Autor Tópico: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes  (Lida 1497 vezes)

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Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Online: 11 de Setembro de 2006, 20:33:02 »
Tópico: As Típicas Justificativas Crentes

Extraído pelo Orkut a comunidade Crentations Pentelhations Refutations Express

Fiz o trabalho formatar o texto com código BB o sistema de fórum. Para facilitar leituras.

Fonte: As Típicas Justificativas Crentes


PRIMEIRO: EXTRAPOLAÇÕES

Apenas apontando isso que uma forma em geral dos crentes buscarem justificar suas crenças apesar de todas as provas em contrário está em extrapolar o que está escrito na bíblia buscando criar justificações que a própria bíblia nunca alegou em momento algum.Como por exemplo:

- Justificar Adão não ter morrido ao comer a maçã como ‘morte espiritual’. Nada no texto indica isso;

- Justificar as contradições sobre relatos da morte de Judas como ‘primeiro ele se enforcou depois deus o matou’. Nada na bíblia indica essa ordem;

- Deus criou o mundo em 7 dias explicado como ‘cada dia vale por mil anos’. Nada no texto justifica isso sobre a criação entre outras coisas do gênero.


SEGUNDO: ARGUMENTOS DE CONVENIÊNCIA

Essa entra em ‘quando um argumento o justifica é usado, quando não o justifica é esquecido’. Por exemplo:

- Um dia para Deus é mil anos para o homem é utilizado para descrever a criação do mundo em 7 dias, a vinda do Apocalipse, contudo esse ‘dia longo dia de Deus’ nunca é citado para justificar profecias divinas que foram cumpridas imediatamente como a destruição de Sodoma e Gomorra, o dilúvio de Moisés ou quaisquer outras profecias em que deus haveria afirmado aconteceria em breve é segundo a bíblia, aconteceram;

’Não julgueis para não ser julgado’ é uma linha que aparece e desaparece da bíblia de forma extremamente conveniente e muito estranha vinda da pessoa que ‘estaria vindo julgar toda a terra no Apocalipse’ ou de um Deus que constantemente rogava pragas, caos e destruição quando contrariado no antigo testamento;


TERCEIRO: TENTATIVA DE ALEGAR UM CONHECIMENTO SUPERIOR SOBRA A BÍBLIA SEM DEMONSTRAR NADA QUE JUSTIFIQUE ISSO

Está basicamente na linha ‘vocês não compreendem a bíblia’ quando o crente se encontra derrotado em termos de argumento racional. É uma forma de evitar engolir o próprio orgulho, se admitir errado e tentar sair por cima. É parte do orgulho crente de ‘se eu vou à igreja logo devo ser superior não importa prova em contrário eu sei mais sobre o assunto que esses ateus / agnósticos e estou certo’. Contudo esse comportamento de negação em geral vem após:

- O crente não ter demonstrado um conhecimento realmente aprofundado sobre a bíblia ou capacidade de refutar os argumentos sem utilizar as duas técnicas descritas acima;

- Incapacidade de contra-argumentar com bases puramente lógicas os erros e contradições apontados.


QUARTO: DESESPERO

Esse entra no crente que apenas começa a citar orações e linhas da bíblia sem parar, e busca jogar táticas de amedrontar quem contesta falando sobre inferno.

Claro que esses argumentos não refutam em nenhum momento o que foi alegado contra a bíblia, mas crentes parecem acreditar que sim.


QUINTO: TÁTICA DE DISTRAÇÃO - INVÉS DE DEFENDER O QUE ACREDITA ELE ATACA O CONTRAARGUMENTO

Isso é como crentes inventando histórias sobre as várias falhas do evolucionismo como isso de alguma forma tornasse o criacionismo uma teoria menos furada.

Querem-se defender o criacionismo deveriam buscar provas válidas que o justificassem, mas não poucas vezes eles insistem num constante ataque que não valida a crença deles como melhor de forma alguma.

Entra nas linhas, de fontes vagas e duvidosas, como ‘definir a idade de fósseis por radiação não é confiável’. Em que isso torna o criacionismo algo mais válido? Fossem tentar provar criacionismo estariam utilizando as mesmas técnicas.

Não raramente essa técnica de distração se compõe de pegar um detalhe mínimo da discussão que o ateu / agnóstico alegou e buscar aumentá-lo fora de proporção para evitar retornar à discussão maior que realmente não tem como refutar


SEXTO: CRIAR EXPLICAÇÕES ABSURDAS

Isso vêm junto com o fato que para alguém acreditar no que está escrito na bíblia como fatos históricos exige uma mente que aceita acreditar em fatos sem sentido.

Numa discussão sobre a arca de Noé, quando fiz essas duas perguntas: como Noé conseguiria o número de árvores suficientes para construir uma arca de madeira gigante no meio do deserto? E Como Noé e sua família limpariam a merda de todos os animais da face da terra na arca diariamente? As respostas foram:

- Deus criou árvores no deserto (extrapolação, nada na bíblia diz isso)
- A merda dos animais não fedia porque eles comiam capim (alguém já viu merda de um boi ou vaca não feder?).


SÉTIMO: FUGIR DA DISCUSSÃO ALEGANDO SER PARTE DO ANTIGO TESTAMENTO

Aparentemente crentes acreditam que, embora a bíblia seja um livro perfeito sem erros ou contradições, ela não tem necessidade de manter coerência entre o Antigo e o Novo Testamento.

A desculpa clássica está em ‘após Jesus tudo mudou’. Mas se é assim então de que valem os dez mandamentos, por exemplo? Ou alegar que o homem paga pelo pecado original se Jesus nos salvou?

Mais uma vez a conveniência, pois em outras partes o antigo testamento seria usado para comprovar algo, mas negado para contrariar alguma afirmação.


OITAVO: ASSOCIAR LONGEVIDADE COM VERDADE

Isso entre no argumento característico de ‘se a bíblia está por aí a tanto tempo como ela não seria verdade’.

É um argumento falso obviamente, pois quantos livros estão por aí a tantos mil anos? Todos os livros religiosos estão em Confúcio, Mahabata, Ramayana, Avesta, Corão, isso sem nem entrar em crenças africanas, sincretismo religioso, e alegar um seria verdadeiro por sua idade defenderia todos os outros como verdade ao mesmo tempo.

A falha principal nesse argumento é a seguinte:

- Isso é um ponto de vista ocidental, para começo de conversa, a bíblia não teve tanta relevância no oriente;

- Segundo: se você alega que um livro se torna real por causa de sua longevidade você pode usar esse argumento para qualquer religião indiferente dos valores que ela defenda. Quantas religiões defendem valores sexistas, homofônicos e racistas? Alguém deveria segui-los sem questionar? É o argumento do namoro abusivo: sabe que faz mal, mas não conseguiria imaginar a vida sem a pessoa;

- Terceiro: a bíblia FOI comprovada errada inúmeras vezes por diferentes pensadores nas mais diferentes situações possíveis. A questão nunca foi prová-la errada, mas conseguir que essa informação atingisse a maioria da população.

Não raramente os meios de comunicação evitam difundir informações ateístas por medo de perder uma audiência que prefere ouvir verdades simplistas que não conduzam ao raciocínio. Enfim, para meios de comunicação religiões significam mais dinheiro que ateísmo de uma forma geral.

Contudo isso não altera a veracidade dos argumentos contra a bíblia.


NONO: FALEI UMA COISA TÃO IDIOTA QUE NINGUÉM SE DEU AO TRABALHO DE REFUTAR ENTÃO GANHEI O DEBATE.

Esse é o mais divertido. Também conhecido por ARGUMENTO DO CANSAÇO, porque enche tanto o saco que o debatedor desiste do debate.


DÉCIMO: FRASES PRONTAS

Esse costuma ser repetidamente usado por ser o mais mentalmente preguiçoso, Consiste no crente ter frases que ele vai apresentar para qualquer situação indiferente a fazerem sentido com o que está sendo dito ou não.

Os exemplos mais notórios costumam ser:

- “texto sem contexto é pretexto”: ironicamente essa frase sempre é utilizada fora do contexto da discussão. O crente também assume que após ter dito essa frase ela terminaria a discussão por si própria e ele não precisaria explicar qual o contexto ele acreditaria adequado à referência;

- “Vocês não possuem a compreensão espiritual”: o interessante é que esse contexto que eles alegam possuir não os fornece com argumentos convincentes. De uma forma geral essa frase não significa coisa alguma na verdade porque o crente após tê-la dito no máximo vai apelar para alguma forma de parágrafo sobre a grandiosidade de deus e quão minúsculo é o ser humano ou coisa do gênero que, de novo, não teria relação alguma com a discussão;

- “O texto da bíblia é loucura para os que não crêem”: e é tão difícil assim de imaginar o porquê? Isso é referência a uma linha da bíblia, agora não vou lembrar qual a passagem especificamente, que toca no característico mau gosto e que é incorporado como fosse um trecho de canção sertaneja sobre os extremos de uma paixão louca ou coisa do gênero. Também nunca auxilia um debate de forma alguma nem contra nem a favor de nada, serve exclusivamente para lembrar que você está lidando com uma pessoa brega.

A lista de frases prontas deve beirar os milhares, contudo todas acabam nessa definição final:

Uma pessoa que realmente raciocinasse sobre o que está falando não as utilizaria. Teria raciocinado com suas próprias idéias e as formularia a partir de seu próprio vocabulário coloquial.


DÉCIMO PRIMEIRO: SOBRE DEUS NÃO SOBRE A BÎBLIA

Confusão extremamente comum. O fato é que alguém não acreditar na bíblia não significa de forma alguma a pessoa não acreditar em Deus. Ela não consegue ver como um Deus utilizaria um livro com contradições tão gritantes com distância de poucas linhas, erros óbvios erros óbvios e cópias decalcadas de outras mitologias.

Ou como um Deus não enviaria um livro com uma mensagem coerente e coesa em que alguém visse um sentido que unisse todas as histórias invés uma colcha de retalhos de contos que pregam morais completamente opostas, quando não demonstra pura crueldade gratuita, homofobia, sexismo e absurdos.

Como livro divino a bíblia simplesmente não seria o portfólio que demonstrasse o melhor lado dele como ‘deus do amor e da misericórdia’.

Normalmente a forma como crente vai responder quanto e aponta isso caem na justificativa típica número 3º


DÉCIMO SEGUNDO: REFERÊNCIAS ALEATÓRIAS DA BÍBLIA

Eu ainda não consigo compreender 100% a motivação, mas às vezes no meio de uma discussão invés do crente responder ao que você está falando ele apresenta uma linha qualquer da bíblia sem relação nenhuma com o assunto.

Aparentemente eles acreditam que a pessoa irá ‘se deslumbrar com a beleza da escrita e cessar os argumentos’ ou alguma bobagem desse gênero. Claro que talvez isso funcionasse se a bíblia tivesse algum trecho realmente bem escrito, mas ainda que tivesse, não teria refutado o argumento apresentado.

No termo em inglês isso demonstraria “Attention Deficit Disorder”, incapaz de seguir argumentos mais longos ele se perde no assunto e busca reagir por reflexo através de uma linha qualquer da bíblia.


DÉCIMO TERCEIRO: SE FIZER DE VÍTIMA CRISTÃ

Quando não conseguem vencer os argumentos então caem no ‘estou sendo perseguido como cristo e os primeiros cristãos foram’.

É a tentativa do apelo e chantagem emocional estilo ‘se vocês continuarem falando isso eu vou chorar’.

Normalmente isso vêm quando a pessoa tem de encarar as falhas de seus argumentos e / ou como o que acredita não possuem uma base tão elaborada assim. Dependendo do nível de argumentação a pessoa vai apelar para isso no começo, meio ou fim da discussão dizendo para si própria ‘estou sofrendo como cristo sofreu pelo que acredito’. Complexo de martírio cristão.

Mas, como todas as outras justificativas anteriores:

Também não invalida as falhas que existem no próprio texto da bíblia.

A verdade é que nada vai invalidar essas falhas porque elas simplesmente existem e estão lá.

Choradeira com certeza não vai fazê-las deixar de existir


DÉCIMO QUARTO: SE TEM DEFEITO ENTÃO É VERDADE

Como descrito por Cristiano ‘a hipótese ridícula de que se a bíblia se contradiz, então ela não foi forjada’.

Na verdade é mais uma tentativa de criar explicações quando o erro no texto é inegável.
No caso seria uma tentativa de tentar incorporar um fato que faz sentido ‘a bíblia possuem contradições muitas vezes por ter tido histórias inseridas de várias mitologias locais’ com um que não faz sentido ‘por causa disso o que ela está escrito é real’.

Entra com muitas outras tentativas de alterar o significado literal de palavras ou juntar pensamentos que se opões apenas para forçar uma conclusão favorável à bíblia de alguma forma. Questão é que só se chega a conclusões reais quando você segue a ordem: pergunta, pesquisa e conclusão.

Nesse caso a ordem seria pervertida para ‘a conclusão tem de ser que a bíblia é perfeita’, ‘não pergunte sobre a hipótese dela não ser’ e ‘pesquise e aceite apenas as fontes favoráveis a essa conclusão’.

Esse tipo de pensamento odeia citar George Orwell por causa do clichê, mas aqui cabe, caem na definição de ‘novilíngua’ descrita em 1984 de conciliar idéia opostas como ‘guerra é paz’, ‘liberdade é escravidão’ e ‘amor é ódio’. Em termos mais recentes foi desenvolvido como base nos anos 70 para desenvolver a idéia de Intelligent Design através do que a mídia americana denominou ‘conhecimento seletivo’, conhecimento que ignora quaisquer provas ao contrário conseqüentemente contrárias aos princípios básicos da pesquisa científica.


