Autor Tópico: Sobre o Universo  (Lida 5896 vezes)

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Offline FxF

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #25 Online: 27 de Fevereiro de 2007, 18:00:03 »
Como assim surgir do nada e ter fim?

"Surgir do nada" é impossível, o que chamamos de "nada" teve a propriedade de "criar" um "algo". Essa propriedade ou característica já faz com que deixe de ser somente nada.

Fim?
Onde podemos ver algo no universo ter fim? A matéria fundamental (que digo incluir matéria, energia e tudo mais, já que é tudo a mesma coisa no final das contas) sempre se conserva, não é possível observar a perda de tal.
Nós temos do noção verdadeira do que é deixar de existir?

Offline Dbohr

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #26 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 06:59:51 »
O Universo pode se expandir tanto que todas as partículas de matéria ficariam afastadas demais umas das outras para interagir. Considero isso um fim particularmente lúgubre.

Offline Pregador

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #27 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 08:38:47 »
O Universo pode se expandir tanto que todas as partículas de matéria ficariam afastadas demais umas das outras para interagir. Considero isso um fim particularmente lúgubre.

Mas não é o fim... Continuaria existindo o universo...
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Offline Dbohr

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #28 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 09:39:36 »
Para todos os efeitos práticos seria o fim.

Offline Iconoclasta SP

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #29 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 12:29:35 »
Os grandes aglomerados de partículas não se afastam devido à expansão do Universo. A força gravitacional as mantém unidas. Uma analogia boa é colar grãos de feijão numa bexiga e inflá-la.

Apesar da distância entre os feijões aumentarem com o enchimento do Balão, as partículas que formam o feijão não se afastam, porque estão unidas por uma força muitíssimo maior. Esse cenário de Universo gelado com partículas sem interação é algo impossível de ocorrer. E embora a inflação universal esteja acelerando, nada garante que ela não será retardada com o tempo.

- x- x- x-

Quanto à questão do Big-Bang, eu tenho uma idéia pessoal, sem nenhuma prova científica ou muito menos matemática, que poderia dar alguma orientação na discussão. Eu imagino que as partículas mensageiras responsáveis pela força de atração da matéria, que são os grávitons (ainda não identificados em aceleradores de partículas), quando colocados às condições fantásticas de temperatura e pressão próximas daquelas do instante zero (instante negativo, portanto) perderiam sua capacidade de coesão. Vamos imaginar que embora seja uma partícula fugidia, ela possa responder de alguma forma à condições extremas.

Na mesma linha que prótons se quebrariam m quarks up e down, e estes quarks também poderiam perder suas características conhecidas e adotar outras formas de matéria. Imaginar as partículas como cordas poderia ser útil nessa discussão, embora a teoria das cordas seja pra lá de controversa.

Um nível de temperatura e pressão tão espetacular poderia alterar o padrão vibratório das cordas, modificando suas propriedades. POr exemplo, o gráviton deixaria de coligir a matéria devido à sua compressão nas n dimensões retorcidas que eventualmente existem no espaço, e a matéria deixaria de atrair matéria na razão do quadrado da distância das massas, enfraquecendo as ligações que levariam ao colapso da relatividade (singularidade).

Neste cenário, a gravidade "decairia" até um ponto que a repulsão entre partículas poderia suplantar a coesão mínima que os grávitons estariam impondo, possibilitando uma expansão (big-bang).

Com a queda de temperatura e pressão violenta segundos após o big-bang (ou frações de segundo), os filamentos de energia começam a tomar suas formas conhecidas, e os grávitons e demais partículas mensageiras começariam a se "cristalizar" nas formas hoje conhecidas, como um mineral que se cristaliza com o resfriamento do magma.

Em determinado ponto, as cordas (ou filamentos de energia) ficam em estado metaestável. Da mesma forma que um cristal de quartzo necessita de milhares de graus para se formar mas adota uma forma definitiva após o resfriamento, formando prismas que mantém sua forma mesmo nas temperaturas ridículas da atmosfera (menos de 30 graus C geralmente). o gráviton se comportaria como hoje conhecemos, atraindo matéria e formando os campos gravitacionais.

É um pensamento próprio meu, sem base matemática nenhuma. Mas uma teoria tem que surgir de algum lugar né. :)

Offline Dbohr

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #30 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 13:08:14 »
Os grandes aglomerados de partículas não se afastam devido à expansão do Universo. A força gravitacional as mantém unidas. Uma analogia boa é colar grãos de feijão numa bexiga e inflá-la.

