Autor Tópico: Moral, anarquismo e ateísmo  (Lida 2052 vezes)

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Offline Flush

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Moral, anarquismo e ateísmo
« Online: 20 de Janeiro de 2007, 20:33:17 »
Moral, anarquismo e ateísmo

Fica aqui um artigo de minha autoria publicado originalmente em:

http://webtekk.org/ateismos/?p=142


Moral, anarquismo e ateísmo

A liberdade e a felicidade mais não são que dois conceitos tornados impossíveis pelas religiões, e outras situações de totalitarismo. A liberdade Humana, define por si só, despreendimento de ideais de massas associados a alienações mentais. A vontade de escolher, ou heresia como definição Católica, supõe o fim dos carácteres de obrigatoriedade e o fim de conceitos religiosos. Levar essa liberdade até aos campos da felicidade em mais se afirma como único meio de irreligiosidade. A felicidade alcançada pelas vivências de um ser Humano, que mais não é que ele próprio, prossupõe essa liberdade de escolha, ou essa heresia, ou tão somente liberdade.

A busca dos conceitos de felicidade é um falso objectivo promovido pelas religiões, pois não acenta no alicerce máximo, a liberdade. Passa por cima e aglomera individualidades ao homogéneo pensamento grupal. Sem espaços para ser aquilo que se é, a felicidade é impossível, ainda que por vezes vista erradamente como presente. Assim sendo não é desfrutada, mesmo sendo de carácter moral procurá-la. A nossa e a dos outros por causa efeito. A liberdade de pensar e ser aquilo que se quiser mediante o respeito moral e não obrigatório pelos outros.

A moral aprima a postura Humana como ser pensante e tolerante. A obrigatoriedade conduz ao rompimento por pura vontade de ser livre.

Também a desigualdade económica induz problemas sérios a esses conceitos morais, à liberdade e à felicidade. O livre-arbítrio individual inexiste em proporções dignificantes. A existência de riqueza conduz à decadência de moralidade e de existência saudável psicológica. A alienação material causada pelo luxo, retira as bases Humanas fundadas na necessidade e sobrevivência individual e da espécie. A mente atormentada pelo luxo, alienada pelo materialismo, e corrompida pelo prazer do poder de poder, navega no vácuo imenso da irresponsabilidade Humana, da degeneração moral e da decadência como ser Humano.

A pobreza é o reflexo. A riqueza de poucos será a pobreza de muitos. As necessidades insatisfeitas e a sobrevivência dificultada ou mesmo impossibilitada trás um conjunto imenso de factores de decadência física e mental pela incapacidade de subsistência. Males que provocam o desespero, e a ira de não se conseguir a dignidade de ser. A propagação dos negativismos da riqueza e da pobreza, e discrepâncias a elas associadas, reflectir-se-à em toda uma sociedade. E nas circundantes.

Uma igualdade trará uma sociedade saudável acente nos prossupostos Humanos básicos de liberdade e correspondente felicidade, que acarretará por consequência todos os factores Humanos dignos, numa forma de moralidade por igualidade.

A igualdade não se poderá manifestar por um carácter de obrigatoriedade, mas sim pelo carácter de moralidade. Daí surgirão, então, as liberdades de escolha e consequente felicidade pela exaltação das características intelectuais e criativas individuais.

Esses requisitos morais iniciam e garantem a liberdade do indivíduo e da espécie, uma liberdade de observações, de experiências, de constatação de factos, uma liberdade para a vida cheia de força e criatividade. O desenvolvimento máximo das capacidades individuais e consequentemente, o desenvolvimento máximo das capacidades da espécie.

Vejamos agora as inter-acções entre individuos. Aqui, pelos parâmetros morais, definir-se-ão mutualismos, utilizando instinto de solidadariedade. Tanto nas relações inter-individuos, como inter-sociedades. Esse mutualismo poderá ser, mediante a força dos alicerces que possuir, transformado em simbiose. O carácter organizacional comportará a não-hierarquização, de forma a suprimir as tendências de produções para a riqueza, e consequente desigualdade.

A auto-organização natural poderá gerir saudavelmente esse factor. A inexistência de uma autoridade de obrigações e sanções acarretará a saudavel harmonia de produtividade e liberdade.

