Autor Tópico: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar  (Lida 4882 vezes)

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Offline Diego

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Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Online: 28 de Maio de 2007, 13:04:31 »
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 A Venezuela fechou nesta segunda-feira um canal de TV da oposição, que agora foi substituído por uma emissora de promoção da chamada revolução socialista do presidente Hugo Chávez.

Chávez vem há muito tempo lutando com canais de oposição, os quais chama de "cavaleiros do apocalipse" por terem apoiado um golpe contra ele em 2002.

Críticos do presidente dizem que o fechamento da RCTV prejudicará a liberdade de expressão no país.

"Isso expôs a natureza abusiva, arbitrária e autocrática do governo de Chávez, um governo que teme o livre pensamento, que teme opinião e críticas", disse Marcel Granier, diretor da RCTV, a emissora mais antiga do país.

O fechamento do canal expôs a forte divisão política da Venezuela. Milhares de simpatizantes de Chávez fizeram festa nas ruas e manifestantes da oposição enfrentaram a polícia, gritando frases contra o governo.

Em um programa de despedida, a equipe da RCTV lotou um estúdio e rezou.

"Não percam a esperança. Nos veremos em breve", disse o apresentador Nelson Bustamante aos telespectadores.

Vinte minutos depois que a RCTV foi tirada do ar, o canal estatal começou suas transmissões, com o hino nacional conduzido por Gustavo Dudamel, venezuelano de 26 anos nomeado diretor musical da Filarmônica de Los Angeles.

A programação começou com um concerto de melodias tradicionais, intercaladas com filmes do governo. O canal planejava exibir também um filme sobre Simon Bolívar, comandante do século 19 que é o herói de Chávez.

O fechamento foi condenado pelo Senado dos Estados Unidos e pelo Parlamento Europeu, mas simpatizantes de Chávez justificam a medida criticando a ética jornalística do canal.

A RCTV passou filmes e desenhos animados quando a onda virou a favor de Chávez no golpe de 2002 e recusou-se a mostrar a multidão de simpatizantes do presidente em atos contra os líderes do golpe.

A empresa de pesquisa Datanalisis mostrou que quase 70 por cento dos venezuelanos são contra o fechamento, mas a maioria citou a perda das novelas favoritas como motivo, e não preocupações com a limitação da liberdade de expressão.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/05/28/ult729u67760.jhtm


Viva o socialismo!

Offline Stéfano

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #1 Online: 28 de Maio de 2007, 13:06:32 »
Pode me chamar de louco, mas não dormi direito no sábado depois que vi uma matéria sobre isso...
"Alternative and mainstream Medicine are not simply different methods of treating ilness. They are basically incompatible views of reality and how the material world works." Arnold S. Relman

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #2 Online: 28 de Maio de 2007, 14:49:38 »
O problema maior é que os moldes de concessão de licença permitem este tipo de situação... até mesmo aqui no Brasil (e em boa parte do mundo), concessão de transmissão são dados em caráter precário, ou seja, se o poder concedente quiser, pode, a qualquer momento, retirar a licença. Isto abre precedente legal para este tipo de coisa.
Não... não estou defendendo o Chávez, estou criticando a forma como a legislação é feita. O que Chávez fez pode ser anti-ético... mas infelizmente não é ilegal.  :(

Offline n/a

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #3 Online: 28 de Maio de 2007, 19:35:11 »
Um dos episódios mais tristes da história recente da democracia na américa latina. Eu ainda me surpreendo com a existência de pessoas que defendem o Hugo Chavez. Não é nem mais questão de ser de direita ou de esquerda, de acreditar no livre mercado ou no dirigismo estatal. É apenas estar do lado da liberdade ou não, simples.

Acho que agora não é mais possível falar em distorções na informação criadas pela imprensa "burguesa". É fato claro e inquestionável que o homem fechou um canal de oposição para abrir um canal estatal, obviamente um meio de propaganda oficial, no seu lugar. É o caminho da servidão.

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A empresa de pesquisa Datanalisis mostrou que quase 70 por cento dos venezuelanos são contra o fechamento, mas a maioria citou a perda das novelas favoritas como motivo, e não preocupações com a limitação da liberdade de expressão.

Acho que nem há muito o que comentar aqui. Mostra que os venezuelanos talvez mereçam a própria desgraça. Quem mesmo disse que o preço da liberdade é ter que zelar por ela por todo o resto dos tempos?

