Autor Tópico: como acabar com populismo?  (Lida 1807 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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como acabar com populismo?
« Online: 15 de Agosto de 2006, 17:24:52 »
Bem, num tópico anterior foi mencionado que apenas a eliminação da obrigatoriedade do voto já seria um fator que contribuiria apenas para as pessoas realmente interessadas votarem e dessa forma, apenas pessoas mais informadas votariam, não à toa, só por obrigação.

Também não é certo que a eliminação dos direitos de votos dos analfabetos especificamente, seria um bom critério de garantir uma qualidade de voto. Nada se falou em algo alternativo, algum tipo de "licensa de eleitor", o que de qualquer forma, também pode ser bastante complicado e controverso, sem falar em legalmente impraticável dado o edifício de leis que já está erguido.

Sendo assim, que outras formas vocês imaginam que poderiam garantir uma maior qualidade de voto, evitando o populismo?

Eu acho que uma legislação mais rigorosa na propaganda política. A propaganda política tinha que ser mais como bula, em vez de embalagem. Obrigatoriamente. E talvez um pouco tiranicamente demais, mas acho que sem embalagem, proibidas as firulas, frufruzinhos, musiquinhas, fantoches, esse negócio de sair abraçando gente e beijando bebês, etc.

Offline El Duckzin

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #1 Online: 15 de Agosto de 2006, 19:23:54 »
Campanha política é um negócio muito complicado, eu já acompanhei uma de perto.

Eu acho que o horário político é importante, mas sem imagens externa, só o cara lá falando, mostrando suas propostas e como ele vai colocar as tais em prática.

Debate é essencial (...) Mas sem o uso do ponto, ou seja, sem ninguém dando uma forcinha pro cara quando ele ficar nervoso.

E um jornalismo sério e imparcial, como a Globo fez na semana passada, entrevistando os candidatos.


O Brasil evolui muito, temos uns dos sistemas eleitorais mais honestos agora com essas novas leis e com o uso das urnas eletrônicas, a restrição tem que acontecer é na hora de se propor um projeto, como o Fome Zero ou o Bolsa-Familia (...) Que são projetos claramente populista e que não vão acabar com a miséria jamais e muito menos ajudar na inserção social dos beneficiados. Temos de fazer com que os projetos, sejam projetos de base, que tragam mudanças positivas concretas.

E eu também acho que dar mais autonomia aos estados da União e que os mesmos aumentem a fiscalização de seus municípios, com projetos como o de São Paulo, que obriga todo município do estado a ter um centro cultural (museu, conservatório, etc), mais projetos como esse na área da educação, meio-ambiente, saúde, entre outros (...) Diminuiria a possibilidade do governante de implantar projetos populistas, porque os mesmo já teriam de seguir uma pauta de projetos de base.

Não sei se fui claro o suficiente, mas pelo menos eu dei um inicio (...)  :smartass:
« Última modificação: 15 de Agosto de 2006, 19:26:25 por El Duckzin »
Vini Vid Vicious (...)

Offline Herf

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #2 Online: 15 de Agosto de 2006, 19:40:27 »
Enquanto existir a ignorância do povo, existirá o populismo dos governantes.

Offline El Duckzin

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #3 Online: 15 de Agosto de 2006, 19:48:17 »
Enquanto existir a ignorância do povo, existirá o populismo dos governantes.

Enquanto existir a descrença passiva do povo, existirá o conformismo e assim o sucesso do populismo.
Vini Vid Vicious (...)

Offline Guinevere

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #4 Online: 15 de Agosto de 2006, 20:23:29 »
Debate é essencial (...) Mas sem o uso do ponto, ou seja, sem ninguém dando uma forcinha pro cara quando ele ficar nervoso.
E por que não? Durante o mandato ele vai ter quem ajude.

Offline El Duckzin

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #5 Online: 15 de Agosto de 2006, 20:35:35 »
Debate é essencial (...) Mas sem o uso do ponto, ou seja, sem ninguém dando uma forcinha pro cara quando ele ficar nervoso.
E por que não? Durante o mandato ele vai ter quem ajude.

