Rhyan, você quer me dizer algo? Diga logo, não fique fazendo doce…

Procedure, as definições para o termo burguesia (assim como ocorre com quase todas as palavras) são muitas, a que utilizei (me parece que foi a mesma utilizada pela Mimi neste mesmo tópico) é clássica , pode ser encontrada em qualquer dicionário ou enciclopédia furreca, e levando em consideração o tema da discussão e a minha posição político-ideológica me parece claramente inteligível sua significação; tanto como a da palavra
pão na frase
eu comi pão com Claybom hoje de manhã 
… Mas, de qualquer forma:
Na atualidade, especialmente para os intelectuais que possuem alguma forma de simpatia ao pensamento marxista, burguesia pode querer significar uma classe social detentora dos meios de produção e empregadora do proletariado, que vende sua força de trabalho e seu tempo a fim de se sustentar.
Bom, se a burguesia é culpada de tudo? Não, mas dentre as muitas culpas que a burguesia tem (em uma sociedade capitalista é ela quem molda a sociedade: seus valores, suas regras), uma é a distorção no que diz respeito ao debate (lá vem de novo o Daniel com esse papo manjado

mas fazer o que o papo manjado parece não sair de pauta por nada

) sobre violência e criminalidade. Insisto: da forma como é tratada pela imprensa burguesa (e pelo senso comum que, desde o século XIX, é sempre produto do que a imprensa veicula) a violência não é um problema sociológico, e sim semiológico.
Há, sim, um problema crônico de criminalidade e violência, mas eu o percebo muito mais na recorrente ação dos policiais do PTOU (um grupamento especializado em policiamento de transportes de coletivos no Rio que escolhe passageiros jovens "com cara de bandido" , sobretudo nos arredores das principais favelas, os obrigam a descer do coletivo, os fazem tirar suas peças de roupa, deixando-os por vezes só de cuecas em plena calçada, metem pistolas na cara deles e os agridem a luz do dia para depois os liberarem sem sequer um "desculpe-nos, cachorro.") do que no assassinato
sui generis de um menino de classe média. Vejo tanto crime na sonegação de impostos quanto no roubo de carros em determinado bairro, com a diferença de que assalto a mão armada é um crime bem menos comum do que sonegação de impostos.
Enquanto a discussão sobre violência e criminalidade for pautada única e exclusivamente sobre casos de assalto a bancos, roubos de carro e assassinatos de adolescentes ricas todas as propostas para redução da "violência" serão absolutamente equivocadas e contraproducentes, lamento.