De fato. Mas, mire e veja, o que significa esse cipoal de leis senão o desejo latente de inércia? E que outra coisa expressa senão o imobilismo de todas as intâncias sociais. Precisamos urgente de estradas, mas a lei não permite fazê-las. Precisamos de agilidade dos assalariados, mas a lei... Estamos amarrados pelas leis que nós mesmos fizemos e quando não servem mais não conseguimos nos livrar delas por respeito a um formalismo inócuo. Formalismo que protege a casta dirigente! Enquanto o resto se curva na subserviência, o que não deixa de ser outro formalismo.
Mas falávamos de educação. Tinhamos um tanto de analfabetos e o governo achou por bem matricular as crianças na escola. Outra formalidade. A qualidade de ensino, humm... Agora temos analfabetos funcionais espalhados e devidamente diplomados. Os negros quase não tem curso superior - façamos as cotas. Os negros agoram vão ter diplomas. Mais uma solução formal. Os índices de reprovação são muito altos - deixemos de repetir as crianças. Elas se formam, ainda que não aprendam as matérias. Formalidade. Estou ficando repetitivo?
Mas falávamos da privatização das escolas. Pior do que o ensino público não ficará, pois quem quer educação de qualidade matricula seus filhos em caras escolas particulares. Isso até o superior, quando, então, os meninos e meninas pulam para as públicas, sabidamente as melhores. O Estado gasta os olhos da cara com o ensino superior dos abonados! E não pode acabar com os privilégios das universidades públicas. Formalidade, formalidade, formalidade.
Os pobres não tem mesmo acesso a educação - a não ser formalmente (o que não vale nada). Quem sabe privatizando a situação melhore. Pior não fica.