Qual será a qualidade de ser que atribuirá o conceito de moral? O Ateísmo. Quando atitudes hediondas de homofobia, genocidio, sexismo, parasitismo e alienação não podem ser desculpados por um ente inexistente, seja ele deus, allah, zeus, apollo, anúbis, ou qualquer outro desses seres imaginários, serão então indesculpadas por uma sociedade saudável, verdadeira e moralista. Mas se a base de percepção da realidade fôr real, não existirá então a conduta imoral apoiada por deuses. Se deuses não repudiam a imoralidade, repudia-a a sociedade. Mas se esses deuses imorais inexistirem nas psicologias individuais, as acções de imoralidade prosseguirão? A moral adquirida. A Vida previligiada. A Fratenidade finalmente alcançada…

Offline Spitfire

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #1 Online: 20 de Janeiro de 2007, 21:38:31 »
É uma tendência... muito embora reações, algumas radicais, como sempre, venham a ser tomadas do outro lado na tentativa de preservar o status quo.

rizk

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #2 Online: 20 de Janeiro de 2007, 22:29:59 »
Não entendi muita coisa, e o pouco que eu entendi mal fica em pé.

Offline Lint

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #3 Online: 21 de Janeiro de 2007, 05:36:56 »
Legal o texto, show de bola, só podia ter escrito em português mais acessível, eu não ia reclamar não :lol:

Eu só acho triste pq o mundo tem possibilidade de ser muito melhor, mas a ganância nasce com o ser humano e morre com o ser humano, as pessoas quase nunca tem vontade de estar apenas na média, elas querem ser especiais, convivendo com uma sociedade justa e igual, elas querem mais, e se todos tiverem mais, elas vão querer mais ainda, então enquanto a ganância conviver com o ser humano (e ela sempre conviveu e provavelmente sempre vai conviver) esse ideal de uma sociedade sem hierarquia aonde você pode escrever seus textos, eu posso fazer meus programas e todos teremos satisfação própria em ver que as outras pessoas querem baixar isso em redes P2P vai demorar.......

Tem tantas citações do Clube da Luta que eu posso fazer agora: "TV make us want to buy things that we don't need, like some guy's name on my underwear", "You're not a beatiful and unique snowflake" ou "We used to read pornography, now it's the Vorshow collection"




Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #4 Online: 21 de Janeiro de 2007, 19:37:49 »
Não entendi muita coisa, e o pouco que eu entendi mal fica em pé.

Basicamente relaciona a visão politica da não-hierarquização e da liberdade com os conceitos morais relacionados com a fé de não existir fé.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #5 Online: 21 de Janeiro de 2007, 19:42:26 »
Legal o texto, show de bola, só podia ter escrito em português mais acessível, eu não ia reclamar não :lol:

Eu só acho triste pq o mundo tem possibilidade de ser muito melhor, mas a ganância nasce com o ser humano e morre com o ser humano, as pessoas quase nunca tem vontade de estar apenas na média, elas querem ser especiais, convivendo com uma sociedade justa e igual, elas querem mais, e se todos tiverem mais, elas vão querer mais ainda, então enquanto a ganância conviver com o ser humano (e ela sempre conviveu e provavelmente sempre vai conviver) esse ideal de uma sociedade sem hierarquia aonde você pode escrever seus textos, eu posso fazer meus programas e todos teremos satisfação própria em ver que as outras pessoas querem baixar isso em redes P2P vai demorar……

Tem tantas citações do Clube da Luta que eu posso fazer agora: "TV make us want to buy things that we don't need, like some guy's name on my underwear", "You're not a beatiful and unique snowflake" ou "We used to read pornography, now it's the Vorshow collection"

A ganância pessoal deve associar-se à excelsidade da criatividade de cada um. Todos queremos amanhâ ser melhores que aquilo que somos hoje. Queremos ser reconhecidos pelo contributo que dámos à espécie Humana e não apenas vivermos no esterco da riqueza que conduz à estupidez da mente Humana.
As conquistas individuais partilhadas com a espécie enaltecem o individuo e a sociedade onde ele está inserido.

Offline Fred

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #6 Online: 22 de Janeiro de 2007, 11:02:05 »
Não entendi muita coisa, e o pouco que eu entendi mal fica em pé.

Basicamente relaciona a visão politica da não-hierarquização e da liberdade com os conceitos morais relacionados com a fé de não existir fé.

