Autor Tópico: Texto que recebi de um criacionista  (Lida 2626 vezes)

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Texto que recebi de um criacionista
« Online: 31 de Agosto de 2006, 18:15:01 »
Olá pessoal!
Sou novo aqui no fórum e espero poder participar com muita troca de informação.
Sou cético/ateu já algum tempo, e agora estou tentando me aprofundar no assunto "Evolução" que conheço pouco ainda.
Certo dia recebi um texto criacionista que, sinceramente, não consegui respondê-lo por completo ainda, pois pretendo devolvê-lo refutado ao remetente...
Gostaria de contar com a ajuda de vocês com opiniões e idéias sobre o texto, pois até eu mesmo fico meio confuso diante de tanta coisa... :olheira:
Já li muita coisa por aqui sobre o assunto mas preciso "clarear" melhor minhas idéias obtendo diferentes opiniões.
Fiquem à vontade!
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Que falem os fósseis.

OS FÓSSEIS são os restos de formas antigas de vida, preservados na crosta terrestre. Podem ser esqueletos completos, ou partes deles, tais como ossos, dentes ou conchas. Um fóssil também pode apresentar certos vestígios da atividade daquilo que antes era vivo, tal como uma impressão ou rastro. Muitos fósseis não mais contêm seu material original, mas constituem-se de depósitos minerais neles infiltrados e que assumiram sua forma.
 Por que os fósseis são importantes para a evolução? O geneticista G. L. Stebbins comentou um dos motivos principais: “Nenhum biólogo realmente viu a origem, por evolução, de um grupo principal de organismos.”1 Assim, não se observam as atuais coisas vivas na Terra evoluindo em outras coisas. Antes, são todas completas e distintas de outros tipos. Como observou o geneticista Theodosius Dobzhansky: “O mundo vivo não é uma única coleção . . . conectada por uma série ininterrupta de formas intermediárias.”2 E Charles Darwin admitiu: “Uma [contestação] que constitui uma dificuldade evidente, é a distinção bem nítida das formas [vivas] específicas, e a ausência de inumeráveis elos de transição que os liguem entre si.”3
 Assim, as distintas variedades de coisas agora vivas não dão apoio algum à teoria da evolução. É por isso que os fósseis se tornaram tão importantes. Julgava-se que, pelo menos, os fósseis fornecessem a confirmação de que carecia a teoria da evolução.

O Que Esperar
 Caso a evolução fosse factual, a evidência fóssil certamente revelaria a mudança gradual de uma espécie de vida em outra. E isso teria de dar-se, sem considerar que variedade da teoria de evolução se aceita. Mesmo os cientistas que crêem nas mudanças mais rápidas associadas com a teoria do “equilíbrio pontuado” admitem que ainda teriam passado muitos milhares de anos em que supostamente ocorreram tais mudanças. Assim, não é razoável crer que não haveria necessidade alguma de fósseis de ligação.
 Também, caso a evolução fosse factualmente respaldada, seria de esperar que os fósseis revelassem o início de novas estruturas nas coisas vivas. Deveria haver, pelo menos, alguns fósseis com braços, pernas, asas, olhos, e outros ossos e órgãos em desenvolvimento. Por exemplo, deveria haver barbatanas de peixes transformando-se em patas anfíbias, dotadas de pés e artelhos, e guelras transformando-se em pulmões. Deveria haver répteis com membros dianteiros transformando-se em asas de aves, com membros traseiros transformando-se em pernas dotadas de garras, com escamas transformando-se em penas, e com bocas transformando-se em bicos córneos.
 Neste respeito, a revista inglesa New Scientist (Novo Cientista) afirma sobre tal teoria: “Ela prediz que uma documentação fóssil completa consistiria em linhagens de organismos que mostrassem contínua mudança gradual, por longos períodos de tempo.”4 Como o próprio Darwin asseverou: “O número de variedades intermediárias, que outrora existiram, [tem de ser] notável.”5
 Por outro lado, caso seja factual o relato de Gênesis sobre a criação, então os fósseis não apresentariam um tipo de vida transformando-se em outro. Refletiriam a declaração de Gênesis de que cada tipo diferente de coisa viva só se reproduziria “segundo a sua espécie”. (Gênesis 1:11, 12, 21, 24, 25) Também, caso as coisas vivas tenham vindo a existir por um ato criativo, não haveria ossos ou órgãos parciais, incompletos, nos fósseis. Todos os fósseis seriam completos e imensamente complexos, como são as atuais coisas vivas.
 Ademais, caso as coisas vivas fossem criadas, seria de esperar que aparecessem subitamente nos fósseis, sem conexão alguma com qualquer coisa anterior a elas. E, uma vez comprovada a veracidade disto, que dizer? Darwin admitiu francamente: “Se espécies numerosas . . . tivessem realmente surgido bruscamente, este fato derrubaria a teoria da evolução.”6

Quão Completa É a Documentação?
 Não obstante, é a documentação fóssil bastante completa para se fazer um teste justo de se apóia a criação ou a evolução? Há mais de um século, Darwin não julgava que o fosse. O que havia de “errado” com os fósseis no tempo dele? Não continham os elos de transição exigidos em apoio de sua teoria. Esta situação o moveu a afirmar: “Portanto, por que não regurgita de formas intermediárias cada formação geológica, em cada camada das que a compõem? A geologia não revela seguramente uma série orgânica bem graduada, e nisto é, talvez, que consiste a objeção mais séria que se pode opor à minha teoria.”7
 Os fósseis nos dias de Darwin também o desapontaram de ainda outro modo. Explicou: “Muitos paleontólogos . . . salientaram a aparição súbita de grupos inteiros de espécies em determinadas formações como um fato inconciliável com a teoria da transformação [das espécies].” Acrescentou: “Há uma outra dificuldade semelhante, porém muito mais séria. Quero falar da aparição repentina de espécies pertencendo às divisões principais do reino animal nas rochas fossilíferas mais antigas que se conhecem. . . . Por enquanto o problema permanece inexplicado, insolúvel, e pode continuar a servir de sério argumento contra os pareceres [evolucionistas] emitidos aqui.”8
 Darwin tentou explicar estes avassaladores problemas por atacar os fósseis. Disse: “Considero os arquivos geológicos . . . como uma história do globo incompletamente conservada, escrita num dialeto sempre modificado [“imperfeitos em extremo grau”, original em inglês].”9 Ele e outros presumiram que, à medida que o tempo passasse, encontrar-se-iam com certeza os elos fósseis que faltavam.
 Atualmente, depois de mais de um século de extensivas escavações, vieram a lume amplas quantidades de fósseis. Ainda permanecem “imperfeitos”? Comenta o livro Processes of Organic Evolution (Processos da Evolução Orgânica): “A documentação de formas passadas de vida é agora extensiva e constantemente aumenta em riqueza à medida que os paleontólogos descobrem, descrevem e comparam novos fósseis.”10 E Porter Kier, cientista do Instituto Smithsoniano (EUA) acrescenta: “Há cem milhões de fósseis, todos catalogados e identificados, nos museus ao redor do mundo.”11 Assim, a obra A Guide to Earth History (Guia Para a História da Terra), declara: “Com o auxílio dos fósseis, os paleontólogos podem agora fornecer-nos excelente quadro da vida nas eras antigas.”12
 Após todo esse tempo, e a coleta de milhões de fósseis, o que diz agora a documentação fóssil? O evolucionista Steven Stanley declara que tais fósseis “revelam novas e surpreendentes coisas a respeito de nossas origens biológicas”.13 O livro A View of Life (Uma Visão da Vida), escrito por três evolucionistas, adiciona: “Os fósseis estão repletos de tendências que os paleontólogos não conseguem explicar.”14 O que é que tais cientistas evolucionistas têm achado tão ‘surpreendente’ e que “não conseguem explicar”?
 O que tem confundido tais cientistas é que a maciça evidência fóssil agora disponível revela a mesmíssima coisa que revelava nos dias de Darwin: As espécies básicas das coisas vivas apareceram subitamente, e não sofreram consideráveis mudanças por longos períodos de tempo. Não foram encontrados quaisquer elos transicionais entre uma e outra espécie principal das coisas vivas. Assim, o que os fósseis afirmam é justamente o oposto do que se esperava.
15 O botânico sueco, Heribert Nilsson, descreveu a situação do seguinte modo, após 40 anos de suas próprias pesquisas: “Não é sequer possível fazer uma caricatura duma evolução, à base de fatos paleobiológicos. O material fóssil é agora tão completo que . . . a falta de séries transicionais não pode ser explicada por se lançar a culpa na escassez de material. As deficiências são reais; jamais serão supridas.”15