Offline n/a

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #4 Online: 28 de Maio de 2007, 19:40:29 »
Dizem ser do Thomas Jefferson: The price of freedom is eternal vigilance.

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #5 Online: 28 de Maio de 2007, 19:49:58 »
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A empresa de pesquisa Datanalisis mostrou que quase 70 por cento dos venezuelanos são contra o fechamento, mas a maioria citou a perda das novelas favoritas como motivo,

 :histeria:

Isso nós temos de sobra para exportar.  :lol:
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #6 Online: 28 de Maio de 2007, 21:31:42 »
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A empresa de pesquisa Datanalisis mostrou que quase 70 por cento dos venezuelanos são contra o fechamento, mas a maioria citou a perda das novelas favoritas como motivo, e não preocupações com a limitação da liberdade de expressão.

Há! Novelas?? Esses venezuelanos foram contaminados pelas futilidades burguesas, como pode ver. Não sabem o que é melhor para eles. Fico feliz que Chávez tenha confiscado a eimissora, agora o povo venezuelano terá acesso a informação e entrentenimento de qualidade.

Offline Hugo

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #7 Online: 29 de Maio de 2007, 09:47:42 »
DEBATE ABERTO

Venezuela: canal RCTV vence seu prazo

A não renovação da concessão à RCTV depois de vinte anos se justifica plenamente por estar prevista por lei. Mas contam também repetidas violações da Constituição por parte da emissora.

Luciano Wexell Severo

Qualquer pessoa pode ler no Diário Oficial da Venezuela, nº 33.726, do dia 27 de maio de 1987, que “as concessões para o estabelecimento e explorações de estações televisoras e rádio-difusoras se outorgarão por vinte anos”. Por este motivo, no dia 27 de maio de 2007, às 23:59, terminou o prazo de concessão de vinte anos do canal Rádio Caracas de Televisão (RCVT).

Como se sabe, as concessões são espaços radioelétricos outorgados pelos Estados para a exploração de pessoas físicas ou jurídicas, por tempo determinando e segundo o cumprimento de condições definidas pela lei. Não se trata do fechamento de um canal. Simplesmente o Estado decidiu não renovar a concessão de vinte anos do canal RCVT. Esta é uma decisão soberana de um país profundamente democrático, que nos últimos anos passou por diversas eleições e plebiscitos nos quais a população participou ativamente.

Não há nada de ditatorial ou de anti-democrático. Pelo contrário, é público e notório que o governo venezuelano zela permanentemente pela liberdade de expressão e, apesar dos inúmeros casos de violação das leis por parte dos conglomerados da mídia, jamais agiu no sentido de fechar ou censurar nenhum deles. É importante que os brasileiros saibam que as transmissões do canal RCTV foram suspensas por três dias no ano 1976, por difundir “notícias falsas e tendenciosas”; por 34 horas, em 1980, por transmitir “relatos de fatos pouco edificantes”; em 1981, por 24 horas, pela difusão de “um filme de corte pornográfico” e punida em 1984 por ridicularizar “de forma humilhante” ao então presidente Luis Herrera Campins e sua esposa.

Atualmente existem, registradas oficialmente na Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL), mais de 600 acusações contra o canal RCTV por violação dos direitos dos trabalhadores e por exibição de conteúdos que deformam o desenvolvimento harmônico da sociedade. Nos últimos anos, a entidade CONATEL reiteradamente chamou a atenção do canal RCTV, que não reconhece as reclamações e mantém uma programação que estimula permanentemente o racismo, a prostituição, o machismo, o uso de drogas, a violência, a destruição familiar, o desrespeito às instituições do Estado.

O canal RCTV teve papel destacado como agente estimulador do golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em 2002, e das conspirações que derrubaram a economia em 30%, em 2003. Mantém profundos vínculos com a “associação civil” Súmate, financiada pela Fundação Nacional para a Democracia (NED) do Departamento de Estado estadunidense. O diretor geral deste canal, Marcel Granier, foi um dos poucos que compareceu ao Palácio de Miraflores no dia 12 de abril de 2002, alegre e satisfeito com a “derrubada” de Chávez, para a posse do “novo presidente”, o golpista Pedro Carmona.