Entendeu agora, Mimi ? :?
“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot

Offline Rodion

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #7 Online: 22 de Janeiro de 2007, 11:05:04 »
rapaz, que confusão de conceitos.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Rhyan

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #8 Online: 22 de Janeiro de 2007, 15:52:13 »
Não dá pra ler tudo, depois da falácia da soma total 0 eu parei.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #9 Online: 22 de Janeiro de 2007, 23:15:26 »
Não dá pra ler tudo, depois da falácia da soma total 0 eu parei.

Podias ser mais explicito.

Rhyan

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #10 Online: 23 de Janeiro de 2007, 16:14:40 »
Ok.

A riqueza de poucos será a pobreza de muitos.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #11 Online: 25 de Janeiro de 2007, 21:40:39 »
Ok.

A riqueza de poucos será a pobreza de muitos.

Não disseste o que poderá refutar esta frase.
A riqueza será uma caracteristica relativa, mediante comparação de individuos e/ou classes. Assim poderemos ter uma noção de distribuição. A riqueza ao ser colocada numa pequena minoria obviamente que a maioria cairá na pobreza. Sempre atribuindo os caracteres relativos daquilo que é concreto.
Vejamos por exemplo o Sudão ou a Arábia Saudita. A riqueza concentra-se num número reduzidissimo, que pratica os luxos mais exorbitantes e inimagináveis, tais como coleções de carros de luxo, carros em prata, aviões particulares com interiores a ouro, etc, enquanto a maioria da população tenta apenas sobreviver.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #12 Online: 25 de Janeiro de 2007, 21:42:39 »
Já agora fica aqui uma imagem do Brunei que demonstra o que tento dizer.


Offline Alegra

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #13 Online: 26 de Janeiro de 2007, 13:31:18 »
Não dá pra ler tudo, depois da falácia da soma total 0 eu parei.

Ok.

A riqueza de poucos será a pobreza de muitos.

Rhyan: Acho que o Flush quis dizer que enquanto a riqueza estiver nas mãos de meia dúzia de pessoas imorais, milhões estarão na mais extrema miséria sem oportunidade de mudança………é isso que eu entendi.  :vergonha:
 
O que causa essa diferença de classes sociais é a falta de moral ou imoralidade no sentido que "A existência de riqueza conduz à decadência de moralidade e de existência saudável psicológica. A alienação material causada pelo luxo, retira as bases Humanas fundadas na necessidade e sobrevivência individual e da espécie. A mente atormentada pelo luxo, alienada pelo materialismo, e corrompida pelo prazer do poder de poder, navega no vácuo imenso da irresponsabilidade Humana, da degeneração moral e da decadência como ser Humano."


"A pobreza é o reflexo. A riqueza de poucos será a pobreza de muitos. As necessidades insatisfeitas e a sobrevivência dificultada ou mesmo impossibilitada trás um conjunto imenso de factores de decadência física e mental pela incapacidade de subsistência. Males que provocam o desespero, e a ira de não se conseguir a dignidade de ser. A propagação dos negativismos da riqueza e da pobreza, e discrepâncias a elas associadas, reflectir-se-à em toda uma sociedade. E nas circundantes."


Se você lê a frase (A riqueza de poucos será a pobreza de muitos)dentro do parágrafo todo não fica assim tão falasioso.

"A igualdade não se poderá manifestar por um carácter de obrigatoriedade, mas sim pelo carácter de moralidade."

E para terminar:
"Qual será a qualidade de ser que atribuirá o conceito de moral? O Ateísmo.(...) Se deuses não repudiam a imoralidade, repudia-a a sociedade.

Gostei muito do texto e da maneira como foi escrito.  :ok:


« Última modificação: 26 de Janeiro de 2007, 14:04:08 por Alegra »
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Alegra

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #14 Online: 26 de Janeiro de 2007, 14:07:56 »
É uma tendência… muito embora reações, algumas radicais, como sempre, venham a ser tomadas do outro lado na tentativa de preservar o status quo.

Você acha mesmo que é uma tendência? ou queria que fosse uma tendência??

Pra mim infelizmente eu acho que é uma utopia.... :'(
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #15 Online: 26 de Janeiro de 2007, 14:32:23 »
Aviso: por favor não interprete minhas críticas como insultos. Não é essa minha intenção.