Para colocar um tutelado na presidencia..?!

Eu estou votando no candidato e não nos acessores dele.


Que não tem capacidade não se estabelece (...)
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Offline Luis Dantas

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #6 Online: 16 de Agosto de 2006, 00:20:32 »
Para acabar com o populismo, só fortalecendo a cidadania.  O que por sua vez tem como pré-requisito a transformação da sociedade.

A melhor maneira _realista_ de efetivar essa mudança no Brasil é, na minha nada modesta opinião, fracionar o Estado único atual em uma meia dúzia.  Ia trazer à tona uma multidão de problemas atualmente mal contidos, mas também abriria caminho para muitas soluções verdadeiras.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Rodion

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #7 Online: 16 de Agosto de 2006, 01:43:06 »
haha
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A melhor maneira _realista_ de efetivar essa mudança no Brasil é, na minha nada modesta opinião, fracionar o Estado único atual em uma meia dúzia.

não é bairrismo não, mas eu adoraria que são paulo tivesse mais autonomia. aposto que o sonho também não morreu pros gaúchos.
mas dantas, isso não é assim tão realista. não vejo em que contexto conseguiríamos isso.
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Offline Luis Dantas

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #8 Online: 16 de Agosto de 2006, 05:57:25 »
haha
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A melhor maneira _realista_ de efetivar essa mudança no Brasil é, na minha nada modesta opinião, fracionar o Estado único atual em uma meia dúzia.

não é bairrismo não, mas eu adoraria que são paulo tivesse mais autonomia. aposto que o sonho também não morreu pros gaúchos.
mas dantas, isso não é assim tão realista. não vejo em que contexto conseguiríamos isso.

O contexto em que houvesse vontade de criar cidadania nos brasileiros.
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Offline Mussain!

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #9 Online: 22 de Agosto de 2006, 09:44:58 »
Um excelente controle de natalidade e uma educação pública de qualidade. Isso, com certeza, faria com que “aqueles políticos” procurassem outros meios em vez de apertar a mão do povo, para se eleger...

Essa é a minha opinião.

Offline Südenbauer

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #10 Online: 22 de Agosto de 2006, 15:58:07 »
haha
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A melhor maneira _realista_ de efetivar essa mudança no Brasil é, na minha nada modesta opinião, fracionar o Estado único atual em uma meia dúzia.

não é bairrismo não, mas eu adoraria que são paulo tivesse mais autonomia. aposto que o sonho também não morreu pros gaúchos.
Não morreu, continua vivo (até demais pro meu gosto).

Offline LIAN

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #11 Online: 22 de Agosto de 2006, 17:06:46 »
Um excelente controle de natalidade e uma educação pública de qualidade. Isso, com certeza, faria com que “aqueles políticos” procurassem outros meios em vez de apertar a mão do povo, para se eleger...

Essa é a minha opinião.

Concordo! Mas essa é uma solução que só teria efeito há longo prazo. Mas acabar com o populismo em curto prazo acho meio impossível, pois ele é reflexo da total falta de cidadania (como citado por Dantas) e dignidade de uma parcela considerável da população brasileira.
"Não consigo me convencer de que um Deus caridoso e onipotente teria propositalmente criado vespas parasitas com a intenção expressa de alimentá-las dentro de corpos vivos de lagartas." Charles Darwin

Offline Luis Dantas

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #12 Online: 22 de Agosto de 2006, 17:10:22 »
Exatamente.  Não adianta oferecer as ferramentas se não há vontade de usá-las.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Quereu

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #13 Online: 22 de Agosto de 2006, 17:26:52 »
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As raízes do populismo
por Josino Moraes em 06 de agosto de 2006

Resumo: Nos atuais dias de “democracia”, repletos de eleições, os diferentes segmentos da nomenklatura política encontraram uma espécie de acordo tácito: eles dividem em paz sua voracidade por impostos.

