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Carta assinada por Noam Chomsky, José Saramago, John Berger e Harold Pinter, citada no Montbläat 200, se refere às "terras dadas aos palestinos por acordos internacionais nos últimos setenta anos". O que nos leva a 1936, 12 anos antes da criação pela ONU do estado de Israel ao lado de um estado palestino - decisão aceita desde então por Israel, mas nunca pelos árabes. O que diabos teria acontecido em 1936?Fui pesquisar e vi que foi o ano da grande insurreição árabe na Palestina, contra a presença dos judeus no território administrado então pelos britânicos. É o nascimento do "movimento palestino". Mas a que acordos internacionais os ilustres intelectuais se referem? Não achei referência a nenhum acordo internacional sobre a Palestina naquele ano. Talvez haja um engano de data, porque em 1941 houve um acordo, sim, entre o líder dos árabes da Palestina, o Grande Mufti de Jerusalém, e Adolf Hitler, o qual dava todas as terras da região aos árabes (a "libertação da Palestina") e previa o extermínio dos judeus.A história do Grande Mufti é fascinante, e renderia nas mãos de alguém como Spielberg um grande filme. Uma história que explica o que hoje chamam de "jihad", um movimento fascista de extermínio étnico, que os incautos confundem com um movimento de libertação nacional dos árabes.O que segue é um breve resumo da história do criador do terrorismoislamo-nazista, o Grande Mufti de Jerusalém.Em 1921, Mohammad Amin al-Husseini, então com 26 anos, herdou o título de Grande Mufti de Jerusalém, a maior autoridade muçulmana da cidade, em poder da família dele, a mais rica de Jerusalém. Ele colaborava com as autoridades britânicas, mas pregava a absorção da Palestina (então sob mandato britânico por decisão da Liga das Nações) pela Grande Síria (que então incluía o que é o hoje o Líbano e estava sob mandato da França).Husseini fundou uma organização anti-sionista que lutava pela expulsão dos judeus da Palestina. Em 1929, ele foi acusado de instigar o massacre dos judeus que residiam há milênios em Hebron. Foram mortos 68 judeus e os sobreviventes fugiram de Hebron.Em 1931, o Grande Mufti fundou o Congresso Islâmico Mundial, como parte de seu projeto de ser declarado Califa, ou seja, o líder mundial dos muçulmanos (posto hoje reivindicado por Osama Bin Laden). A primeira meta da organização era expulsar os judeus da Palestina.Em abril de 1936, Husseini comandou a Grande Insurreição, que começou com uma greve geral. As exigências, apresentadas às autoridades britânicas, eram a proibição da imigração judaica e da venda de terras a judeus. Houve ataques aos kibbutzim e outras colônias judaicas, até que os britânicos derrotaram a rebelião. Husseini fugiu para o Líbano e depois para o Iraque.A Grande Insurreição marcou o fim da integração de árabes e judeus na Palestina. Os judeus, tanto os que viviam ali há milênios quanto os que imigraram da Europa, estavam totalmente integrados na vida comercial, política e cultural da Palestina. Com a insurreição fomentada pelo Grande Mufti, as duas comunidades se separaram para sempre. Este é o verdadeiro começo da "tragédia do Oriente Médio", e não a criação do estado de Israel , como muitos erradamente apontam (ver o artigo de Leneide Duarte-Plon no Montbläat 200).A partir da subida de Hitler ao poder, em 1933, Husseini tentou convencer os nazistas a apoiarem o movimento palestino contra os judeus.O Grande Mufti propôs a criação do Partido Nazista na Palestina, mas Hitler não concordou, porque o partido era exclusivamente para arianos, árabes não podiam ser aceitos. E na época Hitler ainda favorecia a emigração dos judeus da Europa para a Palestina.Em abril de 1941, já em plena guerra, o general pró-nazista Rashid Ali deu um golpe em Bagdá, derrubou o primeiro-ministro pró-britânico e declarou jihad contra a Grã- Bretanha. Tropas britânicas venceram as forças de Rashid Ali e o Grande Mufti, que era o contato dos iraquianos com os nazistas, fugiu para Berlim.Na Alemanha, Husseini foi recebido por Hitler em 28 de novembro de 1941. O líder palestino propôs uma declaração a ser assinada pelos líderes do Eixo a qual afirmava que: "A Alemanha e a Itália