Autor Tópico: Fundamentalismo Ateísta  (Lida 4117 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline ByteCode

  • Contas Excluídas
  • Nível 27
  • *
  • Mensagens: 1.369
  • Conta removida por solicitação do usuário
Fundamentalismo Ateísta
« Online: 17 de Março de 2007, 19:35:46 »
"If there were no God, there would be no  atheists." – G. K. Chesterton, Where All Roads Lead, 1922.

  Começo este artigo com uma oportuna citação do escritor inglês G. K. Chesterton, que em 1922 entrou no seio da Igreja Católica (ELENA, 2002). Nesse mesmo ano, o autor, que costumava desde o início do século XX debater com ateus declarados como G. B. Shaw e H. G. Wells, definiu em um ensaio o ateísmo como sendo um exemplo supremo de uma fé simples, sustentada no desafio da necessária idéia de Deus, isto é, em uma atmosfera de teísmo. Com a profundidade que sempre lhe foi característica, Chesterton constatou que, se não houvesse Deus, não haveria ateus (CHESTERTON, 1990).

Aproximadamente uma década mais tarde, Chesterton intuiu sabiamente que a destruição da própria idéia de Deus é um passo necessário para o estabelecimento e a consolidação de sistemas totalitários de governo. Em seu livro de 1932, intitulado Christendom in Dublin, ele afirma que, “abolido Deus, o governo torna-se o Deus” (CHESTERTON, 1932).

Devemos atentar para o fato de que mesmo os regimes totalitários que procuraram a legitimação de sua autoridade na religião o fizeram através da materialização do fenômeno religioso para a justificação de fins políticos, eliminando dessa maneira o caráter de a-temporalidade, presente em toda experiência do Absoluto e em toda expressão de uma relação mediada pelo sagrado como transcendência que supera a condição humana (MESLIN, 1992).

Dessa maneira, interpretar elementos do Cristianismo como mecanismos de repressão mais perversos do que os instrumentos político-ideológicos ou mesmo do que a força bruta utilizada por regimes como o Nazismo e o Comunismo é lançar mão de um reducionismo simplista, de teor materialista dialético, que tem a triste conseqüência de fazer uma discreta (inocente ou não) apologia dos sistemas totalitários de governo, mesmo que essa apologia apareça transvestida de crítica e sob uma aura de neutralidade (CRISTALDO, 2005c).

Nem todo ateísmo é necessariamente marxista, mas todo o marxismo é necessariamente ateu. Há várias razões que podem levar uma pessoa a abraçar o ateísmo, variando desde a acomodação secular que inibe o exercício do pensamento até o mais profundo desespero interior que leva à negação de Deus por considerá-lo culpado de omissão diante das desgraças que ocorrem em nossas vidas. A opção pessoal pelo ateísmo, enquanto opção pessoal, não impede que o indivíduo seja honesto em suas colocações e reto em suas ações. Esse ateísmo naïf, que não ultrapassa a esfera do indivíduo, também não leva a grandes conseqüências para as sociedades e é uma expressão perfeitamente válida da liberdade individual.

Os problemas começam quando o ateu se torna fundamentalista, pois nesse momento ele passa a ser um títere, um instrumento que serve perfeitamente aos propósitos dos defensores das ideologias totalitárias. De considerar inocentemente a religião como um fenômeno meramente antropológico, como uma simples criação da consciência humana, a interpretá-la como instrumento de dominação de classes, há um passo muito curto que é habilmente explorado pelos manipuladores esquerdistas. Segundo o padre Leonel Franca, S.J., a tradução do materialismo dialético de Marx em realidade social coloca a irreligiosidade como ideal de uma nova civilização e o combate à divindade é condição preliminar para a concretização desse propósito (FRANCA, [s.d.]).

Em artigo no jornal O Globo, o jornalista Ali Kamel explica a origem do termo fundamentalista como apego à literalidade dos textos sagrados e indica que, no caso do fundamentalismo islâmico, a característica não é precisamente essa literalidade, mas o caráter interpretativo radical do Alcorão (KAMEL, 2005). Tais interpretações incitam à militância islâmica contra o Ocidente, como temos testemunhado ao longo das últimas décadas e com mais intensidade depois dos atentados que ocorreram em New York no dia 11 de setembro de 2001.

Sob semelhante dimensão de militância, o ateísmo em sua vertente fundamentalista compartilha com o fundamentalismo islâmico da necessidade de destruir as bases da tradição moral judaico-cristã, através da desinformação e da caricaturização principalmente do Judaísmo e do Cristianismo. O comprometimento do ateu fundamentalista não é com a verdade ou com a razão, mas com o objetivo de um profunda e radical engenharia social e humana que, ao buscar a implantação de uma crença limitada unicamente ao potencial humano com a conseqüente eliminação de toda idéia de Deus (STEINEM, 1973), serve aos propósitos marxistas da caracterização da religião como instrumento de alienação utilizado pelas classes dominantes para que os dominados não se dêem conta da sua situação de miserabilidade.

