Desde que acordo até a hora de dormir – na tv, na rua, no trabalho, na internet – vejo um mar de futilidades que a muito tempo nos inundou. As pessoas, de modo geral, não pensam em coisas mais profundas e de importância real e abrangente. O que reina é o imediatismo, coisas óbvias que nos garantam a sobrevivência e o prazer imediatos. Não que preocupar-se em trabalhar para poder comer e ter uma vida decente, que ter uma namoradinha ou esposinha para poder transar e manter em dia as suas necessidades orgânicas, seja algo sem importância. Claramente é importante, mas porém a vida não se resume a isto.
Parece que não me deparo mais com seres humanos, somente com zumbis e robôs programados para obedecer, comprar, ter, ser, orar, acreditar... A moda, irmã mais nova da mídia, dita o que devemos ser, onde devemos ir, o que devemos falar, o que pensar e, principalmente, o que possuir. O consumismo estimulado pela moda, aliada ao marketing sangrento e imbecilizador, é algo impressionante no mundo de hoje. “Você deve ter este carro, sem ele vc é um bosta e não vai comer ninguém”, ou “coloque silicone senão vc vai ser uma infeliz rejeitada e horrível”, trocando em miúdos é mais ou menos isto que as propagandas querem dizer. Novelas, filmes e séries são grandes fontes produtoras de moda. As mulheres querem usar as roupas das atrizes, os homens querem ter os músculos do galã. Tudo isto em nome do santo dinheiro que move o mundo, dilatador de ego de gananciosos cujo o único objetivo é o lucro máximo.
Na parte cultural é um desastre maior ainda. A tv (principal meio de obter informação da maioria da população) despeja diariamente um tonel de bobagens e imbecilidades (com algumas exceções) nos pobres cérebros dos cidadãos comuns, sem nada para contrapor tanta desinformação. As músicas mais ouvidas são um lixo, os filmes mais assistidos são sem conteúdo. Ou seja, tudo que é moda sempre tem imensa possibilidade de ser uma porcaria.
Quase ninguém se interessa por política, livros... coisas que considero básicas e de impacto direto em nossas vidas, menos ainda por pensamento crítico, ceticismo, filosofia, meio ambiente ou ciência. Todos em uma busca para alcançar o vento, como diz a própria bíblia (livro dito tão sábio pela grande maioria), não se apercebem de coisas mais importantes e mais satisfatórias.
Na lista de atributos para se medir a importância de alguém, dinheiro e posição social estão muito à frente de coisas como caráter ou educação. A futilidade reina tranqüila entre nós.
Gostaria de saber de vcs se possuem uma visão tão pessimista sobre a sociedade quanto a minha.