Autor Tópico: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!  (Lida 4274 vezes)

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Nigh†mare

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #25 Online: 18 de Novembro de 2007, 23:22:04 »
Basicamente?

Até há pouco tempo atrás, a moral teve o sagrado como liga, blindagem e justificativa de suas normas.
O sagrado acabou promovendo a queima da fogueira de mulheres por motivos como corte de cabelo curto, fazer fogueiras para festas ao luar, calçar meias de um modo não ortodoxo; depois, passou-se a queimar médicos e estudantes de medicina, cientistas, observadores, questionadores... Os limites morais que o o sagrado impôs se baseava no "ou faça ou nós te queimamos vivos numa fogueira".

Qual a legitimidade moral dessas bases?


Há de concordar que era uma idéia forte, entranhada no consciente coletivo como poucas outras. Vocês têm a reciprocidade. Acha que isso vai durar alguma coisa?

Ainda gostaria de saber por quais critérios você concorda que analisássemos essas "morais".
Que paradigma você supõe que deva ser o dominante?

Tarcísio

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #26 Online: 19 de Novembro de 2007, 00:43:17 »
Basicamente?

Até há pouco tempo atrás, a moral teve o sagrado como liga, blindagem e justificativa de suas normas.
O sagrado acabou promovendo a queima da fogueira de mulheres por motivos como corte de cabelo curto, fazer fogueiras para festas ao luar, calçar meias de um modo não ortodoxo; depois, passou-se a queimar médicos e estudantes de medicina, cientistas, observadores, questionadores... Os limites morais que o o sagrado impôs se baseava no "ou faça ou nós te queimamos vivos numa fogueira".

Qual a legitimidade moral dessas bases?

Hoje em dia, realmente é impensável e tampouco quero eu trazer isso de volta, mas sem dúvida que em época devia existir, a legitimidade.

Há de concordar que era uma idéia forte, entranhada no consciente coletivo como poucas outras. Vocês têm a reciprocidade. Acha que isso vai durar alguma coisa?

Ainda gostaria de saber por quais critérios você concorda que analisássemos essas "morais".
Que paradigma você supõe que deva ser o dominante?
Ai está o problema que encontro, simplismente não vejo escolha. Sem dúvida que a reciprocidade, regra de ouro, é muito boa, mas é frágil, muito muito frágil.

Offline Südenbauer

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #27 Online: 19 de Novembro de 2007, 00:48:04 »
Princípios... eu prefiro um professor a um padre, uma escola a uma igreja. Questão de utilidade.

O fato é que a religião já serviu como mediador moral para a sociedade, mas hoje em dia eu já não a vejo como necessária, até porque durante a Históri percebemos em como ela teve fracassos em seu objetivo. É o que eu acho.

Offline Fabrício

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #28 Online: 19 de Novembro de 2007, 06:32:46 »
Também acho que a religião pode ter dado "liga" a princípios morais antigamente, mesmo que distorcidos. Mas atualmente ela não é mesmo mais necessária, o humanismo faz isto muito melhor. Os princípios listados pelo Nightmare são um bom exemplo desta moral. Em alguns pontos a religião vai de encontro com estes princípios (estou usando como exemplo a religião cristã), já em outros, não.

Um dos problemas de se tomar as religiões como base para a moral é exatamente ela própria, afinal todas querem estar certas, e sob este aspecto a liberdade de crença (o de não crer, como no caso dos ateus) já vai pro espaço. Outro exemplo é a liberdade sexual, que em geral é discriminada pelas religiões em geral.

Em países onde a moral ainda deriva fortemente da religião, como os islâmicos, acontecem absurdos como a fortíssima discriminação das mulheres, não há liberdade de expressão, além de punições brutais para delitos relativamente pequenos.

Não acho que a base para a moral desvinculada da religião seja frágil, em países laicos esta conceito está bem difundido e é aceito pela maioria, inclusive os religiosos não radicais. A maioria dos católicos que eu conheço, por exemplo, não acha certo discriminar os homossexuais, apesar da bíblia.
"Deus prefere os ateus"

Nigh†mare

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #29 Online: 19 de Novembro de 2007, 16:45:09 »
Basicamente?

Até há pouco tempo atrás, a moral teve o sagrado como liga, blindagem e justificativa de suas normas.
O sagrado acabou promovendo a queima da fogueira de mulheres por motivos como corte de cabelo curto, fazer fogueiras para festas ao luar, calçar meias de um modo não ortodoxo; depois, passou-se a queimar médicos e estudantes de medicina, cientistas, observadores, questionadores... Os limites morais que o o sagrado impôs se baseava no "ou faça ou nós te queimamos vivos numa fogueira".

Qual a legitimidade moral dessas bases?
Hoje em dia, realmente é impensável e tampouco quero eu trazer isso de volta, mas sem dúvida que em época devia existir, a legitimidade.
Tarcísio, legitimidade por força não é legitimidade. Nunca houve legitimidade da moral pseudocristã imposta aos mais fracos (nem mesmo do ponto de vista da prórpia moral cristã).



Há de concordar que era uma idéia forte, entranhada no consciente coletivo como poucas outras. Vocês têm a reciprocidade. Acha que isso vai durar alguma coisa?

Ainda gostaria de saber por quais critérios você concorda que analisássemos essas "morais".
Que paradigma você supõe que deva ser o dominante?
Ai está o problema que encontro, simplismente não vejo escolha. Sem dúvida que a reciprocidade, regra de ouro, é muito boa, mas é frágil, muito muito frágil.
Você está supondo que a reciprocidade é a única base dos princípios humanistas seculares que fundamentam a "moral laica", o que está longe de ser verdade.

Essa crise de fragilidade de alicerces de que você fala já foi superada há mais de dois séculos.

Tarcísio

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #30 Online: 19 de Novembro de 2007, 17:07:28 »
Tarcísio, legitimidade por força não é legitimidade. Nunca houve legitimidade da moral pseudocristã imposta aos mais fracos (nem mesmo do ponto de vista da prórpia moral cristã).

Como assim?
Você está supondo que a reciprocidade é a única base dos princípios humanistas seculares que fundamentam a "moral laica", o que está longe de ser verdade.

Essa crise de fragilidade de alicerces de que você fala já foi superada há mais de dois séculos.
Existe algum outro alicerce da "moral lacia" do porte da reciprocidade?

Nigh†mare

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Re: Olavo de Carvalho: Adeus, mundo ateu!
« Resposta #31 Online: 19 de Novembro de 2007, 19:19:23 »
Tarcísio, legitimidade por força não é legitimidade. Nunca houve legitimidade da moral pseudocristã imposta aos mais fracos (nem mesmo do ponto de vista da prórpia moral cristã).
Como assim?
A doutrina cristã se baseia no "amar ao próximo", no "todos são iguais perante Deus", no "Não julgarás", no "Não matarás". A moral pseudocristã queimava gente na fogueira por seus supostos pecados.



Você está supondo que a reciprocidade é a única base dos princípios humanistas seculares que fundamentam a "moral laica", o que está longe de ser verdade.

Essa crise de fragilidade de alicerces de que você fala já foi superada há mais de dois séculos.
Existe algum outro alicerce da "moral lacia" do porte da reciprocidade?
Igualdade (onde entra a reciprocidade), Liberdade, Fraternidade.

A busca pelo paraíso da moral cristã é a busca pela conquista e manutenção da liberdade da "moral secular" que se baseia na igualdade e na fraternidade (que mantém a igualdade).

Isso só para começar.

 

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