A Vida Surge Subitamente
 Examinemos mais de perto a evidência. Em seu livro Red Giants and White Dwarfs (As Gigantes Vermelhas e as Anãs Brancas), Robert Jastrow declara: “Em dado momento, no primeiro bilhão de anos, a vida surgiu na superfície da Terra. Lentamente, como indicam os fósseis, organismos vivos galgaram a escada, partindo de formas simples para as mais avançadas.” Com base nesta descrição, seria de esperar que os fósseis comprovassem lenta evolução das primeiras formas “simples” de vida para as complexas. Todavia, o mesmo livro afirma: “O primeiro bilhão crítico de anos, em que a vida começou, é constituído de páginas em branco na história da Terra.”16
 Também, podem aqueles primeiros tipos de vida ser verdadeiramente chamados de “simples”? “Remontando ao tempo da idade das rochas mais antigas”, afirma a obra Evolution From Space (A Evolução Proveniente do Espaço), “os restos fósseis de antigas formas de vida descobertas nas rochas não revelam um princípio simples. Embora talvez desejemos pensar nas bactérias fósseis e nas algas fósseis e nos microfungos como simples, em comparação com um cachorro ou um cavalo, o padrão de informações permanece muitíssimo elevado. A maior parte da complexidade bioquímica da vida já estava presente na época formativa das mais antigas rochas da superfície da Terra”.17
 Partindo desse começo, pode-se encontrar qualquer evidência que comprove que organismos unicelulares evoluíram em pluricelulares? “Os fósseis não contêm vestígio algum destes estágios preliminares no desenvolvimento de organismos pluricelulares”, afirma Jastrow.18 Em vez disso, ele declara: “A documentação das rochas contém muito pouca coisa, além de bactérias e plantas unicelulares, até que, há cerca de um bilhão de anos — depois de cerca de três bilhões de anos de progresso invisível — ocorreu um grande passo à frente. Surgiram na Terra as primeiras criaturas pluricelulares.”19
 Assim, no início do chamado período cambriano, os fósseis dão uma inexplicada virada dramática. Aparece tão subitamente grande variedade de criaturas marinhas plenamente desenvolvidas e complexas — muitas dispondo de conchas externas endurecidas — que tal período é muitas vezes chamado de “a explosão” dos seres vivos. Descreve-o A View of Life: “Começando na base do período cambriano, e estendendo-se por cerca de 10 milhões de anos, todos os principais grupos de invertebrados dotados de esqueletos surgiram pela primeira vez, no aparecimento diversificado mais espetacular que já foi registrado em nosso planeta.” Apareceram caramujos, esponjas, estrelas-do-mar, animais parecidos com a lagosta, chamados trilobitas, e muitas outras criaturas marinhas complexas. É interessante que o mesmo livro observa: “Alguns trilobitas já extintos, com efeito, desenvolveram olhos mais complexos e eficientes do que os possuídos por qualquer artrópode vivo.”20
 Existem vínculos fósseis entre esta explosão de vida e o que havia antes dela? Na época de Darwin, tais vínculos não existiam. Admitiu ele: “Por que não localizamos depósitos ricos em fósseis pertencentes a esses períodos primitivos anteriores à era cambriana? Eis uma pergunta para a qual não posso dar uma resposta convincente.”21 Atualmente, será que a situação mudou? O paleontólogo Alfred S. Romer comentou a declaração de Darwin sobre “a aparição súbita de grupos inteiros de espécies” e escreveu: “Abaixo deste [o período cambriano], há vastas camadas de sedimentos em que se poderia esperar que houvesse progenitores das formas cambrianas. Mas não os encontramos; estes leitos mais antigos são quase desprovidos de evidência de vida, e pode-se razoavelmente dizer que o quadro geral é coerente com a idéia da criação especial no começo da época cambriana. ‘Por que não localizamos depósitos ricos em fósseis pertencentes a esses períodos primitivos anteriores à era cambriana?’, disse Darwin, ‘eis uma pergunta para a qual não posso dar uma resposta convincente’. Nem nós a podemos dar hoje”, disse Romer.22
 Alguns argúem que as rochas pré-cambrianas foram por demais alteradas, pelo calor e pela pressão, de modo a reter os elos fósseis, ou que nenhuma rocha foi depositada nos mares rasos, de modo a reter fósseis. “Nenhum destes argumentos se manteve de pé”, afirmam os evolucionistas Salvador E. Luria, Stephen Jay Gould e Sam Singer. Acrescentam: “Os geólogos descobriram muitos sedimentos pré-cambrianos inalterados, e eles não contêm quaisquer fósseis de organismos complexos.”23
 Estes fatos moveram o bioquímico D. B. Gower a comentar, conforme veiculado no Times do condado de Kent, Inglaterra: “O relato de Gênesis sobre a criação e a teoria da evolução não poderiam conciliar-se. Um tem de estar certo, e o outro errado. A estória dos fósseis concordava com o relato de Gênesis. Nas rochas mais antigas, não encontramos uma série de fósseis abrangendo as mudanças graduais desde as criaturas mais primitivas até as formas desenvolvidas, mas, antes, nas rochas mais antigas, surgiram subitamente espécies desenvolvidas. Entre cada espécie havia total ausência de fósseis intermediários.”24
 Concluiu o zoólogo Harold Coffin: “Caso fosse correta a evolução progressiva do simples para o complexo, poder-se-iam encontrar os ancestrais destas criaturas viventes completamente desabrochados no cambriano; mas, não foram encontrados, e os cientistas admitem que existe muito pouca perspectiva de serem algum dia encontrados. À base apenas destes fatos, à base do que realmente é encontrado na Terra, a teoria dum ato criativo súbito, em que as principais formas de vida foram estabelecidas, enquadra-se melhor.”25

Contínuos Aparecimentos Súbitos, Poucas Mudanças
 Nas camadas acima daquela explosão de vida do cambriano, é repetidamente o mesmo o testemunho dos fósseis: Novas espécies de animais e novas espécies de plantas surgem subitamente, sem nenhuma conexão com algo que existia antes delas. E, uma vez em cena, continuam a apresentar poucas mudanças. Declara The New Evolutionary Timetable (O Novo Cronograma Evolucionista): “A documentação [fóssil] revela agora que as espécies sobrevivem tipicamente por cem mil gerações, ou até um milhão ou mais, sem evoluir grandemente. . . . Depois de suas origens, a maioria das espécies experimenta diminuta evolução antes de se tornarem extintas.”26
 Para exemplificar, os insetos surgiram de forma súbita e abundante entre os fósseis, sem quaisquer ancestrais evolucionários. Nem se modificaram grandemente até os dias atuais. A respeito da descoberta de uma mosca fóssil rotulada como tendo “40 milhões de anos”, disse o dr. George Poinar Jr.: “A anatomia interna destas criaturas é notavelmente similar à que se encontra nas moscas atuais. As asas, as patas e a cabeça, e até as células internas, têm aspecto bem moderno.”27 E um informe do jornal The Globe and Mail (O Globo e o Correio), de Toronto, Canadá, comentava: “Em 40 milhões de anos de esforço para galgar a escada evolucionária, não fizeram quase que nenhum progresso discernível.”28
 Um quadro similar existe para as plantas. Nas rochas encontram-se folhas fossilizadas de muitas árvores e arbustos que mostram pouquíssima diferença das folhas de tais plantas atuais: carvalho, nogueira, hicória, videira, magnólia, palmeira e muitas outras. As espécies animais seguem o mesmo padrão. Os ancestrais das atualmente vivas surgem de forma súbita nos fósseis e eram muitíssimo parecidos com seus correspondentes vivos. Há muitas variações, mas todas são facilmente identificadas como a mesma “espécie”. A revista Discover (Descobrir) indica um exemplo: “O xifosuro . . . já existe na Terra, virtualmente inalterado, por 200 milhões de anos.”29 As que se tornaram extintas também seguiram o mesmo padrão. Os dinossauros, para exemplificar, surgem subitamente nos fósseis, sem nenhum elo com quaisquer ancestrais anteriores. Multiplicaram-se grandemente; daí, tornaram-se extintos.
 Sobre este ponto, o Bulletin (Boletim) do Museu Field de História Natural, de Chicago, EUA, declara: “As espécies surgem mui subitamente na seqüência, apresentam pouca ou nenhuma alteração durante sua existência na documentação; daí, desaparecem abruptamente da documentação. E nem sempre é claro; com efeito, raramente é claro, que os descendentes eram realmente melhor adaptados que seus predecessores. Em outras palavras, o aprimoramento biológico é difícil de encontrar.”30