Achei o texto palavroso demais. Sou daqueles chatos que valorizam a clareza do pensamento e detestam neologismos e preciosismos. Acho que o texto lembra redações de alunos do ensino médio e pode ser resumido como "se todos deixassem de aceitar uma moral imposta por figuras de autoridade, se preocupassem menos com bens materiais e se tornassem ateus, o mundo seria um lugar melhor." Você também faz várias afirmações infundadas. Por exemplo:
Citar
A existência de riqueza conduz à decadência de moralidade e de existência saudável psicológica. A alienação material causada pelo luxo, retira as bases Humanas fundadas na necessidade e sobrevivência individual e da espécie. A mente atormentada pelo luxo, alienada pelo materialismo, e corrompida pelo prazer do poder de poder, navega no vácuo imenso da irresponsabilidade Humana, da degeneração moral e da decadência como ser Humano.
Você se dá conta de que grande parte dos filósofos e cientistas que debateram questões morais e reclamaram da decadência de suas respectivas sociedades eram pessoas das classes privilegiadas? E que muitos desses pensadores só tiveram a oportunidade de, bem, pensar, pelo fato de pertencerem a uma classe privilegiada? Você também se dá conta de que a maioria de nós, habitantes do século XXI, temos acesso a bens materiais que estariam além dos sonhos mais loucos da classes privilegiadas dos últimos 10000 anos de história? Você, que (presumo) tem um computador, telefone, roupas limpas, acesso a água potável e esgoto, aspirina, vacinas e celular se considera "alienado pelo luxo"? Além disso, o corolário de sua afirmação seria: "a inexistência de riqueza leva ao aumento da moralidade e da saúde mental". Em que você se baseia para afirmar isso?
Não estou dizendo que não seja verdade, mas você tem algum dado para basear essa afirmação?

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A pobreza é o reflexo. A riqueza de poucos será a pobreza de muitos.
Em teoria de jogos, um jogo de soma zero pode ser entendido como aquele em que, quando um participante ganha uma rodada, o outro necessariamente perde. Você parece afirmar peremptoriamente que a relação entre ricos e pobres é um jogo de soma zero. Pode ser que sim, pode ser que não (não entendo muito de economia), mas em que você baseia essa afirmação?

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As necessidades insatisfeitas e a sobrevivência dificultada ou mesmo impossibilitada trás um conjunto imenso de factores de decadência física e mental pela incapacidade de subsistência.
Tradução: pobreza é ruim, mmkaay?

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Qual será a qualidade de ser que atribuirá o conceito de moral? O Ateísmo. Quando atitudes hediondas de homofobia, genocidio, sexismo, parasitismo e alienação não podem ser desculpados por um ente inexistente, seja ele deus, allah, zeus, apollo, anúbis, ou qualquer outro desses seres imaginários, serão então indesculpadas por uma sociedade saudável, verdadeira e moralista. Mas se a base de percepção da realidade fôr real, não existirá então a conduta imoral apoiada por deuses. Se deuses não repudiam a imoralidade, repudia-a a sociedade. Mas se esses deuses imorais inexistirem nas psicologias individuais, as acções de imoralidade prosseguirão? A moral adquirida. A Vida previligiada. A Fratenidade finalmente alcançada…
Você está equivocado: não é a crença religiosa em sí que causa todos esses problemas citados, mas sim a crença em absolutos, que é inerente tanto a crenças religiosas como a ideologias como o nazismo e o comunismo. Algumas das maiores tragédias da humanidade foram causadas por pessoas que não admitiam a possibilidade de estarem erradas. Lembre-se: Stalin era ateu. Você estaria mais correto se tivesse usado "ceticismo" no lugar de "ateísmo". Mesmo assim: para sermos morais, precisamos concordar com um conjunto de princípios. No momento em que agimos sob o princípio, por exemplo, de que "roubar é errado", temos que suspender temporariamente nosso ceticismo.


You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Alegra

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #16 Online: 26 de Janeiro de 2007, 15:00:01 »
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Você se dá conta de que grande parte dos filósofos e cientistas que debateram questões morais e reclamaram da decadência de suas respectivas sociedades eram pessoas das classes privilegiadas? E que muitos desses pensadores só tiveram a oportunidade de, bem, pensar, pelo fato de pertencerem a uma classe privilegiada? Você também se dá conta de que a maioria de nós, habitantes do século XXI, temos acesso a bens materiais que estariam além dos sonhos mais loucos da classes privilegiadas dos últimos 10000 anos de história?

