Autor Tópico: Conheça a ONU  (Lida 529 vezes)

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Conheça a ONU
« Online: 22 de Setembro de 2006, 20:10:51 »
Como há muitos notícias por aí que mencionam a ONU, inclusive aqui no fórum, mas poucas pessoas conhecem sua estrutura interna, achei interessante colocar essa reportagem aqui.

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Conheça a Organização das Nações Unidas
 
A Organização das Nações Unidas (ONU), que foi criada em 1945, depois da devastação causada pelas Primeira e Segunda Guerra Mundiais, tem o objetivo de "salvar gerações futuras dos flagelos de guerras".
Sua missão é manter a paz e a segurança internacional e promover relações amigáveis entre os países.

A Carta da ONU defende os direitos humanos e propõe que as nações trabalhem juntas para superar problemas sociais, econômicos, humanitários e culturais.

HISTÓRIA

A instituição que precedeu a ONU, a Liga das Nações, foi criada depois da Primeira Guerra Mundial.

Ela tinha o objetivo de prevenir um outro conflito global, mas falhou e foi desmantelada em 1946.

Grande parte da estrutura da Liga e muitos dos seus objetivos foram adotados pela ONU.

Em 1944, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a União Soviética e a China se encontraram em Washington e chegaram a um consenso quanto a uma proposta para criar uma organização mundial.

O projeto formou a base das conversas de 1945 entre representantes de 50 países. Com resultados dessas negociações, a ONU foi criada no dia 24 de outubro de 1945.

MEMBROS

A ONU reúne 191 países-membros. O número de integrantes cresceu muito quando colônias se tornaram independentes e a União Soviética de desintegrou.

O Vaticano e Taiwan continuam de fora da organização.

Muitos membros têm missões permanentes na sede da instituição em Nova York. Membros em potencial são recomendados pelo Conselho de Segurança e admitidos se conseguirem uma maioria de dois terços em votação na Assembléia Geral.

Países-membros contribuem para os custos da ONU. A contribuição de cada país é determinada de acordo com suas condições. Os Estados Unidos são os que mais ajudam.

ESTRUTURA

A ONU é composta por seis órgãos principais:

Assembléia Geral

A Assembléia é o principal fórum de debate da ONU. É o único órgão da ONU que inclui representantes de todos os países-membros. Cada nação tem direito a um voto.

Membros podem discutir qualquer assunto que esteja na Carta da ONU, de segurança internacional ao orçamento da instituição. A Assembléia pode fazer recomendações, baseadas em suas deliberações. Mas ela não tem poder para forçar os países a agirem de acordo com suas decisões.

Em assuntos-chave, incluindo os de segurança internacional, uma maioria de dois terços é necessária para adotar uma resolução.

A Assembléia Geral se encontra por três meses do ano, a partir de setembro, e para sessões especiais e de emergência. Sua sessão anual começa com um "Debate Geral", em que cada país-membro faz uma declaração sobre sua perspectiva dos eventos mundiais.

Tradicionalmente, é o representante brasileiro que, com seu discurso, abre a parte de discursos de representantes de países-membros da Assembléia Geral.

A maioria dos negócios da Assembléia é resolvida por seus seis comitês principais: o de desarmamento e segurança internacional; o de política e descolonização; o econômico e financeiro; o social, humanitário e cultural; o administrativo e orçamentário; e o legal.

A Assembléia aprova ou rejeita as recomendações desses comitês.

Conselho de Segurança

O Conselho tem a função de assegurar a paz e a segurança global. Ele é composto por cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Outros dez países ocupam posições temporárias.

O Conselho pode impor sanções econômicas e pode autorizar o uso de força em conflitos. Ele também inspeciona operações de paz.

Conselho Econômico e Social

O Conselho lidera as atividades econômicas, sociais, humanitárias e culturais da ONU.

Ele fiscaliza o trabalho de comissões que lidam com direitos humanos, crescimento populacional, tecnologia e drogas, entre outros assuntos.

Seus 54 membros são eleitos pela Assembléia Geral.

Corte Internacional de Justiça

A corte é o principal órgão judicial da ONU, e sua função é lidar com disputas legais submetidas pelas nações. A Corte Internacional de Justiça tem sede em Haia, na Holanda.