DÉCIMO QUARTO: SE TEM DEFEITO ENTÃO É VERDADE – Adendo

Apenas complementando, essa justificativa não é usada necessariamente apenas em contradições evidentes, mas também para personagens, e para eventos bíblicos.

Por exemplo, é comum se ouvir que, pelo fato da bíblia relatar as derrotas do exército de Israel, diferente de outros povos que relatavam apenas as vitórias, então ela é verdadeira.

Esse argumento é falho desde a concepção, pois é claro que existem outros povos fora à bíblia que também fazem os registros de suas derrotas. Apenas os números muitas vezes não são confiáveis.

Porém não há nada na bíblia que garanta que os números dela são mais confiáveis que os de outros povos. Às vezes o que se vê historicamente é exatamente o contrário.

Os números das derrotas podem até ser exagerados para cima, até mesmo para amedrontar os hebreus, e assustá-los com a idéia das conseqüências de se abandonar o Deus Jeová.


DÉCIMO QUINTO: É QUESTÃO DE ÉPOCA

Argumento usado principalmente quando é mencionada a crueldade de Jeová no Antigo Testamento.

Aí entra em cena a carta do: É porque naquela época eles eram isso ou aquilo, faziam isso ou aquilo.

A pessoa que diz isso não se toca que só porque uma atitude era comum naquela época, não significa que era correta.

Ou seja, era comum terem escravos, então Jeová permitia a escravidão. Era comum matar bebês de colo, então Jeová mandava matar bebês. Era comum vender mulheres como se fossem objetos, então Jeová permitia vender mulheres. E por aí vai.

Quem defende tal argumento não percebe o absurdo que está dizendo. Deus nesse caso não tem voz ativa. Quem escolhe o que é certo e o que é errado são os homens, através do seu “costume de época”.

Se Deus simplesmente permite tais absurdos, ele jamais pode ser um Deus de amor, que se importa com os seres humanos.

Deus está permitindo, colaborando, aprovando e ordenando atitudes repugnantes, que jamais deveriam ser aceitas por um “Deus de amor”.


DÉCIMO SEXTO: PREGAR O AMOR DE DEUS E APÓS DERROTA AFIRMAR QUE O CONTESTADOR IRÁ AO INFERNO

Um híbrido do QUARTO (DESESPERO) com o DÉCIMO PRIMEIRO (SOBRE DEUS NÃO SOBRE A BÎBLIA).

Após tentar convencer que Deus nos ama e sentir-se frustrado com o fracasso o crente começa a lançar maldições e a tentar convencer que o mesmo Deus de amor é capaz de condená-lo ao inferno.


DÉCIMO SÉTIMO: ERRO DE COPISTA

Esse argumento é muito pouco usado, e somente por cristãos mais sensatos, que admitem que a contradição é irrefutável, mas que não passa de “um mero erro de copista”.

Com isso, eles dão a entender que um errinho de cópia não é nada grave, que não interfere em nada na sua fé, e que não interessa se Acazias tinha 22 ou 42 anos quando começou a reinar, ou se ele começou a reinar no ano 12º ou 11º de Jorão.

Bem, esse é um raciocínio que vale tanto quanto os outros, ou seja, nada.

Primeiro, porque não existem mais os originais para se comparar se realmente foi apenas um erro de copista. Eles dizem isso para si mesmos, apenas para se convencerem de que não foi Deus quem errou, e sim o homem. Porém não há evidências disso. Quem me garante que no original também não estava o erro?

Segundo esse tipo de contradição foi evidenciada somente porque ela aparece em passagens diferentes que deveriam contar a mesma história. Porém quantas passagens da bíblia não podem ser comparadas? Se for permitido o copista errar, então quem me garante que ele não errou em vários outros lugares, e sequer podemos descobrir?

Terceiro quem garante que os copistas erraram apenas em números e datas? Por que não em fatos importantes do cristianismo? Está claro que Deus não impediu que eles errassem para pequenas coisas, por que não para grandes?

Quarto erros de copista são ainda mais evidentes se analisados os manuscritos que ainda existem. Manuscritos esses que sequer concordam entre si. Que dependendo da região que eles provêm, por exemplo, Alexandria, ou Esparta difere muito entre si. Ou então, da data em que foram escritos.

Repare nas notas de rodapé da bíblia modernas, e veja que há muitos erros de copistas, bem mais do que imaginam. Qual é o certo? Por exemplo, um manuscrito antigo, porém rasurado, ou um sem tantas rasuras, porém mais novo?

Erros de cópia abalam sim, e muito, a credibilidade da bíblia.


DÉCIMO OITAVO: PIEGUICE

Essa é uma das táticas que me causa mais piedade sobre quem a utiliza. Quando a pessoa não consegue te convencer intelectualmente eles buscam te convencer emocionalmente, utilizando o que eles consideram ‘frases bonitas e conceitos que apenas quem crente compreenderia’.

Tudo fajuto: a frase não é nada bonita, mas uma extensão ou derivado de alguma música sertaneja ou novela sobre amor e a idéia que só crentes compreenderiam no máximo alguma referência a algo que o pastor falou durante a missa que nem era tão profundo e muito menos impressionante. Se eles apresentam uma idéia que tenha mais um layer de compreensão para eles é um feito deiluminação divina e a coisa mais bonita que existe.
A piedade que eu sinto é que, de certa forma, eles estão buscando descrever algo profundo utilizando a cultura que quem, e como acabam demonstrando sem saber a cultura e refinamento que possuem não é muita. Ir a missa, ler bíblia todo dia e consumir culturalmente novelas e música que só falam sobre amor de corno nunca fez ninguém capaz de escrever algo como:

Eu ansioso pelo Sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará mais.
 

E o rumor triste, vago, brando
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido,
Nunca por ele padecido.


(O Corvo -Edgar Allan Poe - tradução: Machado de Assis)


DÉCIMO NONO: NÃO RESPONDER

Essa deve ser com certeza absoluta o mais irritante. Quando invés de contra argumentar de alguma forma sobre o erro apontado ele apenas alega ‘Jesus te ama’, ‘porque você não aceita Deus’ ou variações do gênero.

Basicamente é algo tão sem sentido que mal compensa se direcionar muitas vezes e difícil compreender se você e o crente estão falando sobre a mesma coisa. É o equivalente a alguém estar perguntando churrasco e uma pessoa responde sobre óleo de oliva.

O fato de alguém ‘acreditar ou não em deus’, ‘aceitar ou não a cristo’ não significa em nenhuma forma que a pessoa não deveria ler a bíblia sob um ponto de vista crítico inclusive para compreender melhor o texto. Conseqüentemente se alguém observa uma contradição e a traz para discussão, por diferentes motivos, deveria muito mais reafirmar seu interesse sobre o livro que ela apenas aceitasse qualquer coisa escrita sem questionamento.

Ao menos em princípio a pessoa estaria questionando e estudando para aprofundar sua compreensão do texto.

Crentes, contudo aparentam considerar que qualquer interpretação que não termine dizendo ‘a bíblia é um livro maravilhoso e sem erros nenhum’ significa que a pessoa deve odiar a deus, Jesus, Espírito Santo, todas as igrejas e que vai queimar no inferno por toda a eternidade junto com os gays e os drogados.


VIGÉSIMO: SE FIZER DE SURDO

Também conhecido como Tautologia, insistência em argumentos provados errados e acredito, seja uma tentativa do crente de enlouquecer a pessoa com quem elas conversa. Configura quando você já provou de todas as formas possíveis que tais argumentos são furados, sem sentido, contraditórios, pouco inteligentes e sem sentido nenhum, contudo o crente insiste em repetir as mesmas linhas do começo do diálogo.

É o equivalente ao comportamento Homer Simpson de não importa o que você argumente de todas as formas ele vai insistir nos mesmos pontos já amplamente demonstrados errôneos.

Caem num conflito básico com a mentalidade de fé cega que aparenta não precisar de uma base inteligente para suas afirmações e refuta ouvir ou debater num nível realmente embasado.

No caso de se perder durante a discussão ou não conseguir refutar ele apenas retorna ao argumento inicial achando que isso daria Reset e invalidaria tudo que foi dito.

Um exemplo característico desse comportamento vemos através de Wagner Kaba no debate Jesus: história ou ficção


VIGÉSIMO PRIMEIRO: PRECISA DE FÉ PARA ENTENDER A BÍBLIA

Esse é um caso particular do terceiro: TENTATIVA DE ALEGAR UM CONHECIMENTO SUPERIOR SOBRE A BÍBLIA SEM DEMONSTRAR NADA QUE JUSTIFIQUE ISSO.

Na minha opinião é o mais irritante de todos, pois eles se julgam dotados de um “conhecimento divino”, e que Deus lhes deu iluminação, para conseguir entender coisas que nós, descrentes, achamos absurdas.

Para eles, se somos incapazes de entender é porque não temos fé. Isso não faz nenhum sentido, pois Deus supostamente não deveria fazer acepção de pessoas, e todos deveriam ser capazes de entender a Bíblia completamente, e aí sim serem capazes de tomar a melhor decisão para a vida delas.

Se só o que têm fé podem entender a bíblia, então ela se torna inútil para a salvação das pessoas, pois ela não é capaz de “dar” a fé a ninguém. Os crentes muitas vezes recaem em uma lógica circular: Você precisa entendê-la para ter fé, mas precisa de fé para entendê-la.

Além do mais, é fácil ver porque os que têm fé, dizem que entendem a bíblia. É fácil ver que se Deus mandou matar bebês de colo, um crente vai simplesmente dizer: “Eu tenho fé que Deus tomou a melhor decisão”. Pronto, a questão está respondida, na opinião do crente, e quem não tem fé é incapaz de ver dessa forma.


VIGÉSIMO SEGUNDO: O FIM ESTÁ PRÓXIMO

Esse também faz parte da justificativa 4º do desespero, contudo nem sempre utilizada de forma afobada, vez por outra inclusive acreditando de forma arrogante como ‘vocês vão se foder por causa disso e eu vou me dar bem’.

Como todas as outras justificativas evita se dirigir diretamente ao problema apresentado com uma resposta objetiva e busca desviar para uma tática de medo. Inclui-se nessa justificativa alegar fatos aleatórios de desastres que estariam descritos nas escrituras.

Como nunca houve consenso algum sobre quais desastres específicos seriam esses usando o mesmo argumento um crente vai alegar que a bomba de Hiroshima e / ou a invenção do telefone e / ou a guerra do Iraque e / ou o Tsunami e / ou o Lula ter sido eleito e / ou o divórcio da Britney Spears e / ou cartões de crédito estarem inserindo o número da besta nas testas das pessoas como provas definitivas de que o fim está próximo e quem insistir em apontar erros evidentes e óbvios no texto bíblico vai pagar o preço por não aceitar mentir como todo o resto dos crentes que a bíblia é inerrante.


VIGÉSIMO TERCEIRO: VOCÊ DEVE TER PROBLEMAS

Mais um no estilo: ‘invés de responder diretamente ao que você demonstrou vou tentar usar de apelo / chantagem emocional’

Isso vêm de quando o crente simplesmente refuta completamente se dirigir à questão apresentada e passa a buscar ‘suas motivações emocionais’. Asneirice sem sobre de dúvidas, uma pessoa poderia ter acabado de ganhar o prêmio Nobel da literatura ou internado num asilo, mas indiferente a qual das opções se encontrasse, ela dissesse ‘não caberia todos os animais do mundo na arca de Noé’ os animais simplesmente não caberiam, pois é fato.

Em geral o crente vai tentar usar frases do gênero ‘pode nos falar qual é o seu problema’, ‘porque você não aceita a deus’ ou algo do gênero enquanto busca fazer suas melhores expressões de sobrancelhas caídas para os cantos e olhares de ‘pode falar’.
Claro que a pessoa lúcida e inteligente apenas sentirá vontade de falar ‘estou conversando com um asno’.

Isso entra na mitologia crente que ‘as pessoas apenas se sentem felizes se estiverem indo à igreja como eu’. A necessidade crente de auto-afirmação se convencendo estar fazendo a única coisa que poderia fazer uma pessoa feliz: não se aprofundar intelectualmente sobre nada e fugir de responder intelectualmente quando alguma falha é apontada. Claro que essa necessidade de auto-afirmação também traz outras coisas como a semiconsciência que não estar se aprofundando racionalmente em lidar com problemas não costuma levar as pessoas muito longe, a infantilidade intelectual de buscar compreender todas as diferenças de idéias em outras pessoas como conseqüência de crises emocionais, evitar lidar com a questão ‘mas eu sou realmente tão mais feliz assim?’.

A realidade é que felicidade de verdade tem mais a ver com suprir necessidades emocionais através de autoconhecimento NÃO de evitar confrontá-las as jogando para algum ponto do fundo de seu inconsciente.

Acredite o que quiser sobre a vida pessoal da pessoa, mas as contradições estarão na bíblia de qualquer forma.


VIGÉSIMO QUARTO: SÓ A BÍBLIA INTEIRA

É comum escutarmos essa asneira, ao criticarmos qualquer coisa na bíblia. A resposta típica é: “Por acaso você já leu a bíblia inteira para saber do que se trata?”.

Essa desculpa é no mínimo irônica, pois a maioria das pessoas que a proferem jamais leram a bíblia inteira. Ou seja, parte do pressuposto que para elogiar a bíblia, basta ler um versículo só que seja, mas para criticá-la, tem que lê-la toda.