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As raízes do populismo na América Latina (AL) devem ser procuradas na figura maluca de Augusto Comte (1798-1857). Suas idéias conhecidas como o Positivismo de Comte disseminaram-se por toda a AL na segunda metade do século 19. Não se deve confundir o Positivismo de Comte com seu contemporâneo conhecido por Positivismo Lógico ou Círculo de Viena, outra estrambólica filosofia. Tampouco há que confundir-se com as idéias do poder do pensamento positivo, obras de auto-ajuda que surgiram mais recentemente nos Estados Unidos.


O triunfo das idéias de Comte e sua seita religiosa no caso brasileiro foi tão notável que a bandeira brasileira – 1889 – foi estampada com o dístico Ordem e Progresso. O mote completo era: “O amor por principio, a ordem por base e o progresso por fim”.


A nova religião da humanidade proposta por Comte não prosperou no Brasil – restaram apenas dois templos, um no Rio de Janeito e outro em Porto Alegre –, porém, suas idéias políticas e econômicas continuam profundamente cristalizadas por aqui, as quais, adicionadas com novos ingredientes, transformaram-se no atual populismo.


Outras importantes idéias do positivismo foram a ditadura republicana, a hierarquia como algo natural – “A hierarquia é um dom divino” – e sua aversão às idéias de livre mercado.


A compreensão do positivismo é uma tarefa bastante árdua, pois seus pensamentos são bastante obscuros e contraditórios. Eles enfatizavam as ciências da engenharia, as ciências físicas, etc., ao mesmo tempo em que tentavam criar uma nova religião, uma variante maluca do catolicismo. O positivismo é provavelmente um dos maiores imbróglios mentais da historia humana. Ludwig von Mises disse a propósito: “Comte pode ser desculpado, dado seu total nível de loucura, mas o que dizer de seus seguidores?”


Comte era tão lunático que tentou suicidar-se jogando-se de uma ponte sobre o rio Sena em Paris e, ademais, seus mais importantes textos eram escritos após longas 50 horas de insônia.


As idéias de Comte se espalharam por toda a AL e esta é a principal razão da tragédia da AL. Como pode o Chile, recentemente e aparentemente, escapar desse destino cruel é um mistério a ser desvendado no futuro.


O único Pais fora da AL infectado por essas idéias foi a Itália e não é um acaso que o berço do fascismo deu-se na Itália, com a tomada de poder por Benito Mussolini em 1922. Logo mais, em 1933, Hitler toma o poder na Alemanha com essas mesmas idéias.


John Stuart Mill escreveu que a filosofia política de Comte objetivava “o estabelecimento do despotismo da sociedade sobre o individuo, sobrepassando-se a qualquer outro ideal politico da mais rígida disciplina entre os antigos filósofos”. O mais conciso pensamento sobre as idéias de Comte foi elaborado pelo brasileiro Julio de Castilhos (1860-1903) quem sentenciou que o sucesso de um partido político devia-se “a um chefe, um programa e uma disciplina”.


Obviamente, os estratosféricos preços atuais do petróleo significam uma ajuda extra ao Coronel Chávez. Ademais, nesses dias, sua compra de fuzis, considerando-se os atuais níveis tecnológicos da guerra, me lembram a megalomania demencial de Mussolini no inicio da Segunda Guerra: Italiani di Itália e del mondo: abbiamo otto millioni  di baionette; nessuno ci fermerà, la vittoria è nostra”. (Italianos da Itália e do mundo: somos oito milhões de fuzis; ninguém nos deterá, a vitória é nossa).


Evidentemente, a influência do positivismo deu origem a inumeráveis ditaduras na AL no passado – Anastásio Somoza na Nicarágua, Rafael Trujillo na República Dominicana, Getúlio Vargas no Brasil, Juan Domingo Perón na Argentina, etc. O caso do México foi mascarado com eleições e a ditadura de um único partido, o Partido Revolucionário Institucional (PRI). Traços do positivismo estão ainda bastante presentes, tomando-se, por exemplo, o caso do excessivo poder dos executivos que de fato legislam mais que seus congressos. Recentemente, Néstor Kirchner, da Argentina, bateu um recorde assinando 67 decretos em apenas um ano.


