Eu tinha em mente que era uma “visão imaginária”, mas como isso poderia ocorrer, sendo que eles seguem um itinerário constate e circular?
Elétrons não seguem um "itinerário constante e circular". Esqueça essa história de "órbitas circulares definidas". Ou, em outras palavras, esqueça essa história de modelo planetário do átomo.
Cada número da "camada", chamado número quântico principal n, está relacionado a energia total de um elétron daquele nível. Para dado n (sem considerar outros números quânticos), a probabilidade de encontrar o elétron em algum ponto do espaço a uma certa distância do núcleo (probabilidade radial) toma a configuração de uma "onda esférica" com vários nós. Assim, um elétron da primeira "camada" tem um nó central e outro no infinito, um elétron da segunda "camada" tem dois nós além do central, um da terceira "camada" tem três nós além do central, etc...
E o que significa a chamada "camada"? Para cada n, existe um certo intervalo a uma distância do núcleo (pense nisto como sendo uma "casca esférica" bem estreita) em que a probabilidade de encontrar o elétron é bastante elevada. Isto é o que se convencionou chamar de "camada" e que é erroneamente ensinado como sendo o "raio da órbita" do elétron.
Por exemplo, para o átomo de hidrogênio, esta distância é o chamado raio de Bohr, o que explica o relativo sucesso inicial do seu modelo semi-clássico.
Mas isto não significa que o elétron esteja fazendo uma trajetória circular de raio igual ao da camada. Significa apenas que se você procurar o elétron no átomo, na maioria das vezes você vai encontrar o elétron dentro desta região. É apenas uma "camada" de alta probabilidade de encontrar o elétron.