Autor Tópico: Hora de crescer  (Lida 2371 vezes)

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Offline Rodion

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Hora de crescer
« Online: 20 de Maio de 2007, 19:56:39 »
Hora de crescer

João Pereira Coutinho

Não é fácil ser drogado: quando o produto desaparece, a privação instala-se, o corpo revolta-se e a lucidez abandona a criatura. Não falo de mim. Falo dos selvagens que, depois da vitória de Nicolas Sarkozy nas presidenciais francesas --uma vitória democrática, entendam-- saíram para a rua e, muito democraticamente, queimaram carros e agrediram policiais. Comentários?

Alguns, mais moderados, explicaram na imprensa europeia que os selvagens apenas manifestaram o seu "descontentamento" com os resultados. Não duvido. Mas duvido que queimar carros e agredir policiais seja a melhor forma de o fazer, exceto se estivermos a falar de certas classes de primatas, onde o desporto é habitual.

Outros, mais agressivos, denunciaram o fenómeno --no fundo, a intolerância antidemocrática das massas-- e perguntaram, com certa razão, o que diria a opinião bem pensante da Europa se a palavra "esquerda" fosse substituída por "direita". Imaginem o filme: a extrema-direita queimava 800 carros e agredia 80 policiais. Ainda estaríamos a falar de "descontentamento" democrático?

Respeito os meus colegas colunistas, mas regresso ao início: não é fácil ser drogado. E quando se sabe que as intenções de Sarkozy passam por emagrecer, e em certos casos liquidar, a monstruosidade inviável do estado social francês --a semana das 35 horas, um mercado laboral paralisado, uma altíssima carga fiscal-- entende-se facilmente que o problema das massas é o típico problema do drogado a quem lhe prometem retirar o produto. A privação instala-se, o corpo revolta-se, a lucidez abandona a criatura. Ele quer a sua dose, mas o "dealer" nega-lhe a dose. Como explicar isto? E como resolver isto?

As respostas são avançadas por Roger Kimball no último número da revista "The New Criterion". Ponto prévio: considero a "The New Criterion" a melhor revista mensal do mundo, embora entenda que o tom descaradamente "highbrow" da publicação seja um insulto para cabeças estreitas.

Kimball, com erudição e simplicidade, escreve longo ensaio sobre Hayek, o economista austríaco que venceu o Prêmio Nobel da Economia em 1974. E escreve sobre o lado menos conhecido de Hayek: a denúncia que o teórico fez das consequências psicológicas que uma forte dependência económica e social do Estado acaba por provocar no carácter dos indivíduos.

A denúncia surgiu em "The Road to Serfdom", livro de 1944 que transformou Hayek em estrela popular e que ainda hoje se lê com prazer e proveito. Desde logo porque Hayek procurava mostrar como um crescente domínio da economia pelo Estado representava uma forte ameaça à liberdade individual. Essa ameaça era identificada por Hayek no seu próprio país de acolhimento, a Inglaterra, onde uma mentalidade dirigista procurava chamar para as mãos do governo as rédeas da economia nacional.

Para Hayek, esse centralismo crescente não significaria, apenas, o empobrecimento da Grã-Bretanha, ou seja, a destruição de uma ordem espontânea de mercado onde os indivíduos podem agir livremente, seguindo regras de conduta justa e perseguindo os seus fins pessoais. Como o título do livro sugere, o crescente controlo da economia pelo Estado conduziria a democracia pelo caminho da servidão. Como na Alemanha ou na União Soviética.

Hoje, é possível ler o aviso de Hayek com algum desconto: a presença do Estado na economia não conduz necessariamente a uma abolição da democracia e à imposição de um regime ditatorial. As sociais-democracias europeias, que praticamente se transformaram na única linguagem política aceitável pelo "centrão" eleitoral, mostram como o equilíbrio entre o Estado e a iniciativa privada é possível, e se calhar desejável.