Assim como o marxismo soviético soube tirar proveito do fundamentalismo islâmico, chegando inclusive ao ponto de apoiar financeira e logisticamente grupos terroristas no Oriente Médio durante o período da Guerra Fria, a esquerda contemporânea aproveita-se do fundamentalismo ateísta para o objetivo de eliminar todo e qualquer marco de referência moral, promovendo dessa maneira o fortalecimento do modo de pensar relativista. Ao deslocar a fonte de todo juízo moral de Deus para a razão humana, permite-se que as pessoas decidam o que é certo e o que é errado de acordo com suas conveniências e interesses, muitas vezes contraditórios. O vazio que resulta das contradições internas que surgem desse processo de humanização de valores é preenchido pelo discurso emocionalmente apelativo que os articuladores esquerdistas despejam sobre as massas através dos meios informativos e acadêmicos.

Podemos encontrar mais elementos comuns às correntes marxistas contemporâneas e ao ateísmo fundamentalista. A desinformação, que foi utilizada sistematicamente como instrumento significativo da política externa soviética (SHULTZ, GODSON, 1987) e que é utilizada ainda hoje como mecanismo para o direcionamento sistemático da opinião pública através da distorção, da difamação e da falsificação (TELLEZ, 2004), serve também ao fundamentalista ateu como instrumento essencial de sua estratégia.

Um exemplo claro da utilização metódica da desinformação pode ser encontrada no debate entre os articulistas Janer Cristaldo e Marcelo Moura Coelho, no Mídia Sem Máscara (COELHO, 2005a, 2005b, 2005c; CRISTALDO, 2005a, 2005b, 2005c). Ao ignorar propositalmente a diferença que existe entre defender a Inquisição e defender o esclarecimento das mentiras que a historiografia de viés marxista tem propalado sobre a Inquisição ao longo de várias décadas, Cristaldo contribui, de maneira consciente ou não, para a divulgação de mitos que são muito caros à causa dos simpatizantes dos regimes de esquerda.

Outro exemplo de desinformação pode ser encontrado no artigo intitulado Nem os Santos Condenaram (CRISTALDO, 2005b), onde o autor estabelece um paralelismo entre a prática da tortura no governo militar de Augusto Pinochet no Chile e na ditadura de Fidel Castro em Cuba. Referindo-se à tortura, o autor afirma que “esse procedimento ainda é praticamente o mesmo utilizado em inquéritos policiais no mundo ocidental. Foi fartamente utilizado no Brasil, na Argentina, no Chile e até hoje é utilizado em Cuba” (CRISTALDO, 2005b).

Mesmo que a diferença numérica de assassinatos (3.197 execuções realizadas pela polícia política chilena durante o período militar contra de 15 a 17 mil prisioneiros políticos fuzilados ao longo do regime castrista) não possa ser utilizada como critério moral (REVEL, 2001), o mesmo aplicando-se para a prática da tortura nos dois regimes, resguardadas as devidas proporções, o estabelecimento de um paralelismo entre os governos de Augusto Pinochet e de Fidel Castro serve para reforçar a imagem de Salvador Allende como um mártir socialista, deixando de lado todo o contexto da evolução da violência política no Chile, que foi alimentada pelo Partido Socialista e pelos grupos de extrema-esquerda que operavam no país andino pelo menos desde o início da década de 1960 e que utilizaram os assassinatos, o terrorismo e a própria tortura como mecanismos necessários da ação revolucionária na direção da implantação do modelo socialista (ARANCIBIA, 2001).

Querendo ir mais longe do que o materialismo de Feuerbach, que substituiu a noção abstrata de Idéia pela de Humanidade ao dissolver o Cristianismo em puro antropomorfismo e que propôs o ateísmo como necessário para a libertação das classes oprimidas (FEUERBACH, 1988), Karl Marx procurou orientar a filosofia para a práxis, transpondo a dialética hegeliana para o plano das necessidades materiais a partir do homem concreto e da interpretação da história e da política em função da luta de classes. Marx interpreta Deus como uma projeção do homem e a religião como elemento de alienação, que atua como um eficiente calmante contra a tensão entre as classes e como força conservadora, pois “hipnotiza os homens com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta” (ZILLES, 2002).

Observando que “a negação de Deus entranha-se organicamente na doutrina de Marx, articulando-lhe toda estratégia lógica e inspirando-lhe todo o dinamismo revolucionário” (FRANCA, [s.d.]) e que a emancipação do homem “está condicionada pelo eclipse total e definitivo da idéia de Deus na consciência da humanidade” (FRANCA, [s.d.]), o padre Leonel Franca, S.J. constata, em seu tempo, que o marxismo é um ateísmo militante. Em nosso tempo, podemos concluir que o fundamentalismo ateísta se insere no mundo contemporâneo como elemento corrosivo essencial para a consolidação do relativismo leviano, principal sustento da ideologia hegemônica.

