a "dissidência" teoricamente deixaria de existir, do mesmo modo que não existiriam comunistas se este sistema assegurasse níveis básicos de felicidade e de sustentabilidade a todos que o compõe.
Supor que a existência de dissidência está ligada apenas a "níveis básicos de felicidade"(?) (e que conseqüentemente deveria sumir quando atingidos esses níveis) é no mínimo reduzir demais a questão. Dissidência sempre pode haver, por motivos mais que insatisfação material, sejam ideológicos ou outros.
Na minha opnião se assim for, há mais um motivo para que eu seja contra o socialismo "científico": gosto de dissidências, acho que elas (se pacíficas e ponderadas) levam a discussões sadias que só têm a acrescentar à sociedade. Eu mesmo seria dissidente pelo simples fato de não haver dissidentes (além de mim, obviamente, o que só aponta o absurdo da alegação de que não haveria dissidência)
Qualquer educação é "lavagem cerebral", isso é um fato.
Fato? Encaro educação como uma forma muito eficaz de se evitar sofrer lavagem cerebral.
Educação não precisa ser necessariamente a tradicional, na escola, em que (inevitavelmente, concordo) um professor, por mais isento que procure ser, sempre transmita um pouco de suas posições. Quando escolho ler um ou outro livro, notícias, em resumo: vivo e tiro minhas próprias conclusões, também estou me educando.
quanto à "propriedade". Não existiriam nem meios de produção nem dinheiro, pelo que seria impossível que um individuo dominasse à outro, a igualdade seria alcançada por primeira vez desde o paleolítico…
Sem meios de produção, como a sociedade produziria algo (independente deste algo ser bom ou ruim), como alimentos, roupas e etc?
E como a falta desses meios e de um sistema monetário impossibilitariam um indivíduo de dominar outro por pura força bruta?
quanto ao problema do valor, cada membro deveria acumular um número determinado de créditos de trabalho, os trabalhos mais desejados valendo menos/hora e os menos, mais…
E quem gostar do trabalho e trabalhar mais que os outros, pode acumular mais créditos? Ou tem que cumprir sua cota, nem a mais, nem a menos? E quem produzir mais que os outros no mesmo período, acumula mais? Nesse caso, como fica a igualdade?
Se as mais desejadas valem menos, dado um mesmo período de trabalho para qualquer atividade, os trabalhadores dessas atividades vão acumular menos créditos. E aí como fica a igualdade?
E se algumas atividades mais desejadas forem também algumas das mais necessárias, como fica a distribuição de valores?
Como se escolhe quem vai trabalhar em cada atividade? Se os créditos dados a cada atividade dependerem da procura por elas o que impede que as pessoas fiquem trocando de atividade de acordo com os créditos oferecidos por cada uma delas, gerando instabilidade na prestação de serviços? Ou elas serão impedidas de trocar?