Os 15 juízes da corte são eleitos pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança.

As decisões têm efeito vinculante, apesar de as nações poderem se recusar a aceitar suas sentenças.

Secretariado

O Secretariado cuida do trabalho diário da ONU, administrando os programas e as políticas da organização. Seu trabalho inclui pesquisa, tradução e relações com a mídia. Os cerca de nove mil funcionários do órgão vêm de 170 países diferentes.

Conselho de Tutela

Este conselho administrava os territórios sob regime de tutela internacional. Suas atividades foram suspensas em 1994 quando o último território do mundo ainda sob tutela da ONU - Palau, no Pacífico - se tornou independente.

O conselho, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, concordou em 1994 em apenas se reunir "se a ocasião pedisse".

O SISTEMA DA ONU

Catorze agências independentes formam o "Sistema da ONU" junto com programas e agências da própria organização.

Estão entre as agências independentes o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Eles se relacionam com a ONU por meio de acordos de cooperação.

Dentro da ONU, as principais agências e programas incluem a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Fundo para Infância e Adolescência (Unicef) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

LIDERANÇA

Kofi Annan se tornou o sétimo secretário-geral da ONU em janeiro de 1997. Ele foi reeleito para um segundo mandato em 2001.

Durante seu primeiro mandato, Annan deu bastante atenção aos conflitos na África, à pobreza e à Aids. Ele também administrou uma revisão geral das operações de paz da organização.

O secretário-geral é o principal porta-voz da ONU e pode agir como negociador de assuntos internacionais.

A Assembléia Geral elege o secretário-geral para um período de cinco anos, que pode ser renovado. O cargo é normalmente preenchido por candidatos de nações pequenas e com posições neutras.

O segundo mandato de Annan, que é de Gana, termina em dezembro de 2006. A Assembléia Geral deste ano é a última com a participação de Annan como secretário-geral.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/09/060919_onu_dg.shtml

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Offline JJ

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Re:Conheça a ONU
« Resposta #1 Online: 09 de Maio de 2016, 09:37:28 »
BBC
06/03/2016 16h13 - Atualizado em 06/03/2016 16h46

'Sexo oral por biscoitos': As denúncias de abuso sexual contra soldados e funcionários da ONU


Organização apresentou relatório que revela alta nos casos, ocorridos principalmente na África, e novas medidas de combate.

Da BBC


 A maioria das denúncias vem de países da África, mas também há casos em locais como a Alemanha (Foto: Issouf Sanogo / AFP)

A maioria das denúncias vem de países da África, mas também há casos em locais como a Alemanha (Foto: Issouf Sanogo / AFP)

"A menina, de sete anos, nos disse que fez sexo oral em soldados franceses em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoitos."

O relato da criança citada acima faz parte das muitas denúncias de crimes sexuais cometidos por soldados e funcionários da ONU nos últimos anos. O depoimento foi registrado por membros da Comissão de Direitos Humanos da organização, que divulgou este e outros casos em um comunicado elaborado em janeiro.
 


ONU registra 69 casos de abuso sexual por capacetes azuis em 2015
Tropa de paz da ONU é acusada de mais abusos na Rep. Centro-Africana
ONU investiga abusos sexuais de tropas francesas em país africano

Na última sexta-feira, um informe foi divulgado como parte de uma nova política de "nomear e envergonhar" os responsáveis. A ONU adotou essa estratégia depois do escândalo envolvendo o abuso de crianças e adolescentes por seus soldados na República Centro-Africana, no ano passado.
O documento, apresentado pelo secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, lista 99 novas denúncias de abuso sexual cometido por soldados e funcionários da organização em missões internacionais em 2015, o que reflete uma alta em relação aos 80 casos registrados em 2014.
Dos 99 casos denunciados em 2015, 69 foram de abusos cometidos por soldados em missões de paz e 30 por funcionários da ONU em outros setores.