www.rplib.com.br/artigos_detalhes.asp?cod_texto=1761

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #1 Online: 17 de Março de 2007, 19:38:19 »
Tenho certeza que a forma correta é como está na minha assinatura, eu já li o livro em inglês e em português..
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #2 Online: 17 de Março de 2007, 20:37:26 »
Citar
Chesterton constatou que, se não houvesse Deus, não haveria ateus
Falácia. (como o resto de todo esse texto)
Certo, eu não acredito em Papai Noel, quer dizer que ele existe?
Quantos cristãos aqui acreditam na pedofilia que Jesus cometeu? Se não acreditam, quer dizer que prova Jesus ser pedófilo?
Citar
Aproximadamente uma década mais tarde, Chesterton intuiu sabiamente que a destruição da própria idéia de Deus é um passo necessário para o estabelecimento e a consolidação de sistemas totalitários de governo. Em seu livro de 1932, intitulado Christendom in Dublin, ele afirma que, “abolido Deus, o governo torna-se o Deus” (CHESTERTON, 1932).
Porque então todos os ditadores na história sempre usaram de Deus, religião e escrituras como base?
Citar
Devemos atentar para o fato de que mesmo os regimes totalitários que procuraram a legitimação de sua autoridade na religião o fizeram através da materialização do fenômeno religioso para a justificação de fins políticos, eliminando dessa maneira o caráter de a-temporalidade, presente em toda experiência do Absoluto e em toda expressão de uma relação mediada pelo sagrado como transcendência que supera a condição humana (MESLIN, 1992).
Porque quanto menos cremos em Deus, menos somos submissos aos governos?
Citar
Dessa maneira, interpretar elementos do Cristianismo como mecanismos de repressão mais perversos do que os instrumentos político-ideológicos ou mesmo do que a força bruta utilizada por regimes como o Nazismo e o Comunismo é lançar mão de um reducionismo simplista, de teor materialista dialético, que tem a triste conseqüência de fazer uma discreta (inocente ou não) apologia dos sistemas totalitários de governo, mesmo que essa apologia apareça transvestida de crítica e sob uma aura de neutralidade (CRISTALDO, 2005c).
Não sei, se o cristianismo causou a inquisição, Idade das Trevas, cruzadas, as bobagens que o Papa fala hoje que geram polêmica, porque não posso considerá-lo como maléfico?
Aliás, quantas religiões tem em suas escrituras a necessidade da existência de hierarquia? O cristianismo não fala da importância das Igrejas e dos pastores? Isso não é uma hierarquia? Não é o caminho para o totalitarismo?
Citar
Nem todo ateísmo é necessariamente marxista, mas todo o marxismo é necessariamente ateu. Há várias razões que podem levar uma pessoa a abraçar o ateísmo, variando desde a acomodação secular que inibe o exercício do pensamento até o mais profundo desespero interior que leva à negação de Deus por considerá-lo culpado de omissão diante das desgraças que ocorrem em nossas vidas. A opção pessoal pelo ateísmo, enquanto opção pessoal, não impede que o indivíduo seja honesto em suas colocações e reto em suas ações. Esse ateísmo naïf, que não ultrapassa a esfera do indivíduo, também não leva a grandes conseqüências para as sociedades e é uma expressão perfeitamente válida da liberdade individual.
E nem todo cristão acredita na Igreja Picareta do Reino de Deus, nem todo que acredita na Igreja Picareta do Reino de Deus é cristão.
Aliás, talvez não se acredite em Deus, porque não há evidência? Porque ele pode não existir? Não é mais simples que enrolações como "azar na vida"? Talvez atribuir tudo que ocorre na vida a um ser hipotético não seja demais?
Citar
Os problemas começam quando o ateu se torna fundamentalista
Porque? Se Deus não existe qual o problema? Você pode prová-lo, ou é só porque você simplesmente não gosta que sua hipótese seja desconsiderada?
Citar
um instrumento que serve perfeitamente aos propósitos dos defensores das ideologias totalitárias
Novamente: porque os ditadores gostam tanto de Deus e religião em seus discursos?
Citar
compartilha com o fundamentalismo islâmico da necessidade de destruir as bases da tradição moral judaico-cristã
Como o preconceito com os homossexuais?
Aliás, ainda tem a cara de pau de declarar qualquer outra religião como falsa e geradora de males, mas dá desculpas do porque o cristianismo não tem culpa de nenhum deles, e desculpas bem falaciosas.
Citar
O comprometimento do ateu fundamentalista não é com a verdade ou com a razão, mas com o objetivo de um profunda e radical engenharia social e humana que, ao buscar a implantação de uma crença limitada unicamente ao potencial humano com a conseqüente eliminação de toda idéia de Deus (STEINEM, 1973), serve aos propósitos marxistas da caracterização da religião como instrumento de alienação utilizado pelas classes dominantes para que os dominados não se dêem conta da sua situação de miserabilidade.
1 - A religião é um meio de controle das massas sim. É fácil de observar e a fé não vai mudar nada.
2 - Se não há evidência de Deus, desacreditá-lo é sim baseado na razão e verdade.
Citar
promovendo dessa maneira o fortalecimento do modo de pensar relativista
Esse foi um dos grandes avanços que tivemos na filosofia.
A última coisa que vai conseguir é desqualificar o ateísmo por isso.
Citar
permite-se que as pessoas decidam o que é certo e o que é errado de acordo com suas conveniências e interesses, muitas vezes contraditórios
Certo, então nos mostre onde está a moral de Deus. Ou será que depende da capacidade humana? Se apontar para a Bíblia, você também não teria identificado essa escritura com sua capacidade humana? Porque a escritura que você aponta vale mais que a dos islâmicos?
Citar
O vazio que resulta das contradições internas que surgem desse processo de humanização de valores é preenchido pelo discurso emocionalmente apelativo que os articuladores esquerdistas despejam sobre as massas através dos meios informativos e acadêmicos.
Você está falando do ateísmo? Não parece, parece estar se referindo a religião.
Citar
Podemos encontrar mais elementos comuns às correntes marxistas contemporâneas e ao ateísmo fundamentalista. A desinformação, que foi utilizada sistematicamente como instrumento significativo da política externa soviética (SHULTZ, GODSON, 1987) e que é utilizada ainda hoje como mecanismo para o direcionamento sistemático da opinião pública através da distorção, da difamação e da falsificação (TELLEZ, 2004), serve também ao fundamentalista ateu como instrumento essencial de sua estratégia.
E a Igreja católica que falsificou e censurou documentos?
Citar
Querendo ir mais longe do que o materialismo de Feuerbach, que substituiu a noção abstrata de Idéia pela de Humanidade ao dissolver o Cristianismo em puro antropomorfismo e que propôs o ateísmo como necessário para a libertação das classes oprimidas (FEUERBACH, 1988), Karl Marx procurou orientar a filosofia para a práxis, transpondo a dialética hegeliana para o plano das necessidades materiais a partir do homem concreto e da interpretação da história e da política em função da luta de classes. Marx interpreta Deus como uma projeção do homem e a religião como elemento de alienação, que atua como um eficiente calmante contra a tensão entre as classes e como força conservadora, pois “hipnotiza os homens com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta” (ZILLES, 2002).
Ótimo.
Citar
consolidação do relativismo leviano
Continua a ver qualquer idéia diferente como crime é?
« Última modificação: 18 de Março de 2007, 10:48:40 por Ilovefoxes »