Nenhuma Característica Transicional
 Outra dificuldade para a evolução é o fato de que em parte alguma dos fósseis se encontram ossos ou órgãos parcialmente formados que poderiam ser considerados o início de nova característica. Por exemplo, existem fósseis de vários tipos de criaturas voadoras — aves, morcegos, pterodáctilos extintos. De acordo com a teoria evolucionista, deviam ter evoluído de ancestrais transicionais. Mas, não se encontrou nenhuma destas formas transicionais. Não existe nenhum indício delas. Existem quaisquer fósseis de girafas com pescoço tendo dois terços ou três quartos do comprimento do das atuais? Existem quaisquer fósseis de aves que evoluam um bico a partir duma queixada de réptil? Existe qualquer evidência fóssil de peixes que desenvolvem um pélvis anfíbio, ou de barbatanas de peixes que se transformam em pernas, pés e artelhos de anfíbios? A realidade é: a busca de tais características em desenvolvimento nos fósseis tem-se provado infrutífera.
 A revista New Scientist observou que a evolução “prediz que uma documentação fóssil completa consistiria em linhagens de organismos que mostrassem contínua mudança gradual, por longos períodos de tempo”. Mas, admitiu: “Infelizmente, os fósseis não satisfazem esta expectativa, pois espécies individuais de fósseis raramente acham-se conectadas umas às outras por meio de conhecidas formas intermediárias. . . . espécies fósseis conhecidas realmente parecem não ter evoluído, mesmo no decorrer de milhões de anos.”31 E o geneticista Stebbins escreveu: “Não se conhecem formas transicionais entre quaisquer dos principais ramos de animais ou plantas.” Menciona “existirem grandes lacunas entre muitas das principais categorias de organismos”.32 “Com efeito”, admite The New Evolutionary Timetable, “os fósseis não documentam de forma convincente uma transição sequer de uma espécie em outra. Ademais, as espécies duraram por períodos surpreendentemente longos de tempo”.33 — Grifo acrescentado.
 Isto concorda com o extensivo estudo feito pela Sociedade de Geologia de Londres e pela Associação de Paleontologia da Inglaterra. O professor de ciências naturais, John N. Moore, informou sobre os resultados: “Cerca de 120 cientistas, todos especialistas, prepararam 30 capítulos de monumental obra de mais de 800 páginas, para apresentar o registro fóssil das plantas e dos animais, divididos em cerca de 2.500 grupos. . . . Cada forma ou espécie principal de vegetal e animal é mostrada como tendo uma história separada e distinta de todas as demais formas ou espécies! Grupos, tanto de plantas como de animais, aparecem de súbito no registro fóssil. . . . Baleias, morcegos, cavalos, primatas, elefantes, lebres, esquilos, etc., todos são tão distintos em seu aparecimento inicial como o são agora. Não há um vestígio sequer de um ancestral comum, muito menos de um elo com qualquer réptil, o suposto progenitor.” Acrescentou Moore: “Não se encontraram quaisquer formas transicionais no registro fóssil, mui provavelmente, porque não existem de jeito nenhum formas transicionais no estágio fóssil. Mui provavelmente, as transições entre as espécies animais e/ou as transições entre as espécies vegetais, jamais ocorreram.”34
 Assim, o que era verdade nos dias de Darwin, é igualmente verídico nos dias atuais. A evidência dos fósseis ainda é como o zoólogo D’Arcy Thompson afirmou, há alguns anos, em seu livro On Growth and Form (Do Crescimento e da Forma): “A evolução darwiniana não nos ensinou de que modo as aves descenderam dos répteis, os mamíferos dos quadrúpedes mais primitivos, os quadrúpedes dos peixes, nem como o fizeram os vertebrados da estirpe dos invertebrados. . . . a procura de alpondras que levem através das lacunas interpostas é uma procura fútil, para sempre.”35

Que Dizer do Cavalo?
 No entanto, tem-se amiúde afirmado que pelo menos o cavalo constitui exemplo clássico, encontrado nos fósseis, de evolução. Como declara The World Book Encyclopedia (Enciclopédia do Livro Mundial): “Os cavalos constituem os exemplos mais bem documentados de desenvolvimento evolucionário.”36 As ilustrações disto começam com um animal bem pequenino e terminam com o grande cavalo atual. Mas, será que a evidência fóssil apóia realmente isto?
 Comenta a Encyclopædia Britannica: “A evolução do cavalo jamais se deu em linha reta.”37 Em outras palavras, em parte alguma os fósseis mostram um gradual desenvolvimento de um pequeno animal em um grande cavalo. O evolucionista Hitching afirma sobre este mais destacado modelo evolucionista: “Outrora apresentado como simples e direto, é agora tão complicado que aceitar uma versão, em vez de outra, é mais uma questão de fé do que de escolha racional. Eohippus, supostamente o cavalo primitivo, e que os peritos afirmavam estar há muito extinto, só sendo por nós conhecido mediante os fósseis, pode, com efeito, estar vivo e passando bem, e não ser de forma alguma um cavalo — e sim um animal arisco, do tamanho da raposa, chamado de damã, que corre velozmente pelo matagal africano.”38
 Colocar o pequeno Eohippus como ancestral do cavalo é forçar a imaginação, especialmente em vista do que afirma The New Evolutionary Timetable: “Foi amplamente presumido que [o Eohippus] se havia transformado, de forma lenta, porém persistente, num animal mais plenamente eqüino.” Mas, será que os fatos comprovam tal suposição? “As espécies fósseis do [Eohippus] mostram pouca evidência de modificação evolucionária”, responde o livro. Admite, assim, a respeito dos fósseis: “Fracassam em documentar a plena história da família dos eqüinos.”39
 Desta forma, alguns cientistas afirmam agora que o pequeno Eohippus jamais foi um tipo de cavalo ou um ancestral de um. E cada tipo de fóssil colocado na linhagem do cavalo mostrava notável estabilidade, sem quaisquer formas transicionais entre ele e os outros julgados como seus ancestrais evolucionários. Nem nos deve surpreender que haja fósseis de cavalos de diferentes tamanhos e formas. Mesmo hoje em dia, os cavalos variam de pequeninos pôneis até os grandes cavalos de puxar arado. Todos constituem variedades da mesma família dos eqüinos.

O Que os Fósseis Realmente Afirmam
 Quando deixamos que os fósseis falem, seu testemunho não se volta para a evolução. Antes, o testemunho dos fósseis se volta para a criação. Mostra que muitas espécies diferentes de coisas vivas surgiram subitamente. Ao passo que havia grande variedade dentro de cada espécie, estas não possuíam vínculos com ancestrais evolucionários antes delas. Nem possuíam vínculos evolucionários com diferentes espécies de coisas vivas que surgiram depois delas. Várias espécies de coisas vivas perduraram, por longos períodos de tempo, apresentando pouquíssima mudança, antes de algumas delas tornarem-se extintas, ao passo que outras ainda sobrevivem até os dias atuais.
 “Não se pode considerar o conceito de evolução como forte explanação científica para a presença de diversas formas de vida”, conclui o evolucionista Edmund Samuel em seu livro Order: In Life (Ordem: Na Vida). Por que não? Acrescenta ele: “Nenhuma análise meticulosa de distribuição biogeográfica ou do registro fóssil pode apoiar diretamente a evolução.”40
 Evidentemente, o inquiridor imparcial seria levado a concluir que os fósseis não apóiam a teoria da evolução. Por outro lado, a evidência fóssil deveras fornece forte peso a favor dos argumentos da criação. Como declarou o zoólogo Coffin: “Para os cientistas seculares, os fósseis, evidência da vida no passado, constituem a última e derradeira corte de apelação, porque os fósseis são a única história autêntica da vida disponível à ciência. Se esta história dos fósseis não concorda com a teoria evolucionista — e vimos que não concorda — o que ela nos ensina? Ela nos diz que as plantas e os animais foram criados nas suas formas básicas. Os fatos básicos dos fósseis apóiam a criação e não a evolução.”41 O astrônomo Carl Sagan reconhece, candidamente, em seu livro Cosmos: “As evidências fósseis podem ser consistentes com a idéia de um Grande Projetista.”42

Obrigado pela atenção!

