Na semana passada vi na TV a comédia "non-sense" "Monty Python's Meaning Of Life". Recomendo a todos aqueles que procuram um sentido da vida. Eis alguns "clips" encontrados no "YouTube" (é preciso preceber inglês):
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A introdução!
What's the point of all this hoax?
Is it the chicken and the egg time? Are we just yolks?
Or, perhaps, we're just one of God's little jokes.
Well, ça c'est 'The Meaning of Life'.
Reparem em Deus a escolher uma forma cúbica para a Terra e na cabeça a transformar-se numa imagem fálica.
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A história de Gaston.
Tanto trabalho, com uma conclusão ridícula...
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O Natal, finalmente o sentido da vida (a solução!) e o genérico final (a mesma música em
).
Para quê fazer referência a esse filme "Monty Python"? É tudo um absurdo, é um "non-sense" característico dos "Monty Python"! Se perceberam o filme (ou pelo menos o meu ponto-de-vista com os "clips" que sugeri), devem ter percebido que estou a dizer que não faz sentido procurar sentido da vida.
D. H. Mellor,
Questões de Metafísica (trecho em "A Arte de Pensar", Filosofia 10º ano, Vol. I):
(...)
Tomemos este exemplo de Alice do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll:
-- Por quem passaste na estrada? -- continuou o Rei, estendendo a sua mão para o Mensageiro para lhe dar mais feno.
-- Por ninguém -- disse o Mensageiro.
-- Exactamente -- disse o Rei. -- Esta rapariga também o viu. Portanto, é claro que Ninguém anda mais devagar do que tu.
-- Faço o meu melhor -- disse o Mensageiro num tom-mal humorado. Tenho a certeza de que ninguém anda muito mais depressa do que eu!
-- Ele não o pode fazer -- disse o Rei --, senão teria chegado cá primeiro.
(Capítulo VII)
Só um filósofo vê por que razão isto é engraçado, só um filósofo vê por que razão não faz sentido falar de Ninguém como se ele e ela (Ninguém é ao mesmo tempo do sexo masculino e feminino) fosse um ser de um tipo qualquer.[/i]
(...)
Para denunciar o que não tem sentido, contudo, temos primeiro de o descobrir; temos de ter um sentido especial para o que não tem sentido. [...] Para isso, contudo, temos de achar graça às piadas como a do Ninguém, e de distinguir a atitude de as levar a sério da atitude de fingir que são importantes.
(...)
São feitas acusações a ateus de que vêem a Ciência como a única solução dos males, mas a Ciência é amoral, não diz que aplicação deve ser feita com os conhecimentos (ao contrário de muitos psicólogos moralistas...), para além de ser-se ateu não implica ser racional nem aceitar descobertas científicas.
A Filosofia debruça-se sobre isso, e o Ateísmo e Cepticismo são posturas filosóficas. Pela Filosofia -- sem Religião (não me admira que certas religiões odeiam a Filosofia) -- posso falar sobre o sentido da vida, e concluir que é absurdo que haja sentido. O humor pode ser o meio mais simples de fazê-lo.