Autor Tópico: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE  (Lida 1621 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Online: 20 de Novembro de 2006, 16:02:26 »
Renda de negros ou pardos é metade da dos brancos, indica IBGE
Da Redação
Em São Paulo
Estudo feito com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os brasileiros que se declaram negros ou pardos têm um rendimento médio equivalente à metade do que é recebido pela população branca, além de possuírem escolaridade inferior aos últimos.

De acordo com o instituto, os negros e pardos recebiam, em média, R$ 660,45 em setembro deste ano. Esse valor representava 51,1% do rendimento médio da população que se declara branca (R$ 1.292,19).

Em todas as regiões pesquisadas, os negros e pardos possuíam rendimentos inferiores aos dos brancos. Mas em Salvador as diferenças foram ainda maiores, já que negros e pardos recebiam pouco mais de um terço do que ganhavam em média os brancos. Porto Alegre registrou a menor diferença nos rendimentos recebidos.

A taxa de desocupação dos negros e pardos (equivalente a 11,8% desses trabalhadores) é superior à dos brancos (8,6%).

Segundo o IBGE, que realiza a PME em seis regiões metropolitanas do país (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), em setembro de 2006, a população negra ou parda representava 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais (considerada idade ativa) nestas áreas.

Escolaridade
Segundo o estudo, a população em idade ativa formada por negros e pardos tinha, em média, 7,1 anos de estudo, um ano e meio menos que a população branca (com 8,7 anos de estudo, em média).

Entre os jovens negros ou pardos com 10 a 17 anos, 6,7% não freqüentavam a escola, contra 4,7% dos brancos. Por outro lado, enquanto 25,5% dos brancos com mais de 18 anos freqüentavam ou já haviam freqüentado curso superior, o percentual era de apenas 8,2% entre os negros e pardos. No entanto, o IBGE mostra que houve alguma evolução neste indicador, já que, em setembro de 2002, apenas 6,7% dos negros e pardos freqüentavam ou já haviam freqüentado curso superior.

O IBGE aponta ainda que, embora a soma de negros e pardos representasse menos da metade (42,8%) da população em idade ativa, eles eram maioria (50,8%) entre a população desocupada.

Registro em carteira
De acordo com o levantamento do IBGE, em setembro deste ano, 59,7% dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado eram brancos, frente a 39,8% de negros e pardos. O instituto esclarece que a maior participação de brancos nesta categoria se justifica pela sua grande presença nas regiões metropolitanas, com forte participação do emprego formal.

A população branca também era maioria entre os empregados sem carteira assinada (54,5%) e os trabalhadores por conta própria (55,0%), mas os pretos e pardos representavam 57,8% dos trabalhadores domésticos, mostra o IBGE.

Trabalho por setor
O IBGE apurou ainda que, levando-se em consideração o ramo de atividade, no total das seis regiões metropolitanas, os segmentos da construção e dos serviços domésticos foram os que mostraram predominância dos negros e pardos, que eram 55,4% das pessoas ocupadas na construção e 57,8% das pessoas ocupadas nos serviços domésticos.

No outro extremo ficam os serviços prestados às empresas e intermediação financeira, atividades imobiliárias, com 34,6% de profissionais negros e pardos.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/2006/11/17/ult82u6394.jhtm

A pesquisa:
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=737&id_pagina=1






Uma pergunta aos mais matematicamente habilidosos: essa "metade" da renda nas mesmas atividades e com as mesmas qualificações pode ser uma distorção matemática produzida pelo cálculo da média? É o que acredito que seja. Explico: divide-se áreas em que se ganhe mal, e áreas em que se ganhe bem. Imaginando um gráfico que representasse a área que paga mal, se teria na maior parte uma linha que sobe de forma bastante tênue, mas é precedida por uma subida muito íngreme à esquerda, representando uma área comparativametne pequena de pagamentos péssimos.