Mas um aspecto do trabalho de Hayek merece ser revisitado - e Roger Kimball fá-lo no artigo: trata-se da "servidão" psicológica que as economias fortemente dominadas pelo Estado acabam por infligir aos indivíduos. Hayek fala de uma "alteração de carácter" e, retomando Tocqueville, denuncia o que lhe parece ser uma "infantilização" dos seres humanos: um Estado que cuida deles do berço à sepultura, respondendo a todas as suas necessidades com patológico paternalismo, é também um Estado que lhes retira qualquer possibilidade de se tornarem adultos e responsáveis.

Nas noites de Paris, Lyon ou Nantes, não foi apenas a extrema-esquerda que saíu à rua. Foram crianças sem maneiras, que o Estado infantilizou durante longos anos de doentia protecção. Este atraso não se resolve com polícia. Resolve-se da única forma possível: terminando com a mesada e obrigado as crianças a crescer.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult2707u63.shtml

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curioso é que também ortega y gasset chega a uma conclusão parecida, sem exatamente os mesmos contornos ideológicos; um dos grandes problemas do homem moderno, do homem-massa, é este ter sido mimado demais. daí se infantiliza, reluta em fazer o dever de casa e pede doce, doce, doce. e quem consegue pensar numa sociedade composta só por crianças?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Herf

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Re: Hora de crescer
« Resposta #1 Online: 21 de Maio de 2007, 16:59:08 »
Lembro-me de um post aqui no fórum que falava sobre uma pesquisa mostrando que uma alta porcentagem dos russos preferiam a volta do comunismo.

Francis Fukuyama, no livro O fim da história e o último homem, fala, de um modo mais amplo, sobre a dependência criada em um povo pelo paternalismo estatal:

Citar
The totalitararian state hoped to remake Soviet man himself by changing the very structure of his beliefs and values through control of the press, education, and propaganda.
[...]
Ken Kesey's 1962 novel, One Flew Over the Cuckoo's Nest, provides an illustration of the totalitarian aspiration. the book centers around inmates of an insane asylum who lead lives of childish inanity under the eyes of a tyrannical Big Nurse. the novel's hero, McMurphy, tries to liberate them by breaking the asylum's rules and eventually leading the inmates to freedom. But he discovers in the process that none of the inmates is being keept there agains his will; in the end, all are afraid of the world outside and remain voluntarily incarcerated, in a relationship of secure dependence on Big Nurse. This then was the ultimate goal of totalitarianism: not simply to deprive the new Soviet man of his freedom, but to make him fear freedom in favor of security, and to affirm the godness of his chains even in absence of coercion.

Offline Rodion

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Re: Hora de crescer
« Resposta #2 Online: 21 de Maio de 2007, 17:36:36 »
só pra constar, proc, no começo de maio o congresso russo aprovou a foice e o martelo como símbolo nacional.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

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Re: Hora de crescer
« Resposta #3 Online: 21 de Maio de 2007, 19:07:19 »
Citar
curioso é que também ortega y gasset chega a uma conclusão parecida, sem exatamente os mesmos contornos ideológicos; um dos grandes problemas do homem moderno, do homem-massa, é este ter sido mimado demais. daí se infantiliza, reluta em fazer o dever de casa e pede doce, doce, doce. e quem consegue pensar numa sociedade composta só por crianças?

Em uma reportagem sobre a demora na entrega pelo governo de material escolar e uniformes, um pai foi entrevistado e disse: "assim tenho que tirar dinheiro do bolso para pagar o uniforme"...

Offline Herf

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Re: Hora de crescer
« Resposta #4 Online: 22 de Maio de 2007, 14:02:36 »
Fico pensando se o tradicional "jeitinho" brasileiro, aquele responsável pelo brasileiro não saber cuidar de seu próprio país, cidade, bairro, rua, não teria uma parcela de influência desta cultura paternalista do estado, desta mentalidade que faz o povo ver no estado uma instituição que deve servi-lo do berço à sepultura, estando presente em todos os aspectos da vida do cidadão.

Não digo que totalmente, óbvio que há outros fatores na questão do "jeitinho". Mas a cultura do estado paternalista deve ter a sua parte de influência.