Desculpa dar pitaco, mas em nenhum momento em que li este texto me pareceu que ele quis dizer que todos que pertencem a classe privilegiada são imorais…mas sim que por imoralidade de alguns tantos dessa classe privilegiada o número de filósofos, cientistas e pensadores (como você disse) talvez não fosse tão pequeno e restrito por exemplo.

Mas enfim, esperemos a resposta do Flush , porque "é claro que eu posso estar enganada!" na percepção das coisas.
E o texto é escrito à maneira do português de Portugal, talvez por isso o "preciosismo"..."mas é claro que eu posso estar enganada!"  :D
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Offline FxF

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #17 Online: 26 de Janeiro de 2007, 15:22:34 »
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Em teoria de jogos, um jogo de soma zero pode ser entendido como aquele em que, quando um participante ganha uma rodada, o outro necessariamente perde. Você parece afirmar peremptoriamente que a relação entre ricos e pobres é um jogo de soma zero. Pode ser que sim, pode ser que não (não entendo muito de economia), mas em que você baseia essa afirmação?
Riqueza e pobreza se baseia na média pela economia e número de pessoas.
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Você está equivocado: não é a crença religiosa em sí que causa todos esses problemas citados, mas sim a crença em absolutos, que é inerente tanto a crenças religiosas como a ideologias como o nazismo e o comunismo.
1 - Religião é a crença absoluta previamente escrita.
2 - Ditadura é a centralização de poder. Ou seja, é relativo a um indivíduo ser a crença absoluta.

rizk

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #18 Online: 27 de Janeiro de 2007, 22:38:02 »
Quanto ao assunto, eu só entendo que HÁ QUE ENFORCAR O ÚLTIMO TIRANO COM AS TRIPAS DO ÚLTIMO PADRE!

WOOHOO!!! PUNK ROCK NA VEIA!!!!

:/

Não fode, cara.
O anarquismo é a última coisa a ser liberal nesse mundo: pressupõe que nós todos sejamos amorosos, pacíficos, não tenhamos ganância, não queiramos proteger a nossa vida e a nossa prole. Ele EXIGE uma moralidade muito estrita para poder existir, e uma moralidade que contraria muito mais os nossos instintos primários que, vá lá, não desejar a mulher do amigo ou cobrir a cabeça ao sair na rua.

Falácia por falácia, que valha a seguinte: todo não-democrata é um autoritário, seja para a direita ou pra esquerda

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #19 Online: 28 de Janeiro de 2007, 14:11:42 »
Não dá pra ler tudo, depois da falácia da soma total 0 eu parei.



Ok.

A riqueza de poucos será a pobreza de muitos.

Rhyan: Acho que o Flush quis dizer que enquanto a riqueza estiver nas mãos de meia dúzia de pessoas imorais, milhões estarão na mais extrema miséria sem oportunidade de mudança………é isso que eu entendi.  :vergonha:
 
O que causa essa diferença de classes sociais é a falta de moral ou imoralidade no sentido que "A existência de riqueza conduz à decadência de moralidade e de existência saudável psicológica. A alienação material causada pelo luxo, retira as bases Humanas fundadas na necessidade e sobrevivência individual e da espécie. A mente atormentada pelo luxo, alienada pelo materialismo, e corrompida pelo prazer do poder de poder, navega no vácuo imenso da irresponsabilidade Humana, da degeneração moral e da decadência como ser Humano."


"A pobreza é o reflexo. A riqueza de poucos será a pobreza de muitos. As necessidades insatisfeitas e a sobrevivência dificultada ou mesmo impossibilitada trás um conjunto imenso de factores de decadência física e mental pela incapacidade de subsistência. Males que provocam o desespero, e a ira de não se conseguir a dignidade de ser. A propagação dos negativismos da riqueza e da pobreza, e discrepâncias a elas associadas, reflectir-se-à em toda uma sociedade. E nas circundantes."


Se você lê a frase (A riqueza de poucos será a pobreza de muitos)dentro do parágrafo todo não fica assim tão falasioso.

