Tópico: Avó crente, você faria?

[Daniboy]

Bem vou contar meu caso e vamos ver o que vocês acham.

Eu estava discutindo calmamente sobre religião com a minha avó, ela tem 71 anos e é bem lúcida, eu sou bem contundente e tenho muitos argumentos e refutações para argumentos teístas, e comecei a perceber que estava ganhando mas não conseguindo o que queria, converter ou mostrar a falta de uma "vida pós morte" para ela me pareceu crueldade então parei de argumentar, e fiquei ouvindo o que ela tinha a falar.

Esse é um ponto que é bem pertinente, eu sei que a verdade é melhor que a falsa esperança mas do meu ponto de vista, dependendo da situação, me parece crueldade.

Opinem. 

"Dizer que um crente é mais feliz do que um cético não é mais coerente que um bêbado ser mais feliz que um sóbrio".
George Bernard Shaw.

[Diegojaf]

Não é conveniente para a relação de vocês esse tipo de discussão e não há prejuízo algum a qualquer um dos dois se esse assunto não for tratado.

Se for o caso, ajo assim...

Estendo esse pensamento a todos os meus relacionamentos pessoais e profissionais.

[Daniboy]

Não é conveniente para a relação de vocês esse tipo de discussão e não há prejuízo algum a qualquer um dos dois se esse assunto não for tratado.

Se for o caso, ajo assim…

Estendo esse pensamento a todos os meus relacionamentos pessoais e profissionais.

Eu nem moro na casa dela, somente conversei com ela enquanto passei por lá e deu nisso aí...

Diego, eu sempre quis espalhar o ateísmo pelo mundo mas é a primeira vez que não sou impiedoso na discussão por pena.

[Diegojaf]

Diego, eu sempre quis espalhar o ateísmo pelo mundo...

Pra que?

[Adriano]

Tenho uma avó crente e já conversamos bastante sobre religião, e ela sabe o que eu penso sobre o ateísmo e ela detalhou mais sobre o entendimento dela, que está ligado com a doutrina da igreja dela, a igreja Adventista. Eu sou bem contundente em mostrar os meus pontos de vista, e ela também faz o mesmo com a sua fé, mas temos liberdade para falar do assunto de forma descontraida, e o que mais me agrada é isso. 

[Oceanos]

Eu já cansei de falar sobre isso. Se minha avó falar que deus existe eu respondo "amémglóriapaialeluia".

E não é questão de verdade; com sensatez, no máximo podemos desconfiar que nos aproximamos dela. Dizer que temos a verdade? É muito audacioso para mim.

Meu ateísmo não influencia nos meus relacionamentos, e está ótimo assim.

[Luis Dantas]

Eu costumo falar sobre ética de consequências e originação interdependente, e sempre enfatizo que não faz muita diferença se há ou não outra vida.

Sim, eu sou CHATO PACAS...

[Mussain!]

Não é conveniente para a relação de vocês esse tipo de discussão e não há prejuízo algum a qualquer um dos dois se esse assunto não for tratado.
Estendo esse pensamento a todos os meus relacionamentos pessoais e profissionais.

Fico com essa. 

[Luis Dantas]

Sei lá, evitar o assunto geralmente é mesmo a melhor política.  Mas ainda me parece uma renúncia triste, algo a ser mudado e não simplesmente aceito sem questionamento.

[Daniboy]

Diego, eu sempre quis espalhar o ateísmo pelo mundo…

Pra que?

Porque a religião é algo que somente nos traz ignorância e preconceito, se há coisas boas, são supérfluas e poderiam ser substituídas por outros tipos de placebos, um aí, que não seja prejudicial para a maioria das pessoas.

[rizk]

Sei lá, evitar o assunto geralmente é mesmo a melhor política.  Mas ainda me parece uma renúncia triste, algo a ser mudado e não simplesmente aceito sem questionamento.

Se a pessoa tiver que evitar falar de religião (e de futebol e de política), podíamos todos voltar a viver em galho porque a civilização não tem mais objetivo. Acho eu. Acho inclusive que conversar sobre essas coisas são momentos pra APRIMORAR a civilização.

Se o objetivo é a desconversão (ou "conscientização", como preferirem), tem é que partir pra uma política de coleguismo. Esta semana eu consegui convencer OITO de que o papa tem que ir é tomar no cu, e tenho certeza de que não teria conseguido se não começasse a conversa com "esse papa me faz ter muita vergonha de ser católica".
Tem que se aproximaaar das pessoas, porque pagar de ateuzão dono-da-verdade só faz botar as pessoas na defensiva. Acho que vale pra avó também.

