Tópico: Não é racismo se insurgir contra branco, diz ministra

[Guinevere]

sugestão: mover as mensagens off para um tópico novo

[Luis Dantas]

Wilfredo, menos, vai.

Quanto drama.

[Alegra]

(…) Como que uma "sujeita" dessa pode ocupar um cargo desse.

Foi o que pensei também assim que li este tópico…

Também lembrei imediatamente deste tópico… 

A propósito:

"O Globo" 22/03/07

Escravidão em branco e preto
DEMÉTRIO MAGNOLI

(…)
O tráfico e a escravidão continuam reverberando. O escritor moçambicano Mia Couto relata uma visita aos EUA de Honória BailorCaulker, uma senhora africana, presidente da câmara do povoado de Shenge, na Serra Leoa.

Convidada a discursar, ela subiu ao palco, cantou “Amazing Grace” e, após demorada pausa, informou à platéia que o célebre hino religioso foi composto por um filho da escravatura, descendente de uma família que deixou Shenge.

A platéia explodiu em aplausos comovidos, mas Honória os interrompeu e indagou se a homenageavam como símbolo do sofrimento de milhões de escravos. Diante da resposta uníssona, atalhou: “Pois eu não sou descendente de escravos. Nem eu nem o autor do hino.

Somos, sim, descendentes de vendedores de escravos. Meus bisavós enriqueceram vendendo escravos.” Os europeus, como regra, não caçavam africanos, mas os adquiriam na segurança de suas fortalezas costeiras.
A carga humana era fornecida pelos reinos negreiros, alguns muito poderosos, como o Estado ashanti, da Costa do Ouro, que cobrava aluguel dos traficantes europeus pelo uso das fortalezas e mantinha parte dos cativos como serviçais domésticos de seus chefes.

Em 1872, bem depois do encerramento do tráfico atlântico, o soberano ashanti Zey dirigiu uma carta ao rei da Inglaterra solicitando a retomada do comércio de escravos.
(…)

Fora da África, entre intelectuais e ativistas dos movimentos negros, a “amnésia” assume formas mais complexas.

O antropólogo Kabengele Munanga, da USP, ao distinguir a escravidão tradicional nas sociedades africanas do escravismo mercantil no sistema capitalista, passa ao largo da evidência de que a norma da desigualdade que sustentava a primeira também propiciou a associação entre os reinos negreiros e o tráfico europeu.

Já Nei Lopes, autor de um “Dicionário Escolar Afro-Brasileiro”, não está interessado em distinções sociológicas, mas unicamente num curioso cotejo das responsabilidades de “europeus” (leia-se “brancos”) e “africanos” (leia-se “negros”), que o leva a concluir que os primeiros “corromperam” os segundos.

(…)

[Alegra]

Wilfredo, menos, vai.

Quanto drama.

Será que sou eu que estou estes dias sem paciência ou são as pessoas que estão muito dramáticas e fazendo tempestade em copo d'água?  :'(

Acho que preciso de uma benzedeira...

[Guinevere]

O Wilfredo age assim a anos, Alegra, aqui e em outros fóruns.

[Alegra]

Então dispenso a benzedeira! 

[Buckaroo Banzai]

A escravidão acabou a mais de 1 século... e muitos "brancos" vieram para o país alguns anos (e mesmo décadas) mais tarde... alemães, italianos, japoneses, polonesês e tantas outras etnias que vieram justamente fornecer mão de obra (até mais) barata em alternativa aos negros.... logo estes "brancos" deveriam ser vistos quase como semelhantes.

Uns argumentam que esses vieram roubar o emprego dos negros, que os brancos só estariam dispostos a pagar para outros brancos, e então até incentivaram a imigração para não terem que pagar para negros e etc.

E a situação lá na Europa nessa época claro, era a maior moleza, eles vieram para cá pela promessa de uma vida ainda melhor, de tão dispostos que estavam os portugueses em pagar mais caro apenas por trabalhadores brancos...

Enquanto acho que nessa época havia mesmo mais racismo e poderia haver preferência por brancos, não acho que seja mais significativo do que por exemplo, outros bairrismos e preconceito por outras questões de aparência. Não tornaria "natural" qualquer ódio racial...

[Spitfire]

Racismo é o kct quando o assunto se trata de $$$. Dinheiro não tem cor.

Este é o argumento mais burro que já ouvi até hoje… os caras quererem pagar mais (e reduzir o lucro) só para pagar brancos aos invés de negros.... eu acredito em papai noel.

Meu bis-avós polonesês vieram com uma mão na frente e outra atrás… o pouco que tinham ainda foi saqueado no navio… meus ancestrais italianos foram para uma região serrada, no meio das pedras, terra que ninguém naquela época queria, nem os poucos negros que aqui existiam (o RS não foi um estado fortemente escravagista… sua estrutura de produção da época exigiu outro tipo de mão-de-obra).

[Skorpios]

Após polêmica, ministra diz querer se 'reposicionar'
 
   
Para a ministra, luta de excluídos por direitos não é racismo
A ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), disse nesta quarta-feira que os excluídos lutarem pelos seus direitos "não é uma forma de racismo. É, sim, uma forma de se afirmar como cidadão".

Matilde fez a declaração em uma entrevista ao Portal do PT (Partido dos Trabalhadores), em que propôs se "reposicionar" em relação às afirmações que fez em entrevista à BBC Brasil, quando disse que "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco".