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #3 Online: 17 de Março de 2007, 21:28:34 »
Falácia. (como o resto de todo esse texto)
Certo, eu não acredito em Papai Noel, quer dizer que ele existe?
Quantos cristãos aqui acreditam na pedofilia que Jesus cometeu? Se não acreditam, quer dizer que prova Jesus ser pedófilo?

Não tem nada a ver, sequer sabes o que ele quis dizer com isso, fala como uma criança que não sabe que existe algo de paradoxal em dizer que uma porta não é uma porta…

1 - Tanto da forma calvinista como não calvinista o ateísmo é bíblico e inevitável.
2 - Pra teístas, se não houvesse Deus, não haveriam ateus e nem teístas.

Mas isso ainda está longe do que ele quis dizer com essa frase…

PS: Tu se refere ao ByteCode, ao responder, admitindo que ele seja o autor do texto ao dizer "você fala em..", mas ele apenas copiou o artigo que postou no final da mensagem.
« Última modificação: 17 de Março de 2007, 21:37:34 por Rod Infinity »
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #4 Online: 17 de Março de 2007, 22:15:02 »
peguei um romance do chesterton pra ler, "the man who was thursday". interrompi pois a faculdade anda exigindo muito. também porque literatura em inglês é meio complicado.
de qualquer forma, c.s.lewis, outro cristão convertido, reputa a ele parte dos motivos de sua conversão.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #5 Online: 17 de Março de 2007, 22:30:33 »
Citar
Começo este artigo com uma oportuna citação do escritor inglês G. K. Chesterton, que em 1922 entrou no seio da Igreja Católica (ELENA, 2002). Nesse mesmo ano, o autor, que costumava desde o início do século XX debater com ateus declarados como G. B. Shaw e H. G. Wells, definiu em um ensaio o ateísmo como sendo um exemplo supremo de uma fé simples, sustentada no desafio da necessária idéia de Deus, isto é, em uma atmosfera de teísmo. Com a profundidade que sempre lhe foi característica, Chesterton constatou que, se não houvesse Deus, não haveria ateus (CHESTERTON, 1990).
imagino que fosse chesterton um rapaz esperto, esperto o suficiente pra não confundir "deus" com "idéia de deus". assim, a frase perde todo o intuito que tinha e vira uma tautologia.

aliás, rod, qual é a idéia que tens dessa frase?

Citar
Aproximadamente uma década mais tarde, Chesterton intuiu sabiamente que a destruição da própria idéia de Deus é um passo necessário para o estabelecimento e a consolidação de sistemas totalitários de governo. Em seu livro de 1932, intitulado Christendom in Dublin, ele afirma que, “abolido Deus, o governo torna-se o Deus” (CHESTERTON, 1932).