"A igualdade não se poderá manifestar por um carácter de obrigatoriedade, mas sim pelo carácter de moralidade."

E para terminar:
"Qual será a qualidade de ser que atribuirá o conceito de moral? O Ateísmo.(…) Se deuses não repudiam a imoralidade, repudia-a a sociedade.

Gostei muito do texto e da maneira como foi escrito.  :ok:




É sem dúvida esse o ponto de vista relativamente às discrepâncias sem sentido existentes entre luxo e sobrevivência. São esquecidos os mais básicos conceitos Humanos de solidariedade para com o próprio e para com a espécie. Uma minoria deter maioria da riqueza de uma sociedade é um facto demasiadamente enraizado, e consequentemente visto como a normalidade por habituação.

Ainda bem que gostaste do texto. É apenas uma breve exposição de ideais muitas vezes tomados como nefastos, apenas e só porque se desconhece o que defendem.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #20 Online: 28 de Janeiro de 2007, 14:15:20 »
É uma tendência… muito embora reações, algumas radicais, como sempre, venham a ser tomadas do outro lado na tentativa de preservar o status quo.

Esta utopia pode ser interpretada como a perfeição. Pode-se considerar a perfeiç
É uma tendência… muito embora reações, algumas radicais, como sempre, venham a ser tomadas do outro lado na tentativa de preservar o status quo.

Você acha mesmo que é uma tendência? ou queria que fosse uma tendência??

Pra mim infelizmente eu acho que é uma utopia… :'(
Você acha mesmo que é uma tendência? ou queria que fosse uma tendência??

Pra mim infelizmente eu acho que é uma utopia… :'(

A perfeição é um ideal utópico. É impossível atingir tal estado. Mas isso não deve fazer com que nos contentêmos com a imperfeição. Devemos perseguir a perfeição e tentar chegar o mais perto possível.
A impossibilidade de algo não pode fazer com que nos satisfaçamos com o erro.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #21 Online: 28 de Janeiro de 2007, 15:22:01 »
Agora relativamente aos comentários do Dr. Manhattan.

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Aviso: por favor não interprete minhas críticas como insultos. Não é essa minha intenção.

Achei o texto palavroso demais. Sou daqueles chatos que valorizam a clareza do pensamento e detestam neologismos e preciosismos. Acho que o texto lembra redações de alunos do ensino médio e pode ser resumido como "se todos deixassem de aceitar uma moral imposta por figuras de autoridade, se preocupassem menos com bens materiais e se tornassem ateus, o mundo seria um lugar melhor.

Insultos são criticas negativas sem coerência e sem argumentos. O que não é o caso.

Existem gostos para tudo. É essa diversidade que nos faz querer expôr as nossas ideias e acatar as ideias dos outros. Prefiro textos trabalhados e palavrosos pois transmitem uma realidade mais aprofundada e mais rica. Expõem ideais de forma mais alicerçada e demonstrativa ao ser adornada.
Acho que um exemplo demonstrativo de textos que me maravilham são os de Kafka. Podem ser obviamente reduzidos a meia dúzia de linhas, mas perdem toda a força e criatividade. Existem muitas situações onde a objectividade deve ser previligiada, como História ou Ciência. Neste caso não me familiarizo com reduções simplistas que fazem um raciocinio perder a sua força.

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Você se dá conta de que grande parte dos filósofos e cientistas que debateram questões morais e reclamaram da decadência de suas respectivas sociedades eram pessoas das classes privilegiadas? E que muitos desses pensadores só tiveram a oportunidade de, bem, pensar, pelo fato de pertencerem a uma classe privilegiada? Você também se dá conta de que a maioria de nós, habitantes do século XXI, temos acesso a bens materiais que estariam além dos sonhos mais loucos da classes privilegiadas dos últimos 10000 anos de história? Você, que (presumo) tem um computador, telefone, roupas limpas, acesso a água potável e esgoto, aspirina, vacinas e celular se considera "alienado pelo luxo"? Além disso, o corolário de sua afirmação seria: "a inexistência de riqueza leva ao aumento da moralidade e da saúde mental". Em que você se baseia para afirmar isso?
Não estou dizendo que não seja verdade, mas você tem algum dado para basear essa afirmação?


