Tópico: Você está preparado para a web semântica?

[Guinevere]

sim? não? cancelar?

[Jeanioz]

What the hell?...

[Andre]

Acho pouco provável que vá ter futuro. As pessoas não sabem seguir as regras básicas de semântica do HTML 4.1/XHTML 1.1. Listas feitas com <p> e <b r>, títulos feitos com <p class="titulo">...

E olha que essas regras são bem abrangentes.

[Guinevere]

Mas se o google e a wikipédia aderirem...?

[Andre]

Mesmo que eles adiram, como forçar as outras pessoas a usarem também?

Uma chance maior de isso acontecer seria se os blogs, fotologs e similares adotassem, mas as pessoas que usam, estariam utilizando-a sem saber.

[Guinevere]

O google é dono do blogger e do flick, né?
Se eles embutirem algo no orkut...

[Andre]

Flickr é do Yahoo

De nada isso adianta se o IE não der suporte

Tem um outro probleminha também, quem coloca essas tags semânticas são os webmasters, certo? Creio que isso vai ser tão bom quanto fazer busca pelas meta tags.

[Guinevere]

Não, André, pense no que pode virar a wikipédia semântica. Qualquer um pode acessar. E não tem precisão do IE dar suporte.

[Tash]

Acho que vai dar certo sim. Talvez não do jeito que planejam e com as tecnologias que já estão "pré-determinadas", mas de alguma forma o objetivo dela será alcançado..

Acho pouco provável que vá ter futuro. As pessoas não sabem seguir as regras básicas de semântica do HTML 4.1/XHTML 1.1. Listas feitas com <p> e <b r>, títulos feitos com <p class="titulo">…

E olha que essas regras são bem abrangentes.

Mas já houve uma boa melhora nisso, muitos sites estão começando a aderir os padrões, muitos sistemas populares (como o Wordpress) vem aderindo aos padrões e está cada vez mais a palavra "semântica" está ganhando peso.

O google é dono do blogger e do flick, né?
Se eles embutirem algo no orkut…

Blogger só, Flickr é do Yahoo.

Mesmo que eles adiram, como forçar as outras pessoas a usarem também?

Isso virá aos poucos, quando os primeiros sistemas nascerem todo mundo vai querer usufruir dos dados e precisará adaptar seus sistemas pra ler e escrever em RDF, por exemplo. Será necessidade, surgirão ferramentas e tal.


Hoje em dia por exemplo já existem vários serviços e programas populares que usam RDF (uma das principais tecnologias propostas pra web semantica). A Adobe coloca metainformação RDF nos seus formatos de arquivos como o PSD (do Photoshop). O XUL, linguagem de interface do Firefox, usa RDF para os dados...

Isso sem falar nos microformatos, algo que surgiu como iniciativa fora do W3C e está ganhando muito espaço..

De nada isso adianta se o IE não der suporte

Tem um outro probleminha também, quem coloca essas tags semânticas são os webmasters, certo? Creio que isso vai ser tão bom quanto fazer busca pelas meta tags.

Na verdade a web semântica roda "server-side". Pro cliente, ela mostra HTML e CSS como qualquer outro, não há mudança de tecnologias nisso, portanto continua compatível com IE, Firefox e todos os navegadores de hoje em dia. E Web semântica não é semântica no HTML, são coisas diferentes.

A Web semântica começará a vir na forma de serviços como o Google Maps, em que você pode extrair conteúdo de uma fonte. A diferença é que haverá padronização na forma em que esse conteúdo será extraído e na forma com a qual ele interage com outras informações.

[Luis Dantas]

Depois da explicação do Tash, concordo com ele.  Pode até demorar, mas a web semântica vai assentar.

[Guinevere]

E que sistemas vocês esperam que surjam primeiro? Minha maior expectativa é mesmo a wikipedia

[Andre]

Ok, acho que eu não tinha pego direito o que é a web semântica.

Ainda sim, alguém poderia dar um exemplo de utilidade prática disso?

Como seria a wiki semântica?

[Guinevere]

Bom, acho que estes dois textos explicam bem:

http://en.wikipedia.org/wiki/Semantic_Wiki

http://en.wikipedia.org/wiki/Semantic_MediaWiki

[Andre]

A primeira página eu não entendi muito bem, já tinha lido.

O exemplo da segunda eu entendi, mas ainda não vi nada que não possa ser feito com a web atual.

[Luis Dantas]

Sítios web de empresas fornecedoras de produtos e serviços, informativos periódicos, instituições acadêmicas e órgãos públicos provavelmente vão se ajustar e disponibilizar informação mais facilmente ao adotar os protocolos relevantes.

Essa seria a minha aposta para ponta-de-lança da difusão da web semântica.

[Andre]

Na prática, isso quer dizer que?
O quanto diferente seria o jeito que eu uso os sistemas de busca?

[Luis Dantas]

As buscas seriam mais eficientes, teriam mais opções, viriam separadas por tipo de resultado (notícia de jornal, sítio de empresa, etc) e provavelmente mais automáticas também.

Haveria formas mais fáceis de navegar de uma página para outra do mesmo tipo - e elas de fato teriam tipos similares de informação.