Esses pagamentos péssimos não tem proporcional na mesma área de rendimento ruim. Agora, nessa área toda, é mais ocupada principalmente por negros; com isso, os negros é que tem a maior probabilidade de ocuparem também os salários péssimos, que vão distorcer a média do rendimento deles para baixo, algo que não ocorre com os brancos por serem menos nessa área e tendo menor probabilidade de pegar os pagamentos péssimos. O mesmo, mas inversamente, ocorre em um outro gráfico inverso de áreas em que se ganha bem, mas aí a maioria é de brancos, que tem maior probabilidade então de estarem em um pequeno pico de rendimento, que eleva a média de rendimento dos brancos artificialmente, enquanto a dos negros fica mais próxima da moda ou algo parecido com isso.

Não acho que só isso talvez explique, bem como uma maior probabilidade de se ganhar menos simplesmente por ser mais pobre e vice-versa; por exemplo, sendo eletricista ou costureiro num bairro pobre, provavelmente trabalhará para pobres, que vão poder pagar menos e requisitar menos serviços de cada vez, e o inverso num bairro mais rico. Talvez seja principalmente acentuado isso, e meio combinado com o que propus anteriormente, por disparidades regionais como estados ricos do Sul terem bem menos negros, daí é bem razoável se esperar que uma empregada doméstica branca lá acabe ganhando bem mais do que uma negra na Bahia, por exemplo.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #1 Online: 20 de Novembro de 2006, 16:26:34 »
Sem querer entrar no mérito da questão, acho que essa estatística pode ser meio problemática por outras
razões também. Veja só esse parágrafo:

Citar
Estudo feito com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os brasileiros que se declaram negros ou pardos têm um rendimento médio equivalente à metade do que é recebido pela população branca, além de possuírem escolaridade inferior aos últimos.

A questão é: qual é a probabilidade de uma pessoa de maior poder aquisitivo se declarar branca? Talvez o
preconceito entre não apenas no salário, mas também na autoimagem, o que vai distorcer os dados.
Conheço muitas pessoas que são claramente pardas (seja lá o que isso signifique) mas se declaram brancas.
Além disso, qual é a maior causa da discrepância, a cor da pele ou a escolaridade?

E este trecho:

Citar
O IBGE aponta ainda que, embora a soma de negros e pardos representasse menos da metade (42,8%) da população em idade ativa, eles eram maioria (50,8%) entre a população desocupada.

Até que ponte essa estatística (da população em idade ativa) é confiável?
Acho que o preconceito existe, mas que ele é apenas uma entre várias causas dessa possível discrepância.
Mas isso é só minha opinião.



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Alan Watts

Offline HSette

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #2 Online: 20 de Novembro de 2006, 16:39:14 »
Suas observações são altamente pertinentes, Dr. Manhattan.

Por decisão do IBGE, o quesito "raça/cor" é respondido pelo informante e marcado conforme seu desejo (o do informante), sem intervenção de nenhuma espécie do entrevistador.
Isso é ordem expressa da direção do orgão.

Ao informante são apresentadas as opções:
- Branca, preta, parda, amarela e indígena.

Tanto o texto da pergunta quanto a forma de captação da resposta têm sido alvos de grande controvérsia, como tudo mais envolvendo essa questão.
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Offline Rodion

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #3 Online: 20 de Novembro de 2006, 18:02:55 »
Citar
Segundo o IBGE, que realiza a PME em seis regiões metropolitanas do país (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), em setembro de 2006, a população negra ou parda representava 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais (considerada idade ativa) nestas áreas.
belo horizonte, porto alegre, rio de janeiro e são paulo têm menos negros e a renda média é maior. salvador e recife tem um percentual altíssimo de negros e nelas a renda média é menor.
isto por si só já causa uma grande distorção, transforma desigualdade regional em racial.
já dizia bob fields, estatística é como biquini....
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline HSette

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #4 Online: 20 de Novembro de 2006, 18:37:03 »
Essa pesquisa tem sido alvo de muita controvérsia. Recentemente, o Ministro do Trabalho Luiz Marinho colocou-a em xeque, voltando atrás depois.