Nos atuais dias de “democracia”, repletos de eleições, basicamente pagas por impostos, os diferentes segmentos da nomenklatura política encontraram uma espécie de acordo tácito: eles dividem em paz sua voracidade por impostos.
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Offline Quereu

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #14 Online: 22 de Agosto de 2006, 17:57:30 »
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O Quarto Reich
por Armando Ribas em 23 de maio de 2006

Resumo: Apesar da suposta diferença há um princípio que une o comunismo com o fascismo e o nazismo: o anti-individualismo. Por isso, o lema nazista era: “O interesse comum primeiro que o individual”.

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“No progresso do despotismo a autoridade do poder executivo gradualmente absorve a de todo outro poder no Estado, e assume para si a administração de todos os ramos da arrecadação que se destina aos fins públicos”.

Adam Smith

A definição acima resume o processo político que hoje a Argentina padece desde a chegada ao poder do Dr. Néstor Kirchner, processo que denominei “Quarto Reich”, no qual somos governados pelos “montonazis” e onde os novos “judeus” são os militares – “torturadores e repressores”. Ou seja, os que ganharam a guerra, hoje perderam a batalha política e o país encontra-se hoje sob a ditadura onde impera a arbitrariedade política sobre o medo cidadão. E na rua reina a anarquia dos piqueteros de toda índole, que constituem as novas SA.

Ainda hoje os analistas políticos e econômicos pretendem analisar a situação argentina em termos das pesquisas de opinião e do deficit fiscal. Os primeiros supondo que estes representam a garantia da democracia e os segundos, avaliam a situação econômica em termos da ortodoxia monetarista, esquecendo que o crescimento foi só recuperação. É por isso que me permiti denominar o regime imperante como “Quarto Reich”. Como se sabe, Adolph Hitler denominou seu regime de “Terceiro Reich” que teria seguido a Carlos Magno, o destruidor de Bizâncio, de acordo com Roma, e a Otto von Bismark, o iniciador do regime fascista que teria de combater o comunismo com métodos similares, segundo Ernst Nolte.

Em Mein Kampf, Hitler havia escrito: “Quaisquer concessões econômicas que se lhes faça hoje à nossa classe trabalhadora não são proporcionais aos lucros da nação inteira, se eles ajudam a trazer as massas à nação. Só a obstinada miopia, tal como a que é freqüentemente encontrada em nossos círculos de empregadores, pode não reconhecer que no longo prazo não pode haver um ressurgimento econômico para eles e conseqüentemente nenhum lucro econômico, a menos que a solidariedade de nosso povo se restaure”.

Hitler havia sido levado à chancelaria alemã em 1933 por Von Pappen, pensando que era o único que poderia restabelecer a ordem que ele mesmo havia quebrado. Porém, como diz William Shirer em seu A Ascenção e Queda do Terceiro Reich: “Nenhuma classe, grupo ou partido na Alemanha podia livrar sua parte da responsbilidade pelo abandono da República Democrática. (...) O erro crucial dos opositores ao nazismo foi seu fracasso em unir-se contra ele”. Hitler chegou com uma minoria de votos e alcançou uma maioria até obter poderes especiais através de um referendum no qual conseguiu 90% dos votos.

Hitler soube chegar ao poder através da aliança com algumas das poderosas instituições do Estado. Os conservadores e as Forças Armadas o apoiaram. E, certamente, conseguiu o apoio empresarial na suposição de defendê-los do comunismo e diante dos fatos disse: “A empresa privada não pode manter-se na era da democracia”. E assim Lênin disse que o fascista é um liberal assustado (sic). Nesse sentido, Martín Lipset fez a seguinte observação: “A classe média é democrática na medida em que a democracia protege e incrementa seus interesses, porém converte-se ao populismo extremista onde quer que se veja ameaçada por uma crise econômica”. Em 1933 a crise econômica existia na Alemanha e se poderia dizer que à luz da história Hitler aplicou a NEP (Nova Política Econômica de Lênin) desde o começo de seu governo.