O canal RCTV desrespeita a Constituição da Venezuela (artigos 57, 58 e 108) e também outras leis nacionais e internacionais. A não renovação da concessão depois de vinte anos se justifica plenamente, segundo qualquer ponto de vista. Muito mais do que o direito de não renovar uma concessão, o Estado tem o dever, a obrigação, de defender os seus cidadãos, de supervisionar os conteúdos transmitidos, de defender o cumprimento das leis, a democracia e a liberdade de expressão.

Mas “democracia” não tem nada que ver com caminhar nu pela praça. Democracia não tem nada que ver com xingar a mãe do guarda. Ninguém pode ter a “liberdade” de oferecer drogas ou agredir a nossos filhos. Além disso, não existe nenhuma “liberdade de expressão” se espaço radioelétrico de um país, que deveria ser de domínio público, está dominado por oligopólios. Na Venezuela, 78% das estações de televisão em VHF e 82% das em UHF são meios privados. Só os canais RCTV e Venevisión, do milionário Gustavo Cisneros, controlam 75% das transmissões. Que “liberdade de expressão” é essa?

É muito necessária a discussão sobre o papel social dos meios de comunicação nesta etapa mais degenerada do capitalismo imperialista. Hoje em dia existe uma crescente associação entre a indústria, o capital financeiro e os meios de comunicação. O mesmo canal que convence uma pessoa obesa de que ela é “feia”, lhe oferece uma farta lista de medicamentos para que se torne “bonita”. Assim se faz com os automóveis, com os celulares, com as roupas, os sapatos, os silicones, etc. destroem a sociedade em um triste processo de enlouquecimento, emburrecimento e enganação coletiva. Como isto ainda é visto como aceitável, o canal RCTV exerce naturalmente seu direito de vender espaços publicitários.

Com ética ou sem ética, o importante é que recebe anualmente dezenas de milhões de dólares de empresas como Cargil, Gilette, Goodyear, Colgate-Palmolive, Johnson y Johnson, Mastercard, etc. E é mais que natural a chiadeira das indústrias farmacêuticas, alimentícias, bélicas, da pornografia ou das drogas contra a não renovação da concessão de um espaço televisivo que consideram “seu”. Entretanto, se trata de um espaço de domínio público, do Estado venezuelano, que se reserva todo o direito de decidir sobre a renovação ou não de uma concessão de um canal de televisão, de áreas de petróleo ou gás.

Por isso, é mais que natural a campanha da rede Globo, da Folha de São Paulo, da Zero Hora, do grupo Abril, etc. Todo o Brasil sabe que estes são meros alto-falantes das empresas multinacionais e dos interesses imperialistas sobre o Brasil. Não informam; deformam. Desvirtuam e mentem, sem nenhuma vergonha ou pudor, para defender os seus próprios interesses financeiros. Quanto mais contrários forem ao governo popular e democrático de Hugo Chávez, mais publicidades receberão das Setes Irmãs do petróleo. Essa é a sua lógica. Sempre trabalharam assim.

Sugiro que os interessados em informar-se com outro ponto de vista, acessem os sites da Rádio Nacional da Venezuela (RNV), Venezolana de Televisión (VTV) ou o canal Vive. A partir das 23:30, o povo bolivariano estará festejando, nas ruas e praças, o fim das transmissões do canal RCTV. Mais que isso, estará celebrando a democratização dos espaços televisivos e o início das atividades da nova Televisão Venezuelana Social (TEVES).



Luciano Wexell Severo é economista e é assessor do Ministério das Industrias Básicas da Venezuela.


"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #8 Online: 29 de Maio de 2007, 12:13:50 »
A não renovação da concessão à RCTV depois de vinte anos se justifica plenamente por estar prevista por lei.
[…]
Qualquer pessoa pode ler no Diário Oficial da Venezuela, nº 33.726, do dia 27 de maio de 1987, que “as concessões para o estabelecimento e explorações de estações televisoras e rádio-difusoras se outorgarão por vinte anos”.

Você é contra a liberdade de expressão. É o que sou tentado a concluir diante deste texto. Ou você é contra a liberdade de expressão ou vê na constituição de um país um livro com verdades sagradas e inquestionáveis, tal como a bíblia para os cristãos.

Esse apelo à lei é uma coisa que não compreendo… Tenta me convencer de que é "justa" uma barbaridade tal como o confisco da RCTV pelo fato de ela estar prevista na lei. "Tá na lei, ó. Não há o que questionar…" Se estivesse escrito na lei que brancos, negros e índios devessem ser separados, tal como o antigo apartheid na África do Sul, você aceitaria a idéia de braços abertos, porque é constitucional?