Apesar da distância entre os feijões aumentarem com o enchimento do Balão, as partículas que formam o feijão não se afastam, porque estão unidas por uma força muitíssimo maior. Esse cenário de Universo gelado com partículas sem interação é algo impossível de ocorrer. E embora a inflação universal esteja acelerando, nada garante que ela não será retardada com o tempo.

Impossível?

Só seria impossível se soubéssemos com certeza que a expansão seria retardada com o tempo. Repare que eu não afirmei categoricamente que isso aconteceria, mas é um cenário possível, sim. Estou falando de um futuro inimaginavelmente distante, da ordem de trilhões de trilhões de anos à frente.

Offline Iconoclasta SP

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #31 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 13:17:40 »
Se você colocar um imã com o polo negativo e outro com o polo positivo vira para ele, você só consegue desconectar um do outro utilizando um campo mais forte que o outro imã.

É como 1 + 1 =2.

Como você vai suplantar a ligação entre partículas utilizando uma força mais fraca que esta ligação?

Offline Dbohr

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #32 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 13:31:25 »
Decaimento de prótons, entropia atingindo um máximo, a própria Gravitação e o eletromagnetismo mudariam de cara.

Isso SE o Universo se expandir ad infinitum, SE prótons decaírem mesmo, etc. etc.

Veja em:

http://en.wikipedia.org/wiki/Heat_Death

Offline FxF

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #33 Online: 28 de Fevereiro de 2007, 21:19:01 »
Valendo falar, já que a expansão do universo pode ser observado devido a distanciamento de certos astros, então toda matéria existente está se afastando, certo? Talvez só isso indique que podemos sobreviver a expansão do universo, já que sempre ocorre.

Aliás, o que é um graviton? Eu sabia que é uma partícula "hipotética", mas ela é referente a ser um "quark" responsável pela atração dos átomos ou é referente a "reserva" da energia do potencial gravitacional?

Offline Dbohr

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Re: Sobre o Universo
« Resposta #34 Online: 01 de Março de 2007, 10:13:21 »
Valendo falar, já que a expansão do universo pode ser observado devido a distanciamento de certos astros, então toda matéria existente está se afastando, certo? Talvez só isso indique que podemos sobreviver a expansão do universo, já que sempre ocorre.

Sempre ocorreu até agora, o que não indica que as coisas sempre continuarão deste jeito. Qualquer que seja o futuro do Universo, sabemos que o tempo de vida dele é muito, muito, MUITO maior do que o tempo decorrido até agora desde o (suposto) BB.

Sobreviver à expansão do Universo seria relativamente fácil, se dependesse apenas de ficar sentado esperando. O difícil é sobreviver à Entropia crescente, que cessaria os processos de Astrogênese e esfriaria todo o Universo, pois diminuiria a quantidade de energia útil para realizar trabalho.

Para piorar este quadro, se os prótons realmente decaírem depois de muito tempo, a matéria bariônica da qual somos feitos não mais existiria como tal. Não tem como ficar muito mais lúgubre do que isso -- mas fica. Depois de muito mais tempo ainda, nem sequer buracos negros existiriam, tendo longamente "evaporado". Por fim, o Universo seria um infindável mar em calmaria de fótons. A densidade energética do Universo seria tão minúscula que nenhum novo processo poderia ocorrer. Tudo o que existe estaria praticamente no Zero Absoluto, e separado por incomensuráveis distâncias.

Se o Universo se estabilizar nesta fase, daqui a uns 101000 anos no futuro e além, teremos atingido a Morte Térmica. Como diria o poeta T. S. Elliot, "a vida termina não com um estampido, mas com um murmúrio".

Lúgubre :-)

Por outro lado, sempre existe a possibilidade de num estado de energia tão baixo quanto esse, as flutuações quânticas do vácuo serem de uma ordem muito maior que a energia disponível ao redor, o que pode levar a toda sorte de efeitos imprevisíveis. Ironicamente, seriam os efeitos macroscópicos dominantes desta Era.

Citar
Aliás, o que é um graviton? Eu sabia que é uma partícula "hipotética", mas ela é referente a ser um "quark" responsável pela atração dos átomos ou é referente a "reserva" da energia do potencial gravitacional?

SE o gráviton existir, ele seria o quantum da atração gravitacional; a partícula-mensageira responsável por essa interação. Ele provavelmente seria um bóson, como o fóton, que é o intermediário da força eletromagnética.

 

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