Offline Herf

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Re: Hora de crescer
« Resposta #5 Online: 22 de Maio de 2007, 14:10:26 »
Em uma reportagem sobre a demora na entrega pelo governo de material escolar e uniformes, um pai foi entrevistado e disse: "assim tenho que tirar dinheiro do bolso para pagar o uniforme"…

É claro que é errado ele ter que pagar o uniforme considerando a altíssima carga de impostos que pagamos e a promessa do governo em fornecê-los. Mas isso demonstra que a nossa cultura criou um povo que é totalmente dependente do estado, não só com relação ao que consumir, mas também, em casos máximos de paternalismo, com relação ao que pensar. E quando o pai estado falha, o povo se dá mal e fica completamente desorientado

Offline Luis Dantas

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Re: Hora de crescer
« Resposta #6 Online: 22 de Maio de 2007, 14:22:26 »
Triste verdade.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

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Re: Hora de crescer
« Resposta #7 Online: 22 de Maio de 2007, 14:33:29 »
Em uma reportagem sobre a demora na entrega pelo governo de material escolar e uniformes, um pai foi entrevistado e disse: "assim tenho que tirar dinheiro do bolso para pagar o uniforme"…

É claro que é errado ele ter que pagar o uniforme considerando a altíssima carga de impostos que pagamos e a promessa do governo em fornecê-los. Mas isso demonstra que a nossa cultura criou um povo que é totalmente dependente do estado, não só com relação ao que consumir, mas também, em casos máximos de paternalismo, com relação ao que pensar. E quando o pai estado falha, o povo se dá mal e fica completamente desorientado

Verdade. E isso em um país de 180 milhões de habitantes é algo praticamente irreversível na minha opinião.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

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Re: Hora de crescer
« Resposta #8 Online: 22 de Maio de 2007, 16:58:49 »
O que fazem os independentes do paternalismo?

Queixam-se e colocam a culpa nos outros :)

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Re: Hora de crescer
« Resposta #9 Online: 22 de Maio de 2007, 17:01:52 »
Entendam, os responsáveis pelos relatos da notícia são essencialmente anarquistas.
Eles não querem um "pai" a ditar ordens.

A vitória do Sarkozy é precisamente mais governo paternalista, autoritário para remeter ordem que as pessoas não conseguem sozinhas :)
A opção era entre uma "mãe" ou um "pai".

Essa guerrinha estúpida de esquerda e direita tem muito pouco espaço no assunto.
Os extremos não interessam…

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Re: Hora de crescer
« Resposta #10 Online: 22 de Maio de 2007, 17:10:09 »
O que fazem os independentes do paternalismo?

Queixam-se e colocam a culpa nos outros :)

Sabe o que eles fazem? sonegam impostos. Assim compensam a falta de Estado, uma vez que Estado pequeno e pouco presente corresponde a tributos reduzidos. Estes ficam ricos. A classe média vai encolhendo e pagando impostos pelo restante. Os miseráveis que são maioria pilham cada vez mais o Estado que os induz a fazerem isso, retroalimentando a cadeia. Programas assistencialistas e populistas caça votos que não resolvem o problema e criam uma sangria incontrolável de gastos.
Uma das melhores formas de se mudar algo era elegendo dirigentes e parlamentares diferentes, mas políticos assim são raros neste país. Nas últimas eleições, tinham dois principais candidatos ruins, mais um deles tinha uma plataforma voltada a redução do tamanho do Estado, o que poderia amenizar este quadro.
O que ocorreu foi que nos Estados mais ricos da federação este candidato ganhou, mas perdeu feio em todos os outros. A massa de pessoas dependentes do Estado é gigantesca e são eles quem ditam que é e quem não é eleito.

O pior de tudo é que eu não garanto nada que se o Alckimin tivesse ganho, não estaria tudo a mesma merda.

Nem uma reforma cultural eu acho que funcionaria, pois o sistema de educação nosso é voltado ao esquerdismo e o Estado paizão. Os livros didáticos são assim e somente os partidos com plataformas assim elegem candidatos. No caso, a cavalar maioria do povo quer um Estado paternalista, não abre mão de direitos trabalhistas e muitos serviços públicos gratuitos.

