Tópico: Agricultura familiar responde por 10% do PIB brasileiro

[CoqueiroVermelho]

8 DE JULHO DE 2006 - 10h29
Agricultura familiar responde por 10% do PIB brasileiro

O reconhecimento legal do agricultor familiar é a maior conquista do setor nos últimos anos. A avaliação foi feita pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, ao comentar a aprovação do projeto de lei que institui a Política Nacional de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais pelo Congresso Nacional. O setor responde por 10% de todo o PIB (Produto Interno Bruto) do país.


De acordo com Cassel, o reconhecimento da agricultura familiar como categoria profissional produtiva vai permitir a descentralização de ações destinadas ao setor. Além disso, permitirá que o governo federal, estados, municípios e organismos internacionais invistam de forma direta na agricultura familiar e nos assentamentos de reforma agrária.

A força dos pequenos

A chamada agricultura familiar -- formada por pequenas unidades que não exploram mão-de-obra alheia -- é formada por cerca de 4,2 milhões de estabelecimentos, com área de menos de 100 hectares. Isto representa 84% dos estabelecimentos rurais do país, embora com apenas 18,5% da área total.

Essa economia camponesa responde hoje por 40% do valor bruto da produção agropecuária brasileira e emprega 70% da mão-de-obra rural. Sai da agricultura familiar 84% da produção brasileira de mandioca, 67% do feijão, 58% dos suínos, 54% da pecuária leiteira, 49% do milho, 40% das aves e ovos, 32% da soja.

Para o ministro Cassel, o reconhecimento dessa força "vai, provavelmente, aumentar o volume de recursos destinados a esse setor tão importante da economia brasileira". Ele dise que, com o projeto aprovado, o agricultor familiar terá maior acesso às políticas públicas já adotadas no país, como financiamento, assistência técnica e extensão rural, seguro, apoio para comercialização, educação, saúde e previdência social.

Cassel afirmou também que a Política Nacional de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais garantirá a participação de agricultores na formulação e implementação das políticas públicas, além de estimular a criação de novas ações para atender os interesses desses produtores.

Já aprovado pelos deputados, o projeto recebeu terça-feira (4) a aprovação dos senadores e agpra segue para sanção presidencial para ser transformado em lei. Nos próximos dias, o projeto deve ser encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terá até 15 dias úteis para sancioná-lo ou para vetá-lo.

Com informações
da Agência Brasil
fonte: http://vermelho.org.br/base.asp?texto=4919

[Rhyan]

fonte: http://vermelho.org.br/base.asp?texto=4919

 

[Oceanos]

Off-topic: Esse site tem um problema estúpido no Opera, quando você abre ele, aparece uma popup em javascript escrito "teste". Mandei um e-mail avisando o problema mas parece que o webmaster não se importou muito.

[rizk]

e a reforma agrária não sai.

[HSette]

Ocorre que a agricultura familiar é inviável em termos econômico-financeiros.
Só se sustenta em função de incentivos do Poder Público (e dá-lhe subsídios).
Sua importância (e que não é pequena) prende-se a aspectos sociais: fixação do homem no campo, impedindo o êxodo rural; geração de emprego.

Desde a Revolução Industrial, a atividade agrícola só é viável, na ótica capitalista, quando associada aos setores financeiros e industriais, em larga escala (o tal do Agrobusiness).

[Buckaroo Banzai]

mas isso é meio estranho. Como pode ser inviável financeiramente, se o texto estiver correto, e for responsável pela produção de "84% da produção brasileira de mandioca, 67% do feijão, 58% dos suínos, 54% da pecuária leiteira, 49% do milho, 40% das aves e ovos, 32% da soja", ao mesmo tempo em que representa apenas "18,5% da área total" de estabelecimentos agrícolas?

Bem, teria que analisar mais o resto da produção agrícola do país, para entender melhor esse porque. Pelo que está dito apenas no texto, a única indicação seria em empregar 70% da mão de obra rural, ou seja, supõe-se que a "outra" agricultura esteja fazendo o resto dessas porcentagens todas e mais 100% de eventuais outras coisas, com apenas 30% da mão de obra, ainda que com mais de 80% da área.

[HSette]

A resposta é simples: subsídios, empréstimos a juros abaixo do mercado (em muitos casos, a fundo perdido), isenções fiscais de várias naturezas - em função do tamanho da propriedade, por exemplo, sem falar em Bolsa disso, Bolsa daquilo.

Mas não sou contra isso: os benefícios sociais são muitos. O importante é saber dosar isso.

[Diegojaf]

http://www.agricultura.gov.br/portal/page?_pageid=33,968370&_dad=portal&_schema=PORTAL


Olha, dei uma olhada rápida pra achar esses dados e não encontrei... se alguém tiver mais sorte...

[ukrainian]

A reforma agrária não é conciliável com os interesses dos grandes empresários, donos do Poder público brasileiro...

[HSette]

A reforma agrária não é conciliável com os interesses dos grandes empresários, donos do Poder público brasileiro...

Exatamente. Não é a toa que a bancada ruralista no Congresso é uma das mais articuladas e atuantes.

Eu, pessoalmente, não creio numa Reforma Agrária pra valer sem que acha descontinuidade do Modelo Político-Econômico vigente. E isso está longe de acontecer.

[Rhyan]

Um bom texto sobre o tema:
http://www.institutoliberal.org.br/temasemdebate/refagra/refagra.htm

[HSette]

Um bom texto sobre o tema:
http://www.institutoliberal.org.br/temasemdebate/refagra/refagra.htm

O texto é bom! E há muitas fontes de informações confiáveis.

Como eu havia frisado antes, a questão da da baixa produtividade agrícola é crucial.

...a agricultura gera pouca renda, tanto para empregados quanto para empregadores, inclusive nos países onde ela é altamente desenvolvida;

[n/a]

Opa, legal Rhyan.

[Pregador]

O ideal para os pequenos produtores é se organizarem em cooperativas para vender a produção todos juntos. Cada um produz um pouco que unindo tudo representa algo significativo.