Além do mais, qualquer um que realmente leu a bíblia toda, nunca vai dizer tal coisa, pois sabe que não é necessário ler a bíblia toda para comentar alguma passagem, basta usar uma simples bíblia com referências e pronto.


VIGÉSIMO QUINTO: PORQUE CRISTO TE INCOMODA?

E lá vamos nós de novo. Mais uma justificativa que não se dirige às contradições apontadas buscando desviar para alguma pieguice emocional, essa ainda mais pobremente miserável:  A idéia que a pessoa não está apresentando as falhas da bíblia por elas simplesmente existirem mas por ‘estar resistindo à presença de cristo’

Esse argumento, assim como o 23º, tende a tirar proveito se a pessoa realmente possuir algum problema emocional que não consiga resolver por si própria. É baseado em ‘nós sabemos que as contradições existem, mas vamos negar, você vai estar aí sozinho falando essa verdade, mas você vai estar sozinho. Mas se você passar a mentir e negar como nós estamos fazendo você terá um grupo de suporte ao seu problema’.

Isso acaba gerando a famosa conversão de ‘perdidos para fanáticos religiosos’. Em linhas gerais é uma forma de comprar a colaboração da pessoa baseada em suas fragilidades emocionais, uma vez dentro e apegada a esse grupo de suporte a pessoa vai defender qualquer fanatismo possível relacionado. As igrejas se baseiam excessivamente em explorar esse tipo de fiel como ‘exemplar’.

Contudo isso gera duas coisas:

- Primeira que os erros e as contradições da bíblia continuam lá, não mudou nada nesse sentido;

- Segundo que os problemas emocionais com que a pessoa lidava também continuam lá.

Ela apenas partiu para uma forma radical de fugir deles se escondendo no meio de um grupo de suporte e o mais que esses problemas o incomodarem o mais fanática a pessoa se torna.

Nisso entra os crentes com tendência gay que se tornam homofóbicos, temor da sexualidade feminina levando a buscar reduzir direitos da mulher e qualquer busca por extensão de exercer o controle em outras pessoas para nunca precisar ver o que sente medo em si mesmo incluindo o fato de que algumas pessoas não apenas não se ‘incomodam com cristo’ como não sentem necessidade nenhuma dele.

Exemplo clássico da justificativa 25º e sua característica exploração de problemas emocionais alheios para proveito próprio está na ‘conversão de Shaylon’, criador da extinta comunidade Contradições da Bíblia, comentada pelo pastor Alexandre.
« Última modificação: 12 de Setembro de 2006, 11:56:27 por Vito Álvaro »

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #1 Online: 11 de Setembro de 2006, 20:42:02 »
VIGÉSIMO SEXTO: CREIO PELA FÉ

Confusão amplamente espalhada e explorada entre comunidades crentes. A idéia que se alguém aponta erros no texto da bíblia a pessoa estará recusando a deus. Diante desse conceito pessoas que se tornem emocionalmente dependente do grupo religioso para convivência social, suporte ou famílias são supostas a não aceitarem / admitirem ou assumirem erros no texto da bíblia não importa quão óbvio eles sejam. A linha normalmente utilizada nesse sentido é ‘creio pela fé’ a qual simplesmente tem qualidade nula como resposta a uma pergunta como ‘como as plantas poderiam sobreviver se foram criadas antes do sol segundo gênesis?’.

Isso em geral seria mais bem descrito como ‘se dizer que não creio vou perder status’ porque na verdade a pergunta não tem relação qualquer com crença. É apenas uma pergunta pertinente ao tema.

Uma crença aprofundada não negaria raciocínio e questionamentos, mas os estimularia invés disso temos uma cultura da necessidade de negação onde, qualquer pessoa que apontar uma opinião divergente, será ‘alguém que não acredita’.
Em geral esse argumento tende ao crente justificar sua fé através dos benefícios sociais que a comunidade religiosa lhe ofereceu, contudo não responde à questão apresentada. Afinal de contas:

“Não me importa se antes você bebia sem parar, usava drogas, se prostituía em bar gay, teve pai com câncer ou o que seja apenas me responda como plantas ia sobreviver se o sol foi criado no dia seguinte”![/b]


VIGÉSIMO SÉTIMO: A BÍBLIA É POLÊMICA

No caso de não haver como refutar argumentos contrários á tentativa de salvar a bíblia de parecer meramente mal escrita está em dizer ‘ela ser polêmica’. Polêmica eles tentam alegar como ‘provoca questões que não fazem pensar’ para evitar assumir ‘só eu acho que ela diz algo relevante’.

Algo seria polêmico se causasse choque, a bíblia não causa isso, causa apenas indignação e irritabilidade em ver pessoas negando de toda forma assumir erros evidentes e contradições ululante.


VIGÉSIMO OITAVO: REFERÊNCIAS FURADAS –  EXTREMAMENTE COMUM

Isso se configura quando durante tal discussão o crente vai apresentar suas referências para embasar seus argumentos e demonstra fontes, para dizer as mínimas, questionáveis e amplamente tendenciosas. Normalmente isso acontece muito durante debates sobre a Arca de Noé e o dilúvio com fontes como ‘cristoévida.com’, ‘livro a santíssima trindade de acordo com as irmãs carmelitas’ ou alguma outra fonte risível do texto.

Raramente alguém vai encontrar uma referência de uma fonte internacionalmente reconhecida e imparcial favorável a algum absurdo bíblico, pois atentaria contra a seriedade da própria instituição, ainda mais comum quando algum crente encontra alguma referência de alguma instituição mais reconhecida ele extrapola o que foi alegado em prol de seu argumento.

Um exemplo típico está em discussões sobre a possibilidade do dilúvio mencionado na bíblia, Gilgamesh e outras lendas locais fossem referentes a um possível dilúvio que teria criado o mar negro. O crente vai tentar descrever isso como ‘prova que o dilúvio aconteceu como descrito na bíblia e foi global’ (dependendo do grau de sanidade do defensor) evitando tocar no assunto de que nada no texto alegaria ter sido causado por uma chuva de 40 dias ou ser mundial. Ou que as lendas sobre o dilúvio são gritantemente diferentes.

Não raro são citados quaisquer livros de quaisquer autores que seja, conhecido ou não, sério ou piada da comunidade científica contanto que ele suporte o que a bíblia diz e buscar reduzir a relevância de escritores muito mais sérios e proeminentes sobre o assunto.
Como Darwin ou Stephen Jay Gould, por exemplo.


VIGÉSIMO NONO: FALOU 'MEU DEUS' NA HORA DE APURO – ‘ARGUMENTO TÃO OBVIAMENTE FALSO QUANTO COMUM ENTRE CRENTES’

Existe essa lenda entre crentes que se uma pessoa utilizar a expressão ‘meu deus’ em alguma situação a pessoa necessariamente estaria admitindo alguma crença teísta, inclusive apesar do número quase infinito de crenças teístas pelo mundo afora, essa expressão estaria sendo utilizada exclusivamente em relação ao deus cristão.

E se alguém falasse ‘puta merda’ ou ‘fodeu’ isso seria confissão de adorar um monte de esterco ou um ato sexual santificado? E se a pessoa dissesse ‘diabo!’ Então ele seria satanista embora houvesse praticado cristianismo sua vida inteira?

A questão é que essas são simplesmente expressões cotidianas utilizadas inconscientemente e, para tristeza dos crentes que odeiam admitir isso, o que uma pessoa realmente acredita é demonstrado em seu comportamento cotidiano e na direção que dá à sua vida não a uma expressão genérica qualquer utilizada em alguma situação extrema.

Caso fosse essa expressão o que definisse a crença então as outras expressões estariam igualmente validadas como provas de crença teísta em esterco, ato sexual, satanismo, parto de prostitutas, esfíncter, bastardos, virgindade, negação, etc...*


*Apenas através de iniciais as expressões referidas seriam m, f, d, pqp, c, fdp, vixe e não.


TRIGÉSIMO: HISTORINHAS DA CAROCHINHA

Vez por outra você vai ouvir isso de algum crente. No meio de um debate ele vai interromper tudo para aparecer com uma história genérica do estilo ‘um ateu estava numa palestra e um cara humilde comeu metade de uma laranja e perguntou para o ateu se ele sabia se a outra metade estava boa. O ateu respondeu ‘não sei’ e o crente disse é como você vai saber sobre o que você não experimentou então?’.

No meio crente esse tipo de coisa é inexplicavelmente visto como sabedoria ou profundidade sabe-se lá porque.

A verdade é que em geral todas essas historinhas são tão furadas que poderiam facilmente ser invertida contra o próprio crente. Usando a mesma história uma teu poderia alegar é você nunca experimentou não acreditar em deus’. Dificilmente alguma dessas histórias não seria facilmente reversível para qualquer coisa que a pessoa a utilizando escolhesse, por isso que essas histórias são designadas genéricas e não servem como base real de argumento.


TRIGÉSIMO PRIMEIRO: TU ÉS ARROGANTE

Fatalmente se o crente ver que não vai conseguir te converter de forma alguma ele vai partir a lhe imputar alguma forma caricata de defeito pessoal que te ‘impede de ver a glória do senhor’ O mais normal costuma ser qualificar a pessoa como arrogante e sem à qualidade cristã da humildade’. Convém apontar que a qualidade cristã da humildade inclui tentar converter todo mundo à sua crença como quem pensasse diferente estivesse errado ou perdido.

A questão é que uma pessoa ter uma opinião diferente não a qualifica como arrogante, e se ela tiver um conhecimento mais embasado sobre o que acredita realmente não vai existir motivo algum para ela mudar de opinião se não forem apresentados argumentos à mesma altura e com o mesmo nível de profundidade. Isso não é arrogância é apenas ser seguro de si, não implica a pessoa desrespeitar crenças diferentes ou ser incapaz de se importar com outros seres humanos. Qual sentido teria uma pessoa que estuda a vida toda mudar de idéia baseado em um argumento falho? Existe uma beleza e poesia na simplicidade, verdade, contudo essa simplicidade necessita ter profundidade não ser simples pelo mero fato de pobreza de idéias.

Em geral isso acaba consolidando um conflito cultural entre pessoas cultas e pessoas desinformadas e como cada um vai ter de definir um ao outro através de suas perspectivas pessoais para justificar a si próprios seus estilos de vida diferentes. Talvez ambos estivessem vivendo no mesmo ambiente cultural seriam bons amigos, mas nessa situação a comunicação mutua se torna completamente truncada e incompreendida.


TRIGÉSIMO SEGUNDO: BLEFAR

Esse se baseia quando crente responde com termos vagos tentando reduzir as alegações sem apresentar nenhum argumento efetivo. Normalmente envolve frases como ‘não vou nem responder sobre isso’, ‘ah, você acredita em qualquer coisa que te dizem’, ‘existem provas irrefutáveis sobre o assunto’ (sem apresentar as provas) e quaisquer outras linhas nesse estilo que buscam apenas reduzir a relevância do que foi apresentado sem apresentar nenhuma prova efetiva que o refute.

A razão dessa tática é simples: ele não tem provas que refutem.Logo ele vai tentar fazer o que foi dito não ser tomado como sério o que qualifica tal tática como blefe e ‘jogar sujo’.
A melhor forma de resposta à isso é pressionar para que o crente apresente as provas relativas ao que alega, o mais que ele se mantiver nesse jogo buscando se esquivar o mais evidente se torna que ele não tem argumento contrário nenhum.

Fatalmente o argumento apresentado vence o blefe do crente por falta de ter sido realmente refutado com evidências.


TRIGÉSIMO TERCEIRO: TU ÉS DO MUNDO

Semelhante às justificativas anteriores sobre ‘necessita ser fiel para compreender a bíblia’ essa, contudo parte de uma premissa mais separatista e radical. A de que assume crentes e infiéis não fazem parte do mesmo grupo de forma alguma e deveriam ser mantidos separados.

Talvez esse conceito funcionasse se eles todos se isolassem para viver numa ilha e não fôssemos obrigados a conviver uns com os outros, votar em políticos, decidir junto quem vai ser o presidente do país, enfim não houvesse as questões comuns à sociedade que devem ser discutidas entre todas as pessoas em termos de igualdade e busca de interesses comuns. E dar dinheiro público para igreja NÃO VAI SER UM INTERESSE COMUM
Tal conceito também seria ainda mais funcional se eles não seguissem uma cultura de ‘vamos converter e espalhar a palavra de cristo’ ainda que as outras pessoas não tenham interesse nenhum sobre o assunto. Então baseado no ‘se você queimar minha casa eu queimo a sua’. Eles buscarem invadir comunidades do Orkut para pregar, berrarem frases da bíblia no meio das ruas, fazerem movimentos em prol da censura, moral e bons costumes ou qualquer outra tentativa de invadir e impor sua visão sobre a vida de pessoas de crenças diferentes eles não estão cumprindo sua proposta decisiva. Fatalmente o tanto que eles invadem para pregar a palavra abre margem para pessoas com interesses contrários fazerem o mesmo.

Se crentes querem acreditar que pessoas fora de sua igreja são completamente diferentes e perdidos porque então eles não os deixam em paz. Deveriam esquecer que existem e viver sua vida nas igrejas sem incomodar ninguém. Afinal a bem dizer essas ‘pessoas do mundo’ também acham que eles estão desperdiçando suas vidas com castidades excessivas, faltas de experiência sexual, arrogância moralista, ignorância se cultura pop, preconceitos generalizados contra ‘drogados e gays’, homofobia e tantas outras coisas e não estão pagando para uma parada de gogo girls invada sua igreja dançando seminuas enquanto bandas tocam trash metal.