E pela primeira vez foi divulgada a lista de países onde ocorreram as denúncias: Alemanha, Burundi, Gana, Senegal, Eslováquia, Madagascar, Ruanda, República Democrática do Congo, Burkina Fasso, Camarões, Tanzânia, Níger, Moldávia, Togo, África do Sul, Benin, Nigéria e Gabão.
Também foram feitas denúncias contra funcionários de vários países europeus e do Canadá. A maioria dos abusos ocorreu na África, especialmente na República Centro-Africana. Também houve denúncias de exploração sexual no Haiti.

O relatório, porém, foi muito criticado pela ONG Code Blue, que monitora as denúncias contra soldados – os "capacetes azuis" – e funcionários das Nações Unidas.

"O que a ONU fez exatamente diante das mais de 1 mil denúncias de abuso sexual contra seus funcionários desde 2007? Debaixo da máscara de que toma alguma providência, o que realmente existe é a inércia", informou a ONG em um comunicado.

Ataques

O relatório da ONU pede que os países dos acusados julguem os culpados em seus tribunais e a criação de um banco de amostras de DNA de seus soldados para facilitar os processos criminais.
Mas, além dessas recomendações, pouca coisa mudou nos locais onde o órgão atua.

Investigadores da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, que visitaram a República Centro-Africana, denunciaram no mês passado a violação ou abuso sexual de pelo menos oito mulheres e meninas.

De acordo com a ONG, os ataques ocorreram entre outubro e dezembro de 2015, mais de um ano depois da eclosão do escândalo de abuso de menores por soldados franceses naquele mesmo país.
Uma adolescente de 14 anos falou com a Human Rights Watch:

"Eu passava pela base da Minusca (a missão da ONU no país) no aeroporto quando me atacaram. Os soldados estavam armados. Um segurou meus braços enquanto outro arrancou minha roupa. Jogaram-me em um pasto, e, enquanto um me segurava, outro me estuprou."

Outra jovem de 18 anos afirmou ter sido estuprada quando foi pedir comida na base dos soldados da ONU na República Democrática do Congo.

"Três homens armados se jogaram em cima de mim e disseram que me matariam se eu os denunciasse. Todos eles me estupraram", disse a jovem.

Vazamento de informações

Em dezembro de 2015, um painel independente acusou as Nações Unidas de negligência grave ao lidar com as denúncias de abuso sexual por parte de soldados e funcionários em suas missões.
O painel criticou bastante o fato de a ONU não tomar providências diante de um catálogo de denúncias, especialmente as de exploração sexual por parte de soldados franceses na República Centro-Africana.

O general Romeo Dallaire, ex-comandante das tropas da organização em Ruanda durante o genocídio ocorrido em 1994, disse em 2015 que as denúncias de abuso de menores na República Centro-Africana lhe causava nojo.

"O caso vai totalmente contra a suposta razão pela qual as tropas são enviadas a campo em missão de paz", afirmou.

As acusações de inércia contra a ONU só chegaram à imprensa internacional depois das revelações de um funcionário da organização, Anders Kompass, que, frustrado diante da falta de ação da instituição, vazou um relatório confidencial sobre denúncias de abuso e o entregou a promotores da França.

Críticas e burocracia

A ONG Code Blue também criticou o comitê de especialistas nomeado pelas Nações Unidas para melhorar sua atuação diante das denúncias de abuso.

Segundo a ONG, o comitê é formado pelos mesmos indivíduos que ocupavam cargos de responsabilidade quando as violações anteriores foram reveladas.

"No universo paralelo da burocracia da ONU, os mesmos personagens que tiveram um papel ativo no fracasso da (missão na) República Centro-Africana agora supervisionam as mudanças para melhorar a situação. Quando as raposas estão encarregadas do galinheiro, o galinheiro está condenado", afirmou a Code Blue.


A ONG lembra ainda em seu comunicado as palavras do painel independente realizado depois do escândalo ocorrido no país africano.


"O fato de que o problema persiste, apesar de inúmeros relatórios de especialistas designados pela ONU nos últimos dez anos, só serve para aumentar a percepção de que a ONU está mais preocupada com a retórica do que com a ação."



http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/03/sexo-oral-por-biscoitos-as-denuncias-de-abuso-sexual-contra-soldados-e-funcionarios-da-onu.html




 

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