Pelo que li na internet, essa caracterização de "força criadora do universo" seria relacionada ao deísmo. Já o teísmo seria ligado mais exatamente as religiões, seus dogmas, livros sagrados, etc. Por isso que eu disse que seria mais coerente um cientista ser deísta (acreditar em uma força criadora do universo, mas não um deus de uma religião específica) ou mais ainda se ele fosse panteísta (exemplo clássico seria Einstein, como se fosse a natureza o seu "deus").
Também penso que é mais coerente, do ponto de vista científico, um cientista ser deísta ou panteísta do que teísta. O problema do teísmo é que muito dificilmente um crente abrirá mão de uma determinada forma de pensar sobre este deus, ou seja, dificilmente deixará de lado sua forma religiosa de pensar, mesmo que frente a uma evidência que coloque em xeque sua maneira de pensar (porque implico com a religiosidade, que bitola).
O teísmo está mais ligado à religiosidade do que o deísmo ou panteísmo.
Acreditar numa causa primária (intencionada ou não), em vida após a morte e em manifestações espirituais ou mediúnicas não é sinônimo de religiosidade. A religiosidade está mais voltada a coisas como submissões, louvações, quer dizer, está mais voltada às atitudes de um típico religioso do que à crença em si. Até mesmo cientistas acreditam em certas coisas dentro do contexto científico. Religiosidade então é mais uma questão de atitude, não crença! Isso é, da atitude que você toma diante de sua crença.
O deísta ele tem um caráter mais investigador, pois que ele apenas acredita num deus conforme sua razão, e não simplesmente porque está escrito e determinado num livro. Neste aspecto eu me enquadro. Por causa disso a minha convicção sobre deus e espiritualidade sempre muda com o tempo. Um exemplo disso é que eu mesmo vejo sentido em acreditar numa causa primária (como mecanismo natural), mas eu ponho em dúvida certos atributos como a onisciência.
Quer dizer, sou meio cético quanto a certos conceitos nas religiões. Só que aqui não estou fazendo o papel de quem nega, mas de apenas quem duvida. Uma verdadeira atitude cética é mais agnóstica do que atéia ou teísta. Penso que o deísmo e panteísmo tenham mais a ver com ceticismo de fato, já que ceticismo é dúvida, não afirmação e negação.
E a minha atitude não é do tipo religiosa, mas do tipo que questiona as afirmações que se fazem por aí, seja com base em "evidências" ou afirmações conceituais, principalmente. Mas quando eu questiono, não é com o objetivo de negar ou afirmar, mas sim em procurar o sentido lógico das coisas. É para isso que questiono, assim como para não cair em equívocos.
Quanto à parte considerada científica no meio espírita, há afirmações das quais questiono e que parecem de certa forma ultrapassadas em relação ao que se sabe cientificamente sobre as coisas. E quanto à parte "científica", não chamaria de científico propriamente dito, pois que não há métodos de medição. Chamaria de medianímico, quer dizer, estudo da mediunidade e animismo, não ciência do tipo científico. Quer dizer, que estaria mais para como uma ciência social do que relacionada à natureza em si. Tendem ao pensamento antropocêntrico. Para o espírita, não há necessidade de alterar a "ciência" kardequiana. Mas já vejo necessidade disso, assim como em certos aspectos em sua filosofia.
Muito se fala de magnetismo na obra de Kardec, mas acho que deva atualizar para quântico. Ou então se fazer uma revisão sobre este magnetismo. O que acontece é que o espírita em geral trata a obra de Kardec como uma verdade inquestionável, como uma bíblia (está aí a atitude religiosa e bitolada do espírita), mas isso não é espiritismo de verdade, pois que deve haver acompanhamento científico, não estagnação. Já estamos no século 21, não mais no 19!
O que acontece nas obras espíritas é que os supostos reveladores se limitam a dizer coisas de nossa época. Dificilmente verá algum suposto revelador falar de coisas de forma detalhada estando à frente de nosso tempo. Dificilmente verá algum espírita querendo uma revisão das obras de Kardec, pois que costuma achar que é suficiente. Mas para mim não.
Por falar em ciência, como seria a definição de um cientista, de fato?