Autor Tópico: Suicídio  (Lida 1141 vezes)

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Marcelo

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Suicídio
« Online: 25 de Agosto de 2006, 14:43:58 »
O que vocês pensam sobre o suicídio?
Muitas vezes eu penso assim www.ateus.net/artigos/miscelanea/sobre_o_suicidio.php
Mas às vezes eu também penso assim http://br.geocities.com/perseuscm/mortevida.html

Offline Guinevere

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Re: Suicídio
« Resposta #1 Online: 25 de Agosto de 2006, 15:38:17 »
Acho que já tem tópicos disso... Fusão?

Marcelo

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Re: Suicídio
« Resposta #2 Online: 26 de Agosto de 2006, 22:58:10 »
 :roleta-russa:

Offline Luis Dantas

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Re: Suicídio
« Resposta #3 Online: 26 de Agosto de 2006, 23:24:45 »
Gostei mais do segundo texto.

Eu costumo usar uma definição ampla de suicídio, e talvez até por isso não é um assunto que me impressiona muito.  Acho surpreendente que haja tanta ojeriza ao suicídio nesta mesma cultura que ensina a não se importar com a felicidade do próximo ou com as medidas desesperadas que ele possa usar para mantê-la.
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The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Marcelo

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Re: Suicídio
« Resposta #4 Online: 27 de Agosto de 2006, 15:17:53 »
Para mim o objetivo da vida é a felicidade. Sei, o objetivo do organismo na natureza é a perpetuação da sua espécie, mas o objetivo do SER humano, pra mim, sem dúvida alguma é a felicidade. Afinal, pra q continuar vivo se não há felicidade, um motivo q realmente vale a pena? Acho q não existe felicidade em tempo integral e eterna, o q existem são momentos de felicidade, q podem durar mais ou menos. Acho q feliz de verdade seria aquela pessoa q passa a maior parte do tempo tendo momentos felizes em sua vida.

Muitas pessoas atribuem felicidade ao fato de se ter muito dinheiro, ao fato de ter muitas mulheres (ou homens) aos seus pés e poder fazer muito sexo, outros consideram o poder como objetivo ideal de vida q possa trazer felicidade etc... Ao meu ver estes tipos de coisas não passam de simples e puro lixo quando o assunto é ser feliz, apenas uma corrida frenética na tentativa de alcançar o vento, objetivos vazios e q se mostram no final das contas sem valor real.

Resumo em quatro os pricipais motivos q podem trazer felicidade e paz de espírito reais ao ser humano: família, emprego satisfatório, um amor verdadeiro e saúde. Possuindo só três destas coisas alguém já pode se considerar muito feliz, se possuir as quatro pode considerar-se um sortudo feliz, nascido com a bunda virada pra lua.

1 - A família ao meu ver é o principal fator na busca da felicidade. Ela constituí toda a nossa base social, nosso pilar de sustentação principal, é de onde viemos e onde aprendemos as maiores lições e nossas vidas. Tudo o q vivenciamos na vida familiar se reflete profundamente em todos os demais aspectos da vida, desde ao profissional ao afetivo. Uma família unida e harmoniosa tem tudo para nos proporcionar grandes felicidades.

2 - Como o trabalho é algo essencial em nossas vidas no qual passamos boa parte do nosso dia, um emprego onde vc gosta do q faz, q na maior parte do tempo seja mais diversão do q trabalho seria o ideal, mas infelizmente isto é um privilégio de poucos sortudos. A realidade é q a maioria das pessoas passa a maior parte do tempo trabalhando num lugar q não gostam, fazendo algo q detestam e ganhando uma porcaria para isto.

3 - Todos precisamos de um(a) companheiro(a), imagino q existam pessoas q não possuam esta necessidade, mas a regra geral é ansiar pela descoberta da pessoa ideal para termos ao nosso lado. Muitos não admitem isto por não quererem dar o braço a torcer e se mostrarem fortes, mas sozinhos e entre as quatro paredes da solidão sonham com o príncipe ou princesa encantada. Mas a única maneira disto se verter em felicidade duradoura e encontrando uma pessoa com a qual possuímos afinidades, de preferência admiração, com a qual se possa ter um relacionamento de verdade, q não seja guiado por sentimentos egoístas.

4 - Finalmente a saúde, q acho nem precisar de muitas explicações. É simples, tendo saúde o resto pode-se conseguir, sem ela é q todo o resto se complica.

Eu, q possuo apenas um destes itens, a saúde (e não sei até quando), o suicídio me parece uma alternativa bastante tentadora.

rizk

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Re: Suicídio
« Resposta #5 Online: 27 de Agosto de 2006, 16:10:56 »
Há uma entrevista em que o Foucault fala sobre suicídio e que eu acho da hora.
Tradução porca minha. Nem ele próprio se fazia entender, então a situação vai piorar, mas melhor isso que nada.

