As empresas privadas adoram arrotar que o estado deve se abster de interferir no mercado, mesmo em nível regulatório. Mas quando quebram suas caixas previdênciárias, adivinha o que acontece: "mamãe (governo), quero colo (toma que o filho é teu)!"
Do site da BBC, TEXTO DE LUCAS MENDES:***
Tristeza no ar
A Justiça decidiu que a United Airlines, segunda maior empresa aérea americana, também não precisa pagar as pensões de 134 mil aposentados. Era o cano ou a falência, disse a juíza
Por Lucas Mendes
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No começo do ano, os aposentados da US Airways já tinham levado um calote nas suas pensões. Agora foi a vez da United Airlines.
A Justiça decidiu que a segunda maior empresa aérea americana também não precisa pagar as pensões de 134 mil aposentados. Era o cano ou a falência, disse a juíza.
A Delta Airlines, a terceira maior empresa aérea, perdeu US$ 5 bilhões no ano passado e as ações da empresa despencaram nesta semana, quando anunciou que vai perder outros bilhões neste ano.
Se a US Airways e a United conseguiram se livrar de uma conta de bilhões de dólares, por que a Delta e outras concorrentes não vão seguir o exemplo?
A fórmula é simples. A empresa entra em concordata e pede ao tribunal para transferir as pensões para o Tio Sam. [papel bonito
]
O pepino vai parar na PBGS, iniciais em inglês da Corporação de Garantia dos Benefícios de Pensão, uma agência criada pelo governo federal em 1974 e que, sem incluir os US$ 9 bilhões da United, já está num buraco de US$ 23 bilhões.
Nós, contribuintes, não podemos deixar uma agência do Tio Sam falir, mas ela não vai pagar as mesmas pensões.
Milhares de pilotos da United estavam aposentados com mais de US$ 100 mil por ano.
Agora eles vão receber no máximo US$ 45 mil. Uma comissária que trabalhou 30 anos e tinha uma aposentadoria de US$ 1,7 mil por mês vai receber US$ 800.
As empresas aéreas são vítimas da combinação de terrorismo, preço do petróleo e concorrência das menores, mas as companhias de aviação não são as únicas em crise nos Estados Unidos.
A GM e a Ford estão atoladas até o pescoço, em grande parte por causa de suas pensões e planos de saúde.
Se as companhias de avião podem dar o calote, por que não as de automóveis?
E as de aço, seguros, energia, etc. Bye bye pensão....
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Previdência deve ser feita através de contas individuais e capitalizadas (mesmo sistema do FGTS), com contribuições exclusivas dos empregados. As empresas devem se abster de pagar previdência (pública e complementar privada) e impostos "sociais" (PIS e COFINS, por exemplo). E se querem dar benefícios úteis, optem por outras coisas (seguro saúde de qualidade, por exemplo). Agora não venham chorar contra o IR, por favor. IR alto em empresas e para ricos é bom e eu gosto!!!
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