[Guinevere]

Que eu saiba isso é pouco. O poder do processamento semântico promete muito mais que isso, mas estou com sono e não consigo pensar num bom exemplo agora, até amanhã

[Luis Dantas]

Ah, de fato, é só o início.

Vejamos - haverá processamento automático de buscas de preços de serviços, passagens de transportes, hospedagem em hotéis, cruzamento automático de informações de curricula vitae, anúncios classificados com "iniciativa própria", páginas multilíngues, resumos inteligentes de artigos...

[Tash]

Caso 1: O Blogueiro Semântico

Como a Web Semântica poderia ajudar a escrever em um blog? Sem dúvida a imagem ideal que tenho é apenas digitar e o blog criar os links pra mim.

Ao citar o fictício Blog do Zé em um post, a minha aplicação de blogs deveria consultar a blogosfera e automaticamente linkar o texto citado ao blog. Caso houvesse mais de um resultado por “Blog do Zé” na blogosfera ele me daria a opção de escolher.

Uma aplicação de blog também poderia me dar sugestões pra links dentro do meu próprio blog. Se estou falando sobre algo que já comentei antes, ela poderá me sugerir links baseando-se no conteúdo que escrevo.

Caso 2: Loja Virtual Inteligente

O futuro de agregadores de produtos como o Buscapé é tornar-se cada vez mais semântico. O ideal seria que os produtos listados já mostrassem o custo final com frete incluso pro endereço do visitante e tudo mais. O próprio navegador já armazenaria preferências como a forma de parcelamento, pagamento e entrega prediletas do comprador.

Caso 3: Busca Pelo Mundo

Com a combinação de mapas e internet podemos criar uma rede com informações sobre pontos geográficos. Isso significa que no futuro, do seu celular, você pode encontrar o local mais próximo que venda comida chinesa e saber o preço, se há vagas no estacionamento e qual o melhor caminho pra chegar lá. Basta que o restaurante chinês mantenha atualizadas suas informações.

Três exemplos simples e não tão distantes da realidade atual, exceto pelo lance das vagas no estacionamento.

Um exemplo clássico é o das passagens de avião: É simples pra um humano visitar um site com horários de voo, um com vagas em um hotel e cruzar os dados para fazer sua reserva no mesmo, mas para uma máquina é impossível hoje em dia, porque não há integração direta entre os bancos de dados de ambos os sites.

Usando o RDF um site vai poder se "comunicar" com outro e trocar informações, e essa tarefa se tornará fácil. Os sites saberão com quais outros sites deverão conversar usando ontologias, tesauros e vocabulários.

Ontologias são grandes classificações especializadas. Uma ontologia sobre carros por exemplo descreveria os tipos de carros, tipos de motores e a relação entre os mesmos. Além do mais, ela pode se conectar com uma outra ontologia sobre motocicletas, se necessário.

Tesauros são "dicionários de sinônimos" modernos, flexíveis e que mostra relação entre os termos.

E os vocabulários são como pequenas ontologias, que descrevem por exemplo, o estacionamento do restaurante chinês citado acima.

[Raphael]

What the hell?…

Fabi pra ditadora.
A Gui é ótima.

[Guinevere]

Ué, parou de me chamar de fedida com tanta facilidade?

(acho que tenho que abrir um tópico sobre percepeção de cheio nos homossexuais)

[Pregador]

Ninguém vai traduzir o tópico?  A enquete deve ser respondida...

[Guinevere]

Ahn, é verdade, vamos lá:

Existe a décadas um ramo da inteligência artificial chamdo "sistemas especialistas". Como exemplo, vamos dar um sistema que faz diagnósticos médicos, baseado em dados de sintomas do paciente.

Programar um negócio desses, de conhecimento especializado, se mostrou mais fácil que fazer um robô genérico que enfrente qualquer problema. É meio estranho, mas as coisas que todo mundo aprende com facilidade até os 5 anos de idade são dificílimas de programar numa máquina, mas o que o sujeito se mata pra aprender numa faculdade de mediciona é simples. Relativametne falando.

Esses sistemas são divididos em uma máquina de inferências (engine) e na base de conhecimento, chamada de ontologia. Programar a engine é tarefa puramente do cientista em computação, mas as ontologias precisam de cooperação dos ditos especialistas. Isso acabou se mostrando meio chato. Um especialista sabe muitas coisas que não consegue expressar bem em palavras pra que o programador jogue na ontologia.


Daí que após algumas décadas, estamos no ponto de transformar a web inteira numa gigantesca ontologia. Mas não de um sistema especializado de informações específicas, mas sim de tudo.

Se hoje não há uma inteligência artificial capaz interpretar textos como da wikipédia, com a formalização da informação semântica dentro dela... bem... Imaginem.

[Alenônimo]

Um exemplo de como usar a tecnologia atual para dar mais significado ao conteúdo das páginas HTML são os Microformats. São padrões que indicam o significado do que está escrito nele.

Os hCards por exemplo mostram os dados de uma pessoa. Com um programa especial, como extensões do Firefox por exemplo, pode-se pegar esses dados e jogá-los em outro programa, como o Catálogo de Endereços do Thunderbird. O programa irá distinguir o que é o nome da pessoa do endereço e irá preencher os campos automaticamente.