Autor Tópico: Aborto: Opiniões baseadas na biologia  (Lida 3249 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #25 Online: 27 de Março de 2007, 13:16:59 »
Eu acho que se o que está sendo abortado não é considerado como um ser humano propriamente dito, não precisaria teoricamente se tratar de alguma situação especial, de ter um comitê de avaliação dos motivos pelos quais a gestante julga não dever continuar a gravidez. Os julgamentos deveriam ser apenas de ordem pessoal e médica.

Ainda assim, considerando-se o zigoto e estágios embrionários e fetais prematuros (talvez, não lembro quando começa o termo "feto") uma pessoa, é totalmente incoerente que o fato dele ser fruto de estupro justificasse o aborto. Seria exatametne a mesma coisa que as pessoas, já nascidas e crescidas, poderem de repente serem mortas, se fosse provado que foram concebidas num estupro. Anencefalia até que vai, seria algo similar à morte cerebral/eutanásia ou ortotanásia.

Luz

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #26 Online: 27 de Março de 2007, 13:50:55 »
Buckaroo,

Ser humano, propriamente dito, seria a partir do instante que nasce, não? O aborto pode ocorrer até a última semana de gestação, inclusive, naturalmente. Tecnicamente, mesmo "pronto" para nascer, é um feto.

As fases gestacionais servem para definir a questão "moral" do aborto, não? Afinal, a gestação começa na fecundação e se não for interrompida, gerará um ser humano - o aborto é a interrupção dessa gestação.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #27 Online: 27 de Março de 2007, 18:06:09 »
Bem, como eu disse no decorrer do tópico, acho que poderia-se considerar ser humano propriamente dito com a formação do SNC, mesmo sem ter nascido (por volta da décima semana segundo a Fabi disse, se não me lembro mal), por ser praticamente a mesma (ou suficiente) a formação dessa parte que todos consideram ser a essencial no fim das contas.

Creio que as fases fossem estudadas independentemente de qualquer questão sobre aborto, mas acabam "servindo" na discussão moral.

Luz

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #28 Online: 27 de Março de 2007, 18:52:35 »
Bem, como eu disse no decorrer do tópico, acho que poderia-se considerar ser humano propriamente dito com a formação do SNC, mesmo sem ter nascido (por volta da décima semana segundo a Fabi disse, se não me lembro mal), por ser praticamente a mesma (ou suficiente) a formação dessa parte que todos consideram ser a essencial no fim das contas.

Creio que as fases fossem estudadas independentemente de qualquer questão sobre aborto, mas acabam "servindo" na discussão moral.

Entendo a questão da formação do SNC, mas se olharmos a etapa que leva a sua formação como parte do processo da geração de uma pessoa, o aborto (questões morais à parte) é a interrupção do processo. Eu, particularmente, entendo que a partir da fecundação, há um ser humano em processo de formação.

Não estou julgando o aborto moralmente, compreende? Apenas, tecnicamente, de um ponto de vista diferente do seu.

Raphael

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #29 Online: 28 de Março de 2007, 01:50:05 »
Eu sou a favor, até o momento, sim.

rizk

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #30 Online: 28 de Março de 2007, 07:22:10 »
Acho que só é ser humano depois de ter certidão de nascimento, mas E DAÍ.

Mas acho que o BB tem as razões dele pra achar o aborto por estupro um contra-senso e eu concordo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #31 Online: 28 de Março de 2007, 13:02:26 »
Bem, como eu disse no decorrer do tópico, acho que poderia-se considerar ser humano propriamente dito com a formação do SNC, mesmo sem ter nascido (por volta da décima semana segundo a Fabi disse, se não me lembro mal), por ser praticamente a mesma (ou suficiente) a formação dessa parte que todos consideram ser a essencial no fim das contas.

Creio que as fases fossem estudadas independentemente de qualquer questão sobre aborto, mas acabam "servindo" na discussão moral.