Devemos atentar para o fato de que mesmo os regimes totalitários que procuraram a legitimação de sua autoridade na religião o fizeram através da materialização do fenômeno religioso para a justificação de fins políticos, eliminando dessa maneira o caráter de a-temporalidade, presente em toda experiência do Absoluto e em toda expressão de uma relação mediada pelo sagrado como transcendência que supera a condição humana (MESLIN, 1992).

sem entrar no mérito de se acharem as especulações corretas ou não, este é um péssimo argumento para a existência de deus. isso porque busca nos fazer acreditar em deus por sua utilidade terrena. ora, estamos discutindo a utilidade da idéia de deus ou o fato dele existir ou não?

Citar
Nem todo ateísmo é necessariamente marxista, mas todo o marxismo é necessariamente ateu.
não necessariamente, vide os nossos socialistas cristãos e afins.

Citar
Um exemplo claro da utilização metódica da desinformação pode ser encontrada no debate entre os articulistas Janer Cristaldo e Marcelo Moura Coelho, no Mídia Sem Máscara (COELHO, 2005a, 2005b, 2005c; CRISTALDO, 2005a, 2005b, 2005c). Ao ignorar propositalmente a diferença que existe entre defender a Inquisição e defender o esclarecimento das mentiras que a historiografia de viés marxista tem propalado sobre a Inquisição ao longo de várias décadas, Cristaldo contribui, de maneira consciente ou não, para a divulgação de mitos que são muito caros à causa dos simpatizantes dos regimes de esquerda.
talvez seja forçar um pouco a barra atribuir comportamentos individuais como este a uma articulação maior, quando decorrem muito mais modos e conviccões pessoais do que de instruções emanadas de algum lugar.

"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Narkus

  • Visitante
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #6 Online: 18 de Março de 2007, 10:12:48 »
"se não houvesse Deus, não haveria ateus"

Parece uma falácia bem engenhosa isso dai! Isso induz a um conclusão falaciosa: "Se existem ateus é pq existe Deus"

Hj acordei de mau humor e decidi não continuar a ler esse texto!

Podem até vir falar: "Narkus, vc precisa ler o texto todo para compreender todo o contexto disso que vc leu, dai sim vc vai ver q eh verdade e não é falácia"

Já conheço esse discurso!!!
« Última modificação: 18 de Março de 2007, 10:15:02 por Narkus »

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #7 Online: 18 de Março de 2007, 10:45:01 »
Não tem nada a ver, sequer sabes o que ele quis dizer com isso, fala como uma criança que não sabe que existe algo de paradoxal em dizer que uma porta não é uma porta…

1 - Tanto da forma calvinista como não calvinista o ateísmo é bíblico e inevitável.
2 - Pra teístas, se não houvesse Deus, não haveriam ateus e nem teístas.

Mas isso ainda está longe do que ele quis dizer com essa frase…
Paradoxo? Onde paradoxo? Já pensou que dizemos que uma porta não é porta porque foi errôneamente denominada porta quando era outra coisa? Já pensou que dizemos que algo não existe porque alguns achavam que existe?

O autor do texto usou uma falácia, e das bem grandes.
PS: Tu se refere ao ByteCode, ao responder, admitindo que ele seja o autor do texto ao dizer "você fala em…", mas ele apenas copiou o artigo que postou no final da mensagem.
Não, eu tenho costume a responder a textos, mesmo sem o autor estar presente, me direcionando diretamente a ele.


De todo caso, o autor só tenta relacionar ateísmo e islamismo ao comunismo e genocidio, adicionando com desculpas falaciosas o porque o cristianismo não pode ser relacionado.
« Última modificação: 18 de Março de 2007, 10:50:37 por Ilovefoxes »

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #8 Online: 18 de Março de 2007, 12:42:30 »


  Começo este artigo com uma oportuna citação do escritor inglês G. K. Chesterton, que em 1922 entrou no seio da Igreja Católica (ELENA, 2002). Nesse mesmo ano, o autor, que costumava desde o início do século XX debater com ateus declarados como G. B. Shaw e H. G. Wells, definiu em um ensaio o ateísmo como sendo um exemplo supremo de uma fé simples, sustentada no desafio da necessária idéia de Deus, isto é, em uma atmosfera de teísmo. Com a profundidade que sempre lhe foi característica, Chesterton constatou que, se não houvesse Deus, não haveria ateus (CHESTERTON, 1990).
A críticas se prende ao aspecto semântico da palavra. A idéia de deus para o ateu é de um ser imáginario, criado pelo cultura humana. O ateísmo é contrário a visão teísta de deus, o qual consirera sinônimo de criador do universo, partindo do pressuposto que houve uma criação.

Dessa maneira, interpretar elementos do Cristianismo como mecanismos de repressão mais perversos do que os instrumentos político-ideológicos ou mesmo do que a força bruta utilizada por regimes como o Nazismo e o Comunismo é lançar mão de um reducionismo simplista, de teor materialista dialético, que tem a triste conseqüência de fazer uma discreta (inocente ou não) apologia dos sistemas totalitários de governo, mesmo que essa apologia apareça transvestida de crítica e sob uma aura de neutralidade (CRISTALDO, 2005c).
O texto faz o mesmo reducionismo com o ateísmo ao se prender no marximo.