TRIGÉSIMO QUARTO: METÁFORA – DESCULPA CLÁSSICA
EXTREMAMENTE UTILIZADA


Definição de verdade sobre o que é metáfora.

As justificativas preferidas dos crentes, a que pode solucionar todas as perguntas e resolver todos os problemas sem responder absolutamente nada.

Se algofor literalmente ridículo a resposta: seria metáfora;

Se for absurdo: metáfora ;

Sem sentido: metáfora ;

Idiota: metáfora;

Se for literal: metáfora também só por via das dúvidas.

O termo é utilizado de forma tão amplamente abusiva e mecânica como estivessem apenas apertando o botão ‘resposta para que eu não precise pensar sobre o assunto’.

A primeira coisa a ser notada:

Alegar algo ser ‘metáfora’ per se não é uma resposta.[/color]

Se alguém a alega se coloca na posição de ter de esclarecer em que sentido isso seria uma metáfora e seu significado invés de literal, ainda mais se o texto não indicar isso de forma alguma. Ironicamente a maioria das pessoas que usam esse termo mal tem noção do que ele realmente se trata e não seriam capazes de fornecer tal especificação;

- O principal ponto nesse tipo de argumento é nunca estabelecer de forma clara e objetiva o que e porque seria metáfora ou literal para o crente poder sempre caminhar por uma linha turva de argumentos que nunca se definem concretamente, assim ele pode alegar algo
ser metafórico ou literal de acordo com sua conveniência.

Dificilmente se conseguirá que o crente que usa essa muleta de argumento defina como se reconhece algo ser metafórico ou literal;

- Se alegar algo ser metafórico nunca define o que a metáfora significa e parta para termos ainda mais vagos como ‘não se compreende a sabedoria divina’, ‘isso é muito profundo’ mas nunca esclareça;


TRIGÉSIMO QUARTO: METÁFORA II

- Se alguém lhe apontar a definição de metáfora alegue que você OBVIAMENTE sabe o que é metáfora e nunca utilizaria o termo sem conhecê-lo. Se pedirem que dê exemplos literários de metáforas para compreender sua definição fuja do assunto;

- Se um crente alega algo ser puramente metafórico ao mesmo tempo ele está definindo sua interpretação literal como errônea algo muito esquecido.

Por isso uma frase como ‘a criação do mundo em gênesis é metafórica’ nunca fará sentido nenhum quando dita por um criacionista. A principal forma de derrubar
esse argumento é apontar isso, pois força o crente a definir sua posição sobre o texto, não poucas vezes, como no exemplo de criacionistas, ele vai ter de encarar entre escolher uma coisa e negar outra em prol do argumento. E escolher uma definição é o que ele evitou desde o começo e o motivo de ter usado essa desculpa furada

Os crentes se esquecem que, a partir do momento em que você abandona aquilo que está escrito, preto no branco, e partem para outras explicações, eles próprios acabam se tornando parte da “inspiração divina”. Isso lhes dá o direito de adivinhar o que Deus pensa, o que Deus quis dizer, e o que Deus quer. Logo, surgem inúmeras interpretações diferentes para um mesmo texto. E qualquer justificativa é válida, desde que não seja a mais simples, aquilo que está escrito ali, no papel.
 
Por quê? Simplesmente porque se for aceitar aquilo como está escrito, literalmente, a crença irá por água abaixo.


TRIGÉSIMO QUARTO: METÁFORA III

E as interpretações podem se multiplicar, e se interligar como quiserem, como uma colcha de retalhos, criando as várias denominações de hoje em dia. Arminianos x calvinistas. Testemunhas de Jeová x Católicos x Adventistas x Evangélicos.

Cria-se esse clima de guerra entre as seitas e cultos, cada um achando que a suas metáforas são melhores que as metáforas dos outros.
 
O resultado final é o que vemos aí, dezenas, centenas de denominações crescendo a cada dia, cada uma se achando a “verdadeira conhecedora da palavra de Deus”, e qualquer uma que pense diferente é heresia.


TRIGÉSIMO QUINTO: EU ERA COMO VOCÊ

Vez por outra nós vamos acabar nos deparando com as vítimas de casos como os descritos na justificativa 25º ('perdidos que se salvaram') que vão partir de frases como essa.
Isso é uma completa presunção, pois enquanto crenças institucionalizadas como as cristãs pregam uma forma de cultura e pensamento comum (contra camisinha, contra sexo antes do casamento, contra gays, etc) ateus e agnósticos não possuem uma instituição núcleo que direcione seus modos de pensar. Ateus e agnósticos são em grande maioria movidos por pensamento independente. Não temos largas reuniões toda semana discutindo a inexistência de deus. Em boa parte que eu me lembre os agnósticos e ateus estão mais preocupados em cuidar de suas próprias vidas que se preocupar com o que um deus que poderia existir ou não pensaria sobre o assunto. E ainda assim isso não é algo que poderia ser aplicado a todos porque a diversidade de idéias se torna muito maior quando as pessoas acreditam em algo baseados em suas experiências pessoais, ao contrário de igrejas que apelam ao apego emocional generalizado.

Enfim, sei lá porque tal crente era ateu e deixou de ser, só sei que eu não tenho nada a ver com isso. Se alguém era ateu apenas porque teve problema de mulher que o deixou e ficou com ‘raivinha de deus’ até que a raiva passou isso seria completamente diferente da minha perspectiva e arrogante e presunçoso esperar que alguém que você nunca viu na vida e nem sabe nada sobre seria ateu ou agnóstico pelos mesmos motivos que você foi um dia.

E, pelo argumento inverso, que crentes adoram esquecer[/color], um ateu poderia igualmente dizer ‘eu já fui crente um dia como você’.

E daí? Ele deveria assumir que o crente um dia vai ver a sabedoria e voltar à luz da razão do ateísmo?


TRIGÉSIMO SEXTO: NA DÚVIDA, VALEM OS DOIS

Muito usada em conjunto com o Trigésimo quarto, METÁFORA, essa desculpa é mais usada em contradições, de forma a se acreditar que ambas as passagens são verdade.

Por exemplo, Judas se enforcou ou se atirou de um precipício? Resposta: Os dois. Ele se enforcou em uma árvore na beira de um precipício, o galho quebrou e ele caiu.

Foi Judas ou os sacerdotes que compraram o campo do oleiro? Os dois. O dinheiro era de Judas, mas os sacerdotes compraram.

Essa justificativa pode chegar a absurdos imensos, a ponto de requerer um grande esforço mental para compreender como passagens diferentes podem significar a mesma coisa.

Foi Deus ou Satanás quem tentou Davi a numerar o povo? Os dois. Satanás o tentou, e Deus o permitiu.

Ou seja, usa a tática da negação para “justificar”* qualquer contradição.

*Apenas na mente do crente, que fique bem claro.

Admitem na cabeça deles que não há contradição nenhuma, apenas uma história mal contada.

Só que não explicam por que a palavra de Deus tem tantas histórias mal contadas.

Não explicam como é possível tantas pessoas divergirem tanto sobre assuntos tão simples.

Pois se ambas as hipóteses ocorreram, o que impediria de ambos os autores contarem a mesma coisa? Ainda mais com “inspiração divina?”.

Isso mais parece uma daquelas mentiras mal contadas, e quando a pessoa é pega em um deslize, contradizendo-se, nega a todo custo que tudo era mentira, e tenta “remendar” a história para parecer verídica.

É exatamente esse o caso com a bíblia.


TRIGÉSIMO SÉTIMO: FOI ESCRITA POR VÁRIAS PESSOAS

Semelhante à justificativa 15º: Questão de Época, porém invés de embasada na desculpa de costumes está baseada em pessoas diferentes.

Esse argumento poderia justificar algo se não alegassem a bíblia ser um livro perfeito inspirado por deus.

Para justificar essa afirmação então não pode ter desculpas como essa:
o livro TEM que ser perfeito ou a afirmação está invalidada.

O principal problema desse argumento é que admite a contradição, mas não a bíblia ser inerrante, também assume um ponto secundário:

A bíblia não ser coerente em si por ter sido escrita por pessoas sem relação alguma de cultura, época, costumes e compreensão. Esse argumento inconscientemente admite a bíblia como uma colcha de retalhos de várias histórias colocadas juntas sem muita relação além de uma frase geral sobre um único deus. Então teremos os trechos sobre esse deus ser bondoso, ou ele exigir sacrifícios, ou destruir a terra porque de repente se decepcionou, pregar leis e mandar desobedecê-las em seguida e por aí vai.

Inevitavelmente sobre um ponto de vista coerente esse argumento funciona mais contra a bíblia ser um livro perfeito que o favor.


TRIGÉSIMO OITAVO: FOCO NO MENOS RELEVANTE

Isso é comum, não apenas em discussões com crentes, mas em discussões com qualquer pessoa que não consegue compreender o tema geral que está sendo discutido e busca se apegar aos detalhes que apreende dentro de seu campo de compreensão. Em geral os menos relevantes, é o paralelo a uma pessoa que não compreende nada de ciência ouvindo alguém explicar sobre física quântica e se o cientista citar a palavra ‘galinha’ no meio do debate a pessoa começa a tentar falar sobre a granja que visitou.

Com crentes funciona da seguinte forma:

Você apresenta um monte de argumentos que apontam para fatos inquestionáveis de erros da bíblia, de repente eles vão focar em algum exemplo mínimo que você disse, sem refutar o argumento principal. Por exemplo, ‘como você pode falar tal coisa se você foi numa festa de natal?’

Normalmente costuma ser um argumento facilmente rebatido, pois já é baseado no crente não ter compreendido completamente o que foi dito, mas se eles tiverem a oportunidade eles estenderiam toda a discussão à um tema paralelo completamente irrelevante e fugiria da contradição apontada.


TRIGÉSIMO NONO: SÓ DEUS SABE

Essa desculpa é usada quando eles não fazem a mínima idéia do porque Deus tomou certas atitudes.

Só que ao invés de admitir isso, eles respondem que só Deus sabe, e que Deus é faz o que é melhor para todos, e que seus caminhos são misteriosos.

E por mais ridícula, ou cruel, ou injusta seja a atitude de Deus, ele continua sábio e bom, porque “ele sabe tudo”.

Também é negação, porque eles se negam a aceitar a realidade, porém é aliada a uma grande quantidade de cegueira, que os impossibilitam de ver o quão antagônicas são as atitudes desse suposto Deus.



QUADRAGÉSIMO: NÃO É UM LIVRO CIENTÍFICO –
EXTREMAMENTE COMUM SEMPRE QUE SE APONTA FALHO GROTESCO E ABSURDO CIENTÍFICOS NO TEXTO


Muito difícil qualificar isso como um argumento sério quando essa frase é utilizada de forma tão contraditória:

- A bíblia não é um livro para ser interpretado de forma literal, direta e científica quando alega que insetos têm quatro patas CONTUDO ela pode quando por acidente alegar algo vago e ambíguo que anos mais tarde seria comprovado cientificamente então ela pode ser vista de forma científica. Caem na constante idéia de 'se fala algo a favor é válido não importa quão confiável seja a fonte, se falar contra ainda que seja definitivamente comprovado não deveria ser válido'.

De forma geral esse argumento sempre aparece quando o absurdo alegado é inquestionavelmente estúpido como, por exemplo: serpentes comem pó (Gênesis 3,14), ouro enferruja (Tiago 5, 2) ou a terra é sustentada por colunas ( I Samuel 2,8);

Ao ouvir essas provas o crente vai apresentar seu sorriso de canto de lábio como já sei a resposta para isso ‘a bíblia não é um livro científico’. Caem em parte na crença de ‘para o senhor tudo é possível não importa quão sem sentido ou sem provas seja’. Também no fato de uma interpretação errônea sobre o estudo científico, o qual não se esforça em provar que a bíblia está certa ou errada, mas em meramente raciocinar sobre o conhecimento apreendido por observação através de pesquisa e estudos. Como alguém poderia compreender gravidade se evitasse raciocinar de forma racional sobre o assunto ou ver que ‘as coisas costumam cai para baixo não para cima’. Esses estudos nunca visaram denegrir a bíblia, mas a observação da natureza apenas demonstrou que muitas coisas ditas nela estavam erradas o que não deveria ser surpresa para ninguém pois boa parte dos princípios conhecidos hoje provieram de mais de mil anos após o texto da bíblia ter sido escrito.

QUADRAGÉSIMO: NÃO É UM LIVRO CIENTÍFICO II

Afinal de contas temos de convir que ‘ainda que para deus tudo fosse possível’ fôssemos seguir as sábias palavras do texto bíblico sobre o assunto quando enviamos astronautas para a lua teríamos de tr tido cuidado por o céu ser como um espelho fundido (Jó 37:18) sinal que a nave poderia bater nele, cuidar com estrelas, não cometas ou meteoritos, que pudessem de repente cair na terra Mateus 24:29, Marcos 13:25, Apocalipse 06:13 e Apocalipse 12:04); estar seguro que a terra não se move (Crônicas 16:30, Salmos 93:01, 96:10, 104:05) logo a nave poderia fazer o retorno em linha reta sem se preocupar em sair do Texas e cair no Moçambique e tomar cuidado no caminho de volta para não bater por acidente am alguma das colunas que sustentam a terra e derrubar o planeta inteiro (I Samuel 02:08).

Ainda que para Deus tudo fosse possível acho que seria mais fácil para ele se simplesmente mantivesse as coisas como são do que alterar tudo que existe apenas para bater com algo que foi escrito errado na bíblia

Lista de 30 absurdos científicos da bíblia.


