Uma vez eu pensei numa solução para essa questão. Só que ela envolve uma reformulação no conceito de deus. Basicamente, a idéia é levar o conceito de "Trindade" às últimas consequências: uma "Santíssima Multiplicidade".

Mais precisamente, esse deus que imaginei consiste de uma série infinita de deuses com uma escala crescente de poderes e conhecimento. Existe o deus(1), que é poderoso e sabe muito, mas que é menos poderoso e sábio que o deus(2), que por sua vez é menos poderoso e sábio que o deus(3), e assim ad infinitum. No limite deus(n), n - > infinito você teria um deus (quase) onipotente e (quase) onisciente (resta saber se o conjunto de "poderes" e "conhecimento" é contável ou não). A "soma" desses deuses nós chamamos "Deus(1)". Você pode então iterar esse processo até chegar na verdadeira onipotência e onisciência. Ou seja, esse é um deus recursivo. O DEUS, com letra maiúscula, seria o conjunto de todos esses Deuses (imagino qual seria a cardinalidade desse conjunto...). Assim, deus(1) pode fazer uma pedra que não consegue erguer, mas que pode ser erguida por deus(2), que por sua vez pode fazer uma pedra que não consegue erguer, mas que pode ser levantada por deus(3) etc. etc. No limite, temos um DEUS que consegue criar e erguer e criar todos os tipos de pedras[1].

[1] Idéia inspirada num conceito de Douglas Hofstadter.