O dilema entre o individuo e o grupo, se manifesta em muitas coisas na nossa vida...e sentimos isto frequentemente...estarmos deslocados...fora de nosso grupo...
Muitas vezes é o dilema de seguirmos nossos principios, nossas convicções, nossa consciencia, ou seguir o grupo...as aparencias que satisfazem o grupo social...
Qual é o mais importante para voces?
É sobre isto este texto....gostaria da opinião de voces....

Individualidade e agrupamento
:: Flávio Gikovate ::
Por não agüentar ser só, o homem se agrupa; e mais, o faz de forma rígida e pouco inteligente, pois o princípio é sempre o mesmo: aceitação das regras estabelecidas ou o fantasma da rejeição. Como isto é insuportável, não sobra senão a alternativa de se “acomodar”. De nada adianta mudar de grupo, pois os outros podem ter regras diferentes, mas têm uma em comum, que é a da aceitação das regras estabelecidas. A liberdade individual se perde e é trocada pela agradável sensação de aconchego, de se fazer parte de algo maior que a gente.
O viver integrado num grupo é importante atenuador do desamparo; porém, nos faz sentir uma outra coisa desagradável, que é o de sermos apenas mais um membro do grupo, sem nada de particular e especial. Nos faz sentir insignificantes e sem expressão; sem destaque, e, portanto, ofendidos na nossa vaidade - que tem a ver com nossa complexa sexualidade.
Fica constituído aquele que talvez seja o maior de todos os nossos dilemas: queremos nos sentir parte de um todo maior para nos percebermos amparados, ao mesmo tempo em que queremos chamar a atenção, nos destacar. Por um lado, temos enorme tendência para seguir as regras, para compormos e aceitarmos os hábitos de nosso grupo social. Por outro lado, queremos ser extravagantes, nos destacar, sermos únicos. Se agirmos conforme nosso ponto de vista, fugiremos às regras e seremos gratificados na vaidade tanto pela nossa coerência como pela excentricidade; mas correremos o risco de sermos criticados, mal-vistos e rejeitados pelo grupo (coisa que de fato acontece). Se agirmos de acordo com as regras estabelecidas, nos sentimos como morto-vivos, sem alegria e animação própria dos que se sentem envaidecidos; mas estamos mais protegidos, aconchegados, menos ameaçados.