QUADRAGÉSIMO PRIMEIRO:VOCÊ TEM CURIOSIDADE DE DEUS

Mais um no nível do sem sentido irritante.

Após ter esclarecido erros e sem sentido da bíblia na forma mais clara, objetiva e sucinta o crente invés de admiti-los alega ‘você questiona por ter curiosidade de deus’.

Isso parte no fato que o crente provavelmente não ouviu ou entendeu uma linha do que você disse e apenas se manteve na posição defensiva alegando para si mesmo ‘ele fala tudo isso por estar resistindo e ter curiosidade ao senhor’ o que já parte de buscar encontrar interpretações que não existem no que você está dizendo sem prestar atenção nas palavras que estão saindo da sua boca.

Mas fossem prestar atenção no que você dize eles acabariam tendo de admitir ao menos uma parte como verdade, para fugir disso cria-se essas explicações decoradas e sem embasamento nenhum pois afinal: nem sempre quem desdenha quer comprar.


QUADRAGÉSIMO SEGUNDO: ALUCINAÇÕES

Semelhante à justificativa 22º: O FIM ESTÁ PRÓXIMO essa configura quando o crente busca criar associações fictícias de fatos do mundo real com provas definitivas da existência de Deus.

Eis os casos mais notórios:

- Alegar que o final dos Beatles e John Lennon ter recebido cinco tiros de Mark Chapman foi devido à sua alegação que ‘os Beatles eram mais populares que cristo’. Talvez álbuns fãs religiosos não gostassem de ouvir tal comentário e parassem de seguir os Beatles, contudo eu acredito que John Lennon sofreu alguma punição divina seu nome seria Yoko Ono a qual esteve muito mais relacionada aos motivos reais do fim da banda. Sobre Mark Chapman... Porque ninguém alega que quando João Paulo II levou um tiro também seria punição divina? Curioso, não?

Em geral isso se configura no crente buscar associar qualquer tragédia relacionada à uma personalidade popular às suas crenças ateístas ou agnósticas. Ao mesmo tempo se a celebridade em questão for na missa todo domingo e algo horrível acontecer será descrito como tragédia horrível e que todos orem por seu bem estar e houver um culpado para isso ele deveria estar aliado ao diabo ou preste a pagar um preço terrível da ira divina.

Tudo alucinações, tentativa de encontrar pelo em ovo e assustar as pessoas sobre a censura divina e sua punição quando desobedecida.

E como em todos os outros casos de lendas urbanas como essas cada pessoa vai descrever a história de formas completamente diferentes sem nunca atingir um consenso sobre a versão definitiva do assunto. Logo o final dos Beatles seria por que John Lennon disse isso, talvez o tiro de Mark Chapman ou ele parecer tão ridículo naquelas fotos pelado com Yoko Ono, tudo, nesse tipo de delírio, conseqüência dele ter expressado livremente sua opinião sincera sobre o assunto.

Exemplos de lista de delírios de gênero no comentário em vermelho dessa página.



QUADRAGÉSIMO TERCEIRO: AGE COMO EU MAIS DIFERENTE

Isso vêm quando o crente assume que ateísmo seria alguma forma de religião ou culto e que os ateus estariam seguindo alguma forma de pastor.

Na verdade isso configura uma forma do crente descrever a situação na única forma que ele compreende: sem que as pessoas desenvolvam idéias próprias.

Aparentemente a idéia de uma pessoa chegar a conclusões por si próprio sem estar seguindo algum pastor ou líder aparenta ser alienígena à sua noção de mundo conseqüentemente ele vai tentar associar a perspectiva agnóstica / atéia num paralelo à sua própria: se eles acreditam em ateísmo eles devem ter um pregador, eles devem todos pensar semelhante.

O principal erro disso está em:

- Ateísmo e agnosticismo não possuem uma ordem institucionalizada. O que cria a uniformidade de pensamento está em quando um número muito grande de pessoas está seguindo uma única pessoa como ‘guia espiritual’ ou relativo do gênero.

Isso gera o pensamento institucionalizado que busca reduzir as diferenças de idéias entre as pessoas em prol de controle. Não muito diferente de qualquer outra instituição movida por dinheiro e interesses como corporações, as religiões institucionalizadas contam na ausência de discórida dentro de seu grupo representativo e na difamação do grupo concorrente.

Isso não se aplica ao ateísmo por não termos uma forma de vaticano, grande líder ateu que fala pelas massas ou equivalente.

O pensamento ateu e agnóstico é anarquista e descentralizado o que o torna mais rico em diversidade de idéia. E, enfim, porque alguém deveria ter alguma forma de líder falando como as pessoas deveriam pensar sobre esse ou aquele assunto? Principalmente sobre conceitos espirituais tão abstratos, subjetivos e pessoais?

Houve algum caso na história da humanidade em que isso não terminou representando uma pessoa manipulando a ingenuidade de um grande grupo de pessoas que tinham preguiça de formar idéias por si próprias?
« Última modificação: 11 de Setembro de 2006, 22:53:10 por Vito Álvaro »

Offline Vito

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #2 Online: 11 de Setembro de 2006, 20:43:40 »
QUADRAGÉSIMO QUARTO: SEM PALAVRA FEIA E DEUS JUNTOS

Isso vêm de quando o crente não pode admitir uma palavra feia e deus na mesma frase. Em geral chegando a contrariar o que ele próprio acabou de alegar. Por exemplo:

- Deus envia ao inferno quem não segue as leis divinas

- Se ele pune com tormento eterno então ele é cruel e ditador

- Não, ele não é.

A questão é que esse tipo de comportamento não tem motivação e argumentos nenhum além de pura teimosia e tentativa de dar voltas de retórica. Honestamente no exemplo seria o lógico alegar que por quaisquer fossem os motivos tormento eterno seria uma punição no mínimo cruel para pecados que poderiam ser tão irrelevantes como ‘não fez jejum’.

Contudo assumir a idéia de deus e uma palavra de conotação negativa juntos deve ser eliminada não importa quão impossível seja logicamente. Qualquer afirmação que se faz sobre qualquer coisa sempre vai possuir alguma conotação negativa sobre algum aspecto ‘O dia está lindo’ também traria consigo ‘para saber que o dia está lindo você precisa ter conhecido dias horríveis’ Se Deus é bom você precisa saber quando Deus e cruel igualmente para ter como evacuar suas ações e dar sentido ao que você alega.


QUADRAGÉSIMO QUINTO: COM DEUS VALE SEM ELE NÃO

Esse tipo de argumento tendencioso sempre se baseia em ’aceito se é a meu favor mas se for contra mim não aceito’.

Basicamente está em aceitar alguma técnica absurda em prol do cristianismo como ‘doutrinar desde a infância para seguir o que acredito’ mas alegar que o mesmo seria errado se fosse ‘doutrinar desde a infância para seguir algo que não acredito’.

- Seria correto educar crianças ao cristianismo, mas errado educá-las ao ateísmo ou agnosticismo;

- Correto tentar converter homosexuais ao heterosexualismo, mas errado homossexuais fazerem o inverso;

O princípio básico desse pensamento tendencioso é que por mais absurdo e insensível seja o que defendem sempre será alegado ‘superior’ sobre algo, que poderia inclusive utilizar técnicas mais razoáveis, caso dirigisse à outra direção.

Enquanto argumento racional é igualmente duvidoso e injusto, pois parte de um princípio unilateral de ‘eu posso você não’ o que exclua a igualdade de credo.

Enfim esse argumento exclui a qualidade dos meios utilizados defendendo os fins se favoráveis ao cristianismo.


QUADRAGÉSIMO SEXTO: LIVRE ARBÍTRIO – EXTREMAMENTE USADO

Essa sempre é usada para responder à pergunta: ‘mas como deus deixou acontecer algo tão horrível e não fez nada?’

Incluem alegar que ‘tal pessoa escolheu tal caminho para o mal’. Ou seja, incluem a culpa na própria pessoa / vítima isentando deus de qualquer culpa por inação ou consciência premeditada (a qual ele teria devido à sua onisciência).

A principal falha desse argumento (óbvia para qualquer outra pessoa exceto o fiel que a defende) é que respeitar livre arbítrio incluem ‘aceitar receber um não sem punir a pessoa por isso’. E então, esse deus diz que se você não seguir o que ele diz recebe punição e tortura eterna. Tão medieval e atrasado esse comportamento característico de ditaduras seja obviamente fascista cristãos tentam dizer que ‘não, isso é demonstrar amor divino’. Em geral me lembra como Saddam Hussein ameaçava com uma arma quem dissesse que ele não era um grande presidente.

Bom, esse tipo de amor divino o mundo não tem muita necessidade até onde eu entendo.


QUADRAGÉSIMO SEXTO: LIVRE ARBÍTRIO 2

Outras falhas desse argumento são passagens da bíblia em que é claramente alegado que deus teria predestinado os escolhidos aos céus. Logo ‘predestinado significa as pessoas não teriam escolha de qualquer forma’. Algumas das passagens notórias nesse sentido:

E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade - Efésios 01:05[/i]

Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do SENHOR, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade - II Tessalonicenses 02:13

E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias - Marcos 13:20

Onde a primeira desculpa tenta defender através da ‘culpa da vítima’ nessa segunda a culpa nem seria dela, mas do deus que a predestinou a tomar tais atitudes.
Experimentem jogar essas referências para um cristão e vejam alguém ter uma taque de histeria e argumentos furados. Acontece quando percebem que o argumento que acreditavam inquestionável não funcionou.


QUADRAGÉSIMO SÉTIMO: ERROS DE TRADUÇÃO

Essa conta com achar alguma versão da bíblia (dessas revisadas e atualizadas) que busca esconder a contradição da versão anterior omitindo e alterando o texto para algo mais conveniente.

Um exemplo típico:

Efésios 01:05
Nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade
.

Mas devido à óbvia contradição com trechos que defendem o livre arbítrio e os homens escolherem seguir a deus invés de descerem ao inferno uma dessas versões 'atualizadas' alterou para:

Efésios 01:05
Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era seu prazer e vontade.



QUADRAGÉSIMO SÉTIMO: ERROS DE TRADUÇÃO II

O que é apenas uma enrolação porque o significado continua o mesmo, a final o tradutor não pode alterar o sentido do texto.

A principal falha desse tipo de argumento e contar especificamente com uma versão traduzida para o português de acordo com a audiência brasileira mas se você checar um site como Bible Gateway onde você encontra 50 versões da bíblia em 35 línguas diferentes você encontra:

King James (inglês)
Ephesians 1
5 Having predestinated us


Louis Segond (francês)
Éphésiens 1
5 nous ayant predestines


Reina Valeria - 1995 (espanhol)
Efesios 1
5 Por su amor, nos predestino


La Nuova Diodatti (italiano)
Efesini 1
5 avendoci predestinati


Vulgata latina

1:5 qui praedestinavit

Grego original

5 προορισας ημας εις υιοθεσιαν δια ιησου χριστου εις αυτον κατα την ευδοκιαν του
θεληματος αυτου



1:5proorisas hmas eis uioqesian dia ihsou cristou eis auton kata thn eudokian tou
qelhmatos autou



προορισας = proorizo = Having predestinated

Traduções convenientes são apenas mentirosas e muito mais comuns entre traduções brasileiras pelo visto.


QUADRAGÉSIMO OITAVO: VOCÊ VAI PARA O INFERNO - A UTILIZAÇÃO DESSE ARGUMENTO É PROPORCIONAL À FALTA DE CULTURA DO CRENTE

Extensão da justificativa 4º: Desespero.

Inquestionavelmente um argumento utilizado por uma pessoa sem argumentos favoráveis à bíblia na discussão.

Em primeiro lugar porque isso não responde nada quando você aponta alguma das várias contradições e erros óbvios da bíblia (se Noé era santo como ele encheu a cara e sai andando pelado? Genesis 9, 21) apenas busca assustar quem fez a pergunta e distrair. Mas de uma forma ingênua porque uma pessoa cética que não acredita em céu e inferno como isso poderia funcionar?

A segunda contradição é ser um argumento de vingança. Algo no estilo: “você vai ver, deus te pega lá fora”. Atenta contra a ‘compaixão cristã e amor ao inimigo’ quando eles querem mais é ver o inimigo se fodendo no inferno (embora neguem).

Enfim de todos o argumento mais bobo, risível e difícil de levar a sério e se um crente ler isso vai apenas repetir que eu vou para o inferno mesmo.


QUADRAGÉSIMO NONO: AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA NÃO É EVIDÊNCIA DE AUSÊNCIA

Quem nunca escutou essa? Geralmente usada quando a existência de Cristo é contestada. É um caso particular do DÉCIMO: FRASES PRONTAS. Ou seja, a pessoa fala essa frase, e acha que a discussão acaba aí.

Significa basicamente que só porque não existem evidências que tal fato ocorreu, não quer dizer que não ocorreu.

Essa falácia camuflada de lógica pode até enganar os mais incautos, pois à primeira vista ela até faz sentido.

Porém apenas no mundo da religião as coisas funcionam nessa maneira.

Na ciência, a ausência de evidência não significa nada, logo, tal fenômeno não existe. Na paleontologia, na biologia, na botânica, a ausência de evidência não leva à conclusão de que tal espécie existe. Na criminologia, a ausência de evidência não leva ninguém à cadeia.

É por isso que existem as paródias religiosas do Monstro do Espageti Voador, do Unicórnio Rosa Invisível, da Igreja Cósmica do Santo Bule, entre muitas outras. Porque não existem evidências de que elas não existem. Logo, pode-se inventar qualquer coisa.

Como elas usam o mesmo argumento falacioso da ausência de evidência, elas são tão válidas quanto Jesus Cristo.


