Nah, pura loucura também não, vai. Na época em que foram criadas as religiões eram descrições muito boas de Cosmogonia. Sempre houve quem criticasse a consistência e coerência dos textos sagrados e a factualidade histórica dos relatos, mas só agora - depois da Geologia, da Evolução e da Cosmologia - é que temos requisitos para negar as religiões por completo 
Mas então, Dbohr, essa é exatamente a questão. Não estamos mais na época em que as religiões eram a melhor forma de se interpretar a realidade.
O que quero ressaltar é que talvez por estarmos acostumados com os conceitos, não vemos o quanto essa coisa é insana: rezar e/ou orar para
um cara que (supostamente) é um híbrido de ser humano com um espírito, que foi espancado, torturado, morto por cruxificação, cujo peito foi traspassado por uma lança, que depois foi sepultado, mas que três dias depois voltou a viver e subiu ao céu em uma nuvem não for loucura, então o louco sou eu.
O problema não são as explicações sobre o surgimento da vida. A mitologia grega (por exemplo) viaja na maionese com muito mais extravagância e fantasia do que o Gênesis judaico. O que eu acho loucura é estarmos em 2006 e as pessoas acreditarem que isso tudo é realmente verdade!!
Eu ouço as pregações aqui (há uma igreja evangélica em frente de casa)… cara isso assusta.
Não há um esforço em tentar compreender o mundo de uma outra forma, sob uma ótica alternativa. Não. Os caras acreditam mesmo que
Elias realmente subiu ao céu em uma charrete 'de fogo' puxado por cavalos 'de fogo'! Mesmo que ninguém nunca tenha visto cavalos em combustão puxando charretes por aí, eles admitem isso como sendo possível. É esse tipo de coisa que eu acho loucura!
Não sei se foi aqui ou se foi no ateus.net, que um forista adventista postou um texto gigante onde (segundo ele) se provava por A+B que os dinossauros foram 'criados por satanás' e que isso explicava o porquê de os bichos não terem estado na tal arca do Noé…
Enfim, são pessoas 'em sã consciência' que admitem delírios dessa natureza como sendo algo possível e mais, algo totalmente real.
Nesse contexto, não há nada de errado que pessoas que consigam conceber essas maluquices não dêem a mínima pra cultura ou religião de outro.
Não estamos mais na Idade Média. Vivemos num Estado de Direito, onde a crença de um (ou a ausência dela) tem tanto valor quanto a crença de qualquer outro.
Desde quando? Na teoria talvez, na prática não é o que parece, incluindo sobre estarmos na Idade Média.
Releia o que eu escrevi.
Falo por mim. Fui crente e praticante e nem todo crente é safado, sem vergonha ou tem falta de amor. Não mesmo, eu era praticante, li a Bíblia, fazia o que era correto. A conduta de alguns macula a imagem dos outros… Há pessoas de bem na igreja como tem as pessoas más que tem em qualquer outro lugar.
Compartilho da sua opinião e também da sua experiência, já que também fui evangélico (parece que foi a tanto tempo…). Também penso que ninguém teve a intenção de dizer que todo crente é safado. Mas a maioria dos crentes são fundamentalistas quando o assunto é respeito a outras culturas e religiões. O termo 'missionário' significa algo pra você?
E o lance da mãe-de-santo ali. Ah! Dá um tempo, eu saí da igreja e nem por isso me vesti de branco e comecei a fazer macumba… Foi ignorância da parte dela também. Se era enganada pela falta de amor que tinha na igreja, quem disse que ela vai encontrar gente diferente dentro do candomblé.
Isso é subjetivo. Ela agiu da forma que melhor lhe pareceu no tocante à sua religiosidade. Para mim, ela só trocou um absurdo por outro. Além do mais, o autor do texto diz que a 'falta de amor' foi só uma das coisas que a motivaram. Extrapolando, ela poderia muito bem ter descoberto que vivia uma religião que lhe foi imposta e que seria mais coerente seguir a religião dos seus ancestrais. Mas isso é irrelevante. O que o autor enfatiza é o que acontece depois:
"às vezes, [ela] tem que chamar a polícia porque crentes ficam na porta da casa dela jogando pedras e gritando para que os demônios saiam de lá". Uma atitude que, independentemente das circunstâncias é absolutamente indefensável! Uma total falta de respeito pela crença alheia. Na verdade há uma violação de um direito constitucional.
Meu ponto é que o Cristianismo é uma religião intolerante. Sua intolerância é patente em diversos aspectos de sua doutrina (a Escatologia que o diga). E tanto maior se tornou graças a essa mesma intolerância.
Não enxergo uma mudança de postura; pois minha visão atual é que o próprio Cristianismo ruiria se se tornasse essencialmente ecumênico. Quisera eu pensar diferente, mas tal como os deuses, não tenho qualquer motivo para acreditar nisso…