Offline Luis Dantas

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Re: Texto que recebi de um criacionista
« Resposta #1 Online: 31 de Agosto de 2006, 18:29:02 »
Você por acaso tem as notas de rodapé?

Ah, sim: bem-vindo.  Apresente-se no tópico que existe para esse fim.  :)
« Última modificação: 31 de Agosto de 2006, 18:34:17 por Luis Dantas »
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Luis Dantas

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Re: Texto que recebi de um criacionista
« Resposta #2 Online: 31 de Agosto de 2006, 19:00:12 »
Começando a comentar:

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Que falem os fósseis.

OS FÓSSEIS são os restos de formas antigas de vida, preservados na crosta terrestre. Podem ser esqueletos completos, ou partes deles, tais como ossos, dentes ou conchas. Um fóssil também pode apresentar certos vestígios da atividade daquilo que antes era vivo, tal como uma impressão ou rastro. Muitos fósseis não mais contêm seu material original, mas constituem-se de depósitos minerais neles infiltrados e que assumiram sua forma.
 Por que os fósseis são importantes para a evolução? O geneticista G. L. Stebbins comentou um dos motivos principais: “Nenhum biólogo realmente viu a origem, por evolução, de um grupo principal de organismos.”1

Não sei o que seria um "grupo principal de organismos".  A diferenciação de espécies, porém, é amplamente documentada e até mesmo reproduzida.  Os peixes vermelhos de aquário, por exemplo, foram selecionados a partir da Carpa.

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Assim, não se observam as atuais coisas vivas na Terra evoluindo em outras coisas. Antes, são todas completas e distintas de outros tipos. Como observou o geneticista Theodosius Dobzhansky: “O mundo vivo não é uma única coleção . . . conectada por uma série ininterrupta de formas intermediárias.”2

Isso é discutível.  Há tantas formas intermediárias observadas.

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E Charles Darwin admitiu: “Uma [contestação] que constitui uma dificuldade evidente, é a distinção bem nítida das formas [vivas] específicas, e a ausência de inumeráveis elos de transição que os liguem entre si.”3

Seria interessante ver o contexto dessa frase.  Aparentemente essa dificuldade não foi suficiente para desencorajar Darwin, e também não impediu Wallace de chegar às mesmas conclusões.

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Assim, as distintas variedades de coisas agora vivas não dão apoio algum à teoria da evolução. É por isso que os fósseis se tornaram tão importantes. Julgava-se que, pelo menos, os fósseis fornecessem a confirmação de que carecia a teoria da evolução.

Essa declaração é extremamente tendenciosa.  Faz parecer que os fósseis são a única ou pelo menos principal evidência de que existe diferenciação de espécies.  Ignora todas as outras que a biologia, a genética e outras áreas de conhecimento já obtiveram.  Veja o artigo da Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Evidence_of_evolution

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O Que Esperar
 Caso a evolução fosse factual, a evidência fóssil certamente revelaria a mudança gradual de uma espécie de vida em outra.

Supondo que tivéssemos pronto acesso a todos os fósseis que jamais existiram, e não é esse o caso.

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E isso teria de dar-se, sem considerar que variedade da teoria de evolução se aceita. Mesmo os cientistas que crêem nas mudanças mais rápidas associadas com a teoria do “equilíbrio pontuado” admitem que ainda teriam passado muitos milhares de anos em que supostamente ocorreram tais mudanças. Assim, não é razoável crer que não haveria necessidade alguma de fósseis de ligação.

Na verdade eu tenho minhas dúvidas de qual importância os fósseis tem a esta altura da história.  Há tantas outras evidências de diferenciação de espécies que talvez os fósseis não sejam mais necessários "de forma alguma" para comprová-la.

Mas como _existem_ fósseis de ligação bem documentados, essa questão nem chega a ser acadêmica.

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Também, caso a evolução fosse factualmente respaldada, seria de esperar que os fósseis revelassem o início de novas estruturas nas coisas vivas. Deveria haver, pelo menos, alguns fósseis com braços, pernas, asas, olhos, e outros ossos e órgãos em desenvolvimento. Por exemplo, deveria haver barbatanas de peixes transformando-se em patas anfíbias, dotadas de pés e artelhos, e guelras transformando-se em pulmões. Deveria haver répteis com membros dianteiros transformando-se em asas de aves, com membros traseiros transformando-se em pernas dotadas de garras, com escamas transformando-se em penas, e com bocas transformando-se em bicos córneos.

Descontando uma certa ingenuidade sobre a natureza da formação de estruturas anatômicas, cabe lembrar que existem sim esses fósseis.  O mais conhecido, é claro, é o Arqueopterix

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Neste respeito, a revista inglesa New Scientist (Novo Cientista) afirma sobre tal teoria: “Ela prediz que uma documentação fóssil completa consistiria em linhagens de organismos que mostrassem contínua mudança gradual, por longos períodos de tempo.”4 Como o próprio Darwin asseverou: “O número de variedades intermediárias, que outrora existiram, [tem de ser] notável.”5

http://www.talkorigins.org/indexcc/CC/CC200.html

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Por outro lado, caso seja factual o relato de Gênesis sobre a criação, então os fósseis não apresentariam um tipo de vida transformando-se em outro. Refletiriam a declaração de Gênesis de que cada tipo diferente de coisa viva só se reproduziria “segundo a sua espécie”. (Gênesis 1:11, 12, 21, 24, 25) Também, caso as coisas vivas tenham vindo a existir por um ato criativo, não haveria ossos ou órgãos parciais, incompletos, nos fósseis. Todos os fósseis seriam completos e imensamente complexos, como são as atuais coisas vivas.

E comprovadamente não é esse o caso, portanto o relato do Gênesis não é literalmente verdadeiro.

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Ademais, caso as coisas vivas fossem criadas, seria de esperar que aparecessem subitamente nos fósseis, sem conexão alguma com qualquer coisa anterior a elas. E, uma vez comprovada a veracidade disto, que dizer? Darwin admitiu francamente: “Se espécies numerosas . . . tivessem realmente surgido bruscamente, este fato derrubaria a teoria da evolução.”6

O autor desse texto não sabia que existem fósseis transicionais?!?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Texto que recebi de um criacionista
« Resposta #3 Online: 01 de Setembro de 2006, 16:39:38 »
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Que falem os fósseis.

OS FÓSSEIS são os restos de formas antigas de vida, preservados na crosta terrestre. Podem ser esqueletos completos, ou partes deles, tais como ossos, dentes ou conchas. Um fóssil também pode apresentar certos vestígios da atividade daquilo que antes era vivo, tal como uma impressão ou rastro. Muitos fósseis não mais contêm seu material original, mas constituem-se de depósitos minerais neles infiltrados e que assumiram sua forma.
 Por que os fósseis são importantes para a evolução? O geneticista G. L. Stebbins comentou um dos motivos principais: “Nenhum biólogo realmente viu a origem, por evolução, de um grupo principal de organismos.”1 Assim, não se observam as atuais coisas vivas na Terra evoluindo em outras coisas.
Não se observa diretamente evolução em grande escala, mas observa-se evolução em menor escala de forma quase banal. Daí a conclusão lógica, apoiada por outros fatos, é que espécies menos similares umas as outras são parentes muito mais distantes.

Os outros fatos que apoiam isso são, essencialmente: a biogênese, ou seja, um ser vivo vir de outro ser vivo, uma célula vir de outra célula, como única forma já averiguada pela qual os organismos vêm a existir.

Não observamos nunca a geração espontânea ou "criação do nada" (ou "ex nihilo", como os criacionistas preferem) de outra forma de vida, e não se tem idéia de como isso poderia ser possível, principalmente no caso de formas de vida complexas, onde considera-se impossível. Assim, se encontra-se uma espécie nova do gênero Canis em algum lugar, assume-se que em vez de ter surgido de repente do nada, descende de ancestral em comum com outras espécies do mesmo gênero, e apenas não havia sido detectada até recentemente. Da mesma forma, se encontrarem uma espécie desconhecida de caniforme ou de carnívoro, que teria um ancestral em comum mais ou menos "recente" com os organismos desse grupo.

Essa lógica, com base apenas na observação dos fatos (e não em tentar se sustentar o fundamentalismo de alguma mitologia de criação) acaba levando a hipótese testável de um ancestral comum universal, ou algo muito próximo disso.

