Como o texto diz, acredito que, assim como a religiosidade extrema, o ateísmo extremado também pode ser utilizado como instrumento de pessoas mau intencionadas, ocasionando exageros e grandes injustiças.
O fundamentalismo ateu prega a total e completa extinção do pensamento religioso e das figuras divinas, como um dos pontos básicos necessários para a construção de uma civilização ideal, ou mais próxima do ideal. Eu, apesar de ateu, não acho isto tão óbvio assim.
O fato de em todo o planeta e nas mais diferentes épocas, tribos, aldeias, nações, civilizações possuírem religião e cultuarem alguma forma de deus, demonstra claramente que o ser humano evoluiu no sentido de necessitar desse tipo de coisa, provavelmente ligada à nossa capacidade de sobreviver enquanto espécie. Logo, não sei se simplesmente acabando com a idéia de Deus estaríamos nos adiantando muito para a construção de um mundo melhor. Talvez a figura de Deus seja necessária para a maioria da humanidade e continuará sendo pra sempre. Talvez um mundo ateu não funcionasse, afinal, esta experiência ainda não foi tentada da forma correta, por meio da educação, razão e reflexão. Diferente dos métodos impostos, utilizados pelas nações socialistas até hoje (que acho serem atéias mais para não terem concorrência com Deus do que por ideologia). Ou seja, não há nada, nem estudo, nem experiência que possa nos garantir que sem Deus todo o planeta será melhor. Existem, sim, alguns países desenvolvidos onde a maioria é atéia, mas nesses casos o ateísmo só veio após a evolução cultural e não o contrário. Além disso, cada região do mundo tem seu contexto e suas particularidades. O fato de ter dado certo em um lugar, não quer dizer que vai dar certo em outro.
Penso que talvez apenas uma reestruturação no pensamento religioso, uma forma de adoração mais ligada à reflexão do que ao simples dogmatismo, fosse o suficiente. Mas também sou favorável a uma tentativa de eliminação gradual das divindades, afinal já tentamos tantas coisas, que tem tentar mais esta. Caso não desse certo, bastaria reinventar Deus novamente.