online: 06 de Julho de 2006, 10:04:34 »
Citar
Mas gostaria muito de, inicialmente, conhecer os motivos pelos quais Bruno, Roberto, Fernando... são tão desfavoráveis a um tipo de assistencialismo( o que é direcionado aos pobres) e tão , no mínimo, conformados com o outro(o que é direcionado aos capitalistas multinacionais e os tais).

simplesmente porque alguns programas assistencialistas são dinheiro no ralo, ora. não estou condenando usar do dinheiro público para tirar gente da miséria, a questão é, como isso é feito? dar 50 reais pro sujeito todo mês não surte efeito e tem um peso enorme para o contribuinte.
agora, se pega-se esse dinheiro e se coloca em capacitação profissional, o efeito é outro.

quanto às empresas, ora, são financiamentos. essa é a função do bndes. que eu saiba, ninguém sai no prejuízo, ou sai? esse dinheiro é, como você disse, doado?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Roberto

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Re: Assistencialismo
« Resposta #2 Online: 06 de Julho de 2006, 14:31:23 »
Daniel, donde tirou que sou conformado com o assistencialismo (sic) voltado para os capitalistas? Por mim, que a Varig quebre, que vá pro céu das companhias aéreas... e de primeira classe! Mas realmente não me lembro do assistencialismo (sic) voltado para capitalistas ter sido seriamente abordado em algum tópico aqui do fórum, e me lembro menos ainda de ter dado alguma opinião a respeito.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline n/a

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Re: Assistencialismo
« Resposta #3 Online: 06 de Julho de 2006, 17:04:09 »
É, são os dois pontos principais. Ninguém defendeu os empréstimos e, ainda que defendessemos, não são doações, de qualquer forma.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Assistencialismo
« Resposta #4 Online: 06 de Julho de 2006, 22:50:04 »
acho que o assunto nesse sentido foi abordado justamente num tópico sobre a Varig.

Eu não sou a favor ou contra qualquer investimento de dinheiro público, acho que tanto em empresas tanto "no social" podem haver bons e maus investimentos. Em teoria, todos são bons, deixam as crianças na escola, capacitam famílias mais necessitadas a cuidarem melhor de si próprias e fazerem a máquina capitalista girar enquanto teoricamente as crianças estão estudando e pavimentando um modo para futuramente serem autônomas, estando inseridas de forma mais funcional, participativa no mercado de trabalho, consumindo mais, e etc. No caso de investimento em empresas, teoricamente ocorre mais ou menos o mesmo, só que de forma mais indireta, o investimento pode manter uma empresa viva ou torná-la mais ativa, e conseqüentemente ajuda a quem ela emprega direta e indiretamente, o que pode aumentar ou no mínimo não diminuir.

Em ambos os casos, há o problema do investimento desvidado, indo para cachaça ou carrões; pode não ser aplicado da melhor maneira possível, ou simplesmente, não resolver o problema por causa de uma situação maior, seja a economia em geral, ou a qualidade de ensino.

No caso dos investimentos mais diretamente sociais, acho que há um risco maior de apelar para o populismo simplesmente pelo poder, e investir de forma a simplesmente ser o suficiente para exibir que prestou tal ajuda, que "trabalhou pelo social", mesmo que seja feito de modo que não o mais eficiente, mesmo que outras peças fundamentais estejam sendo esquecidas para que o todo funcionasse como devia.

Outra vantagem do investimento em empresas, acho que é que o retorno é potencialmente muito maior, ao menos imediatamente, mas potencialmente também em longo prazo. Enquanto que os investimentos sociais simplesmente sustentam um pouco melhor as pessoas que não têm ainda como se sustentar ou nâo tem como se sustentar adequadamente, sem gerar outra coisa mais imediatamente além de um nível um pouco melhor de qualidade de vida, os investimentos em empresas acabam sendo mais rentáveis (acho) no sentido de que haverão mais pessoas, não só os empresários "fazendo" dinheiro (em vez de só receber, como se fosse um acréscimo ao salário já pago pela empresa sem terem que fazer qualquer coisa a mais). Em tese, na pior das hipóteses (das boas, em que dá certo) a empresa é salva e continua a sustentar de forma autônoma seus empregados (e tanto a empresa quanto os empregados por sua vez acabam pagando um pouco de volta em impostos, o que não fariam se a empresa falisse); na melhor, a empresa cresce e pode empregar mais pessoas que também estão produzindo riqueza. Enquanto as pessoas ajudadas por programas de ajuda estão representando um retorno imediato muito menor em em impostos, só pelo pouco a mais que podem comprar com o que ganham a mais, praticamente, imagino.

Ou, em outras palavras, acho que é mais ou menos (bem "menos", no sentido de impostos e etc, mas suficientemente boa quanto a produção de riquezas, acho) a diferença que há entre investir uma quantia em ações de empresas, ou fracionar essa quantia enormemente e simplesmente doar para um monte de pessoas, mais ou menos aleatoriamente....

 

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