Há várias razões que podem levar uma pessoa a abraçar o ateísmo, variando desde a acomodação secular que inibe o exercício do pensamento até o mais profundo desespero interior que leva à negação de Deus por considerá-lo culpado de omissão diante das desgraças que ocorrem em nossas vidas.
Secularismo inibe o pensamento .... :histeria:
Quanto emocionalismo na frase, muito subjetivismo, cadê a lógica e o raciocínio preponderando?


A opção pessoal pelo ateísmo, enquanto opção pessoal, não impede que o indivíduo seja honesto em suas colocações e reto em suas ações. Esse ateísmo naïf, que não ultrapassa a esfera do indivíduo, também não leva a grandes conseqüências para as sociedades e é uma expressão perfeitamente válida da liberdade individual.

Os problemas começam quando o ateu se torna fundamentalista, pois nesse momento ele passa a ser um títere, um instrumento que serve perfeitamente aos propósitos dos defensores das ideologias totalitárias. De considerar inocentemente a religião como um fenômeno meramente antropológico, como uma simples criação da consciência humana, a interpretá-la como instrumento de dominação de classes, há um passo muito curto que é habilmente explorado pelos manipuladores esquerdistas. Segundo o padre Leonel Franca, S.J., a tradução do materialismo dialético de Marx em realidade social coloca a irreligiosidade como ideal de uma nova civilização e o combate à divindade é condição preliminar para a concretização desse propósito (FRANCA, [s.d.]).
Ateísmo "bom" apenas enquanto opção pessoal, e que não ultrapassa a esfera do indivíduo, senão é fundamentalista.


Em artigo no jornal O Globo, o jornalista Ali Kamel explica a origem do termo fundamentalista como apego à literalidade dos textos sagrados e indica que, no caso do fundamentalismo islâmico, a característica não é precisamente essa literalidade, mas o caráter interpretativo radical do Alcorão (KAMEL, 2005). Tais interpretações incitam à militância islâmica contra o Ocidente, como temos testemunhado ao longo das últimas décadas e com mais intensidade depois dos atentados que ocorreram em New York no dia 11 de setembro de 2001.

Sob semelhante dimensão de militância, o ateísmo em sua vertente fundamentalista compartilha com o fundamentalismo islâmico da necessidade de destruir as bases da tradição moral judaico-cristã, através da desinformação e da caricaturização principalmente do Judaísmo e do Cristianismo. O comprometimento do ateu fundamentalista não é com a verdade ou com a razão, mas com o objetivo de um profunda e radical engenharia social e humana que, ao buscar a implantação de uma crença limitada unicamente ao potencial humano com a conseqüente eliminação de toda idéia de Deus (STEINEM, 1973), serve aos propósitos marxistas da caracterização da religião como instrumento de alienação utilizado pelas classes dominantes para que os dominados não se dêem conta da sua situação de miserabilidade.
Declara o fundamentalismo islâmico semelhante ao suposto ateísmo fundamentalista que não se compromete com a razão nem com a verdade e serve aos propósitos marxista.


Querendo ir mais longe do que o materialismo de Feuerbach, que substituiu a noção abstrata de Idéia pela de Humanidade ao dissolver o Cristianismo em puro antropomorfismo e que propôs o ateísmo como necessário para a libertação das classes oprimidas (FEUERBACH, 1988), Karl Marx procurou orientar a filosofia para a práxis, transpondo a dialética hegeliana para o plano das necessidades materiais a partir do homem concreto e da interpretação da história e da política em função da luta de classes. Marx interpreta Deus como uma projeção do homem e a religião como elemento de alienação, que atua como um eficiente calmante contra a tensão entre as classes e como força conservadora, pois “hipnotiza os homens com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta” (ZILLES, 2002).
Valeu a pena ler o texto, diante de tanta arbitrariedade um parágrafo de qualidade!


Observando que “a negação de Deus entranha-se organicamente na doutrina de Marx, articulando-lhe toda estratégia lógica e inspirando-lhe todo o dinamismo revolucionário” (FRANCA, [s.d.]) e que a emancipação do homem “está condicionada pelo eclipse total e definitivo da idéia de Deus na consciência da humanidade” (FRANCA, [s.d.]), o padre Leonel Franca, S.J. constata, em seu tempo, que o marxismo é um ateísmo militante.
Me interessei por essa visão marxisista do ateísmo. Temos que ver o socialismo como um acontecimento histórico que se contrapoz ao capitalismo e o ajudou no seu desenvolvimento.


Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #9 Online: 18 de Março de 2007, 13:27:22 »
aliás, rod, qual é a idéia que tens dessa frase?

Perdoe-me, qual das?

"se não houvesse Deus, não haveria ateus"

Parece uma falácia bem engenhosa isso dai! Isso induz a um conclusão falaciosa: "Se existem ateus é pq existe Deus"

Hj acordei de mau humor e decidi não continuar a ler esse texto!

Podem até vir falar: "Narkus, vc precisa ler o texto todo para compreender todo o contexto disso que vc leu, dai sim vc vai ver q eh verdade e não é falácia"

Já conheço esse discurso!!!

Acabei de dizer que não é uma falácia..