[Luis Dantas]

Excelente ponto!  E parabéns!

[Daniboy]

Eu tive pena pois o medo da morte é cruel, se eu tenho muito medo dela imagine quem tem mais de 70 anos, isso que move a fé dela e de outros idosos, o medo da morte, e ainda mais sabendo que é o fim da consciência, memória, locomoção, etc etc etc  :'(

[Luis Dantas]

Eu até concordo, mas esse não seria no fim mais um motivo para não ficar calado demais a respeito?

[Fernando Silva]

Depende do tipo de fé da pessoa: simples informação que pode ser corrigida sem causar traumas ou muleta psicológica sem a qual a pessoa entrará em desespero.
Em alguns casos, seria o mesmo que tirar a muleta de um aleijado ou o lítio de um depressivo.
Por outro lado, suspeito que ninguém vai abandonar a crença se realmente precisar dela. A pessoa vai dar um jeito de racionalizar as coisas e continuar acreditando.

[Luis Dantas]

Só um esclarecimento técnico, Fernando: segundo um professor meu de faculdade, lítio não tem recomendação para pacientes com depressão, e sim com bipolaridade (antiga psicose maníaco-depressiva).

Quanto a não abandonar a crença quando se precisa, isso é verdade, mas a forma e o custo podem variar bastante.

Como é mesmo a expressão? "Comer o prato pelas beiradas"? Acho que a melhor estratégia é ir diminuindo o estigma gradualmente, aproveitando oportunidades menos confrontatórias de lembrar que ateísmo é algo natural e digno.

[Daniboy]

Depende do tipo de fé da pessoa: simples informação que pode ser corrigida sem causar traumas ou muleta psicológica sem a qual a pessoa entrará em desespero.
Em alguns casos, seria o mesmo que tirar a muleta de um aleijado ou o lítio de um depressivo.
Por outro lado, suspeito que ninguém vai abandonar a crença se realmente precisar dela. A pessoa vai dar um jeito de racionalizar as coisas e continuar acreditando.

Belo ponto, mas ela tinha medo de morrer sim, seria a muleta dela mas se eu mostrasse meu raciocínio acho difícil ela não concordar, discuti um pouco, diria uns 15 minutos, quase a convenci mas preferi ficar quieto.

Alguem aí tentaria tirar a crença em vida após a morte de um doente terminal? Eu acredito que um idoso mentalmente é tão fraco quanto, o medo da morte e a ciência de que não há muito mais o que viver.

[Pregador]

Acho que minha avó está muito melhor com a a crença dela do que sem. Tirar isso dela poderia ser o fim.

[Daniboy]

Sim, isso que quis dizer...

Quando se dorme sem sonhar é igual.

[Luis Dantas]

A discussão sobre sentido da vida e mortalidade foi movida para novo tópico em "Religiões, crenças e mitos".

[mUKA]

Bem vou contar meu caso e vamos ver o que vocês acham.

Eu estava discutindo calmamente sobre religião com a minha avó, ela tem 71 anos e é bem lúcida, eu sou bem contundente e tenho muitos argumentos e refutações para argumentos teístas, e comecei a perceber que estava ganhando mas não conseguindo o que queria, converter ou mostrar a falta de uma "vida pós morte" para ela me pareceu crueldade então parei de argumentar, e fiquei ouvindo o que ela tinha a falar.

Esse é um ponto que é bem pertinente, eu sei que a verdade é melhor que a falsa esperança mas do meu ponto de vista, dependendo da situação, me parece crueldade.

Opinem. 

"Dizer que um crente é mais feliz do que um cético não é mais coerente que um bêbado ser mais feliz que um sóbrio".
George Bernard Shaw.

Ter sucesso numa empreitada difícil dessas pode ser cruel. Quando me tornei ateu ponderei bastante sobre isso e resolvi não ter esse tipo de discussão com pessoas de idade. Muito provavelmente será perda de tempo, depois de passar quase a vida toda crendo em vida após a morte será bem difícil convencer do contrário e caso tenha sucesso, não acho que quase no fim da vida seja um bom momento pra descobrir isso. É claro que existe a chance da pessoa ficar grata mas que diferença vai fazer?