Sobre isso, o Editor-chefe do Jornal do Terra, José Roberto de Toledo escreveu o seguinte:

http://multimidia.terra.com.br/jornaldoterra/interna/0,,OI80818-EI1054,00.html

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, diz não saber de onde o IBGE tirou os dados que apontam um crescimento da taxa de desemprego de 10,4% para 10,7% em julho. Os dados vêm da Pesquisa Mensal de Emprego, elaborada pelo IBGE desde os anos 80. Ela é, junto com a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Seade/Dieese, o único indicador mensal da taxa de desocupação no País. E o ministro sabe disso desde os tempos em que era sindicalista e tinha que ficar sentando do outro lado da porta do gabinete ministerial esperando por uma audiência.

Não faz muito tempo, o ministro do Trabalho tinha uma opinião muito diferente da pesquisa do IBGE. Há um ano, Luiz Marinho disse que a queda do desemprego para 9,2% em junho de 2006, anunciada pelo IBGE, era "um sonho perseguido há muito tempo no País e um indicador que deve ser comemorado".

Pois é, quando caía, a taxa era um "indicador que deve ser comemorado". Agora que voltou aos dois dígitos e está subindo, a taxa não serve mais. Porque não é nacional, diz o ministro. De fato, a PME mede o desemprego em apenas seis regiões metropolitanas. Mas é a única que faz isso mensalmente. Ruim com ela, pior sem ela.

(...)

A atitude do ministro é típica do general que, diante da notícia da perda de uma batalha, manda matar o mensageiro. Ou do doente que, constatando estar com febre, quebra o termômetro. Em nenhum dos casos, o problema original desaparece.

O fato identificado pela PME é que o desemprego cresceu e a renda caiu. Criticar o índice não vai fazer aumentar os salários nem criar empregos na proporção necessária. O primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe. Não será acreditando na própria propaganda que o governo federal vai conseguir diminuir o desemprego.

Redação Terra
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Offline Huxley

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #5 Online: 20 de Novembro de 2006, 22:48:43 »
Rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal segundo a cor ou raça e anos de estudo:


Quanto aos dados do IBGE, acredito que eles ainda não são conclusivos.Vejamos.Se a escolaridade "entre 8 e 10 anos" do negro é de 8 anos e a do branco é de 10 anos, 2 anos de diferença de escolaridade e considerando que cada ano de escolaridade representa uma diferença de 9% no rendimento (vejam esse trabalho acadêmico: http://www.dnabrasil.org.br/site/publique/media/agenda_perdida.pdf ) ,então negros podem ter rendimentos de 82% dos brancos, sem que isso signifique racismo.Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo podem está dando tratamento salarial aproximadamente igual as etnias, apesar que em Recife e Salvador existir uma probabilidade significativa de está havendo racismo.Se racismo estiver existindo, acho que o governo deveria estudar tomar medidas punitivas a empresas que impõe essa discrepância.
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Offline HSette

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #6 Online: 20 de Novembro de 2006, 22:57:13 »
Esse assunto é realmente difícil.

Como disse o Huxley, os dados não permitem interpretações conclusivas.

A questão do grau de instrução é crucial. E mais: nota-se que a diferença percentual cresce à medida que aumenta a o grau de instrução. O fenômeno se reproduz e se avoluma.

Mas aí caímos naquela análise fácil de dizer que o racismo já é o responsável pelo acesso ao sistema educacional. Acho isso muito simplista.
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Offline Felius

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #7 Online: 20 de Novembro de 2006, 23:53:29 »
Mas e impressao minha, ou negro no Rio de Janeiro ganha mais sem estudar ou menos que um ano de instrucao do que se estudar ate 7 anos, e tambem que um branco sem instrucao?
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Offline Huxley

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #8 Online: 30 de Novembro de 2006, 21:42:56 »
No livro "Não Somos Racistas" de Ali Kamel, está os seguintes dados:

                                                        Amarelos           Brancos          Negros
Rendimento (salários mínimos)                7,4                   3,8               2,1
Anos de estudo                                  10,7                  8,4               6,4


Vejam, Kamel argumenta que se considerarmos que somos racistas com os negros devido a discrepância de salários em relação aos brancos, o mesmo poderia se dizer dos brancos em relação aos amarelos.
« Última modificação: 30 de Novembro de 2006, 21:44:28 por Huxley »
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Offline Donatello

