Tópico: Você é um ciberciumento?

[Unknown]

Pesquisa: vocês têm ciúmes dos contatos, desconhecidos ou não, em celular/mensageiros instantâneos/e-mail/orkut/etc do seu/sua cônjuge/ficante/namorado(a)/etc?

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Você é um ciberciumento?

São Paulo - Conheça histórias de protagonistas de ciúme na web e saiba identificar os “sintomas”.

Quando seu namorado perguntou se ela ainda falava com o ex, Cláudia* não vacilou. Sabendo que a resposta verdadeira causaria uma crise de ciúme, negou imediatamente. Mas Carlos não se satisfez com a resposta. Sabia que ela mentia. Como? Simplesmente porque lia todos os seus e-mails, sabia quais sites da internet ela visitava e com quem ela falava no MSN.
“Ele não confessou de imediato, mas depois acabou contando. Depois disso, sempre que ele me perguntava alguma coisa eu acabava confessando tudo. Quando tentava despistá-lo, ele logo lançava um: ‘Você tem certeza? Você sabe que eu tenho como saber...’. E eu falava tudo”, lembra Cláudia.
Carlos chegou a conversar com uma amiga de Cláudia no MSN sem revelar que não era ela. Depois de um tempo de papo ele disse que era um amigo e deu um nome falso para despistar.
A perseguição fez com que ela parasse de usar o e-mail para se comunicar com qualquer amigo que pudesse despertar ciúmes no namorado, eliminasse telefones da agenda do celular e contatos do MSN. Mas as brigas não cessavam e o casal chegou a terminar por causa dos ciúmes.
Os problemas com a vigilância na web só acabaram quando Cláudia colocou limites para a relação. “Falei para ele que o contato do meu ex, que hoje é um grande amigo, estava na minha agenda do celular e no meu MSN e iria continuar lá”, conta.
Mas nem todo mundo tem a chance de negociar essas condições. Pedro* até hoje não sabe que seu e-mail era “bisbilhotado” pela namorada. “Um dia ele teve que me dar a senha de um outro sistema. Não teve jeito, porque eu precisava pegar uma informação pra ele. Tendo aquela senha em mãos, achei que não teria nada de mal testar se por acaso seria a mesma do e-mail. Aí, claro que entrando algumas vezes... É um vício, depois que você tem a senha, é praticamente impossível não entrar”, conta Maria Luiza*.
As incursões no e-mail duraram alguns meses, sem que o namorado notasse, até que a “xereta” quase foi flagrada. “Um dia tinha um e-mail de uma amiga que eu sabia que dava em cima dele. Entrei na mensagem e nem era nada, coisa do tipo: ‘E aí, está sumido, não gosta mais de mim e blábláblá’. Mas como era do UOL não dava pra ‘marcar como não lida’, então apaguei. Depois fiquei morrendo de medo de ele já tivesse visto que estava lá e deixado pra ler outra hora. Passei um medão por uns dias”, conta.
Maria Luiza diz que quase contou tudo para Pedro e pediu pra ele mudar a senha. “Mas aí achei que ia gerar uma discussão desnecessária”. O susto, porém, ensinou uma lição e ela nunca mais olhou o e-mail do namorado. “É o fim da picada entrar no e-mail do outro, mostra muita falta de confiança, é ofensivo. Acho que na verdade isso é coisa de gente insegura e gostaria de nunca mais fazer”.

Ciberciumentos

Mas afinal, a internet aumenta a desconfiança entre os casais? E-mails de amigos e amigas desconhecidos do outro, listas enormes de nomes no MSN e recadinhos pra lá de amigáveis no Orkut potencializam as brigas e colocam lenha na fogueira dos ciúmes?
Aos olhos da Psicologia, a grande rede pode não ter afetado diretamente o comportamento dos casais, mas deixou a questão da insegurança à flor da pele.
"Com certeza, a web é um facilitador para outros relacionamentos. Justamente por isso, a insegurança em relação ao outro fica mais evidente", avalia Katty Zúñiga, psicóloga integrante do Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática (NPPI) da PUC-SP.
Especializado nos usos e abusos da tecnologia da informação, o NPPI publica artigos sobre o tema no site da Clínica da PUC, onde os internautras também podem pedir orientações por e-mail. "Recebemos muitos e-mails e a grande maioria trata de ciúmes, traição ou invasão de privacidade na internet", observa a psicóloga.
É possível se tornar ciumento por conta da internet? "Não, mas ela pode ajudar a trazer o sentimento à tona", responde Zúñiga. "A pessoa geralmente já tem uma tendência ao ciúme. É um sentimento nato. E a internet é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que facilita o relacionamento, já que elimina os obstáculos de uma paquera real, como a timidez e a privacidade, ela pode aumentar a insegurança."
Aos ciberciumentos, o primeiro conselho é interromper a 'perseguição tecnológica' para avaliar o relacionamento, conversar abertamente com seu parceiro e buscar um amadurecimento para a relação.
"A internet já faz parte das nossas vidas. O mesmo ocorre com a confiança no outro, que deve estar presente tanto no ambiente físico como no virtual", conclui Zúñiga.
Algumas atitudes da geração conectada podem indicar ciúme exagerado. Veja aqui algumas pistas:
- desejo de controlar a vida do outro;
- vasculhar últimas ligações de celular;
- verificar lista de amigos em comunicadores instantâneos;
- tenta ler e-mails do parceiro, não só os recebidos, mas também os enviados;
- entrar continuamente em sites como Orkut, na conta do parceiro, para checar recados e lista de amigos;
- conferir sites visitados na lista do navegador do parceiro;
- instalar programas no micro do parceiro para monitorar o que ele faz no computador;
- criar artifícios, explícitos ou não, para que o parceiro use menos o computador;
- tirar conclusões apressadas, e muitas vezes erradas, a partir de qualquer indício que lhe levante alguma suspeita de traição.

Fonte: Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática da PUC-SP.

*Os nomes de personagens utilizados nesta matéria são fictícios, para preservar a identidade das fontes.

http://idgnow.uol.com.br/internet/2006/06/09/idgnoticia.2006-06-09.3525866857/IDGNoticia_view

[Luz]

O ciúme é um sentimento que atrapalha todo tipo de relacionamento, não só entre casais, mas entre amigos e parentes, até mesmo colegas de trabalho ou conhecidos. Quase sempre acaba em invasão de privacidade, discussões, explicações... Pessoas ciumentas não suportam dividir seu espaço, precisam sempre ocupar um "lugar de destaque" e pior, se fazem de vítimas, usando um sentimento mesquinho para justificar suas condutas. Sentem-se constantemente ameaçadas e são uma constante ameaça, pois não medem esforços para se livrar daquilo que consideram uma ameaça.