Uma das formas de testar isso, seria tentar organizar os organismos conforme eles pareçam ser mais aparentados, de acordo com o que se sabe sobre parentesco. Isso inclui tanto organismos vivos quanto fósseis.

A probabilidade de se conseguir montar uma "árvore genealógica" dos seres seria baixíssima, considerando que ela não existisse de verdade. Poderia-se montar inúmeras hipotéticas árvores genealógicas distintas, mas sem que nenhuma fosse substancialmente melhor que a outra, todas dessem igualmente "certo". Isso refutaria a hipótese, da mesma forma do que organizar peças de um suposto quebra-cabeças de diferentes formas, sem nenhuma construir uma hipotética figura muito melhor que outra bem diferente, prova que não há um quebra-cabeças real ali, que as peças não tem relação de "parentesco" umas com as outras, mas que são independentes.

E poderia inclusive ter sido a mesma pessoa que desenhou todas as peças, que daria o mesmo resultado, a menos que a pessoa tivesse de fato desenhado uma figura e a recortado em quebra-cabeças. Assim se vê que não faz sentido a freqüente alegação criacionista de que um só criador dos seres produziria exatamente coincidentemente o mesmo resultado das restrições impostas pelo parentesco.

Isso pode ser feito mesmo apenas com os seres ainda vivos, as coisas esperadas por parentesco já sáo suficientes para se concluir com bastante tranqüilidade que os organismos são de fato aparentados. Mais ou menos da mesma forma que um quebra-cabeças não precisa estar totalmente completo para se perceber claramente que é um quebra-cabeças, não só uma coincidência.

Os fósseis, de qualquer forma, apenas corroboram o que é visível já com os seres vivos, ao mesmo tempo em que são encontrados num padrão que vai de acordo com uma longa história de evolução no decorrer das eras, em vez de todos completamente embaralhados, com coelhos vivendo ao lado de dimetrodontes, homens com dinossauros como no desenho dos Flitstones.

Novamente, isso tudo seria uma enorme coincidência se os seres tivessem sido praticamente todos contemporâneos, e fossilizados num único evento de um dilúvio universal para qual a água necessária não existe. Acrescente às coincidências a datação radiativa.



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Antes, são todas completas e distintas de outros tipos. Como observou o geneticista Theodosius Dobzhansky: “O mundo vivo não é uma única coleção . . . conectada por uma série ininterrupta de formas intermediárias.”2 E Charles Darwin admitiu: “Uma [contestação] que constitui uma dificuldade evidente, é a distinção bem nítida das formas [vivas] específicas, e a ausência de inumeráveis elos de transição que os liguem entre si.”3
Eu não sei exatamente de que trecho é essa citação de Darwin, de qualquer forma, há afirmações parecidas num capítulo todo chamado "dificuldades com a teoria" ou algo assim. Mas ele não apenas as lista, como também cogita as soluções. Os criacionistas apenas costumam citar as parte em que ele expõe os problemas, e omitir as soluções propostas.



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Assim, as distintas variedades de coisas agora vivas não dão apoio algum à teoria da evolução. É por isso que os fósseis se tornaram tão importantes. Julgava-se que, pelo menos, os fósseis fornecessem a confirmação de que carecia a teoria da evolução.
Na verdade, como eu já mencionei anteriormente, a teoria já é bastante satisfeita apenas com os seres vivos. Ainda mais hoje do que na época de Darwin, devido às inovações tecnológicas que permitem mostrar cada vez mais como os organismos compartilham características que não vão de acordo com projetos similares de um mesmo inventor, mas com rastros esperados da reprodução biológica.


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O Que Esperar
 Caso a evolução fosse factual, a evidência fóssil certamente revelaria a mudança gradual de uma espécie de vida em outra. E isso teria de dar-se, sem considerar que variedade da teoria de evolução se aceita. Mesmo os cientistas que crêem nas mudanças mais rápidas associadas com a teoria do “equilíbrio pontuado” admitem que ainda teriam passado muitos milhares de anos em que supostamente ocorreram tais mudanças.

O equilíbrio pontuado, ao mesmo tempo em que propõe que as transições entre as espécies se darão de forma mais rápida, propõe, como parte do mecanismo, que isso se dará com uma população consideravelmente pequena. Assim, a maioria das formas transicionais entre espécies, se preservadas, existiriam em pequena quantidade, tanto pelo tamanho da população quanto pelo curto período de transição, em pequenos - e logo difíceis de se encontrar - sítios paleontológicos. Ainda assim, algumas são encontradas.

De qualquer forma, vale ressaltar algo que os fundamentalistas costumam deixar de lado, que é que isso se refere à transicionais entre espécies apenas, ou seja, uma quantidade de transformação relativamente pequena, longe de dúvida razoável. A mudança entre raças de cães, que todos criacionistas admitem ter evoluído de um ancestral comum, por exemplo, são maiores do que as existente entre muitas espécies proximas, e até maiores do que as diferenças entre alguns gêneros.

Inclusive, a especiação é aceita por diversos grupos fundamentalistas, não apenas por ter sido em alguns casos observada diretamente, mas porque simplesmente não conseguem negar que existem muitas mais espécies do que as possíveis de caberem na arca de Noé. Eles defendem atualmente, diante desse inegável número enorme de espécies, que Noé e as outras pessoas da arca levaram apenas um casal não de cada espécie, mas de cada "tipo" principal de animal, que depois evoluiu muito rapidamente nas espécies vivas e recentemente extintas. Então, por exemplo, em vez de terem sido levados um casal de gatos, um de tigres, leões, onças, leopardos, chitas, pumas, linces, etc, teriam sido levados simplesmente um casal de "felinos genéricos" que evoluiram muito rapidamente nessas e em outras espécies de felinos vivas e recentemente extintas.

Então fica um tanto complicada a posição deles em negar a especiação, o parentesco dessas espécies, apenas no cenário defendido pelos cientistas, e aceitar apenas para o que seria mais de acordo com a mitologia das origens cristâ.

Ainda mais complicado é defender exatamente quais seriam os tais "tipos" originais sem parentesco com outros grupos, porque a mesma linha de evidências que defende o parentesco entre os grupos, defende o parentesco entre eles, levando a um ancestral comum universal.

Esses problemas com os criacionismos de criações especiais são geralmente omitidos porque eles têm sua força não na argumentação de teorias próprias, mas em depredação cultural, científica, em cuidadosamente selecionar e interpretar dados de forma que dêem a entender que a evolução é uma bobagem sem tamanho, ou no mínimo uma religião, que os cientistas são ou idiotas, ou desonestos e dogmáticos. Esperam que muitos entendam que só há duas possibilidades: o seu criacionismo específico, ou "essa maluquice de evolução". Quando na verdade há diversos outros criacionismos, e pode-se inventar diversas outras hipóteses não criacionistas, tão boas quanto qualquer criacionismo, mas todas inferiores à ancestralidade comum universal.



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Também, caso a evolução fosse factualmente respaldada, seria de esperar que os fósseis revelassem o início de novas estruturas nas coisas vivas. Deveria haver, pelo menos, alguns fósseis com braços, pernas, asas, olhos, e outros ossos e órgãos em desenvolvimento. Por exemplo, deveria haver barbatanas de peixes transformando-se em patas anfíbias, dotadas de pés e artelhos
E em muitos casos, há. Por exemplo, Ichthyostega, acanthostega, e alguns outros, são peixes com adaptações ou "pré-adaptações" primitivas à locomoção em terra.

Os fundamentalistas muitas vezes dizem que eles são simplesmente outro tipo de anfíbios; não são, de qualquer forma, anfíbios propriamente ditos, que seriam classificados como salamandras ou sapos, mas peixes mesmo, e se anfíbios, apenas no sentido mais abrangente do termo (como "carro anfíbio").

E mesmo que não houvessem tais peixes, novamente, os anfíbios já existentes apenas são uma outra tremenda coincidência, supondo não serem um ramo evolutivo, porque há apenas anfíbios que são algo meio intermediário entre peixes e répteis, e não anfíbios mamíferos, aves anfíbias, não num sentido abrangente, como lontras e pingüins seriam "anfíbios", mas mamíferos que passassem por um estágio larval aquático, com guelras funcionais, e depois se tornassem mamíferos terrestres? Ou peixes, que são apenas peixes, totalmente aquáticos, mas com glândulas mamárias  e mamilos para nutrir os filhotes? E animais que realizassem fotossíntese?