Citar
Em minha opinião, a pessoa deveria ter o direito de não ser apressada, o que é muito incômodo. De fato, é necessario um bocado de atenção e competência. Você deveria ter a chance de discutir em detalhes as várias qualidades e potenciais de cada arma. Seria bom se o vendedor tivesse experiência nessas coisas, com um grande sorriso, encorajador mas um pouco reservado (não puxar muito papo), e sofisticado o suficiente para entender que está lidando com alguém que, basicamente, tem um bom coração, mas é um pouco desajeitado, nunca tendo tido a idéia de usar uma máquina que atira nas pessoas. Seria também conveniente que o entusiasmo do vendedor não deixasse de aisá-lo da existência de alternativas mais chics, mais compatíveis. Essa discussão profissional vale mil vezes mais que a conversa que acontece em torno do corpo, entre os empregados da funerária.

Algumas pessoas que nós nunca conhecemos, e que não nos conheceram também, fizeram as coisas de modo que um dia passássemos a existir. Elas fingiram acreditar, sinceramente, sem dúvida, que esperavam por nós. Te todo modo, elas prepararam nossa entrada no mundo com muito carinho, e muitas vezes com uma seriedade meio de segunda-mão. É inconcebível que nós não tenhamos a chance de nos preparar com toda a paixão, intensidade e detalhes que desejarmos, incluindo aqueles pequenos extras com que vínhamos sonhando já há tanto tempo, desde a infância, talvez, ou em uma tarde de verão. A vida parece ser muito frágil, na espécie humana, e a morte bastante certa. Por que deveriámos fazer desta certeza um mero acontecimento (o que pode sugerir, por ser repentina ou inevitável, um ar de punição)?

As filosofias que prometem nos ensinar o que pensar sobre a morte e como morrer me entediam até as lágrimas. Estas coisas que deveriam "nos preparar para a morte" não me emocionam em absoluto. A pessoa deve prepará-la, pouco a pouco, decorá-la, acertar os detalhes, achar os ingredientes, imaginá-la, escolhê-la, conseguir conselhos sobre ela, trabalhá-la para ser algo sem espectadores, que exista somente para si mesma, apenas por aquele momentinho de vida. Os sobreviventes, claro, vêem o suicídio como nada além de traços superficiais, solidão, esquisitice, e pedidos de ajuda sem resposta. Eles não conseguem evitar perguntar-se "por que": a única questão sobre a morte que não deveria ser feita.

"Por que? Porque eu quis". É verdade que o suicídio costuma deixar traços desencorajantes. Mas fazer o quê? Você acha que é agradável ter que se enforcar na cozinha, com sua língua estirando pra fora toda azulada? Ou se trancar na garagem e ligar o gás? Ou deixar um tantinho do seu cérebro na calçada para os cachorros virem e cheirarem? Acredito que estamos testemunhando hoje em dia uma "espiral suicida" porque muitas pessoas estão tão deprimidas por pensar nestas coisas horrívels que são forçadas aos aspirantes a suicidas (incluindo a polícia, a ambulância, o ascensorista, a autópsia e tudo o mais) que preferem se suicidar a continuar pensando nisso.

Conselho aos amantes da humanidade. SE realmente quer ver um decréscimo nas estatísticas de suicídio, apóie apenas aqueles suicidas em potencial que estão comprometidos, com planejamento, na moita. O suicídio não deve ser deixado para pessoas infelizes que vão trasnformá-lo num circo. Em todo caso, há mais pessoas infelizes que felizes. Sempre achei estrando que as pessoas digam que não há que se preocupar com a morte, porque entre a vida e o nada não há nada senão uma fronteira. Mas é verdade que isso é tudo? Façamos algo disso, algo bonito.

Sem dúvida perdemos um monte de prazeres, e tivemos alguns bastante medíocres: outros, deixamos passar por preguiça ou falta de atenção, imaginação ou persistência. Deveríamso nos considerar sortudos por termos à mão, com o suicídio, uma experiência extremamente única: é aquela que, acima de todas, merece a maior atenção - mas de modo que você possa fazer dela um prazer imensurável, cuja preparação paciente e persistente irá iluminar toda a sua vida.

Festivais ou orgias suicidas são apenas dois dos métodos possíveis. Há outros mais sofisticados. Quando eu vejo as casas funerárias nas cidades americanas, não fico apenas chocado com a banalidade delas, como se a morte tivesse que extinguir qualquer tentativa imaginária, mas também acho uma pena que elas sirvam cadáveres e suas famílias tão felizes por continuarem vivas. Tenhamos alternativas para as pessoas povres e para as pessoas que se cansaram de tanta reflexão, de modo que não te nham de se contentar com esses espexdientes caros, chatos e sem criatividade. Por exemplo, alternativas como as que os japoneses inventaram para transar - os chamados "hotéis do amor". Eles sabem muito mais sobre suicídio que nós.

Se você tiver a chance de ir até Chantily, em Tóquio, você entenderá. Sentirá a existência de lugares sem mapas nem calendários, com as decorações mais absurdas, em que você pode entrar com parceiros anônimos em busca de uma oportunidade de morrer livre de todos os estereótipos. Ali, você teria uma quantidade de tempo indeterminada - segundos, semanas, meses talvez - até que o momento se apresentasse com clareza. Você o reconheceria imediaamente. Você não poderia perdê-lo. Teria a forma informe do mais simples dos prazeres.

 

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