O cérebro é o centro vital de nossa inteligência e de nossas loucuras, mas nada prepara o homem e nem traz resposta satisfatória para a morte, a última barreira da medicina. Diante dela alguns sentem palpitação, outros ofegam e uns transpiram. O que nos tornamos diante do caos da morte? Essa pergunta supera até mesmo as famosas "de onde viemos" e "o que somos". Esse é o dilema da vida e da morte, o paradoxo entre o desejo de preservar a saúde e a derrota diante do último suspiro.
A morte não tem segredo. Nela, você deixa de ser você mesmo. Fisicamente, seu corpo deteriora. Já a sua consciência (ou se preferir: alma, espírito, etc.) desaparece, já que o cérebro não trabalha mais.
A dor e o riso, a loucura e a sanidade estão muito próximas. Uma tragédia em nossas vidas pode nos colocar ás margens da sociedade, como animais pelas ruas e estradas. É impressionante como o ser humano se adapta até ao caos, quando ele perde seus parâmetros de realidade e sua consciência crítica. Alguma vez na sua vida você já se perguntou o que você realmente é? O que você é realmente na sua essência, por trás da sua maquiagem social, ou seja, por trás daquilo que você se esforça para se mostrar à sociedade?
…
A consciência crítica é a maior dádiva do ser humano, é aquilo que dá identidade, que o faz único e dono de suas faculdades mentais. A confusão mental começa quando não é possível distinguir a imaginação da realidade e se perde a coerência no raciocínio. Se a consciência crítica o controla, você se domina. Se a sua confusão mental te domina, você passa a desprezar a dúvida como "norte" para a sua identidade e paralisa a sua inteliêngia. É uma questão de escolha, às vezes não tão clara, mas que sempre provoca perdas, seja das suas crenças ou ilusões.
…
A maneira mais tola de demonstrar inteligência é através do orgulho. Por exemplo, como você responderia se perguntassem "o que é o mundo físico"? O que pensamos está na abstração da nossa mente, logo, o que pensamos sobre o mundo físico é real ou imaginário? O que pensamos são apenas definições conceituais sobre o que conhecemos, mas não incorpora a realidade como ela é, então cada um de nós tem a sua própria noção de realidade.
OK, mas o que pensamos ser real pode ser conferido por outras pessoas. Se estas também o notarem como real, então é porque deve ser.
Para garantir que um pensamento ou uma idéia é algo real, se usa o
empirismo. Empirismo é o que nos garante que a realidade não se perca na abstração dos nossos pensamentos.
Tudo o que nós somos parte da interpretação do que nós imaginamos ou interpretamos e não da nossa essência real. Nosso pensamento é virtual, nos afastam ou nos aproximam da nossa realidade interior. A desatenção a esse conhecimento deturpa algumas noções da realidade, provocando o orgulho que gera prepotentes ou a depressão que gera tímidos... Quem é o orgulhoso, aquele que defende ou o que não defende a existência de Deus? Ele é uma invenção da humanidade para suportar as limitações da vida? Ou a ciência é o verdadeiro deus do ser humano?
Posso falar a verdade? Até aqui, o assunto não teve nada a ver com a discussão sobre Deus. Abstrações da realidade e essa coisa toda sempre estiveram presentes nas pessoas e a sua compreensão é que nos permite passar por suas limitações.
Talvez eu já estrague a sua argumentação, mas vou deixar bem claro desde já: a abstração da realidade não pode ser usada como uma desculpa para justificar a nossa suposta incapacidade de incompreender ou localizar a Deus. Como eu disse, temos meios de passar pelas limitações que nós temos para buscar respostas.
O que seria um Deus? Vamos tentar imaginar como ele seria dentro das nossas limitações. Ele seria capaz de conhecer todos os fenônemos do passado, do presente e quem sabe do futuro. Ele também seria capaz de percorrer bilhões de galáxias e prescrutar seus segredos infinitos num único pensamento. E com certeza um Deus seria capaz de entra no cérebro humano e conhecê-lo na essência com toda a complexidade envolvida na geração dos pensamentos e suas interpretações, e não apenas conhecer suas limitações dentro do plano teórico da sua realidade virtual, como estamos fazendo agora.