QUINQUAGÉSIMO: NA DÚVIDA, PREFIRO A LENDA

Muitas vezes o crente diz: “Se você está certo, então morremos e não perdemos nada. Mas se eu estou certo, então eu ganho uma recompensa no céu, e você não. Logo, prefiro arriscar na segunda possibilidade”.

Os anais da psicologia explicam isso. Nesse caso, os crentes admitem que acreditam em algo mais por medo, do que por qualquer outra coisa. Medo da morte, do inferno, ou de perder a recompensa divina.

Albert Einstein já dizia: “Se somos bons apenas por medo de uma punição ou por uma recompensa, então de fato somos mesmo um povo lastimável”.

Os crentes apenas esquecem dos critérios para escolher em quê acreditar. Pois vai que judaísmo é o correto. Ou então o islamismo. Ou o hinduísmo. Eles escolheram o cristianismo apenas por ser mais popular, mas nada garante que ele seja mesmo a verdade que tanto procuram.

Então, eles preferem viver na ilusão, na fantasia, na sua zona de conforto.

Uma vez na zona de conforto, é muito difícil tirá-los de lá, porque é algo doloroso para eles.

Ironicamente, nesses momentos em que admitem ter medo, é quando há as maiores chances de atingirem a razão, e se libertarem da fantasia. Como os terapeutas dizem, admitir o problema é o primeiro passo a cura.

O medo faz coisas incríveis com o ser humano. Infelizmente, as maiorias das pessoas preferem evitar a dor, a buscar o prazer.

Se apenas não deixassem o medo dominá-los, seria o primeiro passo para a razão.


QUINQUAGÉSIMO PRIMEIRO: PARA DEUS TUDO É POSSÍVEL

Essa é usada quando o crente realmente não quer pensar sobre o assunto e apela para a resposta mais intelectualmente preguiçosa:

’Não vou considerar os dados contrários ao que estou defendendo vou apenas assumir que deus pode fazer qualquer coisa porque tenho fé e fé exige aceitar o poder infinito de deus’

Isso é bem preguiçoso sabiam? Invés de considerar os argumentos contrários e pesar o quanto de embasamento eles trazem apenas os ignora. É no estilo ‘papai sabe tudo’, não existe limite para o que ele pode fazer ainda que tudo mais indique que existem.
Numa discussão sobre outro assunto esse argumento funcionaria da seguinte forma:

- Seu pai tem uma renda de um salário mínimo e está empilhado de contas para pagar, ele não pode te comprar e criar um pônei só porque você quer ou ele vai falir.

- Sim, ele pode tudo, nada é impossível para ele. Você que não acredita.

Digamos que tal pai acaba-se comprando um pônei apenas para satisfazer tal peste e falisse como a primeira pessoa alegou.

Bom, esse tipo de argumento funciona da mesma forma.

Muito usado em discussões sempre que algo completamente absurdo é alegado na bíblia como deus parar o sol no meio do céu, inundar o mundo inteiro por motivos pífios e tantos outros atos entre o sem sentido, o ridículo e o infame.

A pessoa vai defender que deus alteraria TODAS as leis da física, todos os dados históricos sobre o assunto, tudo que poderia comprovar que aquilo nunca aconteceu ou seria possível pelo mero motivo de mostrar que pode por mais inconveniente e desnecessário que tal coisa fosse.

Por esse argumento deus seria um mero exibicionista para os profetas, ele ira parar o sol no meio do céu indiferente a todas as conseqüências para o resto da Via Láctea e catástrofes naturais que pudesse causar apenas para fazer o profeta ver uma sombrinha parada.
Não seria muito mais fácil ele ter mandado uma carta?

Não parece que um ser onisciente e superpoderoso teriam coisas mais importantes com que se preocupar que se exibir para profetas de meia tigela?


QUINQUAGÉSIMO SEGUNDO: O TESTEMUNHO DRAMALHÃO

Em geral algo aparentado ter saído de uma novela mexicana que deveria ser acompanhado com alguma trilha sonora brega ao fundo o testemunho dramalhão compõe-se do crente simplesmente do nada, sem ter nenhuma relação com o que foi dito ou está sendo discutido, começa a contar alguma experiência pessoal a qual ele acredita ser uma prova definitiva para ele que deus existe.

Em princípio apontar algumas das inúmeras falhas da bíblia não significa a pessoa necessariamente não acreditar que deus existe, apenas que não concorda com a visão católica sobre ou está simplesmente admitindo erros óbvios, contudo nem todos conseguem ter o refinamento de perceber esse nuance. Acreditam que se convencer que deus existe a contradição vai deixar de existir e apelam para o que acreditam ‘ser a prova definitiva’.

Algumas pessoas normais poderiam contar isso de forma natural, mas não esse estilo de crente. Nesse estilo a atuação dramática, o exagero aos detalhes ridículos e a ênfase orgasmática do momento em que se convencem é essencial. A intensidade emocional denuncia perturbadoramente um caráter sexual mal resolvido nessa ‘relação com deus’ que não aparenta de forma alguma com uma revelação espiritual ou insight, na verdade o comportamento desvairado mais denuncia a pessoa ter se tornado perturbada pela experiência que mais resolvida e iluminada.

Enfim, em geral a historinha começa com uma descrição da ‘época em que eu não tinha fé’ normalmente relacionada com uma época em que a pessoa possuía alguma forma de problema afetivo / financeiro / tragédia ou desgraça do gênero. Segue para o momento da ‘prova’ e finalmente o momento da ênfase orgasmática (na Internet normalmente esse momento sempre é descrito com letras maiúsculas como berreiro de gata no cio).

Essas histórias em geral são longas, praticamente intermináveis.

No final dessa novela a pessoa espera ter convencido alguém de alguma coisa.

Em geral ela convenceu de:

- Esse crente tem problemas emocionais mal resolvidos e decidiu fugir deles usando a religião.


QUINQUAGÉSIMO SEGUNDO: O TESTEMUNHO DRAMALHÃO II

Essa história de um ponto de vista mais lúcido poderia ser visto de forma um pouco menos exagerada e desesperada como:

- Essa pessoa estava desesperada por alguma forma de suporte emocional e se apegou a alguma história da própria cabeça, interpretou algum fato que aconteceu como queria e agora sente a necessidade de repetir constantemente não para convencer os outros da existência de deus, como ela alega, mas para convencer a si própria.

Uma pessoa segura do que acredita não precisam convencer os outros ou se sentir ameaçada por crenças diferentes.

Muito menos necessita se apegar tanto a uma história que poderia ser facilmente discutida como ‘mas e se você interpretou errado o que aconteceu ou apenas viu o que você quis ver, não necessariamente o que aconteceu?’

No meio crente tais histórias são vistas como ‘exemplos de fé’ por suas características novelísticas que alimentam as necessidades sexuais / emocionais que conduzem alguns a irem a igreja.

Assim como alguns assistem novela das oito, os crentes trocam esses testemunhos entre si e tanto novelas quanto esses testemunhos furados não trazem crescimento espiritual ou intelectual pra ninguém, sós espetáculos de entretenimento mesmo.


QUINQUAGÉSIMO TERCEIRO: NÃO ELABORAR O QUE DISSE – EXTREMAMENTE COMUM

Isso caracteriza um comportamento geral do crente médio. Após alegar alguma dessas justificativas expostas aqui ele não elabora o que quis dizer, acredita que apenas por falar tal coisa à discussão sobre o assunto acabou. Geralmente após algumas das frases típicas.

Por exemplo:

“Tal frase é metáfora”:
Nunca diz metáfora do que ou o que significa.

“Texto sem contexto é pretexto”:
Não explica qual acreditaria ser o contexto correto para interpretar o texto então.

“Livre arbítrio”:
Não explica porque deus permitiu que tal coisa acontecesse mas puniu Sodoma e Gomorra, inundou o mundo e tantas outras partes da bíblia que alega deus ter agido diretamente.

“A bíblia não é livro científico”:

Mas não explica então que forma de lógica a bíblia segue ou porque a ciência não deveria ser aplicada ao trecho em discussão.

De uma forma geral isso apenas denuncia seriamente que o crente não tem profundidade real ou argumento mais elaborado sobre o que acredita. Ele apenas acredita que dizendo tais frases a discussão termina e demonstra, na verdade, não saber mais nada sobre o assunto além das frases decoradas que não envolveram nenhum raciocínio pessoal sobre o assunto, o denuncia como uma pessoa que está apenas repetindo frases de forma mecânica sem compreender o que elas significariam ou implicam.


QUINQUAGÉSIMO QUARTO: CONCORDO MAIS DISCORDO – PURA EMBROMAÇÃO

Esse se configura quando no meio de uma discussão de repente o crente utiliza argumentos semelhantes (para não dizer os mesmos) que você está usando, mas tentando alegar que eles fazem a bíblia inerrante.

Como parece que as maiorias dos crentes não conhecem muitas partes da bíblia além da criação, o dilúvio e os evangelhos elas costumam ser muito usadas nesses três.

No caso do dilúvio você pode argumentar a possibilidade de ter havido um dilúvio regional.

O crente vai afirmar que isso comprova que a bíblia ‘falou a verdade’.

Mas ela não disse isso, ela disse ser um dilúvio no mundo todo que cobriu até as montanhas mais altas, ainda na possibilidade de um dilúvio local seria uma situação extremamente diferente da descrita na bíblia. Logo de qualquer forma a bíblia teria mentido, exagerado, distorcido o fato e não seria inerrante.

Ao apontar isso invés de admitir o crente vai desencavar mais provas da possibilidade de um dilúvio local invés de responder sobre a diferença entre o descrito e o possível.

Normalmente esse tipo de discussão irritantemente se conduz a duas pessoas falando exatamente a mesma coisa, mas o crente buscando negar as conclusões óbvias (a bíblia não descreveu isso) com os fatos que provam ele estar errado.

Demonstra uma forma de bloqueio em não se permitir chegar às conclusões que as provas indicam, como descobrir o assassino, mas não querer admitir isso para si próprio.
A solução acaba sendo essa negação de ter todas as pistas, mas não querer ver a respostas que sabota o processo de raciocínio lógico do próprio crente.


QUINQUAGÉSIMO QUINTO: OFENDER SUA INTELIGÊNCIA

Esse realmente se encontra entre um comportamento comum e irritante. Por mais que você demonstre quão furados são os argumentos do crente eles tentar falar como 'você não compreendeu o que eu disse' com um ar de superioridade embora na verdade ele não tenha evidentemente provado coisa nenhuma, para alguém de fora poderia inclusive ser bem óbvio que ele perdeu a discussão, contudo ele nunca poderia admitir isso.

Essa é a característica arrogância cristã: ‘eu estou certo, perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem’.

Na verdade é uma forma de mentira e demonstra a clara barreira entre a pessoa e a realidade, pois ainda que perca ela não pode admitir por um misto de arrogância, orgulho e aberta ignorância para com o que esteja além de sua estreita visão de mundo.

Normalmente tal crente pode até saber que perdeu o debate e não provou nada mais ainda tentará fazer a pose que saiu por cima para manter aparências mais ou menos como políticos corruptos costumam fazer. Conta que não será denunciada a falsidade de sua postura e que poderá sair pela tangente. Em geral a tática de ataque direto costuma ser a mais efetiva apontando todos os pontos que a pessoa não defendeu exigindo respostas objetivas sobre o assunto sem desvios ou ataques pessoais.


QUINQUAGÉSIMO SEXTO: JÁ RESPONDI ANTES

Esse é um misto de embromação e mentira descarada.
Ao entrar numa discussão o crente alega que ‘já respondeu antes’ sem nunca demonstrar qual foi esse ‘antes’ que continha a resposta.

A argumentação que o crente tenta fazer é que a resposta estaria incluída em algum comentário anterior como ‘tal passagem da bíblia que citei fala sobre isso’ mas ele nunca vai demonstrar especificamente porque estaria incluída se nada indica isso.

Dependendo do crente ele vai alegar isso ser alguma coisa qualquer que ele citou como ‘tal link’, ‘tal trecho’ mas ao ler a pessoa normal não consegue ver relação nenhuma entre aquilo e o que está sendo discutido por mais que o crente insista na relação.

Na verdade se houvesse uma relação o crente não diria apenas ‘está lá’, ele demonstraria como a pergunta foi respondida. Se ele realmente acredita haver alguma resposta deveria utilizá-la como argumento, mas ele nunca efetivamente responde apenas diz:

Está lá.

Isso quando alegam estar em algum lugar, não apenas dizem ter respondido sem ter dito quando, onde, como ou porquê.

ISSO É UMA MENTIRA

Uma pessoa que possuem argumentos construídos pode expressá-los claramente, não vai ficar jogando linhas vagas como essa.

Linhas vagas é coisa de quem não sabe do que está falando exemplo Típico
Como nessa discussão Simone apenas insiste em alegar que a ‘dispensarão’ responderia a pergunta sem nunca descrever ela mesmo como.

Justificativa sugestão de Leandro



QUINQUAGÉSIMO SÉTIMO: CRITÉRIOS ALEATÓRIOS - INCOSNCIENTEMENTE MUITO COMUM ENTRE CRENTES

Esse demonstra uma ingenuidade literária dos crentes de não conseguirem fazer uma visão geral sobre a bíblia e criar um critério definido para julgá-la em geral.

Invés disso tratam cada trecho como não fossem partes de uma única obra coerente (“plano de deus”) como alegam buscando validar alguns trechos úteis e reduzir a relevância de outros conforme sua conveniência.

