Olá a todo o pessoal do Clube Cético, há algo que gostaria muito de compartilhar com vocês, e quem sabe com vocês aprender também.
Eu sempre tive muita afinidade ao que se costuma chamar de "Teoria computacional da mente". Isto é dizer que sempre acreditei que nosso cérebro, assim como o sistema nervoso central de todos os seres vivos conhecidos, se assemelhavam muito a computadores comuns, diferindo destes não em qualidade mas apenas em complexidade.
Isto têm muitas implicações filosóficas, pois aborda questões fundamentais como se existe tal coisa como o livre arbítrio ou se é uma mera ilusão, o que é considerado vida e pode um robô suficiente complexo ser considerado um ser "vivo", o que é a consciência e como alcançá-la artificialmente. Qualquer um que pense no cérebro humano como num computador há de chegar aos mesmos questionamentos.
Minha afinidade por este modelo só aumentou quando tive a oportunidade de ler os três livros de Steven Pinker: "Como a Mente Funciona", "Tábula Rasa" e "O Instinto da Linguagem" - os dois primeiros, em especial o "Tabula Rasa", eu diria que é leitura obrigatória para qualquer um que se considere cético.
Este modelo é muito interessante, e sou muito apegado a ele, mas já deve fazer mais de um ano, vi um documentário na Discovery aonde um neurocirurgião falava de como temos uma idéia bastante equivocada sobre o funcionamento dos neurônios, acreditando que funcionam de forma bastante parecida a transistores de silício servindo apenas de chaves lógicas do tipo "passa corrente/não passa" ou, mais comumente "1/0". Aparentemente, um neurônio pode fazer o trabalho de um computador inteiro!
Eu vi este conceito voltar lendo o Estado de São Paulo, aonde se mencionava um "Neurônio Halle Berry". Se tratava de um estudo nos Estados Unidos aonde era pedido a voluntários que pensassem na atriz Halle Berry. O resultado surpreendente foi que em muitos, apenas um neurônio foi ativado para lembrar da atriz. Isto não acontecia com qualquer lembrança mas algumas em especial.
Este comportamento do neurônio só pode ser explicado se deixarmos de lado a idéia de que o neurônio é uma simples chave "liga/desliga".
Voltando ao neurocirurgião da Discovery, ele acreditava que os neurônios funcionavam num nível sub-molecular. Neste nível, efeitos quânticos se fazem bastante evidentes e não seria de se surpreender que a mente humana, neste caso, fosse fortemente afetada pela mecânica quântica.
Um dos princípios fundamentais da mecanica quântica é o princípio da incerteza de Heizenberg. A meu ver, se comprovado que o neurônio funciona a nivel quântico, o princípio da incerteza bastaria para provar a existência de um genuíno livre arbítrio.
Mas não termina aí, pois sei que existe uma série de efeitos bizarros na mecanica quântica e os teóricos da área parecem não descartar a possibilidade de existirem "universos paralelos" pelos quais partículas sub-atômicas vêm e vão seguindo leis que, juro que não compreendo.
Não sei quanto a vocês, mas estas idéias têm movido um bocado com o meu ceticismo e abre minha mente para possibilidades antes nem mesmo cogitadas por mim.
um abraço a todos vocês,
estarei esperando para ver se há respostas.