Uma operação em que se empregaram eletrodos para estimular o cérebro do paciente proporcionou uma melhora drástica na condição de um homem que se encontrava em “estado de mínima consciência”, segundo se informou no domingo passado durante o Encontro Anual da Sociedade para a Neurociência nos EUA. Apesar de se tratar de um único caso de estudo, a notável recuperação do paciente eleva a esperança de que os médicos possam haver descoberto uma nova forma de tratar lesoes cerebrais sérias.
O paciente havia sofrido danos cerebrais significativos devido a uma agressão que sofreu quando tinha cerca de trinta anos. Em 2004, seis anos depois, o homem permanecia no que os neurólogos chamam “estado de mínima consciência”. As pessoas que se encontram nesta condição possuem consciência limitada e esporádica do que sucede a seu redor e geralmente são incapazes de comunicar-se ou de responder a instruções orais.
Uma ressonância magnética revelou danos substanciais no lado direito do lóbulo frontal de seu cérebro, área que controla muitas funções cognitivas de alto nível, incluindo as do pensamento abstrato. Porém observou-se que uma boa parte dos circuitos neuronais permaneciam intactos, ainda que abaixo de seu nível normal de atividade.
Em 2004, com a esperança de impulsar o nível global de atividade no cérebro do paciente, a equipe (liderada pelo neurocirurgião Ali Rezai do Cleveland Clinic em Ohio) implantou dois eletrodos na zona central do tálamo. Esta região é um centro de comunicações crucial entre as correntes das áreas cerebrais que mediam a excitação e o córtex cerebral.
Quando os médicos ativaram os eletrodos, o homem passou a um estado de alerta perceptivelmente mais elevado quase de imediato.
E mais: o homem mantém este nível de melhora em sua consciência inclusive quando se desconectam temporariamente os eletrodos, sugerindo que a estimulação tem provocado um efeito de fortalecimento a longo prazo em alguns circuitos neuronais.
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http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2006/1016/1
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