Antes de seguir adiante vale destacar a definição de Ernst Nolte sobre o fascismo que diz: “O fascismo é o anti-marxismo que busca destruir o inimigo mediante o desenvolvimento de uma ideologia radicalmente oposta, mas entretanto relacionada, e o uso de métodos quase idênticos porém tipicamente modificados, dentro de um inflexível marco de soberania e autoridade nacional”. Assim, o caráter do fascismo é o anti-marxismo, o anti-liberalismo, o anti-conservadorismo e o princípio de liderança, e seu objetivo é o totalitarismo, enquanto que o partido é um exército. É indiscutível que apesar da suposta diferença há um princípio que une o comunismo com o fascismo e o nazismo: o anti-individualismo. Por isso, o lema nazi era: “O interesse comum primeiro que o individual”.

A ditadura requer igualmente de um inimigo que justifique a falta de liberdade. Para o comunismo, os capitalistas; para o nazismo, os judeus, culpados de todos os males e ainda da derrota de 1914. Aqui insisto, pois se não se deram conta, são os militares.

Voltando então à economia, a realidade da Alemanha era o desemprego, o desequilíbrio econômico, a dívida externa, etc., e certamente o baixo nível de receita. O êxito de Hitler nos primeiros anos, segundo Shirer, não se deveu apenas aos triunfos nas relações internacionais senão na economia. Assim, o desemprego reduziu-se de 6 milhões em 1932 para 2 milhões em 1936. No período 1932-1937 a economia cresceu 102%, ou seja, à taxa de 15% ao ano.

A respeito desta situação, Shirer uma vez mais assinala: “Um observador estava surpreso de ver que as pessoas deste país não sentiam que estavam intimidadas e oprimidas por uma ditadura inescrupulosa e brutal; pelo contrário, elas a apoiaram com genuíno entusiasmo”. E, certamente, Hitler consciente do fracasso comunista, como disse antes, conseguiu a colaboração da classe administradora das empresas, em vez de usar os burocratas de turno, ao mesmo tempo em que certamente fazia a demagogia de sempre com os trabalhadores.

Dessa forma, tal como assinala Paul Johnson em seu Tempos Modernos: “A Alemanha foi o único país industrial que recobrou-se rápida e completamente da Grande Depressão”. Tal não era tampouco um sistema corporativo, como bem assinala Paul Johnson, pois Hitler não estava disposto a compartilhar o poder com ninguém. Tanto Krupp como Siemmens estavam à sua disposição, não o contrário.

Por último, quero recordar que além de Lênin, o nazismo não era antitético ao comunismo, senão como bem assinala Hannah Arendt, os dois constituem a essência mesma do totalitarismo. Nesse sentido, Hayek em seu Caminho da Servidão dedica um capítulo a “As Raízes Socialistas do nazismo”: “E a essência de ambos seria fazer uso da moral em função da política”. Ou seja, como dizia Trasímaco: “Há que usar a moral ortodoxa a favor da política, ou seja, há que pegar as pessoas pelo ouvido para depois pegá-las pelo pescoço” (sic).

Pois bem, toda a memorização anterior tem um só objetivo: saber se você encontra alguma similaridade com o que ocorre hoje na Argentina. Os atuais governantes são uma simbiose de comunistas católicos (montoneros) e de nazis, no sentido de haver aprendido de Hitler que havia que usar a experiência de Lênin e implementar a “Nova Economia Política” (NEP). Quer dizer, usar os empresários por algum tempo para recuperar a economia, coisa que se fez e continua fazendo.

Agora bem, os elementos da ditadura estão mais do que claros e enquanto esta se manifesta no governo dos “montonazis”, nas ruas reina a anarquia das novas SA, agora denominadas de “piqueteros”. O Congresso é um servidor submetido ao executivo e assim anulam-se leis penais com efeito retroativo para os novos “judeus”, os militares, e deixam incólumes os crimes dos montoneros e do ERP, aos quais se lhes recompensa. Esta aberração constitucional que viola os mais elementares princípios do direito, é avalizada pela Corte Suprema, feita à imagem e semelhança do “Führer”. Ao mesmo tempo, tal como ocorreu com Hitler, outorgam-se indefinidamente poderes especiais ao Executivo para resolver uma “crise” que, segundo eles mesmos, foi superada pelo crescimento da economia. Como se fosse pouco, modifica-se a “Lei da Magistratura” em termos tais que todo o Poder Judiciário fica sob o poder do Executivo.