Coisas desse tipo não são impossíveis de se inventar, mas não seriam compatíveis com uma história evolutiva.

Em vez disso, se tem seres que podem ser organizados, mesmo apenas com as formas vivas, na seguinte árvore genealógica resumida:

Código: [Selecionar]
peixes - anfíbios - répteis - mamíferos
                            |- aves
(se não ficou bastante claro, peixes ramificando-se em anfíbios, esses originando os répteis, que por sua vez originam mamíferos e mais tarde as aves)


Que tem características que permitem organizá-los apenas dessa maneira e não de outras, como com mamíferos no meio; e também, mesmo apenas entre as formas vivas, há seres com possíveis características intermediárias, sejam preservadas dos seres ancestrais de outros grupos, ou convergências que podem dar uma idéia de como a transição teria sido. Por exemplo, peixes pulmonados; mamíferos que botam ovos, como répteis (monotremados), e que têm glândulas mamárias rudimentares, primitivas, mas não mamilos. A prole mama lambendo a secreção dos pelos, que sai de glândulas sudoríparas modificadas, para uma secreção mais nutritiva que suor.




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e guelras transformando-se em pulmões. Deveria haver répteis com membros dianteiros transformando-se em asas de aves, com membros traseiros transformando-se em pernas dotadas de garras, com escamas transformando-se em penas, e com bocas transformando-se em bicos córneos.
As guelras, pelo que me lembro, não teriam transformado-se em pulmões, mas na mandíbula dos peixes com mandíbula inferior, e posteriromente nos ossos do ouvido dos mamíferos, através de modificação da mandíbula dos répteis. São coisas bastante documentadas em fósseis, algumas dessas ao menos. Peixes pulmonados, existem; mas não sei bem dizer se seria convergência ou não.

Há répteis com membros dianteiros transformando-se em asas de aves: Microraptor, e Archaeopteryx, que é inclusive considerado uma ave, apesar de ter em vez de asas de ave "plenas", asas com garras como as de dinossauros, mas em dedos alongados (meio como os dedos das asas dos morcegos). Na maioria das aves atuais, os dedos estão presentes nos embriões, mas se fundem durante antes da eclosão do ovo. Em uma ou outra, eles demoram mais para se fundir, estando presentes na forma infantil do animal (como numa ave chamada cigana), mas se não me engano as emas também tem dedos nas asas, que nunca se fundem, mesmo na forma adulta.

Archaeopteryx, não tem bico, propriamente dito, mas uma boca de dinossauro, e é ainda assim considerado uma ave, apesar de ter mais características de dinossauro do que das aves modernas.

Veja algumas imagens:

veja essa foto de um filhote de cigana agarrado à galhos



Esqueleto de um pombo, ave moderna

o dum papagaio, outra ave moderna, que tem a cauda mais comprida:


Agora compare com a cauda do do Archaeopteryx, que é longa não apenas pelas penas, mas pelo esqueleto:


Archaeopteryx


Deinonychus (dromaeosauro)



nesse site ("The Fossil Record: Evolution or "Scientific Creation"") há algumas ilustrações da transição entre répteis e mamíferos primitivos, além de todo um texto sobre o assunto.



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Neste respeito, a revista inglesa New Scientist (Novo Cientista) afirma sobre tal teoria: “Ela prediz que uma documentação fóssil completa consistiria em linhagens de organismos que mostrassem contínua mudança gradual, por longos períodos de tempo.”4 Como o próprio Darwin asseverou: “O número de variedades intermediárias, que outrora existiram, [tem de ser] notável.”5
 Por outro lado, caso seja factual o relato de Gênesis sobre a criação, então os fósseis não apresentariam um tipo de vida transformando-se em outro. Refletiriam a declaração de Gênesis de que cada tipo diferente de coisa viva só se reproduziria “segundo a sua espécie”. (Gênesis 1:11, 12, 21, 24, 25) Também, caso as coisas vivas tenham vindo a existir por um ato criativo, não haveria ossos ou órgãos parciais, incompletos, nos fósseis. Todos os fósseis seriam completos e imensamente complexos, como são as atuais coisas vivas.
Bem, como eu havia dito anteriormente, tanto há transições diversas, como talvez a maioria dos criacionistas aceitem algum nível de evolução, quando querem salvar a credibilidade do conto da arca; os que negam isso estão entre os mais insanos, seguidos de perto pelos criacionistas geocentristas e pelos criacionistas defensores da Terra achatada.



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Ademais, caso as coisas vivas fossem criadas, seria de esperar que aparecessem subitamente nos fósseis, sem conexão alguma com qualquer coisa anterior a elas. E, uma vez comprovada a veracidade disto, que dizer? Darwin admitiu francamente: “Se espécies numerosas . . . tivessem realmente surgido bruscamente, este fato derrubaria a teoria da evolução.”6
Como eu disse anteriormente, não há evidências de que ocorra ou tenha ocorrido geração espontânea ou criações especiais em episódios separados (como defendem os criacionistas que aceitam a idade da Terra cientificamente defendida), nem todos de uma só vez (defendido pelos defensores de uma Terra de apenas 6 mil anos).

O grau de imperfeição do registro fóssil não chega a ser um problema quanto a por em dúvida a ancestralidade comum universal, apenas não nos permite saber nos mínimos detalhes todas as relações de parentesco, da mesma forma que um quebra-cabeças suficientemente completo, ainda que não totalmente, permite concluir que há um quebra-cabeças, que a figura está correta, ainda que não se saiba exatamente onde poderiam se encaixar algumas peças.

Boa parte do texto apenas reafirma esse tipo de coisa, sendo até talvez contraditório dependendo da posição criacionista defendida, então não vou comentar tudo pois seria redundante.

continua no próximo post

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Texto que recebi de um criacionista
« Resposta #4 Online: 01 de Setembro de 2006, 16:40:08 »
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A Vida Surge Subitamente
 Examinemos mais de perto a evidência. Em seu livro Red Giants and White Dwarfs (As Gigantes Vermelhas e as Anãs Brancas), Robert Jastrow declara: “Em dado momento, no primeiro bilhão de anos, a vida surgiu na superfície da Terra. Lentamente, como indicam os fósseis, organismos vivos galgaram a escada, partindo de formas simples para as mais avançadas.” Com base nesta descrição, seria de esperar que os fósseis comprovassem lenta evolução das primeiras formas “simples” de vida para as complexas. Todavia, o mesmo livro afirma: “O primeiro bilhão crítico de anos, em que a vida começou, é constituído de páginas em branco na história da Terra.”16
 Também, podem aqueles primeiros tipos de vida ser verdadeiramente chamados de “simples”? “Remontando ao tempo da idade das rochas mais antigas”, afirma a obra Evolution From Space (A Evolução Proveniente do Espaço), “os restos fósseis de antigas formas de vida descobertas nas rochas não revelam um princípio simples. Embora talvez desejemos pensar nas bactérias fósseis e nas algas fósseis e nos microfungos como simples, em comparação com um cachorro ou um cavalo, o padrão de informações permanece muitíssimo elevado. A maior parte da complexidade bioquímica da vida já estava presente na época formativa das mais antigas rochas da superfície da Terra”.17

Não se supõe, de qualquer forma, que a vida tenha surgido já com a complexidade das formas de vida atuais, mesmo unicelulares. O ponto é que, esse tipo de formas, e outras, não se fossilizam idealmente, e sua evolução é mais difícil de ser estudada.

Presumivelmente, esse livro "evolution from space", defende panspermia, a idéia de que a vida surgiu primeiramente em outro lugar, infectou a Terra já um pouco mais complexa. É uma possibilidade, mas não é algo que se pode de fato concluir ainda.



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Partindo desse começo, pode-se encontrar qualquer evidência que comprove que organismos unicelulares evoluíram em pluricelulares? “Os fósseis não contêm vestígio algum destes estágios preliminares no desenvolvimento de organismos pluricelulares”, afirma Jastrow.18 Em vez disso, ele declara: “A documentação das rochas contém muito pouca coisa, além de bactérias e plantas unicelulares, até que, há cerca de um bilhão de anos — depois de cerca de três bilhões de anos de progresso invisível — ocorreu um grande passo à frente. Surgiram na Terra as primeiras criaturas pluricelulares.”19
Bem, primeiramente há a dificuldade na fossilização de células e conjuntos pequenos de células; depois, novamente, mesmo entre seres vivos, há aqueles que podem nos ajudar a entender como teriam sido as transições entre o uni e o pluricelular. Um deles é Volvox, uma espécie cujas células são autônomas, mas eventualmente formam colônias e vivem como se fossem um ser pluricelular rudimentar, inclusive apresentando algum grau de diferenciação celular ou de organização corporal, não me lembro exatamente. Há outros exemplos.