Não, né? É claro que não. É absurdo demais o apartheid.

Portanto, se tentas usar a lei como justificativa para o absurdo fechamento da RCTV, não é porque consideras a lei sagrada, é porque és contra a liberdade de expressão mesmo. É só o que se pode concluir.


Esta é uma decisão soberana de um país profundamente democrático, que nos últimos anos passou por diversas eleições e plebiscitos nos quais a população participou ativamente.

Profundamente democrático este país. A grande maioria protestou contra o fechamento da emissora e ela foi fechada. Creio que nossas concepções de democracia são bem diferentes.

Não há nada de ditatorial ou de anti-democrático. Pelo contrário, é público e notório que o governo venezuelano zela permanentemente pela liberdade de expressão

:stunned:

Mas “democracia” não tem nada que ver com caminhar nu pela praça. Democracia não tem nada que ver com xingar a mãe do guarda. Ninguém pode ter a “liberdade” de oferecer drogas ou agredir a nossos filhos.

Quem defendeu que democracia é isso?

Além disso, não existe nenhuma “liberdade de expressão” se espaço radioelétrico de um país, que deveria ser de domínio público, está dominado por oligopólios. Na Venezuela, 78% das estações de televisão em VHF e 82% das em UHF são meios privados. Só os canais RCTV e Venevisión, do milionário Gustavo Cisneros, controlam 75% das transmissões. Que “liberdade de expressão” é essa?

Talvez por culpa do próprio estado, que não confere as concessões com facilidade ou simplesmente não as confere. É como alguém fazer milhões de exigências para trabalhar em sua empresa e depois reclamar que não há funcionários o suficiente.

E depois, pensar que um meio de comunicação nas mãos do estado, ainda mais no caso de Chávez, vai representar as vontades do povo é de uma ingenuidade boçal.

É muito necessária a discussão sobre o papel social dos meios de comunicação nesta etapa mais degenerada do capitalismo imperialista. Hoje em dia existe uma crescente associação entre a indústria, o capital financeiro e os meios de comunicação. O mesmo canal que convence uma pessoa obesa de que ela é “feia”, lhe oferece uma farta lista de medicamentos para que se torne “bonita”. Assim se faz com os automóveis, com os celulares, com as roupas, os sapatos, os silicones, etc. destroem a sociedade em um triste processo de enlouquecimento, emburrecimento e enganação coletiva. Como isto ainda é visto como aceitável, o canal RCTV exerce naturalmente seu direito de vender espaços publicitários.

Aquele papo socialista… denovo. O deus estado é clarividente e onisciente e sabe tudo sobre as necessidades e vontades das pessoas! Se elas negam isso é porque foram contaminadas com as maldadades do monstro capitalista.

O mais interessante é que esta visão de que as pessoas não podem escolher por si próprias vem justamente daqueles que defendem ferrenhamente o voto de analfabetos e de pessoas sem instrução. Quando é para votar e escolher o mais demagógico de todos os canditados, o "paizão do povo", o povo sabe escolher. Fora isso, não!

Mas hipocrisia não mata, né?

(Só para deixar bem claro: eu não sou contra o voto de pessoas sem instrução formal).

Por isso, é mais que natural a campanha da rede Globo, da Folha de São Paulo, da Zero Hora, do grupo Abril, etc. Todo o Brasil sabe que estes são meros alto-falantes das empresas multinacionais e dos interesses imperialistas sobre o Brasil.

Denovo com o conto de fadas sobre o malvado império do norte…
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Offline Worf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #9 Online: 29 de Maio de 2007, 14:25:58 »
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Alegando respeito à soberania, o Palácio do Planalto decidiu não se manifestar oficialmente sobre o fechamento da Rádio Caracas de Televisão (RCTV). Em conversas reservadas na tarde desta segunda-feita, ministros e assessores da Presidência lembraram que não é a primeira vez que o governo brasileiro evita entrar no assunto.
Na avaliação do Planalto, o governo Lula não pode entrar na questão do fechamento da RCTV por envolver um assunto interno de outro país. Qualquer intromissão só traria problemas.

(...)