"Embora eu tenha dito isso num contexto de uma resposta muito mais ampla há poucos dias, o que causou uma polêmica, vou me reposicionar: o racismo e a discriminação racial são existentes na sociedade brasileira", disse Matilde Ribeiro na entrevista ao Portal do PT.

"Racismo é uma forma de manifestação existente em várias sociedades, não apenas no Brasil, e está balizado por poder. Quem tem poder econômico, político, poder de decisão, toma decisão excluindo quem não tem."

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/03/070328_matilde_entrevistaptrg.shtml

[PauloCesar]

Penso que enquanto o ser humano enxergar o mundo sob a perspectiva de "raça" e "culpa" o mundo será essa merda que vemos hoje.

Infelizmente herdamos muita porcaria dos nossos antepassados, e o racismo é uma delas. Bom seria deixarmos tudo isso de lado pra trás e seguir adiante, como iguais, mas alguns ainda associam a cor da sua pele com "superioridade" ou "vantagem"... então fodam-se!

Já não acredito mais em soluções para esse tipo de coisa...

A declaração da ministra? Ora, só mostra que ela também faz parte do time que vê o mundo sob o ângulo de "raça" e "culpa", quando a desigualdade vai muito além disso. Na verdade, penso que é a desigualdade que causa essa divisão racial da humanidade...

[Luis Dantas]

Me ocorreu agora que se não é racismo quando negros discriminam brancos, por analogia deve ser verdade que não é de assalto que se trata quando alguém que foi assaltado resolve tomar de outra pessoa, à força, o dinheiro que perdeu.

[N3RD]

O Wilfredo age assim a anos, Alegra, aqui e em outros fóruns.

Uma coisa que eu percebi é que você adora criticar os outros né ? -.-"

[Alenônimo]

O Wilfredo age assim a anos, Alegra, aqui e em outros fóruns.

Uma coisa que eu percebi é que você adora criticar os outros né ? -.-"

Tu Quoque.

[Guinevere]

O Wilfredo age assim a anos, Alegra, aqui e em outros fóruns.

Uma coisa que eu percebi é que você adora criticar os outros né ? -.-"

Percebeu errado. Isso na verdade nem crítica era, só estava passando informação.

[Alegra]

E a situação lá na Europa nessa época claro, era a maior moleza, eles vieram para cá pela promessa de uma vida ainda melhor, de tão dispostos que estavam os portugueses em pagar mais caro apenas por trabalhadores brancos…

Acho que não entendi direito o que você quis dizer aqui...
A vida era uma moleza?....

[Rodion]

ele está sendo sarcástico, alegra.

[Sr. Alguém]

Também não é crime se um brasileiro assaltar um português por causa de todo o ouro levado do Brasil durante a colonização.

[Eriol]

Então agora os negros são tratados igual que os brancos? Sério?

A diferença salarial deve ser algo causado por fatores genéticos, ¿A qué sí?

[Buckaroo Banzai]

Qual a evidência de que as diferenças salariais são causadas por racismo?

(de forma nenhuma negar isso implica em algo ridículo como argumentar que seria por fatores genéticos)

[Luis Dantas]

Então agora os negros são tratados igual que os brancos? Sério?

A diferença salarial deve ser algo causado por fatores genéticos, ¿A qué sí?

Não, os negros não são ainda tratados da mesma forma que os brancos.

E validar discriminação contra brancos não vai ajudar a alcançar esse dia.  Se fosse algum tipo de punição à discriminação étnica dos mesmos brancos ainda vá lá.  Mas como é discriminação por serem brancos simplesmente acaba tendo o efeito inverso e ajudando a manter e reforçar a discriminação.

[Eriol]

não vi validação nenhuma no discurso da ministra, meramente um chamado à compreensão.

[Luis Dantas]

Você viu estas postagens do Curitiba Cética e do Buckaroo Banzai no início do tópico?

../forum/topic=10797.0.html#msg187102
../forum/topic=10797.0.html#msg187128

Achei particularmente infeliz a associação que a Ministra vez entre racismo e "maioria".   Acredito e espero que ela ainda acabe por rever essa fala, já que se fosse para levá-la a sério teríamos de acreditar que o racismo só existe quando é a posição da "maioria"...

[Buckaroo Banzai]

Também não vi exatamente validação, mas acho que merecia condenação, não condescendência. A coisa mais próxima de validação foi colocar no tempo presente o açoitamento.

Não é muito diferente de dizer que é totalmente natural que filhos de um casal nazista sejam nazistinhas, por isso é completamente natural coisas como aquelas "prussian blue".

Ambas as situações são "naturais" a tendência do comportamento humano em desenvolvimento no meio da cultura que está inserido. De certa forma o exemplo dos nazistas é até melhor, porque não exige que os brancos estejam açoitando negros ainda hoje, o que mesmo metaforicamente é bem questionável.

A coisa mais parecida com que a ministra disse, mas mais coerente com a realidade, seria que é natural que os negros se sintam ressentidos com brancos se crescem em meio à uma cultura que coloca a si mesmos como vítimas dos brancos dominadores, uma cultura que possivelmente nasceu nos tempos da escravização dos negros por pessoas que na maioria eram brancos, no Brasil, e do preconceito mais generalizado que se sucedeu.

[Alegra]

E a situação lá na Europa nessa época claro, era a maior moleza, eles vieram para cá pela promessa de uma vida ainda melhor, de tão dispostos que estavam os portugueses em pagar mais caro apenas por trabalhadores brancos…

Acho que não entendi direito o que você quis dizer aqui…
A vida era uma moleza?…

ele está sendo sarcástico, alegra.

Ah!!!!