reconhecem o direito dos países árabes de resolver a questão do elemento judeu, que existe na Palestina e outros países árabes, como é exigido pelos interesses nacionais e étnicos dos árabes, tal como a questão dos Judeus foi resolvida na Alemanha e na Itália".Hitler prometeu a Husseini a "destruição do elemento judeu" nas terras árabes e a "libertação da Palestina". Documentos nazistas descobertos recentemente no arquivo militar de Freiburg por dois pesquisadores da Universidade de Stuttgart revelam que Hitler planejava ocupar a Palestina e exterminar os 500 mil judeus que ali viviam, contando com a aliança dos árabes comandados pelo Grande Mufti. Entre as atividades de Husseini durante a guerra estão:- Uma fatwa proclamando jihad dos muçulmanos de todo o mundo contra a Grã-Bretanha- Programas de rádio com propaganda nazista dirigidos aos árabes- Organização de espionagem e terrorismo em áreas muçulmanas da Europa e do Oriente Médio- A criação das unidades muçulmanas da SS nos Balcãs- Treinamento de religiosos muçulmanos para acompanhar as unidades SS. As unidades SS muçulmanas chegaram a ter dezenas de milhares desoldados, na maioria muçulmanos da Bósnia, que combateram os guerrilheiros comunistas nos Balcãs.O Grande Mufti colaborou ativamente no extermínio dos judeus no Holocausto.Segundo depoimento no julgamento de Nuremberg dado pelo lugar-tenente de Adolf Eichmann, Dieter Wisliceny, "o Mufti foi um dos iniciadores do extermínio sistemático dos Judeus da Europa e foi um colaborador e conselheiro de Eichmann e Himmler na execução desse plano. Ele era um dos melhores amigos de Eichmann e constantemente o incitava a acelerar as medidas de extermínio. Ouvi ele mesmo contar que, acompanhado por Eichmann, visitou incógnito as câmaras de gás de Auschwitz ".Husseini interveio pessoalmente para conseguir que Himmler cancelasse a troca de 5 mil crianças judias polonesas por prisioneiros de guerra alemães, que estava sendo negociada com a Cruz Vermelha. As crianças estavam internadas no gueto de Theresienstadt e foram removidas para campos de extermínio e assassinadas.Uma das operações terroristas organizadas por Husseini foi o envio de cinco pára-quedistas para jogar toxinas (arma bacteriológica) no reservatório de água de Tel Aviv, durante a guerra. Os cinco foram capturados com 10 recipientes que continham veneno suficiente para matar 250 mil pessoas.Depois da guerra, o Grande Mufti conseguiu fugir de Berlim, mas foicapturado em Paris. Escapou da prisão e se refugiou no Cairo. Embora sua captura para ser julgado em Nuremberg tivesse sido pedida, os britânicos temiam a reação dos árabes na Palestina e no Egito, onde Husseini era muito popular, e permitiram que ele continuasse em liberdade. De seu refúgio no Cairo, o Grande Mufti foi um dos principais instigadores da guerra contra a independência de Israel em 1948, para a qual criou uma força palestina, o exército da Guerra Santa (Jaysh al-Jihad al-Muqaddas). Em 2002, Yasser Arafat disse numa entrevista ao jornal palestino Al Quds: "Nosso herói é Hajj Amin al-Husseini. Tentaram muitas vezes se livrar de Hajj Amin, que consideravam um aliado dos nazistas. Mas ele morou no Cairo , participou da guerra de 1948, e eu fui um dos soldados dele".Em 2 de novembro de 1943, Himmler enviou um telegrama a Husseini: " Para o Grande Mufti: o Movimento Nacional Socialista da Grande Alemanha tem, desde sua criação, inscrita em sua bandeira a luta contra os Judeus do mundo. Por isso acompanha com especial simpatia a luta dos árabes que amam a liberdade, especialmente na Palestina, contra os invasores judeus. No reconhecimento deste inimigo e da luta comum contra ele repousa a firme fundação da aliança natural entre a Grande Alemanha Nacional Socialista e os muçulmanos que amam a liberdade em todo o mundo. Neste espírito lhe envio neste aniversário da infame declaração Balfour (NT: a promessa britânica de um lar nacional para os judeus na Palestina, em 1919) minhas saudações calorosas e o desejo de sucesso na sua luta até a vitória final. Reichsfuehrer SS Heinrich Himmler".Heil Jihad!Escrito por: Jorge Pontual, publicado no site Montbläat - 1 de setembro (aniversario da segunda guerra mundial)