Definição geral de quase todos os deuses de quase todas as religiões. E um dos pontos que ajudam a afundar esta idéia quando se começa a raciocinar suas capacidades extremas e o porquê de não usá-las para fazer certas coisas banais.
Só mesmo um deus por afirmar que Deus não existe. Só mesmo um deus seria capaz de procurar em todo o universo, e também dentro de nosso intelecto, a verdadeira origem de Deus. Só mesmo um deus pode ter total convicção que Deus não existe.
Não é bem assim, caro Victor. Tudo o que existe no universo pode ser analisado cientificamente. Tudo. Sem excessão.
Deus possui características bem definidas, apesar de ser um pouco diferente em cada uma das religiões. Se estas características se demonstram falsas, então é porque Deus não existe. Nâo há nada que possa dizer para mudar este fato.
Se você diz que Deus tem a capacidade de ver no cérebro das pessoas, uma única demonstração de que ele não consegue, ou de que ele não é capaz, e sua idéia vai pelo ralo. E a idéia de onipotência e perfeição também, a propósito.
O ateísmo reflete uma convicção pessoal, mas afirmar que Deus não existe... Ainda temos muito o que conversar!!! Negar a existência de Deus baseado em algumas teorias, sendo que desconhecem os bilhões de fenômenos à sua volta (nem mesmo sabendo que existem) não parece ser algo racional, mas sim um orgulho de desconhecer aquilo que nem mesmo sabem que existe.
O ateísmo não reflete convicção nenhuma. O ateísmo é baseado em fatos. É o profundo conhecimento de como funciona a realidade que permite ao ateu dizer que ele não existe.
Aliás, ateísmo não usa de teorias. Ateísmo depende exclusivamente do empirismo para poder afirmar que Deus não existe. Uma única demonstração de algo que seja impossível de ser coincidência ou de ser criada por qualquer pessoa, e o ateísmo já está em xeque. Ateísmo foi criado simples para que qualquer um que quiser possa ter a certeza de saber que ele é verdadeiro.
Ateísmo também usa testes, principalmente quando se baseia no Deus da Bíblia. Na Bíblia, Deus faz muitas afirmações sobre o que ele é capaz de fazer e sobre o que ele faz se cumprir certos requisitos. Ao cumprir esses requisitos,
garantindo que não há a capacidade de haver ambigüidade, se Deus não faz a sua parte é porque não existe.
Não tenhamos medo de discutir e argumentar a respeito de Deus. Reduzindo a análise, podemos encontrar um Deus que criou os homens e um deus que os homens criaram. Qual o seu deus?
Até agora, de todos os deuses que analisei, só vi do segundo tipo. Não achei nenhuma possibilidade de Deus, qualquer um, ter criado os homens.
Pra falar a verdade, sendo o mais otimista possível, se Deus existe mesmo, ele foi embora assim que criou o universo e sequer teve participação no resultado de tudo o que aconteceu de lá para cá. E mesmo essa possibilidade é pequeniníssima. E a Bíblia só serve nem como papel de baseado.
O ateu é o deus de si mesmo. Suas verdades são únicas e absolutas, não aceitando qualquer tipo de afronta às suas teorias.
Engraçado, pensei que quem tinha
dogmas eram os religiosos.
Apesar das divergências, vivemos no mesmo "sistema" ou plano real, não sendo possível existir dois ou mais "sistemas" e sim interpretações da mesma realidade, discutido alguns parágrafos acima. Esse é o princípio da co-responsabilidade social, onde não existe isolamento, todos os nossos atos e atitudes, por vontade própria ou inconscientes, alteram os acontecimentos e o desenvolvimento da sociedade. Mas isso é um tema para outra hora.
No final das contas, argumentação que é bom nada, né? Resumo seu post aos seguintes passos:
- Dizer que não podemos nunca conhecer a realidade.
- Dizer que os ateus estão errados.
- Dizer que os ateus são dogmáticos.
- Dizer que a realidade é uma só.
Como pode ver, não há nenhum ponto aí que prove qualquer coisa. Pra falar a verdade, acho que já estraguei a possibilidade de sequer começar a usar a consciência e a abstração da realidade como argumento.