--------------------------------------------------------------------------------
"O Globo" 20/05/07 
Disseram que eu só iria sofrer, mas eu não dei ouvidos
PATROCÍNIO PAULISTA (SP). Desde o diagnóstico, a vida da família mudou. O pai foi o primeiro a saber. Temendo a reação da mulher, levou três dias para contar. 
Antes, convidou a vizinhança para um terço em louvor a Nossa Senhora Aparecida.  
— Fui a última a saber. Muita gente disse que eu só iria sofrer, mas não dei ouvidos. Entreguei completamente nas mãos de Deus, já que Ele me escolheu para ser mãe de uma criança assim — diz a mãe, Cacilda Galante Ferreira, de 37 anos, enquanto acaricia a barriga da filha. 
Marcela nasceu no dia 20 de novembro, com 47cm e 2,5kg. 
O batizado foi feito às pressas na própria Santa Casa. Marcela surpreendeu os médicos porque mamou nos primeiros 15 dias de vida. Ela e a mãe ficaram por cinco meses na Santa Casa. 
Hoje, moram em uma casa na cidade, enquanto o restante da família — marido e duas filhas, de 15 e 18 anos — continuam no sítio, a 18 quilômetros. 
Cacilda cuida da filha 24 horas por dia. A menina recebe alimentação por sonda e fica acoplada a um capacete de oxigênio no berço adornado com imagens de Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Aparecida e do padre Marcelo Rossi.