Temos uma das maiores arrecadações do mundo e mesmo assim aqui é tudo muito ineficiente. Por que? esquecemos de mencionar que nosso povo, além de paternalista, é corrupto de maneira quase geral, na verdade uma coisa decorre da outra.
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Re: Hora de crescer
« Resposta #11 Online: 22 de Maio de 2007, 19:04:58 »
Em uma reportagem sobre a demora na entrega pelo governo de material escolar e uniformes, um pai foi entrevistado e disse: "assim tenho que tirar dinheiro do bolso para pagar o uniforme"…

É claro que é errado ele ter que pagar o uniforme considerando a altíssima carga de impostos que pagamos e a promessa do governo em fornecê-los. Mas isso demonstra que a nossa cultura criou um povo que é totalmente dependente do estado, não só com relação ao que consumir, mas também, em casos máximos de paternalismo, com relação ao que pensar. E quando o pai estado falha, o povo se dá mal e fica completamente desorientado

A carga de impostos que ele em especial paga é mínima. Agora, se eu não tenho condições de dar comida e roupas para meu filho, eu não tenho filhos. Simples. Esperamos 6 anos para ter um filho, não foi à toa.
« Última modificação: 22 de Maio de 2007, 19:08:02 por Atheist »

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Re: Hora de crescer
« Resposta #12 Online: 22 de Maio de 2007, 22:58:47 »
Em uma reportagem sobre a demora na entrega pelo governo de material escolar e uniformes, um pai foi entrevistado e disse: "assim tenho que tirar dinheiro do bolso para pagar o uniforme"…

É claro que é errado ele ter que pagar o uniforme considerando a altíssima carga de impostos que pagamos e a promessa do governo em fornecê-los. Mas isso demonstra que a nossa cultura criou um povo que é totalmente dependente do estado, não só com relação ao que consumir, mas também, em casos máximos de paternalismo, com relação ao que pensar. E quando o pai estado falha, o povo se dá mal e fica completamente desorientado

A carga de impostos que ele em especial paga é mínima. Agora, se eu não tenho condições de dar comida e roupas para meu filho, eu não tenho filhos. Simples. Esperamos 6 anos para ter um filho, não foi à toa.

Claro que não, ele paga sim muitos impostos. Qualquer produto que ele compre, desde cigarro, cachaça, até comida, tem uma carga enorme de tributos  embutidos, além de impostos sobre impostos. IPI, ICMS, Cofins (Contribuição social), CSLL etc etc.

Toda essa carga tributária é repassada para o produto final. Alguns tributos tem inclusive o consumidor final como contribuinte, sendo o comerciante quem apenas cobra e repassa depois ao governo, mas ninguém sabe ou é informado disso.

Sem mencionar que se ele for empregado paga um monte de impostos que incidem sobre a sua folha de pagamento. Trabalha 5 meses só para isso no ano.
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Re: Hora de crescer
« Resposta #13 Online: 23 de Maio de 2007, 04:58:09 »
Pior de tudo é ver os que apregoam menos estado servirem-se dele, possivelmente, não pagam impostos...

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Re: Hora de crescer
« Resposta #14 Online: 23 de Maio de 2007, 07:20:33 »

Claro que não, ele paga sim muitos impostos. Qualquer produto que ele compre, desde cigarro, cachaça, até comida, tem uma carga enorme de tributos  embutidos, além de impostos sobre impostos. IPI, ICMS, Cofins (Contribuição social), CSLL etc etc.

Toda essa carga tributária é repassada para o produto final. Alguns tributos tem inclusive o consumidor final como contribuinte, sendo o comerciante quem apenas cobra e repassa depois ao governo, mas ninguém sabe ou é informado disso.

Sem mencionar que se ele for empregado paga um monte de impostos que incidem sobre a sua folha de pagamento. Trabalha 5 meses só para isso no ano.

Vícios que fazem mal à saúde devem ter pesados impostos, nisto eu concordo. No mais, se ele está sujeito a ser auxiliado pelo Estado é porque não recebe o suficiente para ter descontos de imposto em folha de pagamento. Além disso, produtos da cesta básica têm impostos absurdamente reduzidos. A carga de impostos que ele paga é muito, mas muito menor que a minha. Do ponto de vista de contrapartida pelos impostos pagos, ele recebe muito mais do que paga.