Seguindo esta ortodoxia ditatorial violam-se os direitos de propriedade, com a imposição dos acordos de preços, a proibição de exportar carne e a penalização dos que aumentam o preço da mesma. O nacionalismo impera em seu pior sentido e, ao mesmo tempo em que se tenta que venham investimentos estrangeiros, maltrata-se publicamente às empresas estrangeiras como Shell e YPF, por exemplo, através dos piquetes.

Ao mesmo tempo, já tinha assegurada a submissão dos estados através do sistema de co-participação federal. Por último, o Presidente em sua chegada, além de que fosse dada uma medalha à liberdade a Fidel Castro, disse que eles eram os filhos das Mães da Praça de Maio. Os filhos eram os montoneros e o ERP; a confissão de parte relevou a prova. Como bem dissera o tradutor de Mein Kampf, Ralph Manheim, referindo-se ao período nazi: “Mais uma vez foi demonstrado que não há um método mais efetivo de ocultamento que a mais ampla publicidade...”.


Armando Ribas é Mestre em Economia pela Columbia University, Mestre em Direito Comparativo pela Southern Methodist University, Professor de Filosofia Política na ESEADE - Escuela de Economía y Administración de Empresas, foi Consultor do Ministério das Relações Exteriores Argentino e Consultor Econômico do Ministério da Economia. Recentemente participou como conferencista do Seminário Internacional Sobre Democracia Liberal.

Tradução: Graça Salgueiro
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Offline Quereu

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #15 Online: 22 de Agosto de 2006, 18:05:25 »
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Políticas específicas para a implantação das idéias liberais na América Latina
por Ubiratan Jorge Iorio em 13 de maio de 2006

Resumo: Uma das frases mais infelizes de todos os tempos é aquela de Keynes, de que “no longo prazo estaremos todos mortos”. Com isto, Lord Keynes decretou o opróbrio da formiga e a glorificação da cigarra.

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Introdução

O velho aforismo que nos diz da implacabilidade do tempo parece não valer para a América Latina, cuja renda, por ocasião da Declaração de Independência dos Estados Unidos, era semelhante à das 13 colônias que deram origem àquele que já um século depois se transformou no país mais desenvolvido do mundo. Nossa região está experimentando uma impressionante e preocupante recaída em suas velhas teses, que explicam por si sós a sua pobreza e que podem ser resumidas na proposição, tomada como irrefutável e dogmática verdade, que enfeixa os cérebros de nossos esquerdopatas congênitos, sufocando-os ao ponto de impedí-los de exercer o mais humano dos atributos que é o de pensar: “Nós somos pobres porque vocês são ricos”...

Com efeito, Evo, o Primevo, Chávez, o Chapolim do Petróleo, Fidel, a Toupeira Cruel, o nosso presidente Lula, o Que Nada Viu e outros líderes de nosso subcontinente, mais se assemelham àquelas traças encontradas nos velhos e empoeirados livros que contam a saga de vocação para a pobreza de nossos países.

Em um seminário como este, de que participam intelectuais tão brilhantes, é desnecessário demonstrar, mesmo com apenas meio minuto de lógica elementar, a formidável estultice solertemente embutida na proposição de que a pobreza de A pode ser explicada exclusivamente pela riqueza de B. Por isso, acredito que todos os que pensam e que dão valor à eficácia da lógica devem preocupar-se com as possibilidades de atuarem no sentido de abolir a visão exploratória marxista e o populismo das mentes de nossos concidadãos, abrindo caminho, assim, para o desenvolvimento de nossa região.

Parece-me que a estratégia a ser seguida deve ser subdividida em ações de longo prazo e ações de curto prazo. Acredito, também, que o sucesso de nossa empreitada deve basear-se na oração de São Bento, que manda as forças do mal – no caso, as idéias socialistas – beberem do seu próprio veneno. Este, no caso, chama-se Antonio Gramsci, fundador do Partido Comunista Italiano e suas idéias de “ocupação pacífica de todos os espaços”, expressa nos Cadernos do Cárcere.

