Autor Tópico: Ainda: Brasil x China x Índia  (Lida 973 vezes)

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Offline HSette

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Ainda: Brasil x China x Índia
« Online: 19 de Novembro de 2006, 13:13:06 »
Fonte: BBC: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/11/061117_brasilchinajair_cg.shtml

Brasil ainda está dez anos à frente da China, diz ex-diretor do Banco Mundial

A economia brasileira não tem apenas desvantagens em relação à Índia e à China, na avaliação do diretor de avaliação independente do Banco Mundial, o indiano Vinod Thomas.

“O Brasil parte de um patamar mais alto. Se a China continuar crescendo 10% ao ano, só dentro de dez anos vai alcançar o Brasil (em PIB per capita)”, disse Thomas, que veio a Portugal para lançar o seu livro O Brasil visto por dentro.

De acordo com dados do próprio Banco Mundial, em 2005 a renda per capita brasileira estava em US$ 3.460 e a chinesa, em US$ 1.740.

“Os três países têm desafios diferentes. A Índia e a China têm uma situação fiscal mais desfavorável, estão com déficits fiscais. Com o superávit primário, o Brasil precisa (apenas) manter a disciplina fiscal enquanto os outros dois países ainda necessitam de reduzir o déficit”.


“O Brasil tem condições de, dentro de três a quatro anos, estar crescendo o dobro do que cresce até agora", disse o ex-diretor do Banco Mundial, para quem é preciso dar mais enfoque ao crescimento econômico através de dois tipos de ações.

"No curto prazo, melhorar o clima de investimento, através de políticas públicas, e no médio prazo através da segunda fase das reformas estruturais, na área da previdência, área tributária, área do trabalho.”

(...)

"A combinação entre disciplina fiscal e melhor investimento seria a direção correta. Só disciplina fiscal e austeridade sem crescimento cria a necessidade de mais disciplina fiscal e isso seria um ciclo vicioso", explica o ex-diretor do Bird.

...o primeiro passo é o da disciplina fiscal:

“Tem que começar com a disciplina fiscal. Uma vez que se tivesse mais qualidade no investimento público, o setor privado também entraria. O setor privado no Brasil é muito dinâmico em comparação com outros países. Não falta dinamismo, mas acho que precisa melhorar o clima para os investimentos.”

Segundo Thomas, o Brasil não precisa olhar para a Índia ou para a China como exemplos para o crescimento, porque pode procurar os exemplos internamente.

“Apesar do crescimento global de 2% a 3%, há Estados no Brasil que têm crescido como a China ou a Índia. Um ponto muito interessante para mim é que os Estados mais pobres têm crescido muito mais do que os mais ricos. No Brasil, quem cresce a 5%, 6%, 7% ou 8% são os Estados do Nordeste. Há clima de investimento e políticas dos governadores que apóiam o investimento do setor privado.”

“Na China e na Índia, os Estados que têm crescido mais são os mais ricos. No Brasil, o crescimento dos Estados do nordeste representa uma distribuição da riqueza.”
Para Thomas, isso representa uma vantagem do Brasil em relação às duas potências asiáticas já que a concentração do crescimento pode gerar tensões que ameacem a sustentabilidade do ritmo de desenvolvimento da economia.

...a qualidade da despesa (pública) tem que melhorar. Aí, pode reduzir de tamanho e deixar espaço para o investimento. E o clima para o setor privado é algo que a nível nacional o governo pode controlar. Isso pode ocorrer, por exemplo, com um plano para melhorar o clima para o investimento em 90 dias, o que aumentaria o investimento na área de infra-estrutura.”

« Última modificação: 21 de Novembro de 2006, 20:03:16 por HSette »
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Chaves

Eriol

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Re: Ainda: Brasi x China x Índia
« Resposta #1 Online: 19 de Novembro de 2006, 14:32:43 »
“O Brasil tem condições de, dentro de três a quatro anos, estar crescendo o dobro do que cresce até agora"

se isso acontecer, o candidato do Lula ganha de qualquer jeito. Texto interessante...



Offline Huxley

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Re: Ainda: Brasi x China x Índia
« Resposta #2 Online: 20 de Novembro de 2006, 23:03:59 »
O Brasil não crescerá significativamente enquanto a carga tributária não parar de aumentar e o acesso ao crédito privado deixar de sofrer devido a política monetária do BC e a resistência a queda do "spreads" bancários.
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Offline HSette

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Re: Ainda: Brasi x China x Índia
« Resposta #3 Online: 20 de Novembro de 2006, 23:13:16 »
O Brasil não crescerá significativamente enquanto a carga tributária não parar de aumentar e o acesso ao crédito privado deixar de sofrer devido a política monetária do BC e a resistência a queda do "spreads" bancários.

E mantidas as atuais condições, já está definido um teto: não passa de 3,5% a.a., e isso com muito esforço.

Essa taxa é incompatível com as pretensões de geração de emprego e distribuição de renda (distribuição com aumento do volume global, é claro).

Segundo o Ministro do Planejamento, com a queda das taxas de juros e uma melhora na gestão dos gastos (ele não fala em cortes) já dá para levar esse teto para 4,5% a.a. no ano que vem.
Estou pagando pra ver. Já seria alguma coisa.