Além disso, muitos seres pluricelulares reproduzem-se por fragmentação, em vez de haver uma alta especialização para essa função, o que pode-se entender como resquício de um passado unicelular, de uma preservação de certa autonomia unicelular. Algumas formas se reproduzem de forma um pouco mais especializada, como tendo um órgão que serve para ser "esfarelado", desprendendo células, que se multiplicam  formando seres maiores (Acho que falo de um tipo de água viva ou algo parecido, não lembro bem).


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Assim, no início do chamado período cambriano, os fósseis dão uma inexplicada virada dramática. Aparece tão subitamente grande variedade de criaturas marinhas plenamente desenvolvidas e complexas — muitas dispondo de conchas externas endurecidas — que tal período é muitas vezes chamado de “a explosão” dos seres vivos. Descreve-o A View of Life: “Começando na base do período cambriano, e estendendo-se por cerca de 10 milhões de anos, todos os principais grupos de invertebrados dotados de esqueletos surgiram pela primeira vez, no aparecimento diversificado mais espetacular que já foi registrado em nosso planeta.” Apareceram caramujos, esponjas, estrelas-do-mar, animais parecidos com a lagosta, chamados trilobitas, e muitas outras criaturas marinhas complexas. É interessante que o mesmo livro observa: “Alguns trilobitas já extintos, com efeito, desenvolveram olhos mais complexos e eficientes do que os possuídos por qualquer artrópode vivo.”20
Há que se lembrar que a explosão cambriana não foi algo como de um dia para o outro, mas um período consideravelmente longo de tempo, com sua própria história, e não uma fauna e flora homogêneas durante todo o período. Também há sim, registros de formas menos complexas no pré-cambriano.

Não sei de nada quanto a isso dos olhos dos trilobitas, mas me espanta e causa alguam dúvida afirmarem isso com base apenas nos fósseis.



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Existem vínculos fósseis entre esta explosão de vida e o que havia antes dela? Na época de Darwin, tais vínculos não existiam. Admitiu ele: “Por que não localizamos depósitos ricos em fósseis pertencentes a esses períodos primitivos anteriores à era cambriana? Eis uma pergunta para a qual não posso dar uma resposta convincente.”21 Atualmente, será que a situação mudou? O paleontólogo Alfred S. Romer comentou a declaração de Darwin sobre “a aparição súbita de grupos inteiros de espécies” e escreveu: “Abaixo deste [o período cambriano], há vastas camadas de sedimentos em que se poderia esperar que houvesse progenitores das formas cambrianas. Mas não os encontramos; estes leitos mais antigos são quase desprovidos de evidência de vida, e pode-se razoavelmente dizer que o quadro geral é coerente com a idéia da criação especial no começo da época cambriana. ‘Por que não localizamos depósitos ricos em fósseis pertencentes a esses períodos primitivos anteriores à era cambriana?’, disse Darwin, ‘eis uma pergunta para a qual não posso dar uma resposta convincente’. Nem nós a podemos dar hoje”, disse Romer.22

Eu não sei exatamente qual a data da citação, mas deve ser desatualizada, pois hoje se tem um cenário pré-cambriano diferente do descrito.




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A estória dos fósseis concordava com o relato de Gênesis. Nas rochas mais antigas, não encontramos uma série de fósseis abrangendo as mudanças graduais desde as criaturas mais primitivas até as formas desenvolvidas, mas, antes, nas rochas mais antigas, surgiram subitamente espécies desenvolvidas. Entre cada espécie havia total ausência de fósseis intermediários.”24
Isso é mentira. Não encontra-se contemporaneirade total entre os seres, nem o registro fóssil nem o geológico são compatíveis com o Gênesis.



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Contínuos Aparecimentos Súbitos, Poucas Mudanças

 Para exemplificar, os insetos surgiram de forma súbita e abundante entre os fósseis, sem quaisquer ancestrais evolucionários.

Isso está mal explicado, os insetos não surgiram todos de uma vez. "Insetos" é um grupo enorme de artrópodes, e há transicionais, mesmo vivos, entre eles. E há outros artrópodes hexápodes (de seis patas), que não são insetos, mas com os quais eles se relacionam, mais ou menos como há feliformes e caniformes dentro dos carnívoros.


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A respeito da descoberta de uma mosca fóssil rotulada como tendo “40 milhões de anos”, disse o dr. George Poinar Jr.: “A anatomia interna destas criaturas é notavelmente similar à que se encontra nas moscas atuais. As asas, as patas e a cabeça, e até as células internas, têm aspecto bem moderno.”27 E um informe do jornal The Globe and Mail (O Globo e o Correio), de Toronto, Canadá, comentava: “Em 40 milhões de anos de esforço para galgar a escada evolucionária, não fizeram quase que nenhum progresso discernível.”28
Esse paleontólogo não é muito versado em evolução, infelizemnte, e dá declarações desse tipo. Evolução não é uma escada em rumo ao progresso, o que explica a constância de muitas formas. Não ocorrendo mutações suficientemente vantajosas, a evolução fica relativamente "parada", sem inovar muito. Ainda assim, há diversas espécies de moscas, e não apenas "moscas", como se fosse uma coisa só. Assim, apesar dessas moscas encontradas serem como as modernas, não significa que seja uma mosca igual as atuais, mas de mais ou menos 6000 anos apenas; pode ser uma espécie antiga, hoje inexistente, não alguma das espécies atuais.

Mesmo entre os dípteros, grupo de insetos no qual estão as moscas, há variações como por exemplo, as moscas-dos-filtros, ou "mosca-mariposa" serem chamadas de moscas mas no entanto serem parentes mais próxias de mosquitos/pernilongos do que da mosca doméstica. Esse é o grau de "mesmice", é bastante abrangente, mas os fundamentalistas costumam dar importância à variação interespecífica apenas quando lhes convém.



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Um quadro similar existe para as plantas. Nas rochas encontram-se folhas fossilizadas de muitas árvores e arbustos que mostram pouquíssima diferença das folhas de tais plantas atuais: carvalho, nogueira, hicória, videira, magnólia, palmeira e muitas outras. As espécies animais seguem o mesmo padrão. Os ancestrais das atualmente vivas surgem de forma súbita nos fósseis e eram muitíssimo parecidos com seus correspondentes vivos
Mais ou menos já comentado; a evolução não ocorre sem mais nem menos, as formas podem permanecer as mesmas, desde que não sejam completamente suplantadas por eventuais modificações.


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Há muitas variações, mas todas são facilmente identificadas como a mesma “espécie”.
Mentira. Para os criacionistas, "espécie" em alguns casos é confundido com "ordem", como no caso "do celacanto", que na verdade é uma espécie de celacantídeos, uma ordem. Ordens não são espécies, mas tem nelas famílias, gêneros e espécies. Se "ordem" fosse sinônimo de espécie, por exemplo, nós, os gorilas, gibões, babuínos, saguis e até os lêmures seriamos todos da mesma espécie.



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A revista Discover (Descobrir) indica um exemplo: “O xifosuro . . . já existe na Terra, virtualmente inalterado, por 200 milhões de anos.”29 As que se tornaram extintas também seguiram o mesmo padrão. Os dinossauros, para exemplificar, surgem subitamente nos fósseis, sem nenhum elo com quaisquer ancestrais anteriores. Multiplicaram-se grandemente; daí, tornaram-se extintos.
Os dinossauros não "surgem subitamente", são antecedidos e acompanhados de outros arcossauros. São classificados como "dinosauriformes", grupo que contém, além dos dinossauros, e fora deles, outros seres aparentados.

Há diversos sites e artigos que esclarecem mais detalhadamente as relações entre os organismos, vivos e fósseis.