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Re: Renda de negros ou pardos "é metade" da dos brancos, indica IBGE
« Resposta #10 Online: 03 de Janeiro de 2007, 18:23:13 »
Realmente estas pesquisas de modo geral não conseguem dizer quase nada tamanhas são as variáveis a serem analizadas. As matérias jornalísticas baseadas nelas dizem menos ainda (estou tacando pedra no meu próprio telhado, vai goteirar em casa  :? )  : o despreparo de nossos jornalistas; a pressão das redações pelo vômito de matérias pra ontem que deveriam ser pelo menos para o mês que vem; a superpopulação de estagiários (Ó NÓIS AÊ) nas redações; o acúmulo de tarefas nas mãos de um pobre repórter … Então os estudos que já não são muito conclusivos caem na mão da imprensa, são mal interpretados e acabam como ótima matéria-prima à desinformação.

 A idéia que a matéria tenta passar ( e faz o mesmo, ao meu ver de maneira tão equivocada quanto, em relação às mulheres) é de que por motivos racistas, ou sexistas, o patronato decide pagar menos aos negros e mulheres do que paga aos brancos e homens. Muitos dos argumentos apresetados acima ajudam a desmitificar esta tese. Uma delas é que os negros nos concentramos nos subúrbios enquanto os brancos se concentram nas regiões mais abastadas (e que pagam melhor). Isso ajuda a explicar por quê a balconista de padaria do Leblon (que tem mais chances de ser branca) ganhar o dobro do que a balconista de padaria de Ricardo de Albuquerque (mais provavelmente negra)

A memória ao fato de que muitos negros se declaram mais claros do que são e sobre a incidência deste fenômeno ser mais intensamente observada quanto maior for a classe social do tal negro ou pardo é outro critério. 

 Por outro lado existem sim empresas ( e não são poucas)  que usam o critério racial como item relevante (e, em muitos casos, condicionante) para a contratação. Basta dar uma passadinha em um grande shopping qualquer, mesmo no subúrbio, para perceber que não há dados de escolaridade que justifiquem tal supremacia branca em cargos que exigem quando muito o ensino médio completo e a capacidade de ler etiquetas e fazer contas de dois + cinco - sete. É também facilmente observado em uma passagem por qualquer bairro comercial que quanto maior for o perfil sócio-econômico do cliente médio da tal loja mais escassa a exposição de negros entre os prestativos vendedores. Isso me parece sim, uma indicação de que há critérios racistas na seleção de pessoal, o que não valida a tese implicita na matéria de que há critérios racistas na definição de salários em uma mesma empresa para uma mesma função, que é o que o jornal acaba " dizendo" ao leitor, mesmo que não com essas letras.

 Eu acho que não estamos nem tanto ao inferno nem tanto ao céu. Para mim o desastre racial brasileiro é muito menosoriginado pela escravidão por si própria ou por um racismo ativo e muito mais pela forma como a servidão foi extinta. Se os mesmos negros que eram escravos em 1888 tivessem sido contratados imediatamente após a "abolição" em seus mesmos empregos, porém assalariadamente; se tivessem sido imediatamente colocados nas mesmas escolas com os mesmos professores que os meninos brancos, o estado das coisas teria sido bem diferente. Mas talvez Dona Izabel premeditasse que mandando os negros pastarem e substituindo sua força de trabalho por brancos remunerados estes negros, perdidos no mundo sem qualquer meio de subsistência, sem qualquer possibilidades de empregarem-se, sem meios de conseguir seu sustento por quaquer forma fossem ser banidos de uma vez por todas. O fomento à emigração européia visava (ao meu ver de maneira intencional) , a priori, impedir a mistura das castas e , a posteriori, levar ao banimento da casta inferior.

 Não foi bem assim que as coisas rolaram e sabe-se lá como chegamos até aqui. Agora está aí, este quadro tão complexo que é difícil de ser transformado em um texto compreensível, tamanhas as nuances, tão numerosos os pequenos detalhes que o compõem. Com toda a certeza a pesquisa lá em cima não explica bem o que acontece em relação a questão racial brasuca, com certeza eu também não consegui, mas daí a dizer que não há uma questão racial a ser discutida… Vá se >>>>> Ali Khamel.
 

« Última modificação: 03 de Janeiro de 2007, 19:47:30 por Daniel Reynaldo »

 

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