O autor do texto usou uma falácia, e das bem grandes

Então redija uma frase não falaciosa que prove que a frase de Chesterton é uma falácia, que depois eu te mostro o porque não é.





"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #10 Online: 18 de Março de 2007, 14:20:37 »

"se não houvesse Deus, não haveria ateus"

Parece uma falácia bem engenhosa isso dai! Isso induz a um conclusão falaciosa: "Se existem ateus é pq existe Deus"

Hj acordei de mau humor e decidi não continuar a ler esse texto!

Podem até vir falar: "Narkus, vc precisa ler o texto todo para compreender todo o contexto disso que vc leu, dai sim vc vai ver q eh verdade e não é falácia"

Já conheço esse discurso!!!

Acabei de dizer que não é uma falácia…

O autor do texto usou uma falácia, e das bem grandes

Então redija uma frase não falaciosa que prove que a frase de Chesterton é uma falácia, que depois eu te mostro o porque não é.

Rod, a frase, se não houvesse deus, não haveria ateus é imparcial, pois considera apenas a visão teísta de deus, e dentro desta visão faz sentido. Mas sobre a visão ateísta é uma falácia, pois o deus teísta não existe e pela lógica da frase não existe ateísmo, ou seja uma frase contraditória.
 
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #11 Online: 18 de Março de 2007, 14:24:09 »
É uma frase que viola suas próprias premissas e por isso não faz sentido.

Especificamente, pressupõe a existência de Deus e imediatamente depois "finge" que não sabe se ele existe.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #12 Online: 18 de Março de 2007, 14:26:22 »
Não importa o que ela considera, se você disser que está errada é porque você assume que a verdade explícita nela não é verdadeira, ou seja, você defende o contrário..

Da seguinte forma:

Eu digo que se não houvesse Deus, não haveriam ateus.. - considero a visão teísta.. (Que assume a criação divina).
Eu digo que, se Deus não existisse, haveriam, sim, ateus - isso não é visão teísta.. porque a visão teísta (geralmente, pra não dizer que considero meu Deus como sinônimo de teísmo) propõe a criação, logo, não poderiam existir nem ateus nem teístas sem Deus.

Até aí tudo bem, mas se você disser que a primeira está errada, vai assumir que a segunda está certa, mas é algo que você não pode provar pela lógica, você pode provar que a visão teísta está errada?
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #13 Online: 18 de Março de 2007, 14:31:18 »
É uma frase que viola suas próprias premissas e por isso não faz sentido.

Especificamente, pressupõe a existência de Deus e imediatamente depois "finge" que não sabe se ele existe.

Não..

Digamos que existem duas visões gerais, teísta e não teísta.

Chesterton considera a visão teísta ao dizer aquilo.. quem discorda, automaticamente considera a não teísta.

Não é possível que algum teísta creia que se não houvesse Deus existiriam ateus (ou teístas).

A questão é, você pode provar que a verdade explícita na frase é falsa?
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #14 Online: 18 de Março de 2007, 14:41:24 »
Chesterton considera a visão teísta ao dizer aquilo… quem discorda, automaticamente considera a não teísta.

Não é possível que algum teísta creia que se não houvesse Deus existiriam ateus (ou teístas).

A questão é, você pode provar que a verdade explícita na frase é falsa?

Vamos pela lógica:
A verdade supostamente explícita está baseada no axioma cristão, o que não tem nada de explícito, a não ser para os teísta que a consideram.
« Última modificação: 18 de Março de 2007, 14:56:10 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #15 Online: 18 de Março de 2007, 14:45:37 »
Correto, o contrário de dizer que ela é falsa ou falaciosa...
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #16 Online: 18 de Março de 2007, 14:50:26 »
Correto, o contrário de dizer que ela é falsa ou falaciosa…
Mas para o ateísmo não é aceito esse axioma, por o considerar falso, não auto-evidente.
« Última modificação: 18 de Março de 2007, 14:52:35 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #17 Online: 18 de Março de 2007, 15:07:18 »
Não…

Digamos que existem duas visões gerais, teísta e não teísta.

É uma simplificação problemática, você sabe, que não chega nem perto de refletir adequadamente a realidade dos fatos.  Mas vamos seguir com essa premissa sim.

Citar
Chesterton considera a visão teísta ao dizer aquilo… quem discorda, automaticamente considera a não teísta.

Ou seja, questiona o dogma da existência de Deus.  Ok.

Citar
Não é possível que algum teísta creia que se não houvesse Deus existiriam ateus (ou teístas).

Por que?  Acho até muito natural para um teísta acreditar que haveria ateus e teístas se Deus não existisse; afinal, a CRENÇA em Deus continuaria existindo.

Citar
A questão é, você pode provar que a verdade explícita na frase é falsa?

Não, mas posso provar que é insignificante e sem valor prático ou mesmo teórico.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #18 Online: 18 de Março de 2007, 15:08:49 »
Um dos problemas da sua linha de pensamento, Rod, é que você quer reduzir tudo à crença no Deus cristão.  Isso simplesmente não funciona; a maioria das crenças no sobrenatural fica em um meio-termo entre o ceticismo e essa forma tão específica de divindade.