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Nenhuma Característica Transicional
 Outra dificuldade para a evolução é o fato de que em parte alguma dos fósseis se encontram ossos ou órgãos parcialmente formados que poderiam ser considerados o início de nova característica. Por exemplo, existem fósseis de vários tipos de criaturas voadoras — aves, morcegos, pterodáctilos extintos. De acordo com a teoria evolucionista, deviam ter evoluído de ancestrais transicionais. Mas, não se encontrou nenhuma destas formas transicionais. Não existe nenhum indício delas. Existem quaisquer fósseis de girafas com pescoço tendo dois terços ou três quartos do comprimento do das atuais? Existem quaisquer fósseis de aves que evoluam um bico a partir duma queixada de réptil?
Bem, quanto a ave, a ave mais antiga aceita, inclusive pelos criacionistas que teimam em dizer que ela é apenas ave e não réptil ou dinossauro, não tem bico propriamente dito, mas um focinho de réptil.

Fora isso, a transição adaptativa especificamente, além da dificuldade com a raridade habitual de fossilização, tem o problema da sua potencial velocidade. Conforme vão surgindo formas mais adaptadas, as menos vão ficando em desvantagem e se extinguindo rapidamente. Isso pode ocorrer antes de haver tempo suficiente para a fossilização, mesmo que a evolução em si tenha sido bem gradual. De qualqeur forma, com pesquisas em biologia do desenvolvimento, pode-se entender coisas como por exemplo, como se desenvolvme as asas dos morcegos a partir de mãos esticadas com uma longa membrana interdigital.

Seleção sexual também pode ser tão ou mais rápida que a seleção natural, pois pode selecionar até algo que seja adaptativamente prejudicial.



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Que Dizer do Cavalo?
 No entanto, tem-se amiúde afirmado que pelo menos o cavalo constitui exemplo clássico, encontrado nos fósseis, de evolução. Como declara The World Book Encyclopedia (Enciclopédia do Livro Mundial): “Os cavalos constituem os exemplos mais bem documentados de desenvolvimento evolucionário.”36 As ilustrações disto começam com um animal bem pequenino e terminam com o grande cavalo atual. Mas, será que a evidência fóssil apóia realmente isto?
 Comenta a Encyclopædia Britannica: “A evolução do cavalo jamais se deu em linha reta.”37 Em outras palavras, em parte alguma os fósseis mostram um gradual desenvolvimento de um pequeno animal em um grande cavalo. O evolucionista Hitching afirma sobre este mais destacado modelo evolucionista: “Outrora apresentado como simples e direto, é agora tão complicado que aceitar uma versão, em vez de outra, é mais uma questão de fé do que de escolha racional.
Era comum durante alguma época, pensar que a evolução fosse linear, progressiva. Isso nunca foi evolução darwiniana, de qualquer forma, ainda que tenha sido uma visão que continuou depois de Darwin e muitos misturaram, acidentalmente ou não, as duas coisas. A evolução, nem segundo Darwin, nem segundo as visões atuais (que não acabaram com Darwin) não prevê esse tipo de coisa. Em vez duma escada, duma linha evolutiva, há "arbustos" genealógicos.

Agora fica um tanto complicado e pode aparentar um tanto contraditório com algo que disse anteriormente. Nesse grau de parentesco próximo, acaba sendo esperada alguma confusão que seria evidência contrária à parentescos mais distantes.

Ou seja, para traçar a genealogia do conjunto de toda a vida, de forma mais ou menos geral, de grandes grupos, não se espera uma grande confusão, como não saber se peixes são ancestrais dos répteis ou descendentes das aves; mas por outro lado, quando se trata de parentesco muito próximo, como entre raças de cães, ou entre espécies de algum gênero ou mesmo grupos maiores, a coisa pode ficar relativamente confusa. Mas novamente, não é como se os papagaios pudessem ser um tipo de raposas ou de tubarões; é como se não se soubesse se as um tipo específico de raposas são parentes mais próximas de alguma outra raposa, ou de lobos, ou do cão-caçador-do-cabo.

Voltando à analogia do quebra cabeças, imagine que numa figura que é bastante clara, tenha uma área mais ou menos homogênea de uma cor só, como uma camiseta vermelha, ou uma árvore. Dentro dessa área, os encaixes entre as peças podem ficar confusos, não porque não exista um quebra-cabeças, mas justamente por ser um detalhe preciso do quebra-cabeças com várias possibilidades distintas. Pode ser que o lado esquerdo da árvore seja na verdade o direito, só que rotacionado adequadamente, e etc.



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Eohippus, supostamente o cavalo primitivo, e que os peritos afirmavam estar há
muito extinto, só sendo por nós conhecido mediante os fósseis, pode, com efeito, estar vivo e passando bem, e não ser de forma alguma um cavalo — e sim um animal arisco, do tamanho da raposa, chamado de damã, que corre velozmente pelo matagal africano.”38
Eu não sei dessa hipótese ser cientificamente defendida. Não sei o que é um damã, mas acho que deve ser o Hyrax, aqui tem um link sobre o assunto:

http://www.talkorigins.org/faqs/horses/eohippus_hyrax.html

(Hyracotherium é o nome correto do eohippus)





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 “Não se pode considerar o conceito de evolução como forte explanação científica para a presença de diversas formas de vida”, conclui o evolucionista Edmund Samuel em seu livro Order: In Life (Ordem: Na Vida). Por que não? Acrescenta ele: “Nenhuma análise meticulosa de distribuição biogeográfica ou do registro fóssil pode apoiar diretamente a evolução.”40

Pelo contrário, a biogeografia corrobora amplamente a evolução

http://www.talkorigins.org/faqs/comdesc/section2.html#present_biogeography

http://www.talkorigins.org/faqs/comdesc/section2.html#past_biogeography




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Os fatos básicos dos fósseis apóiam a criação e não a evolução.”41 O astrônomo Carl Sagan reconhece, candidamente, em seu livro Cosmos: “As evidências fósseis podem ser consistentes com a idéia de um Grande Projetista.”42
Um exemplo bem claro da desonestidade criacionista. Simplesmente não sei como os criacionistas cidadões médios, não autores, não se sentem ofendidos com esse tipo de coisa. Parecem cornos-mansos que fingem não ver os chifres e ainda defendem os seus "maridos intelectuais".

Veja o que segue à citação cuidadosamente editada pelos criacionistas que assumem, corretamente, que seus leitores lerão apenas o que eles dizem, sem procurar outras fontes, sendo assim facilmente chifrados:

"The fossil evidence could be consistent with the idea of a Great Designer; perhaps some species are destroyed when the Designer becomes dissatisfied with them, and new experiments are attempted on an improved design. But this notion is a little disconcerting. Each plant and animal is exquisitely made; should not a supremely competent Designer have been able to make the intended variety from the start? The fossil record implies trial and error, an inability to anticipate the future, features inconsistent with an efficient Great Designer (although not with a Designer of a more remote and indirect temperament)."

Traduzindo:

A evidência fóssil poderia ser consistente com a idéia de um Grande Projetista; talvez algumas espécies são destruidas quando o Projetista fica insatisfeito com elas, e novos experimentos são feitos com um projeto melhorado. Mas essa noção é um pouco desconcertante. Cada planata e animal é delicadamente feita; não deveria um projetista supremamente competente ter sido capaz de fazer a variedade intencionada  logo na primeira vez? O registro fóssil implica em tentativa e erro, uma incapacidade de antecipar o futuro, características incompatíveis com um Grande Projetista eficiente (ainda que não com um Projetista de temperamento mais distante e indireto)."


De qualquer modo, a evidência fóssil, é compatível com a idéia de projeto inteligente dos criacionistas; mas qualquer evidência possivelmente encontrada seria, pois a hipótese é impossível de ser testada. O registro fóssil, geológico, e os seres vivos podem ser exatamente os esperados de uma longa história de evolução, mas isso ser só uma coincidência, ou um teste para a fé. Porque diz-se que Iavé pode tudo. Poderia inclusive ter criado o mundo há 6 minutos atrás, e não a 6000 anos, ou há bilhões, e teriamos as evidências falsas dos bilhões de anos.

Offline XCross

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Re: Texto que recebi de um criacionista
« Resposta #5 Online: 04 de Setembro de 2006, 09:12:43 »
Grande Buckaroo Banzai!

Cara, fiquei impressionado com suas citações! Sinceramente admiro muito este tipo de intelectualidade, parabéns!
Suas citações muito me ajudaram a esclarecer várias dúvidas, pois como estou começando a estudar evolução agora, sempre existem textos criacionistas que conseguem por dúvida em leigos como eu, mas só POR ENQUANTO, hehehe...

Agradeço a colaboração dos colegas Buckaroo e Luis Dantas!
« Última modificação: 04 de Setembro de 2006, 10:15:13 por xcross »

 

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