Tudo isto era bem verdade caso fosse colocado em questão o desenvolvimento Humano, dando-lhe conotação negativa. Tal não é o caso. O desenvolvimento Humano nas suas componentes materiais e racionais é o complemento mais importante à mera reprodução e sobrevivência. Podermos colocar os prolemas de mera sobrevivência em campos secundários e colocar a vivência como primário é o que defendo, mas sem que para isso seja necessário enveredar por dominações daqueles a quem essa sobrevivência é o primário.
Existe também um factor em que colocaste em igualdade. A riqueza e o luxo. Defendo completamente a riqueza igualitária de um conjunto de individuos de uma sociedade. O objectivo seria a existência em igualdade de individuos que podessem ser o mais ricos possiveis. A riqueza máxima de uma sociedade em que essa riqueza fizesse com que todos lutem pela criatividade e pela força de vivência e não apenas pela sobrevivência.
Os exemplos que forneceste têm de ser considerados relativos. Se por exemplo no Brunei esses exemplos são luxo, na Suécia não o são. São apenas aquilo que uma sociedade conseguiu tomar como patamar base, enquanto outra não. Para além disso temos também de considerar a relatividade nesses mesmos exemplos. Possuir um carro por necessidade para transporte é muito diferente de se possuir uma carro em prata metido numa garagem enquanto crianças nessa mesma sociedade morrem à fome.
Sem dúvida que os maiores defensores de ideais de igualdade se situavam em classes previligiadas, e daí provém a maior das minhas admirações, ao abandonarem os luxos quando se dão conta da degradação de moral e Humana em que estão inseridos. O contacto com os polos de luxo e de pobreza extrema deve proporcionar essa visão.

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Em teoria de jogos, um jogo de soma zero pode ser entendido como aquele em que, quando um participante ganha uma rodada, o outro necessariamente perde. Você parece afirmar peremptoriamente que a relação entre ricos e pobres é um jogo de soma zero. Pode ser que sim, pode ser que não (não entendo muito de economia), mas em que você baseia essa afirmação?


A teoria de jogos parte de pressupostos absolutos. Neste caso tudo é relativo. O objectivo é a ausência de jogo e de competição entre economia e sim uma reunião de esforços no mesmo sentido de evolução. Podemos se dúvida falar de jogos com algum sentido. Ao colocarmos milhares na pobreza roubando os seus meios de subsistência temos derrotados. Mas continuar a ver a competição como dsenvolvimento é errado, pois a reunião de esforços para um desenvolvimento em conjunto traz ganhos a todos. Competição entre factores economicos entre sociedades e individuos acarreta necessáriamente derrotados, em que o número de vencedores é sempre muito mais pequeno que a quantidade de derrotados.

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Você está equivocado: não é a crença religiosa em sí que causa todos esses problemas citados, mas sim a crença em absolutos, que é inerente tanto a crenças religiosas como a ideologias como o nazismo e o comunismo. Algumas das maiores tragédias da humanidade foram causadas por pessoas que não admitiam a possibilidade de estarem erradas. Lembre-se: Stalin era ateu. Você estaria mais correto se tivesse usado "ceticismo" no lugar de "ateísmo". Mesmo assim: para sermos morais, precisamos concordar com um conjunto de princípios. No momento em que agimos sob o princípio, por exemplo, de que "roubar é errado", temos que suspender temporariamente nosso ceticismo.



A problemática que tento expôr é esse mesmo carácter totalitário praticado por estados e religiões. O ateísmo advém da necessidade de moral, responsabilidade e de convicções alicercadas por factos e argumentações plausiveis. Repudio qualquer situação de totalitarismo, mas vejo na religião o maior erro de absolutismo. Ao colocarmos convicções infundamentadas dentro da nossa percepção do mundo, potenciamos acções infundamentadas. A responsabilidade de tomarmos um conceito de verdade tem de ser racional e fundamentada. Ao colocarmos na fé um estatuto de irresponsabilidade racional estámos a fomentar as disputas entre individuos causadas por mitologias irresponsáveis baseadas em ridicularidades de paraisos e infernos onde a vida é tomada como secundária e uma via de oposição e guerra entre seres imaginários.
Todas as afirmações têm de ter racionalidade, argumentação e factos. Sem isso a irresponsabilidade pôe em causa a mais pura das verdades. A Vida.
Mas estes pensamentos dependem sempre daquilo que entendemos das palavras. A componente Ateísmo pode ter diversas interpretações. Neste caso aplica-se a tudo o que é tomado como verdade e é completamente infundado. É essa a busca da responsabilidade racional que corresponde aos valores que se devem obter da vivência.
Ateísmo como forma de moralidade, a essência das convicções plausiveis que não refuta as comprovações. Apenas as exige. Totalitarismo de estados e religiões são colocadas nos campos das acções, que marioritariamente advêm de convicções infundamentadas.

