Oi Angelo,
Não, o artigo a que me referi foi:
Nature Physics 2, 620 - 625 (2006)
doi:10.1038/nphys384
Subject Categories: Condensed-matter physics | Electronics, photonics and device physics | Particle physics
Chiral tunnelling and the Klein paradox in graphene
M. I. Katsnelson1, K. S. Novoselov2 and A. K. Geim2
--------------------------------------------------------------------------------
Abstract
The so-called Klein paradox—unimpeded penetration of relativistic particles through high and wide potential barriers—is one of the most exotic and counterintuitive consequences of quantum electrodynamics. The phenomenon is discussed in many contexts in particle, nuclear and astro-physics but direct tests of the Klein paradox using elementary particles have so far proved impossible. Here we show that the effect can be tested in a conceptually simple condensed-matter experiment using electrostatic barriers in single- and bi-layer graphene. Owing to the chiral nature of their quasiparticles, quantum tunnelling in these materials becomes highly anisotropic, qualitatively different from the case of normal, non-relativistic electrons. Massless Dirac fermions in graphene allow a close realization of Klein's gedanken experiment, whereas massive chiral fermions in bilayer graphene offer an interesting complementary system that elucidates the basic physics involved.
preprint:
http://arxiv.org/abs/cond-mat/0604323O paradoxo de Klein é um efeito fascinante: o elétron atravessa a barreira com 100% de probabilidade! Isso acontece
porque o espectro eletrônico nesse sistema não tem um gap (é como se nos grafenos os elétrons tivessem massa
zero).
Em janeiro meu chefe aqui havia me pedido para estudar um ponto quânticos em grafeno. Quando fiz as contas, uma
coisa estranha aconteceu: eu não conseguia obter estados confinados! [1] É como se os elétrons se recusassem
a ficar presos. Daí pesquisei na literatura e descobri que esse efeito havia sido previsto por O. Klein em 1928, para
barreiras de potencial maiores que 2m c^2, onde m é a massa do elétron.
Mesmo assim, meu chefe pediu para eu "dar um jeito" de conseguir confinar os elétrons. Eu sabia que era impossível,
mas mesmo assim resolvi analisar o caso mais simples: um elétron interagindo com um potencial degrau. Naturalmente
o elétron sempre atravessava. Então um dia eu notei uma coisa: eu estava sempre tratando o sistema de forma
unidmensional (isto é, o elétron sempre se movia na direção perpendicular à barreira). Quando eu permiti que
ele tivesse uma componente do momento
paralelo à barreira, a partir de um ângulo crítico ele podia ser
refletido! É uma situação muito parecida com a reflexão total interna da luz. Daí então ficou claro que, se não dava
para fazer um ponto quântico, pelo menos dava para fazer um
fio quântico. E foi o que fizemos: o elétron se
propaga nesse potencial como a luz em uma fibra ótica. Enquanto preparávamos esse artigo para envia para a
PRL, saiu o artigo citado acima (a PRL não aceitou o nosso
, mas ele foi publicado na PRB).
[1] Isto é, a função de onda do sistema tinha uma amplitude diferente de zero em toda a região.