A música sempre refletiu a emoção da sociedade, independente da raça, do sexo, da cor, de qualquer forma de discriminação criada pelo homem. A música é capaz de captar as dores da vida: a destruição da família pela falta de amor; pessoas em agonia pela morte de crianças numa guerra; a luta de alguém contra o suicído, ou mesmo o apoio a quem tenta se suicidar; o esconderijo contra a solidão numa discoteca barulhenta; etc. Quem realmente pode resolver todas as angústias da vida?
Mesmo nos países ricos, onde a miséria (no sentido real da palavra) foi virtualmente extirpada, as angústias dessa vida ainda existem e clamam por uma resposta. Mas essa resposta não está sendo encontrada porque a elite cultural fracassou completamente e se tornou incapaz de compreender as perguntas arrasadoras que permeiam a mente humana.
Sem respostas coerentes às perguntas pertinentes, a mente humana fica cativa de si mesma, provocando violência sem sentido, ódio por nada e uma fria crueldade entre as pessoas. Quando a alma fica vazia e não há qualquer garantia quanto ao futuro, seja ele real ou sobrenatural, resta apenas exterminar o espírito humano e acabar com toda a existência, seja sua, seja das pessoas à sua volta, conhecidas ou não.
Confusão, futilidade, conflitos que ainda permanecem, a despeito de todo avanço na educação, na tecnologia, na psicologia, na sociologia, na filosofia e em todas as áreas da ciência, e porque não, na religião, numa vã tentativa de torná-la "moderna" para se adaptar aos novos tempos. A busca pelo espiritual permanece mais do que inabalável, apesar de surgirem de vez em quando algumas vozes, principalmente na educação, para desmerecer o sagrado, com uma arrogância bastante conhecido no meio educacional, tentando superar o mito religião. Tais vozes intelectuais e sonhadoras sucumbem por serem incapazes de responder às angústias pelas absurdas propostas de reestruturação da realidade, ou seja, "mudemos aquilo que não compreendemos ou não acreditamos".
Qual o sentido da vida? Esse é o anseio básico e fundamental da alma humana? Riqueza, extraordinário sucesso material e educacional nos mais elevados níveis, INVENCIBILIDADE!!! A modernidade, com orgulho, refuta aquilo que as gerações passadas reverenciavam quando enfrentavam as dificuldades da vida. Lembre-se daqueles que se achavam invencíveis dessa maneira, o Terceiro Reich na Alemanha, onde usaram a filosofia antiteísta de Nietzsche e todos nós já sabemos o que aconteceu.
As nossas convicções são baseadas, a princípio, na nossa crença ou descrença em Deus. Quando se envolve emoção, a crença pode causar uma ira religiosa, e a descrença, despotismo ideológico, com resultados desastrosos para a humanidade. A cordialidade é fundamental na discussão de qualquer assunto. Quando ela se vai, a busca pela verdade se perde ao se perder a razão, e a queda no campo da emoção provoca ira, obscurecendo qualquer tentativa de diálogo.
A ética da vida, apoiada nas supostas bases racionais de Immanuel Kant, teoricamente provê uma sociedade independente da existência de Deus. Mas basta verificar os resultados desastrosos nas economias baseadas nas teorias políticas e econômicas dessa "ética" que tais bases racionais desmoronam. E ainda classificam a crença em Deus como algo intelectualmente pobre. Só para comparar, as economias cujo início foram baseadas na ética cristã, fundamentalmente teísta, são hoje as culturas mais ricas do planeta, a despeito de todos os seus problemas internos.
As bases de uma discussão "ética", ou seja, sem o calor da emoção e do sentimentalismo, não desmerecendo nenhuma cultura ou tradição mas não relevando-as à importância de definir tal discussão, requer uma lógica clara, um raciocínio coerente e inteligível, não sendo aceitável recusar uma tese sem aceitar o rigor lógico da argumentação e usar esse mesmo rigor para defender uma posição contrária.
Aqueles que desprezam a lógica para defender seu raciocínio, tornando-o ilógico, já começam em desvantagem. A realidade se perde quando não há razão ou esta é violada. A linguagem deturpada também é uma das causas de um sistema de crenças adulterado.
As Artes, em todos os níveis, moldaram a estrutura do pensamento moderno. Hoje a mídia domina o telespectador, promovendo unificação de crenças, sensibilidades, consciência. A multidão, reduzida noite após noite à idiotice, segue os semideuses da televisão - estes entronizados como divinos - relegando a verdade a algo subjetivo. As artes penetram até no espiritual, profanando tudo e programando a própria vida, como fazem os deuses na mitologia.
Quais são as suas perguntas nos círculos mais íntimos de seu conhecimento, em sua família e amigos, onde não se sentem ameaçados pela sua crença ou descrença? Se suas perguntas são sobre Deus e as angústias e problemas da vida, você não precisa se preocupar em ser desprezado e ridicularizado como o seria no ambiente acadêmico. Mas suas respostas seriam convincentes?
A defesa da fé, ou crença, requer fontes com autoridade canônica, totalmente passíveis de aprovação sobre o rigor da argumentação lógica. A defesa antiteísta também precisa justificar a autoridade da sua fonte, e não apenas acreditar ilusoriamente em alguma coisa ditada pelos pontífices da arte e da cultura, como prescritores de princípio moral e supridores das necessidades. A imposição de uma filosofia sempre requer a solução que ela oferece, não bastando apenas suas teorias.