A direção nacional do PT, partido político do presidente Lula, e o PSOL assinaram um manifesto de apoio à paralisação das emissões da RCTV, entregue no último domingo à Embaixada da Venezuela em Brasília.
De acordo com nota divulgada pela mesma embaixada, outras sete organizações populares brasileiros seguiram a mesma linha. Entre elas, o Movimento dos Sem-Terra (MST), o Movimento dos Pastores Negros do Brasil, o Círculo Bolivariano de Brasília e a Central de Movimentos Populares do Brasil.

(...)

"A democracia é uma palavra, mas sobretudo é um estado de espírito. Quando ela começa a ser adjetivada começa a decompor-se. Quando falaram em democracias populares, quando se fala em democracia de qualquer natureza, evidentemente neste momento ela deixa de ser a democracia para começar a decompor-se", disse Sarney.
O ex-presidente lembrou que "não pode haver uma democracia na qual não exista instituição livre, instituição forte, basilar dela como o Congresso livre, forte e aberto; imprensa livre e sem restrições. No momento em que o governo tem o poder de silenciar qualquer órgão de oposição, a qualquer título, neste momento passo a temer o que seja o conceito de democracia neste País."

http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2007/mai/28/340.htm

Offline Südenbauer

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #10 Online: 29 de Maio de 2007, 14:31:47 »
Asco.

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #11 Online: 29 de Maio de 2007, 15:07:17 »
Mas também não é de todo mentira que as grandes mídias de comunicação são extremamente anti-democráticas quando o assunto é a pequena concorrência... querem exemplos? É só olhar a odiosa maneira com que a ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádios e Televisão)  trata a questão das rádios e tv's comunitárias, tentando associar a imagem das comunitárias com as estações piratas.

Digo e repito! Não estou defendendo o Chávez... mas esta é uma guerra do sujo contra o mal lavado... por mim, poderiam ambos os lados explodirem-se.

Offline Hugo

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #12 Online: 29 de Maio de 2007, 15:32:44 »
O contra-ponto é sempre asco, absurdo...  :)

O debate é salutar...
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #13 Online: 29 de Maio de 2007, 16:47:52 »
Falar mal do "ponto" é fácil, falar sobre a importância de um debate é bonito.

Refutar, que é bom, nada.

Offline Südenbauer

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #14 Online: 29 de Maio de 2007, 16:55:55 »
O contra-ponto é sempre asco, absurdo…  :)

O debate é salutar…
Ohhh...

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #15 Online: 29 de Maio de 2007, 16:59:18 »
Eu não sei por quê do fato do Chávez ser um PNC e FDP invalide o fato da mídia (pelo menos aquelas que tem o rabo preso com o interesse econômico e não com a verdadeira democracia) ser uma grande prostituta. Uma coisa não inviabiliza a outra.

Tenho que tomar lado? Tenho que me "morder" por algum deles??? Eu não! Que se fodam todos.  :twisted:

Até parece que o canal de TV era santinha...

Vão ver quanto, proporcionalmente (em função dos ganhos), tu, cidadão comum, paga de impostos e quanto uma emissora paga (também levando-se em conta os lucros).... Agora, tentem inverter a lógica perversa das coisas...  ::)
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 17:11:01 por Spitfire »

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #16 Online: 29 de Maio de 2007, 17:15:20 »
Querem saber quando esta grande mídia esperneia????

É quando o governo decide aplicar as verbas de publicidade em outra mídia.

Sempre foi assim... Enfia um catatu de dinheiro público neste canal e veja se irão falar mal do governo?! D-U-V-I-D-O!


Money talks.

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #17 Online: 29 de Maio de 2007, 17:22:08 »
Spitfire, ninguém aqui está se mordendo por alguma emissora em particular. Estamos defendendo a liberdade de expressão, apenas isso.

E daí que a emissora não era nenhuma santinha? Era uma propriedade privada, não tinha a obrigação de ser "democrática" defendendo pontos de vista que não lhe agradavam. Não concorda com ela? Mude. Não há outra? Culpa do estado, que impõe muitas limitações desnecessárias para a radiodifusão.

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #18 Online: 29 de Maio de 2007, 17:32:24 »
Spitfire, ninguém aqui está se mordendo por alguma emissora em particular. Estamos defendendo a liberdade de expressão, apenas isso.

E daí que a emissora não era nenhuma santinha? Era uma propriedade privada, não tinha a obrigação de ser "democrática" defendendo pontos de vista que não lhe agradavam. Não concorda com ela? Mude. Não há outra? Culpa do estado, que impõe muitas limitações desnecessárias para a radiodifusão.