Isso demonstra a pessoa não ter um ponto de vista geral sobre o livro na verdade, pois não consegue apreender todas as informações que retira dele numa forma uníssona, necessita alterar seus critérios de julgamento para cada parte assim poderá utilizar os trechos que importam como ‘inspirados por deus’ e outros que não como ‘não tão significantes’.

Contudo a própria bíblia em nenhum momento disse ela própria que tal trecho era menos importante que o outro.

O exemplo mais típico disso são os trechos utilizados para disseminar homofobia como:

Romanos 1

26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza[/color].

27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens , cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.

28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;


Porém o critério de dizer esse trecho ser tão relevante também deveria ser aplicado a outros trechos, como por exemplo os trechos da bíblia que suportam escravidão.

QUINQUAGÉSIMO SÉTIMO: CRITÉRIOS ALEATÓRIOS II

Mateus 24

50 virá o senhor daquele servo[/color], num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe,

51 e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes [/color].

“Não há nada na Bíblia proibindo a escravidão, apenas a organizando. Podemos concluir que ela não é imoral”

(Rev. Alexander Campbell)

Fosse ser honesto o crente deveria assumir que se homossexualismo é errado segundo a bíblia ao mesmo tempo ela não alega escravidão o ser, logo se assume como algo certo e como o ‘dono’ teria o direito de puni-lo. Honestidade intelectual e um critério uniforme sobre o livro inteiro exigiria isso.

Contudo o crente tenta alterar e inventar histórias para evitar cair na arapuca que o próprio texto da bíblia o coloca tratando como fossem partes de livros completamente diferentes.

Por acidente eles estão admitindo a falta de coerência da bíblia ao se verem forçada a alterar seus critérios de acordo com sua conveniência.

Porque na verdade eles só estariam usando trechos da bíblia que convém para justificar seus próprios preconceitos pessoais.


QUINQUAGÉSIMO OITAVO: JAMAIS ADMITIR HOMOFOBIA -
EXTREMAMENTE COMUM


Homofobia costuma ser algo extremamente comum entre cristãos, isso incluem entre piadas, comentários perniciosos sobre, negar direitos iguais aos de casais heterossexuais, buscar ‘convertê-los aos heterossexualismo’ através de um processo doentio de tortura mental por culpa e repressão.

Em forma geral homossexuais costumam ser visto como alguma forma de perversão sexual.

Obviamente uma visão asquerosa sobre outro ser humano principalmente por partir de discursos tão abertamente preconceituosos. Negar os direitos civis de casais homossexuais é tratado como ‘fosse algo óbvio que eles não devem ter’.

Inclusive a ponto de não se poder citar o termo homossexualismo sem ouvir longos discursos preconceituosos sobre o assunto porque alguns se sentem realmente incomodados sobre (tendência homossexual reprimida talvez?).

Ainda com todos essas gritantes atitudes homofóbicas o crente típico nunca vai admiti-las como homofóbicas.A desculpa mais típica é:

“Tenho amigo gay”.

Se é seu amigo porque então nega ele ter os mesmos direitos civis de qualquer outro casal?

Esse tipo de diálogo em geral o crente vai buscar usar a bíblia inteira se puder para alegar ‘não ser natural’, inventar diálogos surreais sobre biologia sem base nenhuma, etc...

O motivo na verdade é bem simples de entender:

Uma pessoa só se torna homofóbica quando não é sexualmente resolvida.

Estamos falando de uma instituição que descobriu muito cedo que deveria expandir seu número de fiéis através do conceito de ‘família cristã’. Pai, mãe e filhos, filhos crescem se tornam outra família.


QUINQUAGÉSIMO OITAVO: JAMAIS ADMITIR HOMOFOBIA II

Enfim para a igreja homossexualimo representa um risco a seus propósitos de proliferação de fiéis para adquirir mais poder através de ‘famílias cristãs’.

Para os crentes, o homossexualismo representa uma liberdade que eles não pode ser permitida, pois se contrariassem a vontade da igreja temem o ‘efeito dominó’ que todas as outras repressões sexuais da igreja caiam juntas como ‘sexo depois do casamento’, ‘sem masturbação’, ‘sem sexo anal’, etc...

O que sinceramente deveriam cair mesmo porque por mais que a igreja e crentes gostem ou deixem de gostar sempre vai existir homossexualismo e as tentativas de traçar linhas sobre como deveria ser o comportamento sexual das pessoas nunca funcionou em nenhum outro lugar além do papel mesmo. E a tentativa de reprimi-las SEMPRE gerou crueldades, injustiça, intolerância e nunca nada de bom à história da humanidade.

Afinal de contas o que está aí para cristãos serem contra homossexuais? Cristo não negava sexo com mulheres, andava com 12 homens e foi entregue por um beijo de um de seus apóstolos?


QUINQUAGÉSIMO NONO: O QUE É VOCÊ SEM DEUS?

Frase típica entre os crentes que acreditam significar muita coisa:

“Deus sem você ainda é deus e você sem deus o que você é?”

Livre.

Porque você vai formar suas idéias baseadas em sua percepção e experiências pessoais sobre a realidade que vive, não buscar encaixar a realidade a histórias mitológicas que na verdade nem foram feitas para a realidade contemporânea que vivemos.

Você vai pensar sem se preocupar com limites e coisas que não deveria pensar sobre ou restringir sua visão de mundo para negar cada prova que aparecesse contrária à sua crença teísta.

Se você fizer algo bom será por se importar não por medo de ‘queimar no inferno’.
Você não vai se obrigar a converter outros a acreditarem no mesmo que você para nunca ter de admitir as falhas do que acredita, você vai aceitar que outros tenham crenças diferentes dos seus baseados em suas experiências de vida.

Enfim sem a idéia de deus você se torna mais responsável por seus próprios atos invés de atribuí-lo a seres imaginários como deus, deuses ou demônios para nunca desenvolver sua autocrítica.

Deus sem você é nada, você sem ele é você mesmo.
« Última modificação: 11 de Setembro de 2006, 22:55:11 por Vito Álvaro »

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #3 Online: 11 de Setembro de 2006, 20:47:53 »
SEXAGÉSIMO: LIVRO COM MAIS CÓPIAS NO MUNDO - ARGUMENTO BARATO USADO ALEATORIAMENTE EM DISCUSSÕES AINDA QUE NÃO TENHA NADA A VER COM O TEMA DO DEBATE

Assim como a justificatica 8º: associar longevidade com verdade essa se baseia em buscar associar qualidades à bíblia que não validam de forma alguma o que ela alega. Uma extensão de “quantidade vale mais que qualidade”.

As falhas desse argumento:

- Não existem contagens de quantas cópias da bíblia foram impressas desde a época de Gutenberg até hoje porque nunca houve contagem, Existe uma estipulação de 1816 até 1975 seria entre 3 a 6 bilhões de cópias pela Bible Society. Outros livros de destaque entre mais impressos do mundo são o Corão, quotações de Mao Tsé tung (dito estar nas mãos de todo chinês adulto entre 66 a 71), Guinness Book of Records entre outros. Mas esses citados pessoalmente não teriam um milímetro de valor acima de algum livro de poesias do Drummond ou de contos do Borges os quais com certeza teriam números muitos menos impressionantes de cópias;

- Muitas coisas são consumidas em massa indiferente a ser algo bem ou mal escrito, de forma geral trabalhos mais elaborados literariamente que exigem um background cultural mais rico se tornam naturalmente elitistas, pois boa parte da população não tem ‘refinamento literário’ como uma prioridade em suas vidas. Nada de errado com não terem, trabalham, tem mais o que fazer, mas é apenas um fato que pode tornar o julgamento da qualidade questionável quando baseada exclusivamente no número de vendas.

Afinal vamos ver quantas bombas fizeram sucesso nos últimos anos: filmes do Rambo, bandas de pagode, Britney Spears, Paris Hilton, Sílvio Santos, Gugu, Lair Ribeiro, Xuxa, Faustão, Dan Brown, etc...

Todos no topo da lista de sucessos, alegar que um livro está correto por ser o que mais vendem implica o critério de algo ser bom ou mau a partir do seu sucesso. Por conseqüência implica que a bíblia é tão correta quanto o vídeo pornô da Paris Hilton que também tem cópias pelo mundo todo.


SEXAGÉSIMO PRIMEIRO: NINGUÉM É FELIZ SEM JESUS

Boa parte da necessidade de auto-afirmação do crente se baseia em ‘eu sou mais feliz que alguém que não crê’.

Na realidade por extensão essa crença os conduz a tentar justificar um monte de formas de censura como ‘os jornais não deveriam mostrar tanta desgraça’ (ainda que seja realidade), ‘não se deveria falar palavrão na tv’, ‘cenas de sexo são um absurdo’ e todas as outras formas de expressão que poderiam potencialmente retirar o crente de uma visão positivista do mundo.

Para se acreditar ‘ser mais feliz’ é renegada a informação negativa conduzindo à ignorância e imaturidade.

O principal problema disso é que não justifica a crença em si, não vai esconder as contradições e erros da bíblia que simplesmente sempre vão existir indiferente à crença. Na verdade suborna os fiéis com a promessa de não questione para ser feliz[/color], ao mesmo tempo que busca amedrontar os fiéis que ‘você deixará de ser feliz se questionar’[/color].

Mas ninguém precisa de bíblia para ser feliz, ou qualquer crença religiosa na verdade, pois a felicidade está muito mais para algo que se conquista através de esforço e dedicação que simplesmente buscar negar que existem coisas erradas sem nunca resolvê-las.

Lutar por felicidade pessoal é mais importante que fé, pois uma pessoa feliz causa menos danos que alguém fugindo da realidade.

Sugestão Rafael


SEXAGÉSIMO SEGUNDO: EU DIGO AS BESTEIRAS, VOCÊ PROCURA AS FONTES

Esse argumento é usado por crentes como maneira de se esquivar quando falam alguma bobagem pseudocientífica.

Por exemplo: “Ora, já foi provado que o dilúvio existiu, saiu na National Geographic, no Canal Discovery, e no History Channel. Procura que você acha”.

Ou seja, é um misto de preguiça com deslealdade, na esperança de desobrigá-lo a admitir que falou uma bobagem.

Cabe aos debatedores insistirem para ele colocar as fontes.


SEXAGÉSIMO TERCEIRO: REFLITAM SOBRE ISSO - INTRODUÇÃO OU TÉRMINO PARA ASNEIRA[/color]

Nesse tipo de indício de frase a idéia do crente é ‘quebrar o padrão do que está sendo discutido trazendo uma nova visão mais profunda sobre o assunto’. Naturalmente tal visão deveria ser apresentada, elaborada e talvez convencer os outros ou não.

Mas com o ‘reflitam sobre isso’ ele já está querendo dizer que o que foi ou está para dito é profundo de alguma forma e merecia mais atenção.

Não importa quão irrelevante ou óbvio o que foi dito pareça aos outros.

Como se assume algo antes de ver a reação dos outros caracteriza arrogância porque em geral o que segue é bem medíocre.

Costuma ser algo como:

Alegar uma forma de visão que foge completamente do tema discutido para falar de alguma outra coisa como ‘tal exemplo de milagre’, ‘a bela visão de passagem tal’, ‘a profundidade de sei lá o que’, SEMPRE foge ao tema ou tenta superestimar a qualidade do argumento apresentado.

Afinal ninguém aqui está procurando guru, só ouvir outros pontos de vista sobre o assunto. Quando alguém disser ‘reflita sobre’ se prepare que lá vem asneira.


SEXAGÉSIMO QUARTO: VAMOS RESPEITAR AS LENDAS DOS OUTROS?

Vez por outra aparece um crente pedindo “respeito a Deus”, que com “Deus não se brinca”, e ficam indignados quando dizemos que Deus é um sádico, manipulador, cruel, omisso, conivente, etc.

Porém se esquecem que estamos falando de uma abstração, uma idéia.

Qual o problema de se ofender uma idéia? Se disse que a idéia da Terra Oca é ridícula, ela ficaria ofendida? Deveria eu respeitar um produto da imaginação de alguém?

Vamos respeitar os vampiros, os lobisomens, os duendes, os sacis, porque você sabe, com eles não se brinca.

Essa desculpa é logo seguida por várias outras, como se fazer de vítima, desespero, etc...

É infundada, pois não está se ofendendo uma pessoa. Não é um ad hominem. E se Deus ficou ofendido, ele que se manifeste e diga por si próprio. Como ele não se manifesta, assume-se que ou ele não existe, ou ele não ficou ofendido.


SEXAGÉSIMO QUINTO: MILAGRES

Muitas vezes o crente abandona o tema do debate e usa essa (e as outras desculpas) como falácia do espantalho e do apelo à ignorância. Ou seja, no desespero de querer convencer alguém, parte para os misteriosos milagres que ninguém explica.

Em primeiro lugar, só porque não há uma explicação ainda, não significa que foi obra divina. Isso é básico no guia de falácias.

Mesmo assim, os tais milagres são facilmente explicados quando se leva em conta o “efeito placebo”.

Antes de um medicamento novo ser lançado no mercado, é obrigatório por lei a estudar o efeito placebo. Ou seja, o remédio é dado para metade dos voluntários, e a outra metade recebe pílulas de farinha. O que acontece é que algumas pessoas têm tanta fé, no que quer que seja, em Deus, em Jesus, em Buda, em algum santo, em si mesmas, enfim, em qualquer coisa, que elas, achando que estão tomando o remédio verdadeiro, se curam com as pílulas de farinha!