Entendo a questão da formação do SNC, mas se olharmos a etapa que leva a sua formação como parte do processo da geração de uma pessoa, o aborto (questões morais à parte) é a interrupção do processo. Eu, particularmente, entendo que a partir da fecundação, há um ser humano em processo de formação.

Mas e a ovulação? É um processo totalmente não relacionado, que apenas por acaso antecede a formação do ser humano?

Luz

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #32 Online: 28 de Março de 2007, 14:49:35 »
Mas e a ovulação? É um processo totalmente não relacionado, que apenas por acaso antecede a formação do ser humano?

Do ponto de vista "biológico" penso que a ovulação está relacionada, claro, mas apenas como uma chance de ocorrer a gestação. É necessário ainda a presença do espermatozóide para que ocorra a fecundação, dando início ao processo - nunca antes disso. Por isso, não vejo a ovulação e a produção de esperma como parte do processo, mas sim como meio de atingí-lo.

Na minha opinião, o aborto encontra apoio biológico quando, por algum motivo, a gestação é desaconselhada. Isso, olhando apenas pelo lado técnico da questão. Pelo lado moral, acho que já não é mais questão da biologia.  :?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #33 Online: 28 de Março de 2007, 16:27:13 »
Ou seja,  tanto para evitar a fecundação quanto para a interrupção da gestação, uma vez ocorrida a fecundação, são necessárias intervenções intencionais no curso natural dos eventos.

Luz

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #34 Online: 28 de Março de 2007, 17:15:42 »
Ou seja,  tanto para evitar a fecundação quanto para a interrupção da gestação, uma vez ocorrida a fecundação, são necessárias intervenções intencionais no curso natural dos eventos.

Não exatamente. Mulheres que não têm vida sexual ativa também ovulam e não há qualquer intervenção. O óvulo não fecundado é descartado pelo organismo naturalmente. Quando há possibilidade, sim, mas qual a relação? A primeira intervenção descarta a necessidade da segunda, exceto casos já citados. Afinal, a contracepção evita que ocorra a concepção.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #35 Online: 28 de Março de 2007, 20:42:25 »
Eu não acho que vida sexual inativa seja exatamente algo natural, mas ou culturalmente imposto ou alguma anomalia do desenvolvimento social/psicológico que faça com que não gostem de sexo ou apenas de se masturbar, sem nunca se interessar por pareceiros. A exceção seriam lésbicas estritas.

...e eu não estou promovendo aborto como alternativa à contracepção... como deu a entender pelo final da mensagem... apenas estou expondo que, se é para se dizer que durante a gestação não dá para delimitar exatamente quando é "vida humana" e quando não é, mesmo antes isso é argumentável dada a similaridade do que são óvulo e zigoto; e no entanto, as pessoas geralmente, quase universalmente acho, não se opõem ao direito à menstruação como se opoem ao direito ao aborto.

Luz

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #36 Online: 29 de Março de 2007, 13:44:18 »
Eu não acho que vida sexual inativa seja exatamente algo natural, mas ou culturalmente imposto ou alguma anomalia do desenvolvimento social/psicológico que faça com que não gostem de sexo ou apenas de se masturbar, sem nunca se interessar por pareceiros. A exceção seriam lésbicas estritas.

Isso é uma generalização das circunstâncias culturais. Falo mesmo de homens e mulheres com vida sexualmente ativas que passam por fases de inatividade. Assim como ocorre naturalmente a polução na falta de atividade, ocorre a menstruação.

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…e eu não estou promovendo aborto como alternativa à contracepção… como deu a entender pelo final da mensagem… apenas estou expondo que, se é para se dizer que durante a gestação não dá para delimitar exatamente quando é "vida humana" e quando não é, mesmo antes isso é argumentável dada a similaridade do que são óvulo e zigoto; e no entanto, as pessoas geralmente, quase universalmente acho, não se opõem ao direito à menstruação como se opoem ao direito ao aborto.