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Re: Hora de crescer
« Resposta #15 Online: 23 de Maio de 2007, 07:20:56 »
Pior de tudo é ver os que apregoam menos estado servirem-se dele, possivelmente, não pagam impostos…

Quem?

Offline Luis Dantas

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Re: Hora de crescer
« Resposta #16 Online: 23 de Maio de 2007, 09:01:44 »
One, a coisa é complicada.  No Brasil as políticas paternalistas e a mentalidade oportunista caminham lado-a-lado e os valores ficam confusos.  Muitas vezes a escolha que se tem é ter princípios e ser preterido por isso ou se vender e ser admirado.

O Estado não é social, mas basicamente tenta se convencer de que é enquanto exerce sua influência de chefe de quadrilha.

Imagino que a melhor descrição para quem conhece Portugal é dizer que lembra em alguns aspectos o regime de Salazar.  Nós tivemos Getúlio Vargas e nosso próprio Estado Novo, e infelizmente não avançamos muito desde então, nem política nem socialmente.
« Última modificação: 23 de Maio de 2007, 09:05:45 por Luis Dantas »
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Herf

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Re: Hora de crescer
« Resposta #17 Online: 23 de Maio de 2007, 16:25:40 »
nosso povo, além de paternalista, é corrupto de maneira quase geral, na verdade uma coisa decorre da outra.

Sim, foi sobre o que pensei quando falei da possível relação entre a cultura do "jeitinho" com o estado paternalista. Um povo acostumado a ser servido pelo estado não sabe cuidar de si próprio, de seu patrimônio, de sua rua, cidade, país. Quanto mais é acostumado a ser controlado pelo estado, menos responsabilidade tem pelos seus próprios atos.

Offline Herf

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Re: Hora de crescer
« Resposta #18 Online: 23 de Maio de 2007, 16:28:28 »
Pior de tudo é ver os que apregoam menos estado servirem-se dele, possivelmente, não pagam impostos…

Você acha que é contraditório um liberalista que faz uso do patrimônio público?

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Re: Hora de crescer
« Resposta #19 Online: 24 de Maio de 2007, 05:00:52 »
Luis,

Penso entender melhor o Brasil à medida que vou lendo as diferentes contribuições.
Minha Impressão:

Administração de compadrio, corrupta e ineficaz.
Não admira o descontentamento. 

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Re: Hora de crescer
« Resposta #20 Online: 24 de Maio de 2007, 05:02:52 »
Pior de tudo é ver os que apregoam menos estado servirem-se dele, possivelmente, não pagam impostos…

Você acha que é contraditório um liberalista que faz uso do patrimônio público?

Se estiver a falar de economia, em boa parte considero engraçado ver protestar contra o despesismo do estado "gordo" e ao mesmo tempo adorem tirar vantagem do mesmo.
Mais hilariante se forem pessoas que fogem aos impostos...

One

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Re: Hora de crescer
« Resposta #21 Online: 24 de Maio de 2007, 05:03:59 »
Pior de tudo é ver os que apregoam menos estado servirem-se dele, possivelmente, não pagam impostos…

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Offline Luis Dantas

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Re: Hora de crescer
« Resposta #22 Online: 24 de Maio de 2007, 05:08:11 »
Você está pegando uma boa noção do Brasil, One.
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Re: Hora de crescer
« Resposta #23 Online: 24 de Maio de 2007, 07:39:47 »
Pior de tudo é ver os que apregoam menos estado servirem-se dele, possivelmente, não pagam impostos…

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Chutou pra fora... Pago 27,5% de IR descontado em folha, mais todo o resto dos impostos que abastecem os bolsos do governo... e as bolsas esmola...

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Re: Hora de crescer
« Resposta #24 Online: 24 de Maio de 2007, 11:00:29 »
Atheist,

Ainda bem para você.
Se está tranquilo não tem porque se justificar!

 

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