Que dependia diretamente de uma concessão federal, que pode ser caçado a qualquer momento... isto ... ou seja, investimento de alto risco, dependendo da mentalidade do governo que assumir.

Ou seja pediram para se phuder.

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #19 Online: 29 de Maio de 2007, 17:38:30 »
Eu, pessoalmente, acho esta questão de tomar as atitudes de Cristo, uma questão de suicido…

Empresarialmente, se eu fosse acionista deste canal de TV, eu pediria o fígado do presidente por incompetência… vai ser burro assim na casa do carolho.

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #20 Online: 29 de Maio de 2007, 17:39:25 »
Citar
Que dependia diretamente de uma concessão federal, que pode ser caçado a qualquer momento… isto … ou seja, investimento de alto risco, dependendo da mentalidade do governo que assumir.

Ou seja pediram para se phuder.

Pois é justamente este o ponto que estamos atacando: a dependência da concessão, que envolve muitas exigências totalmente desnecessárias e até absurdas, e a intensa fiscalização governamental. Todos fatores que atacam a liberdade de expressão e impõem muitas barreiras à criação de emissoras novas, coisa fundamental para a garantia de tal liberdade.

Pediram para se fuder?? Por favor…

A culpa agora é da RCTV! Vê se pode…  :histeria:
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 17:42:24 por Procedure »

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #21 Online: 29 de Maio de 2007, 17:42:49 »
Pediram sim!

Se queres ser um empresário bem sucedido, em qualquer conjectura, dance de acordo com a música que toca no baile.

O presidente deste canal de TV não arruma nem mais vaga de síndico de edifício… escreva o que digo. BURRO!

E me poupe de seus deboches infantis.  :P
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 17:51:11 por Spitfire »

Offline n/a

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #22 Online: 29 de Maio de 2007, 17:54:08 »
Spit, acho que você não entendeu o que está sendo debatido. O Procedure e o resto do pessoal estão falando sobre a liberdade de expressão e os riscos de governos excessivamente poderosos. Não sobre a competência do presidente do canal, sobre os caminhos para ser um empresário bem sucedido ou coisas nesse sentido. É um pouco mais profundo do que isso. ;)

Offline Spitfire

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #23 Online: 29 de Maio de 2007, 18:46:17 »
Spit, acho que você não entendeu o que está sendo debatido. O Procedure e o resto do pessoal estão falando sobre a liberdade de expressão e os riscos de governos excessivamente poderosos. Não sobre a competência do presidente do canal, sobre os caminhos para ser um empresário bem sucedido ou coisas nesse sentido. É um pouco mais profundo do que isso. ;)

Na guerra do rochedo e do mar, quem se fode é o marisco.  :wink:  :(

Embora  ditado, popular, seja razo… na situação, é de uma profundidade maior que imagina.

Coitado é do marisco… é ele quem paga por toda esta putaria. Privada ou estatal.  :'(
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 19:09:44 por Spitfire »

Skorpios

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #24 Online: 30 de Maio de 2007, 16:34:28 »
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Repórteres sem Fronteiras: "Chávez tenta dominar a mídia"

 
Em entrevista à DW-WORLD, a porta-voz da ONG Repórteres sem Fronteiras em Madri, Mercedes Arancibia, acusa o presidente da Venezuela de mover uma campanha contra a liberdade de imprensa e de opinião no país.

Depois de 53 anos de existência, a Radio Caracas Televisión (RCTV), a mais antiga emissora de TV privada venezuelana, deixou de funcionar no último domingo (27/05). Acusando-a de golpista, Hugo Chávez não renovou seu contrato de concessão e seu lugar é agora ocupado por uma emissora estatal.

 

DW-WORLD conversou com Mercedes Arancibia, porta-voz da organização não governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF) em Madri, sobre a decisão de Chávez, que para muitos significa um ataque deliberado à liberdade de expressão.

 

DW-WORLD: A RCTV deixou de emitir seu sinal à meia-noite de domingo. Globovisión poderá ser a próxima emissora do lado da oposição venezuelana que ficará sem espaço para sua programação. Chávez estaria empreendendo uma campanha contra a liberdade de imprensa?