Portanto, Gramsci neles! Mas como?

Considerações Gerais

Parto do pressuposto de que a virada liberal-democrática só poderá ter sucesso a partir de uma reforma política profunda, que contemple, basicamente:

- a institucionalização de partidos programáticos;

- a fidelidade partidária;

- o federalismo pleno, com descentralização política, econômica e administrativa;

- um sistema de voto distrital ou misto;

- o convencimento, por pura lógica, de que “nós não somos pobres porque eles são ricos”;

- a conscientização de que o Estado deve ser servo e não senhor dos cidadãos;

- mostrar aos empresários que eles não precisam depender dos favores, das benesses ou das migalhas do Estado;

- a reforma da Constituição brasileira de 1988, um verdadeiro hino ao atraso.

É evidente que isto não poderá ser conseguido de uma hora para outra, que vai requerer um tempo bastante considerável. Mas, sem estes pontos estratégicos, creio que será bastante difícil – como tem sido até o momento – convencer nossos povos, sem um conteúdo razoável de capital humano e permanente e subliminarmente torpedeados pelas bombas de uma mídia facciosa, das vantagens das democracias liberais.

Como conseguir isto? Não há um minuto a perder. Provavelmente, enquanto as maluquices dos patetas que hoje presidem alguns de nossos países continuarem sendo postas em prática, a situação econômica e social vai piorar e é aí que deveremos entrar, mas já com um trabalho pensado, planejado e em pleno andamento de ordem gramscista.

Pensemos na observação de Mises, feita há bastante tempo, segundo a qual bastaria um ou dois professores nos departamentos (de economia, no caso por ele citado), para que os jovens percebessem quem são os lobos e quem são as ovelhas.

Por isso, é essencial continuarmos a investir nos jovens, em universidades, associações e institutos (como vêm fazendo o Cieep, o Instituto da Liberdade e o Mídia Sem Mascara, por exemplo, no Brasil e diversas outras instituições em nossos países), em organizações culturais, na Igreja, em sindicatos e em qualquer outro elemento integrante do sistema social. Formadores de opinião presentes mas, essencialmente, futuros, serão indispensáveis e temos o dever de prepará-los rapidamente.

Podemos ser em menor número, mas sabemos que a lógica, bem como a própria História, nos municiam com bateladas de argumentos a nosso favor e é isto que nos deve animar. Entretanto, é essencial que os empresários brasileiros – que, com poucas exceções, habituaram-se a viver à sombra do Estado – despertem desse torpor, o que significa que teremos que convencê-los que tal atitude, embora possa lhes trazer ganhos de curto prazo, somente lhes é prejudicial no longo prazo. Precisamos e clamamos por apoio financeiro para o nosso “Gramsci neles”!

As federações das indústrias, por exemplo, ao invés de implorarem ao Estado mudanças na taxa de câmbio – que, desde 1999, no Brasil, é determinada, em regime de “dirty floating”, pelo mercado -, devem exigir do Estado reformas que lhe proporcionem maior competitividade externa, como a tributária e a trabalhista.

O longo prazo

Uma das frases mais infelizes de todos os tempos é aquela de Keynes, de que “no longo prazo estaremos todos mortos”. Com isto, Lord Keynes decretou o opróbrio da formiga e a glorificação da cigarra, com efeitos desastrosos sobre os déficits públicos e suas quatro formas de financiamento: impostos, inflação, dívida interna e dívida externa. Temos que, subliminarmente, porém insistentemente, chamar a atenção para a urgência dessa reviravolta estrutural em nossas maneiras de pensar as sociedades.

Sem isso, pouco sucesso poderá ser alcançado e continuaremos assistindo a nossos governos, quando mostram algum juízo, apagando incêndios e, quando revelam um quadro clínico de demência populista (Chávez, Evo et caterva), criando mais focos de queimadas. Deixemos que criem os focos, mas aproveitemos para mostrar às nossas populações que... não passam focos de atraso. Com isso, daqui a uma geração, não haverá campo para novos retardados mentais ocuparem altos postos na administração de nossos países.