Excelente conjunto de comentários e perguntas Dr. Manhattan. ;)

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #22 Online: 28 de Janeiro de 2007, 15:59:15 »
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Você se dá conta de que grande parte dos filósofos e cientistas que debateram questões morais e reclamaram da decadência de suas respectivas sociedades eram pessoas das classes privilegiadas? E que muitos desses pensadores só tiveram a oportunidade de, bem, pensar, pelo fato de pertencerem a uma classe privilegiada? Você também se dá conta de que a maioria de nós, habitantes do século XXI, temos acesso a bens materiais que estariam além dos sonhos mais loucos da classes privilegiadas dos últimos 10000 anos de história?

Desculpa dar pitaco, mas em nenhum momento em que li este texto me pareceu que ele quis dizer que todos que pertencem a classe privilegiada são imorais…mas sim que por imoralidade de alguns tantos dessa classe privilegiada o número de filósofos, cientistas e pensadores (como você disse) talvez não fosse tão pequeno e restrito por exemplo.

Mas enfim, esperemos a resposta do Flush , porque "é claro que eu posso estar enganada!" na percepção das coisas.
E o texto é escrito à maneira do português de Portugal, talvez por isso o "preciosismo"…"mas é claro que eu posso estar enganada!"  :D

O maior reside no luxo e não na existência de classes previligiadas. Estas também são o problema mas de menores proporções. A imoralidade provém do luxo. Da luta desenfreada por conseguir extorquir o máximo de tudo e de todos para viver na mais obscura putrefação material. Quem não se seduz pelo luxo pode coexistir com ele, ser um pertence a uma classe social previligiada e manter a moral de contrariar tendências sociais. O contacto com as desigualdades por parte de quem possui o luxo não traz vontades morais de altruismo e solidariedade, pois esse mesmo luxo material degenerou todo o conjunto de valores morais que se pode possuir.

Offline Flush

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Re: Moral, anarquismo e ateísmo
« Resposta #23 Online: 28 de Janeiro de 2007, 16:10:47 »
Quanto ao assunto, eu só entendo que HÁ QUE ENFORCAR O ÚLTIMO TIRANO COM AS TRIPAS DO ÚLTIMO PADRE!

WOOHOO!!! PUNK ROCK NA VEIA!!!!

:/

Não fode, cara.
O anarquismo é a última coisa a ser liberal nesse mundo: pressupõe que nós todos sejamos amorosos, pacíficos, não tenhamos ganância, não queiramos proteger a nossa vida e a nossa prole. Ele EXIGE uma moralidade muito estrita para poder existir, e uma moralidade que contraria muito mais os nossos instintos primários que, vá lá, não desejar a mulher do amigo ou cobrir a cabeça ao sair na rua.

Falácia por falácia, que valha a seguinte: todo não-democrata é um autoritário, seja para a direita ou pra esquerda

Pelo contrário das tuas afirmações, anarquia supõe a maior proteção possível da nossa vida e a da espécie. Os fins pacificos advêm da ausência de competição entre crenças. Um mesmo objectivo de desenvolvimento, que também pode ser visto pela ganância de uma vida melhor e justa, mas não por um individuo, por todos. Todos temos a responsabilidade de sermos amorosos, a própria essência Humana quando não empregue em circunstâncias de obrigatoriedade estadual e religiosa pode viver sem ódios impostos por minorias, pelo amor de sermos iguais e de termos os mesmos objectivos.
Tudo isto desaparece com factores ridiculos, disputas pela verdade de seres imaginários, lutas desenfreadas pela posse, de ser mais que o outro.
Moralidade reflecte prossupostos de igualdade e de ausência de dominadores e dominados.

Essa falácia nem sequer entra na existência e pensamento anarquista.
Falas em níveis de autoridade, quando os níveis que falo são os de organização.

 

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