Aliás, não estou convencido de que a crença no Deus cristão seja comum sequer entre cristãos.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #19 Online: 18 de Março de 2007, 15:46:21 »
Citação de: Luis Dantas
Por que?  Acho até muito natural para um teísta acreditar que haveria ateus e teístas se Deus não existisse; afinal, a CRENÇA em Deus continuaria existindo.

Mas eu não acho, haveriam ateus se eles existissem, de fato, a existência procede a criação.

Ou seja, só existem ateus porque eles foram criados, isso é visão teísta "criacionista".
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Josef Babinski

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 486
  • Sexo: Masculino
  • Neurologist
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #20 Online: 18 de Março de 2007, 15:49:30 »
Um dos problemas da sua linha de pensamento, Rod, é que você quer reduzir tudo à crença no Deus cristão.  Isso simplesmente não funciona; a maioria das crenças no sobrenatural fica em um meio-termo entre o ceticismo e essa forma tão específica de divindade.

Aliás, não estou convencido de que a crença no Deus cristão seja comum sequer entre cristãos.

Eu não incluo crenças assim como a dos sumérios, crêem em um Deus pra ajudá-los na vida carnal e têm uma visão fatalista da vida.

Não vejo qual a diferença na existência desse Deus.

Claro, tudo como exemplo...
"Não esperemos desconstruir rapidamente preceitos formados ao longo dos anos; acreditemos na razão e na perseverança."

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #21 Online: 18 de Março de 2007, 16:54:00 »
Citação de: Luis Dantas
Por que?  Acho até muito natural para um teísta acreditar que haveria ateus e teístas se Deus não existisse; afinal, a CRENÇA em Deus continuaria existindo.

Mas eu não acho, haveriam ateus se eles existissem, de fato, a existência procede a criação.

Pois é.  Mas como vamos tirar a prova?  Será que existem ateus?  Onde poderemos encontrar alguns, ou pelo menos procurar? :)

Oh céus! SERÁ QUE EXISTEM ATEUS?!?!?

Digo, você está falando sério, Rod?!

Citar
Ou seja, só existem ateus porque eles foram criados, isso é visão teísta "criacionista".

Eu tenho outro nome para isso...
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline PedroAC

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.172
  • Sexo: Masculino
    • PedroAC
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #22 Online: 18 de Março de 2007, 20:28:00 »
2 - Pra teístas, se não houvesse Deus, não haveriam ateus e nem teístas.
Acho que tem lógica, no seguinte sentido: se acreditar que só existe algo por meio de Deus (excepto o Próprio), então nada pode existir sem Ele.
Mas se não for o caso, então está a dizer que se Deus não existisse, não pode suceder que as pessoas não acreditassem nisso?
Pedro Amaral Couto
 http://del.icio.us/pedroac/pedroac
 http://pedroac.deviantart.com
 http://crerparaver.blogspot.com

"Tudo o que podemos fazer é pesquisar a falsidade do conteúdo da nossa melhor teoria" -- Karl Popper
"Se um ser humano discorda de vós, deixem-no viver" -- Carl Sagan
"O problema com este mundo é que os estúpidos estão seguros de si e os inteligentes cheios de dúvidas" -- Bertrand Russell

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #23 Online: 18 de Março de 2007, 20:38:27 »
2 - Pra teístas, se não houvesse Deus, não haveriam ateus e nem teístas.
Acho que tem lógica, no seguinte sentido: se acreditar que só existe algo por meio de Deus (excepto o Próprio), então nada pode existir sem Ele.
Mas se não for o caso, então está a dizer que se Deus não existisse, não pode suceder que as pessoas não acreditassem nisso?

Então estamos a falar não exatamente de Deus, mas do criador da existência... e esse tipo de entidade é uma variedade de divindade particularmente difícil de demonstrar que existe ou que não existe.

Mas acima de tudo, é uma variedade de divindade de utilidade questionável; por um motivo já os gregos antigos raramente falavam de Gaia.  Pode-se inclusive argumentar que por definição uma divindade desse tipo não poderia ter existência literal, e seria em vez disso uma entidade puramente estética e especulativa.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Fundamentalismo Ateísta
« Resposta #24 Online: 18 de Março de 2007, 21:52:26 »
2 - Pra teístas, se não houvesse Deus, não haveriam ateus e nem teístas.
Acho que tem lógica, no seguinte sentido: se acreditar que só existe algo por meio de Deus (excepto o Próprio), então nada pode existir sem Ele.
Mas se não for o caso, então está a dizer que se Deus não existisse, não pode suceder que as pessoas não acreditassem nisso?

Então estamos a falar não exatamente de Deus, mas do criador da existência… e esse tipo de entidade é uma variedade de divindade particularmente difícil de demonstrar que existe ou que não existe.

Mas acima de tudo, é uma variedade de divindade de utilidade questionável; por um motivo já os gregos antigos raramente falavam de Gaia.  Pode-se inclusive argumentar que por definição uma divindade desse tipo não poderia ter existência literal, e seria em vez disso uma entidade puramente estética e especulativa.
Me parece com o deus deísta, bem diferente do deus teísta.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!