No longo prazo, todos os que estamos neste salão estaremos, de fato, mortos, mas nossos filhos e netos estarão aqui e devemos, portanto, pensar se queremos ser cúmplices do crime de lhes legar países tão pobres e sem boas perspectivas.

Nossa ação no longo prazo, assim delineada, deve ser implementada a partir de nossa atuação no dia-a-dia, porque o longo prazo nada mais é do que uma sucessão de curtos prazos.

O curto prazo

Tempo não é só dinheiro; é bem mais: é escolher entre continuar reclamando de nossos governos, de nossos executivos e de nossos judiciários e deles exigir, com vigor e verdadeiro patriotismo, as mudanças que todos sabemos, genericamente, quais são.

Articulistas, empresários, professores, quem quer que possua uma voz que possa ser ouvida, deve, diariamente, protestar com veemência a cada demonstração de falta de respeito para com os princípios democráticos e liberais: a cada aumento de imposto ou de alíquota, a cada demonstração de corrupção em qualquer órgão público, a cada absolvição de deputados mensaleiros, a cada vez que mentalidades primevas e líderes rupestres como Chávez, Evo, Lula e Fidel abrirem suas bocas para proferirem sandices, a cada demonstração de politização de nossos judiciários, a cada ato autoritário, como a nacionalização da Petrobras na Bolívia, a tentativa de criação do Conselho Nacional de Jornalismo e da Ancinav pelo governo do PT, a cada invasão de terra promovida pelos bandoleiros do MST sob proteção oficial.

Institutos, associações, setores menos contaminados da mídia, a Igreja e demais células sociais precisam ser organizadas harmonicamente, tal como os “movimentos sociais” esquerdistas o fazem.

Por tudo isso, minha proposta é que possamos neste Seminário estabelecer uma agenda mínima de atuação conjunta, definindo mais precisamente os objetivos de longo prazo e as ações de curto prazo aqui apenas bosquejadas.
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Offline CoqueiroVermelho

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #16 Online: 22 de Agosto de 2006, 18:26:39 »
Quanta  :merda: da mascara sem mídia num único tópico cruzes!!!
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Offline Mussain!

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #17 Online: 23 de Agosto de 2006, 10:13:27 »
Exatamente. Não adianta oferecer as ferramentas se não há vontade de usá-las.

Dantas, mas quando o Brasil deu uma educação pública de qualidade?
Nuuunnca...

Isso só irá funcionar há longo prazo mesmo, não dá para organizar uma massa, ainda mais com a desorganização que é o Brasil, em pouco tempo. Vários fatores históricos influíram para essa “potencia que Brasil é”, mas bastava a união de pouquíssimas pessoas para uma educação de nível e posteriormente um país de destaque. A educação é ignorada, pois é melhor ganhar dinheiro dos ignorantes ou dos bem instruídos?
Eu acho que educação e o controle de natalidade deveriam ser o “primórdio” de qualquer país (Até mesmo em conjunto mundial, mas eu acho que a religião atrapalharia severamente nisso), pois olhe o nosso... compramos o que exportamos de forma mais cara... (Olha quanto tá o carioquinha he, he) temos recursos para dá uma revira-volta nessa realidade, e o que fazemos?

Eu sei que isso não tem muita haver com assunto, mas semana passada eu dei uma lida sobe a comparação dos blocos econômicos “União Européia” e o “MERCOSUL”, e ptz... de longe percebemos a educação falha e uma desunião fora do comum do “MERCOSUL” (Eu falo assim, mas estou falando nos países em geral) que é o fator que mais faz diferença em um país. E existe váááários outros exemplos que podem ser aplicado nesse contexto.

Essa é minha opinião. Viajei muito?

Offline Luis Dantas

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Re: como acabar com populismo?
« Resposta #18 Online: 23 de Agosto de 2006, 11:36:33 »
Não viajou.  Mas não sei se concordo que a educação é causa em vez de consequência.
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The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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