Em 1877 W. K. Clifford (1845-1879), publicou o ensaio "The Ethics of Belief", que mais tarde ganhou uma contra-argumentação de William James em "A vontade de acreditar".
Clifford defende que "É sempre incorrecto, em qualquer parte e para qualquer pessoa, acreditar seja no que for sem provas suficientes."
Clifford diz que a crença é um direito que só pode ser adquirido a partir da razão. Ele dá um exemplo de um armador de navios que apesar de saber que seu navio tem seríssimos problemas estruturais manda-o ao mar com passageiros, porque ele acredita que nada irá acontecer.
Clifford diz:
"A sinceridade de sua convicção de forma alguma consegue ajudá-lo, porque ele não tinha o direito de acreditar em tal evidência tendo o que tinha diante de si. Obtivera sua crença não graças a uma investigação honesta e paciente, mas sim abafando suas próprias dúvidas."
E acrescenta:
"Se um homem, que mantém uma crença que lhe foi ensinada na infância ou imposta mais tarde, rejeita e afasta quaisquer dúvidas que surjam em sua mente sobre ela, propositadamente evita a leitura de livros e companhia de homens que a questionam ou discutem e encara como ímpias as perguntas que irão perturbá-la - a vida desse homem é um longo pecado contra a humanidade"
A fonte utilizada é o livro Verdade: um guia para os perplexos de Simon Blackburn (uma leitura recomendável).
Temos o direito de acreditar em qualquer coisa?