Não há promoção, entendo o que está descutindo. Só não vejo essa relação necessária da produção natural das células reprodutoras com a reprodução. Uma coisa é o processo, outra os meios de atingí-lo. E nós temos, inclusive, meios de evitá-los.

Infelizmente, há sim, culturas que consideram a mesntruação uma coisa "imunda" por causa dessa interpretação. Elas se opõem ao direito à mesntruação, porque as mulheres não podem evitar filhos.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #37 Online: 01 de Abril de 2007, 19:04:52 »
Uma argumentação biológica, erm... não das mais honestas, contra o aborto: :D



On May 22, 2003, the Los Angeles Times printed a front-page story by Scott Gold, its respected Houston bureau chief, about the passage of a law in Texas requiring abortion doctors to warn women that the procedure might cause breast cancer. Virtually no mainstream scientist believes that the so-called ABC link actually exists — only anti-abortion activists do. Accordingly, Gold’s article noted right off the bat that the American Cancer Society discounts the “alleged link” and that anti-abortionists have pushed for “so-called counseling” laws only after failing in their attempts to have abortion banned. Gold also reported that the National Cancer Institute had convened “more than a hundred of the world’s experts” to assess the ABC theory, which they rejected. In comparison to these scientists, Gold noted, the author of the Texas counseling bill — who called the ABC issue “still disputed” — had “a professional background in property management.”

Gold’s piece was hard-hitting but accurate. The scientific consensus is quite firm that abortion does not cause breast cancer. If reporters want to take science and its conclusions seriously, their reporting should reflect this reality — no matter what anti-abortionists say.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Aborto: Opiniões baseadas na biologia
« Resposta #38 Online: 01 de Abril de 2007, 19:23:34 »
Eu não acho que vida sexual inativa seja exatamente algo natural, mas ou culturalmente imposto ou alguma anomalia do desenvolvimento social/psicológico que faça com que não gostem de sexo ou apenas de se masturbar, sem nunca se interessar por pareceiros. A exceção seriam lésbicas estritas.

Isso é uma generalização das circunstâncias culturais. Falo mesmo de homens e mulheres com vida sexualmente ativas que passam por fases de inatividade. Assim como ocorre naturalmente a polução na falta de atividade, ocorre a menstruação.
(primeiramente, não estou comparando todos os gametas com humanos, só os óvulos, por serem mais similares ao zigoto. A morte dos espermatozóides, por ocorrer mesmo quando há fecundação, poderia ser vista como uma forma de apoptose, morte celular natural do indivíduo. Se o óvulo morre, no entanto, não há mais indivíduo)

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…e eu não estou promovendo aborto como alternativa à contracepção… como deu a entender pelo final da mensagem… apenas estou expondo que, se é para se dizer que durante a gestação não dá para delimitar exatamente quando é "vida humana" e quando não é, mesmo antes isso é argumentável dada a similaridade do que são óvulo e zigoto; e no entanto, as pessoas geralmente, quase universalmente acho, não se opõem ao direito à menstruação como se opoem ao direito ao aborto.

Não há promoção, entendo o que está descutindo. Só não vejo essa relação necessária da produção natural das células reprodutoras com a reprodução. Uma coisa é o processo, outra os meios de atingí-lo. E nós temos, inclusive, meios de evitá-los.

Eu só acho que seria bastante coerente, a partir do ponto de vista de que o zigoto já é alguém, que o óvulo também é. Pode-se tanto argumentar que a fecundação voluntária é um meio de criar uma nova vida, que de certa forma "não existia" antes, ainda que seja questionável em se seu sentido literal, quanto questionar mais que apenas literalmente e defender que a fecundação é uma obrigação moral para salvar uma vida, por ser a medida necessária para tal nesse estágio da vida, sendo isso apenas um "aborto" mais conveniente/prático e racionalizado, auto-indulgente ao minimizar as mortes por critérios de "insuficiência genética".

O que separa os dois lados são a importância que dão a uma porção de ácidos nucléicos apenas.

 

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