Autor Tópico: A farsa da "integração sul-americana"  (Lida 2373 vezes)

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Offline Luis Dantas

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Re: A farsa da "integração sul-americana"
« Resposta #25 Online: 06 de Março de 2007, 15:22:34 »
Ambas possibilidades bastante realistas, não acha?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Dr. Manhattan

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Re: A farsa da "integração sul-americana"
« Resposta #26 Online: 06 de Março de 2007, 15:31:55 »
Bem, como sabemos, a realidade tem irritante tendência a deixar decepcionados tanto os otimistas quanto os pessimistas. Aquele líder-sedento-de-poder pode até acaber sendo um bom governante, realmente mais sintonizado com sua população, e os impostos podem sim ser injustos. Difícil é se conseguir avaliar precisamente as vantagens e desvantagens da separação.
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Offline Rodion

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Re: A farsa da "integração sul-americana"
« Resposta #27 Online: 06 de Março de 2007, 17:35:35 »
Eu gostaria de viver para ver a integração ocorrer de fato. Mas se a experiência européia indica alguma coisa -- e as nossas atuais lideranças -- eu temo que isso não vá ocorrer… :-(

Dbhor, o quadro atual é desanimador, mas penso que devemos ser otimistas.

O processo de redemocratização sul-americana é relativamente recente. Países importantes na região, como Brasil e Argentina, além do Uruguai, só há pouco tempo voltaram a eleger diretamente seus representantes.
Acho que o aprendizado eleitoral é cumulativo, e a tendência é que com o tempo o eleitorado esteja mais consciente na escolha de seus líderes.


a instabilidade política de venezuela e bolívia farão um mal ao mercosul que tardará a passar. os propósitos do bloco evidentemente já foram esquecidos. sem lembranças da origem e com um possível renascimento do bloco com uma cara chavista-kirschnerista-terceiro-mundista, eu tenho motivos de sobra pra ser pessimista.
isso não é uma previsão, é uma constatação. o mercosul não vai acabar, ele já acabou.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Rodion

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Re: A farsa da "integração sul-americana"
« Resposta #28 Online: 06 de Março de 2007, 17:40:36 »
Depende de que tipo de união mundial. Uma união comercial pode ser interessante. Uma união política é um grande erro.
Pro pessoal aqui que (realmente) entende de economia: será que uma liberalização completa do comércio entre dois países com mercados completamente desproporcionais é realmente algo positivo (para o menor, digo)? Por exemplo: o mercado americano é imenso, 300 milhões de consumidores com um poder de compra alto, então nesse caso, por uma questão de escala, uma empresa americana pode praticar preços bem menores do que seria viável em um país com um mercado menor ou onde o poder aquisitivo da população é menor [1]. Uma liberalização total do comércio, nesse caso, poderia ser desastrosa para o pais menor. Será que essa análise está correta?
leve em conta a disparidade entre a valorização do câmbio dos dois países.
de qualquer forma, mesmo que fossem equivalentes, ainda há outras coisas. pra começar, a tal indústria não é obrigada a se estabelecer no país mais rico.
a 'vantagem do preço menor', também, seria somente no momento inicial. logo todas as empresas do bloco disputariam o mesmo mercado, e as que não quebrassem no momento inicial ou que surgissem depois deste estariam nas mesmas condições.
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Offline Worf

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Re: A farsa da "integração sul-americana"
« Resposta #29 Online: 06 de Março de 2007, 19:50:30 »
Citar
"no comércio exterior a soma de todos os superávits é igual a de todos os déficits"


Dita sozinha, essa frase não é nem um pouco justa. Não leva em consideração a diversidade de produtos que se exporta e importa (afinal, não se trata apenas de dinheiro), e não leva em conta o tempo e o eventual aumento do capital em circulação no mundo (que também ocorre no tempo).

Pode-se exportar/importar bens de consumo, bens de produção, investimentos, etc. Além disso, o déficit e o superávit ocorrem no tempo, assim como o  resgate do investimento.

Se quiser um exemplo: posso entrar numa loja e comprar uma máquina de fazer pão, e terei déficit de 2 mil reais. Amanhã, estarei vendendo pães, e posso até recuperar meu dinheiro. Se quiser outro exemplo: em 2006 os EUA exportaram $1024 trilhões e importaram $1869 trilhões. Déficit de 845 bilhões, se fiz a conta direito. Ficaram mais pobres? Eu acho que não.

Esses índices da balança comercial, sozinhos, não indicam muito, pois a economia (infelizmente :D) não é tão simples.


Citar
será que uma liberalização completa do comércio entre dois países com mercados completamente desproporcionais é realmente algo positivo (para o menor, digo)?
Reiterando o que eu disse acima, economia não é algo tão simples. Eu vou contrabalançar dizendo o seguinte: você não levou em conta eventuais investimentos do país com o mercado maior no país com mercado menor, nem o que esses consumidores do país menor poderiam fazer com os produtos/investimentos do país com mercado maior.

Na minha opinião, mais dinheiro e produtos circulando é melhor do que menos produtos e dinheiro circulando. No seu exemplo, um produto qualquer, nesse mercado menor, teria um preço relativamente alto. Ora, os consumidores do país menor têm muito a ganhar se o preço dos produtos abaixarem com o aumento da competitividade e da oferta. Claro, empresas fechariam num momento inicial (citado pelo Bruno), mas não significa que outras não apareceriam em seu lugar, pois a abertura do mercado e o aumento da produtividade e competitividade trazem novas possibilidades de investimento, fomento ao comércio, aumento do consumo...
« Última modificação: 06 de Março de 2007, 19:53:18 por Worf »

 

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