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Chaves

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Re: Ainda: Brasi x China x Índia
« Resposta #4 Online: 21 de Novembro de 2006, 11:11:50 »
Citar
Brasil não cresce 5% no 2º mandato de Lula, diz Ipea

Expansão nesse ritmo só viria em 2017 e após reformas, diz órgão ligado a Planejamento

Tarefa do próximo governo será a de criar condições para crescimento maior, afirma instituto, que defende ainda mudanças no CMN

CESAR BIANCONI
DA REUTERS
DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil não crescerá 5% nos próximos anos, como propaga o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em razão de problemas no setor elétrico e da baixa taxa de investimento, avaliam economistas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao Planejamento.
"A tarefa do próximo governo será a de criar as condições para que, na década de 2011-2020, o país possa ter um crescimento da ordem de 4,5% a 5% ao ano", segundo o instituto.
O texto para discussão "Uma Agenda para o Crescimento Econômico e a Redução da Pobreza", assinado por Paulo Mansur Levy, diretor de Estudos Macroeconômicos, e por Renato Villela, seu diretor-adjunto, surge na véspera da apresentação a Lula de um pacote com medidas fiscais preparado pela equipe econômica (leia texto ao lado) com o objetivo de acelerar o crescimento, que não deve passar de 3% neste ano, segundo projeção do mercado.
O estudo traça cenários macroeconômicos para o Brasil de 2007 a 2018. Pelas projeções, apenas em 2017 o país cresceria 5%, desde que fizesse uma ampla lição de casa, que inclui as reformas trabalhista, previdenciária e judiciária.

Metas de inflação
O Ipea também propõe o aperfeiçoamento do regime de metas de inflação.
"Após dois anos respeitando a meta [de inflação] de 4,5% em 2007 e 2008, o próximo governo deveria avançar gradualmente no caminho da desinflação e operar com metas ligeiramente menores em 2009 e 2010. Indo mais além, propõe-se definir como objetivo de longo prazo uma inflação da ordem de 3% ao ano."
No campo fiscal, as principais propostas do Ipea são a preservação da meta de superávit primário [economia do governo para pagamento dos juros da dívida pública] consolidado em 4,25% do PIB de 2007 a 2009, com redução suave a partir de 2010, até chegar a pouco mais de 2% em 2018.
O Ipea também sugere a queda gradual da taxa real de juros incidente sobre a dívida pública, de 8,5% no ano que vem para 4,5% no final do período englobado na análise. O instituto indica ainda, entre outras coisas, a necessidade de ajuste das despesas públicas correntes em 0,1% do PIB, conforme previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2007.
Se as sugestões forem adotadas, pelos cálculos do Ipea, a dívida líquida do setor público cairia de 50% do PIB em 2006 para 43% do PIB no final do próximo governo (2010) e apenas 20% do PIB no final da projeção -2020.
O Ipea também relembra que, nos 50 anos entre 1931 e 1980, o produto per capita brasileiro cresceu em média 4% ao ano, uma das taxas mais elevadas do mundo. Nos 25 anos seguintes, essa taxa caiu a menos de um décimo daquele valor, para 0,3% ao ano. Durante as expansões de 1999-2000 e de 2003-2004, o crescimento médio foi de cerca de 4% ao ano.
O órgão defende ainda a prorrogação da CPMF, que expira no final de 2007, mas com alíquotas declinantes até um limite inferior de 0,01%, apenas para fins de fiscalização.
O instituto considera importante a extensão da DRU (Desvinculação de Receitas da União), mas com percentuais crescentes, até 35%, contra os atuais 20%, "para permitir uma maior liberdade alocativa ao governo, de modo a melhorar a estrutura de despesas".
O Ipea sugere ainda mudanças na composição do CMN (Conselho Monetário Nacional), bem como sua ampliação, "preservando-se, entretanto, a característica de ser composto apenas por ministros [Planejamento, Fazenda e presidente do BC], mas incorporando o ministro-chefe da Casa Civil em substituição ao presidente do Banco Central".

2017????  :|
« Última modificação: 21 de Novembro de 2006, 11:13:23 por Amon »
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Offline Huxley

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Re: Ainda: Brasil x China x Índia
« Resposta #5 Online: 23 de Novembro de 2006, 00:51:58 »
A verdade é que ninguém quer ser ousado em matéria de reforma tributária, porque isso gera polêmica entre diversos setores da economia.Mas se ninguém apostar em uma reforma de verdade na carga fiscal, o baixo crescimento será inevitável.O governo tem de levar a sua proposta ao congresso e fazer uma mobilização por ela.Doa a quem doer.Pelo que eu li aí num site, Lula está preocupado com isso, e torceu o nariz para o projeto de Mantega sobre os impostos, alegando falta de ousadia.
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danieli

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Re: Ainda: Brasil x China x Índia
« Resposta #6 Online: 23 de Novembro de 2006, 02:08:09 »
Não consigo colocar a cabeça no travesseiro e acreditar que o Brasil realmente está a frente da China. Do jeito como o Lula está levando e retardando a refoma tributária a China passa a frente do Brasil em pouquissimo tempo.

Offline Rodion

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Re: Ainda: Brasil x China x Índia
« Resposta #7 Online: 23 de Novembro de 2006, 02:16:47 »
Não consigo colocar a cabeça no travesseiro e acreditar que o Brasil realmente está a frente da China. Do jeito como o Lula está levando e retardando a refoma tributária a China passa a frente do Brasil em pouquissimo tempo.

"à frente" é relativo. que aqui há mais bem estar, é assim há décadas e vai ser ainda por um bom tempo. mas se falarmos em progresso relativo ou em influência global, os chineses estão bem melhor do que a gente.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Pregador

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Re: Ainda: Brasil x China x Índia
« Resposta #8 Online: 23 de Novembro de 2006, 09:18:50 »
Resumindo, ainda é milhões de vezes melhor morar aqui do que na China.
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