Elas até apresentam sintomas dos efeitos colaterais, como náuseas, tonturas, inclusive irritações na pele e alergias! Ou seja, uma sugestão mental proporcionou uma “cura milagrosa”. E não são doenças banais não. Há casos documentados de tumores que regrediram com os placebos.

Enfim, o que a igreja representa nesses milagres é justamente isso, o mecanismo de defesa é ativado no cérebro, que pode causar uma cura milagrosa, por causa da vontade de viver do paciente.

Existem outras explicações perfeitamente possíveis. Por exemplo, um milagre muitas vezes é esquecido depois de um tempo, e os sintomas acabam voltando. Mas a história do “milagre” permanece.

Outra, os milagres atuais dificilmente passam de dores de estômago, gastrites, dores de cabeça, etc, que podem muito bem ser curadas pelo efeito placebo. Agora, fazer cegos enxergarem, aleijados caminhares, e surdos ouvirem, isso ninguém faz...

Para finalizar, existem pessoas que rezam em hospitais. Se eventualmente uma pessoa ou outra se curar, não invalida o fato de que várias outras morreram, mesmo recebendo as mesmas orações.


SEXAGÉSIMO SEXTO: ESQUIZOFRENIA CRÔNICA

Incrível como os crentes esperam convencer alguém assim. Eles alegam que são capazes de conversar com Deus, e o pior, ele responde!

Interessante, é curioso investigar mais a fundo esses casos, e perguntar qual é o timbre da voz de Deus, ou se é voz de homem ou de mulher, etc. Mas muito cuidado, pois pessoas que ouvem vozes podem ficar violentas quando contrariadas. A não ser, é claro, que seja charlatanismo puro e simples.

Ouvir vozes é obviamente inválido como argumento, pois se trata de uma experiência pessoal, portanto é impossível ser falseada.

Gostaria apenas de saber qual o motivo de o fez ser escolhido de Deus para escutar a sua voz, enquanto 99,99999% da população não teve tanta sorte. E ainda diz que Deus não faz acepção de pessoas.

Sugestão do Rafael


SEXAGÉSIMO SÉTIMO: OLHA A TRAVE NO SEU OLHO

Essa justificativa é usada quando o crente se sente encurralado com seus argumentos, e resolve apontar os erros nas religiões dos outros, e até na ciência, de forma a tentar minimizar os erros da bíblia.

Por exemplo:

1 – “A bíblia é machista sim, mas o islamismo é muito mais machista”.

2 – “É claro que o criacionismo é verdadeiro. A ciência não é capaz de responder de onde viemos”.

3 – “A bíblia é cruel sim, mas Hitler <<insira qualquer coisa sobre Hitler>> e ele era ateu”.

Por incrível que pareça, esses exemplos acima foram tirados de discussões reais. Fica claro que eles sequer sabem do que estão falando.

Mesmo que fosse verdade, isso não diminui de maneira nenhuma os erros da bíblia e do cristianismo. Um erro jamais justificará outro.

A não ser na visão bíblia, claro.


SEXAGÉSIMO OITAVO: VOCÊS FOGEM DA VERDADE

Numa crise de autojustificação quando o crente perde alguma forma de debate ou é evidentemente refutado ele alega isso.

Curiosamente, e como muitas outras coisas ditam por crentes, eles nunca alega qual ‘verdade’ seria essa.

A bem dizer essa ‘verdade’ parece significar que você deveria ir a uma igreja repetir frases com um grupo todo domingo de forma mecânica sem raciocinar sobre seus significados, assumir a bíblia possuir uma mensagem extremamente relevante embora não exista motivo para ela ser algo mais relevante à sociedade contemporânea que pensadores muito mais recentes e de pensamento muito mais elaborado, etc...

Enfim assume que qualquer pessoa com um ponto de vista diferente de ser um crente ‘não está ouvindo a verdade’.

É um argumento tão autopropagandístico e sem nenhuma base de suporte que fica difícil de levar a sério. Evidentemente a palavra ‘verdade’ está sendo usada aleatoriamente quando a pessoa não foi capaz de justificá-la através de argumentos sólidos.

Enfim: qualquer um pode dizer ‘você está fugindo da verdade’ quando alguém discorda da sua opinião. Agora a forma como você prova sua opinião ser mais próxima de ‘verdade’* quando apresenta motivos, evidências e razões pelos quais ela seria.

Senão nós temos alguém defendendo peixes voarem no sertão e quando você diz ser absurda ela sair te olhando torto ‘você foge da verdade’.

*O conceito de verdade embora subjetivo e amplamente discutido em filosofia no contexto dessa justificativa está sendo utilizado apenas como uma palavra aleatória não um conceito real e embasado.

Justificativa sugerida por Diego


SEXAGÉSIMO NONO: QUEM ÉS PARA COMPREENDER DEUS?

Nessa justificativa o crente apela para reduzir a raça humana inteira como fosse incapaz de compreender os panos de alguém superior com conhecimento ilimitado e acima de todos nós juntos...

Bom, todo esse glamou do poder divino, sua onipotência e tudo o mais pode parecer muito bonito no papel, mas esse argumento tem um efeito colateral bem nocivo ao que o crente está buscando te convencer:

- Se ele é tanto que eu nunca vou conseguir compreender porque eu deveria me importar então?

A descrição de um deus completamente fora dos padrões de vida humana que conhecemos o torna inválido, pois julgamos a existência a partir de nossa perspectiva de vida e do que temos como importante e valioso. Isso é o que a raça humana tem para analisar e compreender a vida, conseqüentemente e, principalmente, nesse caso os valores não deveriam ser alterados por motivos que não são explicados de forma alguma.
Ou seja:

Se alguém ordena o extermínio de pessoas do mundo inteiro, como no dilúvio e apocalipse, isso ainda caracteriza um ato de crueldade imperdoável para o que damos valor. Se existem ‘motivos que não somos capazes de compreender’, bom, eles não nos importam nada se o que compreendemos é ver uma pilha de cadáveres de conhecidos, amigos e família e ter de contar e enterrar corpos depois da ‘ira divina’.

Nós podemos não compreender deus, segundo os crentes, mas compreendemos o que é certo ou errado, que crueldades como essas são extremamente desnecessárias e se um deus exige elas então nós não precisamos desse deus.

Esse argumento torna deus inútil para nós.


SEPTUAGÉSIMO: EU ERA COMO VOCÊ

Essas páginas estão excelentes, vocês estão conseguindo cobrir quase tudo.

Um argumento comum usado pelos crentes quando estão a conversar comigo é aquele do “eu te entendo, eu era como você”. Geralmente proferido após ser perguntado à pessoa se ela sente alguma tristeza, se ela se sente, ou já se sentiu solitário e com algum vazio dentro de si, atribuindo esses momentos unicamente à ausência de Deus na vida da pessoa. Atribuem qualquer tristeza e miséria à falta de espiritualidade da pessoa, ignorando na maioria das vezes qualquer outro fato que possa ter causado esse estado. Ignorando também que você pode estar vivendo numa boa sem a interferência de deuses, às vezes sendo até ofensivos, dizendo que o momento que você passa é de felicidade ilusória, pois só há felicidade plena com Cristo, blá, blá, blá...

Na maioria das vezes o cara que está pregando nem te conhece direito, e já dá um diagnóstico da sua vida assim, de forma irritante. O discurso funciona, com eficácia, se o descrente estiver deprimido de verdade.


SEPTUAGÉSIMO PRIMEIRO: POR QUE DEUS NÂO SE MANIFESTA?

Crentes:

Ora Deus não se manifesta porque "sei lá quem viu"(eles dizem um nome bíblico) viu as costas de Deus e ficou todo maluco...

Ou senão, se virmos Deus vamos ficaríamos esmagados...


Fonte

Aff... Haja criatividade... Para pensar nisso...


SEPTUAGÉSIMO SEGUNDO: POR QUE OS ATEUS PENSAM TANTO EM DEUS?

Quando já acabaram os argumentos, toca menosprezar os ateus...

Fonte


SEPTUAGÉSIMO TERCEIRO: DEUS É IMATERIAL?

Os crentes quando questionados sobre como é possível que Deus se auto-criou ou que Ele esteja em todos os lugares, ou que Ele seja “oni-tudo” (desculpe mas tive que inventar essa palavra) eles dizem que Deus é imaterial, por isso não respeitas as leis físicas... Engraçado né? Ele não é material, mas faz “coisas” materiais... Sem nexo nenhum...

O mais engraçado é que os crentes refutam a teoria da evolução (sem argumentos nenhum) porque dizem que é impossível alguma coisa ter surgido do nada, afinal tudo tem que ter um começo, mas dizem de peito cheio que Deus veio do nada... ou para os mais "distraídos" dizem que Deus sempre existiu mas se esquecem que tinham dito que tudo tem que ter um começo... Ê paradoxo...


SEPTUAGÉSIMO QUARTO: CONCILIAR AMBIGÜIDADE

Esse consiste na base do pensamento cristão e que sustenta alguém seguir a bíblia:

CONCILIAR AMBIGÜIDADE OPOSTA

Buscar conciliar a idéia de um deus bondoso contra a lista de crimes contra humanidade que ele comete durante a bíblia que vai desde dilúvio e extermínio de toda a raça humana por Noé até o extermínio de milhares descrito no Apocalipse.

Em qualquer outra situação qualquer pessoa, inclusive cristãos, alegaria tais crimes como imperdoáveis.

Contudo quando aplicados a ‘deus’ toda forma de argumento para defendê-lo aparece. Como, digamos, um advogado dos nazistas no julgamento de Nuremberg faria.

As tentativas de ‘defesa’ normalmente se baseiam em buscar evitar que as pessoas tenham uma visão completa da cena descrita (pois se alguém imagina crianças mortas dificilmente imagina uma pessoa boa por trás disso ) para prender o leitor em detalhes históricos,desculpas esfarrapadas que qualquer outra coisa que distraia o leitor de assumir o óbvio:

Isso não apenas é cruel como imperdoável.

Exemplos claros de atrocidades ordenadas por deus na bíblia têm:

I Samuel 15: 2,3

"Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito.

Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito[/color], desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos."

_____

Números 31

17 Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele. [/color]

18 Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós }


Pois é, esse deus eles defendem como ‘bondoso’


SEPTUAGÉSIMO QUINTO: A MORAL OBJETIVA É DEUS

Deus serve para nos manter na linha, mas é através do medo! Se errar vai para o inferno e se pertarem bem vão para o céu...

Mais interesseiro por parte dos crentes impossível! E depois somos nós os ateus os responsáveis por essas desgraças que vemos diariamente, por termos falta de fé, de moral, de não-sei-o-que-mais etc...

Será que é preciso lembrar sempre que as maiores atrocidades foram feitas em nome de Deus?

Entre uma moral objetiva que é estranha (mata e faz vida segundo a bíblia como quer) eu ainda prefiro a moral subjetiva dos homens que não se diz infalível, mas tenta ser...

Ah! E um grande pormenor! Que como se fosse preciso Deus para um ateu saber diferenciar um ato humano certo de um errado...

Enfim


SEPTUAGÉSIMO SEXTO: DEUS MANDA E DESMANDA, AFINAL CRIOU TUDO.

Reparem no que disse o Marcelo:

Deus elegeu de antemão algumas pessoas, as quais irá efetivamente salvar, ao longo da história. Os demais foram (igualmente de antemão) destinados à condenação eterna. Isso é justo [/color] porque (1) Ele é o CRIADOR do universo, também dos seres humanos, (2) Ele detém a lei moral a partir da qual (somente) tudo é justificado como certo ou errado, justo ou injusto. É um completo equívoco e disparate supor que o homem possa questionar qualquer ação divina, partindo do seu código pessoal de ética subjetivo (e pervertido pelo pecado).

Então Deus criou tudo e pode fazer o que lhe apetecer quer matar mata, quer criar cria e não deve nada a ninguém, afinal Ele é Deus e nós não somos nada... Aff isso é mentalidade de um Deus (um ser alguém onisciente)? Para os crentes sim...e ainda dizem que é justo.

Mas justo mesmo é o que está sublinhado, se eu li bem o que está escrito ali contraria o livre arbítrio né?

Mas um crente em média não pensa, e associam o livre arbítrio com a seleção que Deus já fez antes de nascermos... Isso é possível? Na mente de um crente sim... Também quem lê a bíblia e viaja com as estórias de Adão e Eva, arca de Noé, criação do mundo m seis dias... Só mais uma parvalhice não fica mal...

Vai entender...

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« Última modificação: 11 de Setembro de 2006, 22:57:54 por Vito Álvaro »

Offline Vito

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #4 Online: 11 de Setembro de 2006, 20:57:49 »
Pronto... :P

Não esqueça o tópico gigante do ano. :P

Offline Spitfire

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #5 Online: 11 de Setembro de 2006, 22:19:20 »
Trabalho duro. Parabéns, Vito.

Offline Marcus VBP

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #6 Online: 12 de Setembro de 2006, 08:27:16 »
um dia lerei todo esse texto.
Website - http://www.marcusvbp.com.br
NH18, uma comunidade sobre GURPS - http://www.nh18.com.br

Nigh†mare

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #7 Online: 12 de Setembro de 2006, 19:19:19 »
Bom o textinho.

O autor podia caprichar um pouquinho mais no Português.

Offline UBorba

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #8 Online: 13 de Setembro de 2006, 17:12:15 »
Ufa! fui até o quarenta, é bom trabalhar arduamente...
O português está ruinzinho mesmo.

Offline Hrrr

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Re: Crítica Religiosa: As Típicas Justificativas Crentes
« Resposta #9 Online: 29 de Setembro de 2006, 21:31:59 »
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so num te dou outra pq

 

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