 

Mercedes Arancibia: A campanha contra a liberdade de imprensa e contra a liberdade de expressão não se inicia agora. Já há muito, o presidente Chávez tenta dominar o panorama midiático venezuelano. Nos últimos meses, foram criados 63 periódicos simpatizantes de Chávez. Isso, somado aos meios que já estavam em seu poder e aos meios de comunicação públicos, significa uma tentativa de controle bastante considerável.

 

Acusa-se a RCTV de haver apoiado a tentativa de golpe contra Chávez em 2002 e a Globovisión de incitar o assassinato do presidente. Seria paranóia de Chávez ou os meios de comunicação e a oposição estão realmente conspirando contra ele?

 

A RCTV, como também outros meios de comunicação venezuelanos, apoiou o golpe de Estado de 2002. Porém, o golpe falhou. O presidente Hugo Chávez continua em seu posto, eleito democraticamente pela maioria dos cidadãos de seu país. Assim, Chávez não tem nada a temer da oposição. No entanto, o direito de crítica deve sempre existir e não estar de acordo com o presidente Chávez não justifica o fechamento de um canal de televisão cinco anos após o golpe.

 

O caso da Globovisión não é algo iminente. A partir de sua cobertura sobre o fechamento da RCTV, o ministro venezuelano da Cultura, William Lara, colocou a Justiça e até semiólogos para investigar não somente possíveis emissões críticas ao governo, mas também se ela incitaria agressões contra Chávez. Espero que seja um processo longo e que não resulte em nada.

 

Há ainda meios de comunicação críticos a Chávez na Venezuela?

 

Sim, existem meios de comunicação da oposição, tanto audiovisuais como escritos. O que acontece é que, por um lado, Chávez os compensa cada vez mais com a criação de novos meios de comunicação que lhe são favoráveis, e por outro, vai-se restringindo cada vez mais os meios contrários através de medidas como a não-renovação do contrato de concessão da RCTV.

 

Repórteres sem Fronteiras conclamou a comunidade internacional a protestar contra essa demonstração de poder de Chávez. Que ações estão sendo planejadas?

 

Levaremos o caso à Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde Repórteres sem Fronteiras tem status consultivo, como o levamos ao Parlamento Europeu na semana passada. E vamos tentar iniciar uma grande campanha de mobilização internacional, não para que a RCTV volte a transmitir, pois parece que aqui não há mais nada a fazer, mas para defender os meios independentes que restam na Venezuela e que são em número cada vez menor.

 

Parece que Hugo Chávez não leva muito a sério nem as críticas internacionais nem as resoluções européias. Essas posições dos organismos internacionais teriam alguma repercussão?

 
Espero que tenham. Mais do que influenciar quem toma essas decisões arbitrárias e praticamente ditatoriais, as críticas influenciam as pessoas, a parte do povo venezuelano que não está de acordo com Chávez. Essas pessoas viram que não estão sozinhas na defesa de sua liberdade de expressão e de seu direito à pluralidade de informação, que Hugo Chávez quer acabar. E isso me parece ser algo importante.

 

As manifestações contra o fechamento da RCTV se espalharam por toda a Venezuela. Esses protestos poderiam colocar Chávez em sérias dificuldades ou é a oposição de sempre que está protestando?

 

É a oposição de sempre. Todos sabem que Hugo Chávez conta com mais de metade do país a seu favor. De qualquer forma, foi um número significativo de pessoas que saíram às ruas, mas não creio que isso venha a pôr o cargo de Chávez em perigo. Creio, no entanto, que isso significará um tropeço para ele. Certamente, ele pensará um pouco mais antes de tomar as próximas decisões.

 

Entretanto, ele se julga auto-suficiente, está convencido que a aceitação que recebe por sua política social o autoriza a fazer qualquer coisa. Mas espero que a repercussão internacional de sua última medida o faça refletir. Pela repercussão que teve o caso da RCTV, pode-se dizer que Hugo Chávez cometeu uma gafe internacional.

 

Que futuro político a senhora prevê para a Venezuela?

 

Isso, eu não sei. O povo está contente com Hugo Chávez. Se ele não fizer bobagens, se não cometer erros graves, as pessoas vão continuar a votar nele. Mas, essa é uma visão bastante pessoal.

 

E a liberdade de imprensa no país?

 

Prossegue a escalada que se iniciou. O futuro se apresenta dramático e lamentável. A situação poderia terminar – e isso eu não espero – da mesma forma como aconteceu em Cuba, onde não se escuta mais do que uma voz.


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